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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Centro de Ciências Químicas e Farmacêuticas Curso de Tecnologia em Alimentos Projeto Final Chocomerfy Micro Agroindústria de ManteigasSaborizadas Danielle Barros Urrutia (17200196) Natali Vieira da Cruz (17201313) Pelotas, Outubro de 2019 2 Danielle Barros Urrutia; Natali Vieira da Cruz Micro Agroindústria de Manteigas Orientador: Elizangela Gonçalves de Oliveira Coorientador: Fabrizio da Fonseca Barbosa Pelotas, 2019. Trabalho de Conclusão de disciplina apresentado à Faculdade de Tecnologia em Alimentos da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à conclusão da disciplina de Projetos de Instalações Agroalimentares. 3 Resumo A manteiga é uma emulsão do tipo água em óleo, sendo obtida através da batedura do creme, sendo a gordura excepcionalmente de origem láctea. A manteiga, além da gordura que é concentrada pelo processo de bateção, pode ter outros ingredientes adicionados, tais como sal e fermento láctico, os quais podem influenciar na qualidade do produto. O consumo de manteigas no Brasil vem crescendo a cada ano, sendo o lançamento mais recente foi de manteigas simples, sem sal. Poucos produtos se destacaram por conter uma abordagem mais ousada em termos de sabor, funcionalidade ou embalagem, representando uma área potencial de crescimento para este ramo de laticínios. A manteiga pode ter um futuro brilhante no Brasil, onde o preparo de manteigas saborizadas, tem se tornado mais frequente, pois estas são ótimas para acompanhar aperitivos como torradinhas, e também podem servir como base de recheios. Devido a isso a inserção de chocolate, mel e ervas finas na preparação de manteigas, é uma ótima inovação para o mercado. Em face disso, com base no estudo de mercado, tornou-se necessário o desenvolvimento de uma indústria de produção de manteiga saborizadas, sob preferências do consumidor, onde os principais objetivos são: realizar um estudo de mercado sobre a indústria e o consumo de manteigas; realizar uma revisão bibliográfica; planejar o gerenciamento de resíduos; esboçar o fluxograma de processo; desenvolver uma indústria de manteigas; projetar o layout da indústria; realizar um memorial descritivo de equipamentos; apresentar a legislação vigente. O dimensionamento industrial consiste no levantamento das dimensões e capacidade de produção das máquinas e equipamentos utilizados nos processos. A indústria possui 320,68m², incluindo os setores de Recepção; Pesagem; filtragem; Resfriamento; Armazenamento do leite Cru; Padronização do Creme; Pasteurização; Resfriamento; Maturação do Creme; Bateção do Creme; Lavagem; Bateção do Creme/Lavagem da Manteiga; Produção da Manteiga; Laboratórios: Microbiologia, Sensorial e Físico Química; Setor Administrativo; Sanitários e Vestuário e Refeitórios. Em relação a preferência de consumo, 72,57% preferem a manteiga industrializada e 27,43% tem preferência pela manteiga artesanal. Em relação a preferência de consumo entre sabores, 84,62% optam pelo sabor tradicional e 15,38% optam por sabores diferenciados. Com base no estudo realizado e nas informações apresentadas, é viável o desenvolvimento de uma micro indústria voltada para este setor de lácteos, dando ênfase na inovação da comercialização de sabores diferenciados de manteigas, com isso aumentando o consumos de derivados lácteos, bem como a procura dos consumidores por produtos que contém um alto valor nutritivo. Palavras-Chave: Manteiga. Derivados Lácteos. Chocolate. Ervas Finas. Mel. 4 Lista de Figuras Figura 1: Projeções Do Consumo De Manteiga No Brasil Até 2025 (Em Mil T). ....... 19 Figura 2: Frequência do consumo de manteigas ...................................................... 22 Figura 3: Motivo da compra de manteiga pelos consumidores ................................. 22 Figura 4: Preferência do consumo entre Margarina e Manteiga................................ 23 Figura 6: Justificativa da Marca ................................................................................. 25 Figura 7: Conformidade da marca perante INPI. ....................................................... 26 Figura 8: Peneira de Malhas Fina. ............................................................................ 30 Figura 9: Desnatadeira – Força Centrífuga. .............................................................. 30 Figura 10: Tanques de resfriamento de leite: uma solução para os produtores leiteiros. ..................................................................................................................... 31 Figura 11: Silo de armazenamento do Leite Cru. ...................................................... 31 Figura 12: Tanques de Armazenamento do Creme .................................................. 32 Figura 13: Tanques de Armazenamento do Creme. ................................................. 32 Figura 14: Unidade de Padronização do Creme. ...................................................... 33 Figura 15: Pasteurizador. .......................................................................................... 33 Figura 16: Batedeira de manteiga em aço inoxidável. ............................................... 35 Figura 17: Misturadeira e Malaxagem. ...................................................................... 37 Figura 18: Logomarca da Micro Indústria de Manteigas ........................................... 49 Figura 19: Logomarca aplicada a embalagem .......................................................... 49 Figura 20: Manteiga Chocomerfy linha ChocoCau .................................................... 50 Figura 21: Manteiga Chocomerfy linha ChocoMel ..................................................... 50 Figura 22: Manteiga Chocomerfy linha ChocoNale ................................................... 51 Figura 23: Manteiga Chocomerfy linha ChocoFin ..................................................... 51 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239905 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239906 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239907 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239908 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239909 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239910 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239911 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239912 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239912 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239913 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239914 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239915 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239916 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239917 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239918 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239920 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239921 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239922 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239923 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239924 file:///C:/Users/Asus/Downloads/Entrega%20Final%20do%20Projeto%20(2).docx%23_Toc27239925 5Lista de Tabelas Tabela 1: Padrões exigidos pela legislação. ............................................................. 47 6 Sumário 1. Introdução 8 2. Objetivos 11 2.1. Objetivo Geral 11 2.2. Objetivos Específicos 11 3. Revisão Bibliográfica 12 3.1. Leite 12 3.2. Manteiga 12 Padronização: 12 Neutralização: 13 Pasteurização: 13 Maturação: 13 Batedura do creme: 14 Malaxagem: 14 Lavagem: 15 Salga da Manteiga: 15 Embalagem: 15 Estocagem: 16 3.3. Chocolate 16 3.4. Mel 17 3.5. Ervas Finas 18 4. Desenvolvimento do projeto 18 4.1. Estudo de Mercado 18 4.2. Dimensionamento 23 4.2.1. Localização 24 4.2.2. Balanço de Massa: 25 4.2.3. Registro da marca 25 7 4.2.4. Matéria Prima 27 4.3. Fluxograma do Processo 28 4.4.Memorial Descritivo de Equipamentos Utilizados para Produção 29 4.4.1. Recepção, Pesagem, Filtração. 29 4.4.2. Desnatamento 29 4.4.3. Resfriamento e Estocagem do Leite Cru 30 4.4.4. Armazenamento do Creme 31 4.4.5. Padronização do Creme 32 4.4.6. Pasteurização do Creme 33 4.4.7. Resfriamento e Maturação 34 4.4.8. Bateção do creme de leite 34 4.4.9. Lavagem da Manteiga 35 4.4.10. Salga – Manteiga Tradicional 35 4.4.11. Adição do Chocolate 36 4.4.12. Adição das Ervas Finas 36 4.4.13. Adição do Mel 36 4.4.14. Malaxagem 36 4.4.15. Moldagem e Embalagem 37 4.4.16. Armazenamento 37 4.5. Layout da Planta 38 4.6. Gerenciamento de resíduos 42 4.8. Legislação Vigente 46 5. Considerações finais 48 6. Anexos 49 Referências Bibliográficas 52 8 1. Introdução O setor lácteo proporciona um extenso mercado de produção de novos produtos, devido aos inúmeros derivados que podem ser produzidos do leite (MONTEIRO, 2013). Os produtos obtidos a partir do processamento do leite são denominados derivados lácteos. Esses produtos servem como alimentos na dieta dos seres humanos, que possuem o hábito de consumir manteigas, cremes de leite, leites fermentados, queijos, doces e o próprio leite (VIDAL et al, 2018). A manteiga é usada desde a Antiguidade. Os gregos e os romanos a utilizavam como medicamento (MANTEIGA, 2019). Povos antigos faziam manteiga colocando leite em sacos de couro e batendo- os repetidamente contra uma superfície dura, como os troncos de árvores. Mais tarde, surgiram tachos de madeira. Dentro dos tachos, o leite era batido com a ajuda de uma pá ou de uma manivela (MANTEIGA, 2019). Por muito tempo a manteiga era produzida apenas em fazendas de laticínios. As primeiras fábricas de manteiga surgiram no século XIX. Atualmente, as técnicas de produção e transporte permitem que a manteiga seja transportada por grandes distâncias e fique armazenada por vários meses sem perder a sua qualidade (MANTEIGA, 2019). A manteiga é definida pelo Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como produto gorduroso obtido exclusivamente pela bateção e malaxagem, com ou sem modificação biológica do creme pasteurizado derivado exclusivamente do leite de vaca, por processos tecnologicamente adequados. Existem diferentes classificações para esse produto, sendo manteiga comum, de primeira qualidade e extra. A manteiga extra define-se por ser produzida exclusivamente de creme extra e, para todos os tipos, ao creme não devem ser adicionadas substâncias conservadoras (BRASIL, 1996). Em 2016, 9,4 milhões de toneladas de manteiga foram consumidos no mundo, onde sua grande maioria foi consumida na Índia (55, 2%). Em 2017, mais de 58% de produtos de manteiga foram lançados no Brasil, em comparação ao ano de em 2016, de acordo com o Banco Global de Novos Produtos (GNPD) da Mintel. No entanto, os lançamentos mais recentes foram de manteigas simples, sem sal. https://escola.britannica.com.br/artigo/Antiguidade/483068 https://escola.britannica.com.br/artigo/Gr%C3%A9cia-antiga/481417 https://escola.britannica.com.br/artigo/Roma-antiga/482393 https://escola.britannica.com.br/artigo/droga/481175 https://escola.britannica.com.br/artigo/%C3%A1rvore/482704 https://escola.britannica.com.br/artigo/manufatura/481827 https://escola.britannica.com.br/artigo/transporte/482703 9 Poucos produtos se destacaram por conter uma abordagem mais ousada em termos de sabor, funcionalidade ou embalagem, representando uma área potencial de crescimento para este ramo de laticínios, o que deve acontecer à medida que o consumo de manteiga seja maior no País (ROUX, 2018). A manteiga pode ter um futuro brilhante no Brasil, mas a categoria precisa de sabor, inteligência e inovação em embalagens para seduzir os consumidores que tradicionalmente preferem a margarina (MILKPOINT, 2018). O preparo de manteigas saborizadas, tem se tornado mais frequente, pois estas são ótimas para acompanhar aperitivos como torradinhas, e também podem servir como base de recheios (NEVES, 2015). O chocolate é um produto comumente consumido, sendo que sua produção tem aumentado nos últimos anos. Os tipos preferidos de chocolate variam em cada país. Os diferentes sabores e usos para o chocolate refletem a história da indústria dos diferentes lugares. O sabor do chocolate é parcialmente determinado pela química do produto. O sabor depende da liberação dos compostos aromáticos, enquanto que a textura é uma função da maneira como o material se funde e quebra na boca. Os ingredientes utilizados na produção de chocolates e de seus produtos têm importante papel na aceitação pelo consumidor e na apresentação do produto (RICHTER; LANNES, 2007). O mel apresenta efeitos imunológicos, antibacteriano, anti-inflamatório, analgésico, sedativo, expectorante e hiposensibilizador. Ele é produzido a partir do néctar e outras exsudações naturais das plantas que são coletadas, processadas e armazenadas pelas abelhas (SOUZA, 2004), ou seja, o mel é um produto alimentício produzido pelas abelhas, de composição variável a depender de diversos fatores, como composição do néctar, condições climáticas, manejo do apicultor e, principalmente, a espécie de abelha que o produz (CARVALHO, 2005). Chamam-se ervas, ou ervas aromáticas, as folhas ou outras partes cheirosas de certas plantas. São também conhecidas como ervas finas. Entre as ervas aromáticas comuns estão hortelã, manjericão, orégano, louro, salsinha e tomilho. Elas são usadas, secas ou frescas, para acrescentar sabor e aroma aos alimentos. Também podem ser utilizadas em alguns cosméticos, chás e remédios. Algumas vezes se empregam os termos especiarias, temperos ou ainda condimentos para as ervas aromáticas secas (ERVA, 2019). https://www.milkpoint.com.br/noticias-e-mercado/giro-noticias/novos-sabores-e-embalagens-podem-impulsionar-o-mercado-de-manteiga-no-brasil-diz-mintel-208817/ https://escola.britannica.com.br/artigo/folha/481712 https://escola.britannica.com.br/artigo/planta/482227 https://escola.britannica.com.br/artigo/hortel%C3%A3/483289 https://escola.britannica.com.br/artigo/manjeric%C3%A3o/483361 https://escola.britannica.com.br/artigo/louro/481708 https://escola.britannica.com.br/artigo/ch%C3%A1/482643 https://escola.britannica.com.br/artigo/droga/481175 https://escola.britannica.com.br/artigo/especiaria/482559 10 Em face disso, com base no estudo de mercado, tornou-se necessário o desenvolvimento de uma indústria de produção de manteiga saborizadas, sob preferências do consumidor. 11 2. Objetivos 2.1. Objetivo Geral O objetivo deste estudo é o desenvolvimento de uma micro indústria de manteigas, com produção diversificada quanto a sabores, observando o incentivo ao consumo de manteigas através da disponibilização de um produto de qualidade com inovação em sabores. 2.2. Objetivos Específicos ● Realizar um estudo de mercado sobre a indústria e o consumo de manteigas; ● Realizar uma revisão bibliográfica; ● Planejar o gerenciamento de Resíduos;● Esboçar o Fluxograma de processo; ● Desenvolver uma Indústria de Manteigas; ● Projetar o Layout da indústria; ● Realizar um memorial descritivo de equipamentos; ● Apresentar a Legislação vigente. 12 3. Revisão Bibliográfica 3.1. Leite O leite é o produto da secreção das glândulas mamárias das fêmeas dos mamíferos. É um dos alimentos naturais mais completos, isto é, tem índices de gordura, proteína, água, minerais e açúcar proporcionais e próximo do que se necessita para viver. Por isso, é considerado o alimento ideal para o homem, seja ele criança, jovem ou adulto. Os produtos obtidos a partir do processamento do leite como matéria-prima são denominados derivados lácteos. Esses produtos servem como alimentos na dieta dos seres humanos, que possuem o hábito de consumir manteigas, cremes de leite, leites fermentados, queijos, doces e o próprio leite. 3.2. Manteiga Pelo batimento do creme de leite consegue-se, por ação mecânica, a aglomeração dos glóbulos de gordura. A este produto, separado da fase líquida, ao qual se pode adicionar sal, denomina-se manteiga. A manteiga apresenta a seguinte composição média: 83% de gordura, 16% de água; 0.4% de lactose; e 0.15% de cinzas e sal. A produção industrial da manteiga, a partir do creme de leite, envolve os seguintes procedimentos: padronização, neutralização, pasteurização, maturação, batedura, malaxagem, lavagem, salga, embalagem e estocagem. A realização de todos esses procedimentos da origem a manteiga pasteurizada acidificada, porém quando não se efetua a maturação, se obtém a manteiga pasteurizada de creme doce como produto final. Padronização: Normalmente, as fábricas recebem cremes com concentrações entre 45-70%, pois em concentrações maiores de gordura os cremes se conservam melhor e o frete se torna mais econômico. A padronização é realizada pela diluição do creme com água filtrada e gelada, leite desnatado, leite integral ou outros cremes, com a finalidade de reduzir o teor de gordura a faixa de 35-40%. 13 Neutralização: Esta etapa é realizada apenas quando se deseja pasteurizar cremes que apresentam acidez elevada. Cremes que contem acidez elevada, ao ser pasteurizados coagulam e ficam espessos, proporcionando o aparecimento de sabor a queimado, ressaltando que a caseína engloba partículas de gordura e muitos microrganismos durante sua precipitação. Ocasionando uma queda de rendimento, perda de eficiência do tratamento térmico e risco de integridade do equipamento. Por isso, existe a necessidade de se reduzir a acidez do creme abaixo de 20°D, para que a pasteurização ocorra normalmente. Ressalta-se que se a neutralização não for bem conduzida pode ocorrer a saponificação da gordura e também a criação de condições propicias a proliferação de bactérias alcalinizastes ou proteolíticas, originando sabores desagradáveis. Pasteurização: Uma vez realizada a padronização, o creme é submetido a 80 ºC, durante 30 min e, em seguida, resfriado à temperatura de 18 ºC. As finalidades desse tratamento térmico são: ● Destruição dos microrganismos patogênicos; ● Destruição dos microrganismos responsáveis pela decomposição do creme com a fermentação; ● Diminuição da acidez; ● Eliminação das substâncias voláteis; ● Melhoria da qualidade da manteiga; ● Aumento da conservação da manteiga. Maturação: A manteiga pode ser fabricada de duas formas, com fermentação do creme ou sem a fermentação. Quando não é realizada a fermentação, inicia-se o processo de pasteurização e bateção, logo após padronização do leite e obtenção do creme. No entanto, é recomendável que seja realizada a fermentação. A vantagem da sua realização é que a manteiga fica com sabor e aroma mais acentuado, além disso, 14 o rendimento da manteiga, com o processo de fermentação, tende a ser melhor que o processo sem fermentação. Podem ser adotados dois sistemas para se realizar a fermentação: Com a adição de fermento lático específico para manteiga e pela fermentação natural. A opção que produz manteiga de melhor qualidade, mas relativamente pouco utilizada, principalmente em laticínios menores, é utilizar fermento específico para manteiga, que deve ser adicionado ao creme logo após ele ser resfriado no processo de pasteurização. Nesse caso, a manteiga é classificada como de primeira qualidade. Já na fermentação natural, a qualidade da manteiga não é tão boa, assim como o rendimento. Batedura do creme: Depois de efetuada a maturação, a temperatura do creme deve ser ajustada para 10 a 12ºC e mantida durante todo o processo. O ajuste e a manutenção dessa temperatura são fundamentais para que se obtenha manteiga de boa qualidade e rendimento. Ajustada a temperatura, o creme pode ser acondicionado na batedeira e iniciado o processo na rotação mais alta, a 45 RPM, durante cerca de 45 min. Com o processo de bateção, ocorre incorporação de ar na massa e, consequentemente, aumento de seu volume. Por isso, deve ser adicionado creme na batedeira, somente até 50% de sua capacidade. Ou seja, se a batedeira é de 200 L de capacidade, devem ser adicionados somente 100 L de creme, no máximo. O ideal é que sejam colocados somente 40% de creme. Malaxagem: Visa retirar o leitelho (sobrenadante resultante da bateção da manteiga), após a batedura, para retirar o excesso de água. Outro fator importante desta etapa é que podemos verificar se o rendimento do processo de fabricação está bom a partir do leitelho. Para isso basta coletar uma amostra em um recipiente e levar para a análise do teor de gordura. Se o teor de gordura médio perdido neste momento estiver na faixa de 0,5 a 0,7%, indica que o processo de fabricação está bom. Caso contrário, se o teor de gordura estiver acima desse valor, significa que está sendo perdida muita gordura e o 15 rendimento está baixo. Nesse caso, deve ser feita uma análise de todas as fases da fabricação para descobrir onde está ocorrendo a falha. Lavagem: A lavagem da manteiga deve ser feita com água de boa qualidade. Essa etapa pode contribuir para a contaminação da manteiga, se não for utilizada uma água de qualidade industrial. A lavagem não deve contribuir para a incorporação de água à manteiga, o que é constatado pela presença visível de gotículas, ao se cortar a massa. A água de lavagem deve ser previamente resfriada em latões de aço inoxidável, à temperatura entre 7 e 12 ºC, o que corresponde a cerca de 2 a 3 ºC a menos que o leitelho. Isso é fundamental para o rendimento e a boa qualidade da manteiga produzida. Salga da Manteiga: Deve-se acrescentar sal fino, de boa qualidade, em quantidade correspondente a 2% do peso da manteiga. Ele deve ser despejado uniformemente sobre a massa e a batedeira. Esta deve ser novamente ligada até que ocorra a homogeneização do creme com o sal. Essa bateção é importante para que os grãos de gordura se unam, formando uma massa completamente homogênea. Embalagem: A embalagem da manteiga deverá ser feita logo após a fabricação. Qualquer que seja a embalagem utilizada, ela deve atender a alguns requisitos básicos: ser impermeável ao vapor de água e ar; proteger o produto da luza solar, da contaminação bacteriológica e de aromas estranhos; facilitar a comercialização e o armazenamento; e estimular a aquisição pelo consumidor por seu aspecto, tamanho e facilidade de manuseio. Os principais materiais utilizados na embalagem da manteiga são: papel, alumínio e plástico. O papel, em geral sulfurizado, é utilizado para o caso de consumo rápido de manteiga, pois é permeável ao vapor de agua, ao ar e a luza. O alumínio apresenta menor permeabilidade que o papel e é usado principalmente nas embalagens individuais, ou no sistema alumínio/cera/papel. Os plásticos utilizados 16 são policloretode vinila (PVC), polietileno etc., apresentando vantagens sobre o papel e o alumínio. A manteiga deve ser mantida em câmara fria antes de ser comercializada. Estocagem: Este período depende da demanda mercadológica pelo produto, porém independentemente da obrigatoriedade de uma estocagem mais longa, logo após a embalagem, a manteiga deve ser mantida a 5°C por 2 ou 3 dias. Neste período, ocorre a pós-cristalização da gordura com a formação de uma estrutura de cristais capaz de melhorar ainda mais qualidade geral da manteiga e, em particular, a sua aparência e consistência. 3.3. Chocolate O nome de Chocolate provém da palavra original dos astecas: Xocoatl, contudo o seu nome moderno é “TheobromaCacao", que traduzindo significa, "alimento ou manjar dos deuses". Este nome foi criado por um botânico sueco, Carlos Lineus, o qual no século XVIII tornou-se conhecedor da história do Chocolate entre os povos antigos, revelando-se um cientista sueco apreciador da bebida feita a partir dessa planta proveniente do Novo Mundo. O chocolate é obtido de uma mistura entre o cacau, açúcar e leite. A maioria das indústrias recebe a massa/manteiga de cacau já pronta e iniciam seu processo na etapa de mistura. No entanto, a fabricação do chocolate começa bem antes, quando as frutas do cacau são quebradas para a retirada das amêndoas. Praticamente a extração do cacau, resulta três tipos de base que são: cacau em massa ou pasta, cacau em pó e a manteiga de cacau. Amêndoas de Cacau: O processo inicia na colheita do cacau, que contem cerca de 80% de humidade e 15% de monossacarídeos, em seguida vai haver a sua quebra onde são separadas as sementes e a polpa, as amêndoas vão ser armazenadas em locais secos e frescos depois vão ser limpas e classificadas de acordo com a forma, germinação e respectivos defeitos. As amêndoas ou sementes são as principais matérias-primas do chocolate com alto teor de gordura e água. Cada cacau possui de 20 a 50 sementes, com alto teor de gordura e água. Por isso, elas precisam secar ao sol durante oito dias. A fase seguinte é a 17 fermentação onde o objetivo é livrar a semente de mucilagem e destruir o embrião para evitar a germinação da semente e também existe a evolução da temperatura, mudança de pH e redução de açúcares, e são mantidas em caixas de madeira durante 3 a 8 dias, onde a humidade está entre 50 – 60%. Torrefação: As amêndoas são despejadas em fornos eletrônicos contínuos, onde são lentamente torradas, eliminando a umidade e desenvolvendo o aroma peculiar do cacau. Essa operação é importantíssima, pois no ponto exato de torrefação é que reside o segredo do aroma do chocolate. Trituração e Moagem: As amêndoas torradas são resfriadas e levadas ao triturador, onde são separadas de suas cascas e trituradas; dessa fase em diante, só a amêndoa chamada “NIBS” (cerne da semente limpa) será aproveitada; as amêndoas trituradas passam por um moinhos que as desintegram e, sendo possuidora de alto teor de gordura (mais de 50%), dão origem a uma massa pastosa o líquor. Alcalinização e Prensagem do Líquor: À massa se adiciona álcalis, sendo posteriormente esmagada em uma prensa, que separa o ingrediente em dois produtos: o primeiro é a manteiga de cacau que será reintroduzida na próxima etapa. A segunda é a torta de cacau. Parte dela é dissolvida e misturada ao açúcar para se fazer o chocolate em pó. A outra porção é resfriada e quebrada em tabletes, usados na fabricação do chocolate. Pulverização e Peneiragem da Torta: A torta de cacau é pulverizada e peneirada assumindo a forma de chocolate em pó solúvel em água. 3.4. Mel O mel é considerado um fluído viscoso, aromático e doce, elaborado pelas abelhas a partir do néctar das flores e/ou exsudações sacarínicas de partes vivas das plantas, podendo ainda ser proveniente das excreções de insetos sugadores que se alimentam de partes vivas das plantas. Estes produtos, depois de coletados, transformados e combinados com substâncias específicas próprias, são armazenados e amadurecidos nos favos para a alimentação das abelhas. Na história da humanidade o mel foi uma das primeiras fontes de açúcar para o homem. A composição do mel depende, principalmente, das fontes vegetais das quais ele é derivado, mas também do tempo, solo, espécie da abelha, estado fisiológico da colônia, estado de maturação do mel, condições meteorológicas na época da 18 colheita, dentre outros fatores. Além dos açúcares em solução, o mel também contém ácidos orgânicos, enzimas, vitaminas, flavonoides, minerais e uma extensa variedade de compostos orgânicos, que contribuem para sua cor, odor e sabor. 3.5. Ervas Finas Muitas ervas aromáticas se desenvolvem em climas moderados. Todavia, em geral, elas podem ser plantadas onde quer que as condições de plantio sejam favoráveis. Muitas pessoas cultivam ervas dentro de casa. Elas se desenvolvem bem em solo seco e bem drenado. Muitas requerem bastante sol. Fertilizantes naturais, como adubo ou composto, ajudam as ervas a formar os óleos que dão a elas seu aroma e sabor. A maior parte das ervas deriva das folhas de plantas. As folhas de louro vêm de uma árvore perene chamada loureiro. O alecrim e a sálvia são folhas de arbustos. Algumas ervas derivam de outras partes da planta. O ginseng, por exemplo, vem das raízes da planta. Todas as partes da erva-doce podem ser usadas como aromatizantes. As ervas têm sido consumidas há milhares de anos, antigamente, os médicos as usavam para tratar muitas doenças. Na Idade Média (aproximadamente entre os anos 500 a 1500), muitos europeus já utilizavam ervas na culinária. Quando os primeiros colonizadores foram da Europa para a América do Norte, levaram essas ervas consigo. Os americanos nativos ensinaram aos colonizadores o cultivo das ervas nas Américas 4. Desenvolvimento do projeto 4.1. Estudo de Mercado No Brasil é a oferta de produtos voltados para o consumidor consciente, ou seja, aquele que quer saber o que está por trás do alimento consumido. Dois novos produtos têm como característica principal a oferta de manteiga produzida do leite de vacas criadas a pasto, sem hormônios e sem antibióticos. As pesquisas indicam que, atualmente, os produtos e marcas que são transparentes, ou seja, que mostram como são produzidos e processados têm mais chances de atrair os consumidores conscientes (MILKPOINT, 2018). Neste cenário, pode-se dizer que é hora da indústria de laticínios brasileira investir e inovar para atender as necessidades do mercado consumidor que, apesar https://escola.britannica.com.br/artigo/clima/480998 https://escola.britannica.com.br/artigo/solo/482535 https://escola.britannica.com.br/artigo/alecrim/483044 https://escola.britannica.com.br/artigo/raiz/482397 https://escola.britannica.com.br/artigo/Idade-M%C3%A9dia/481902 https://escola.britannica.com.br/artigo/coloniza%C3%A7%C3%A3o-e-explora%C3%A7%C3%A3o-da-Am%C3%A9rica/480591 https://escola.britannica.com.br/artigo/Europa/481251 https://escola.britannica.com.br/artigo/Am%C3%A9rica-do-Norte/482060 https://escola.britannica.com.br/artigo/%C3%ADndio-ou-nativo-americano/482011 https://www.milkpoint.com.br/noticias-e-mercado/giro-noticias/novos-sabores-e-embalagens-podem-impulsionar-o-mercado-de-manteiga-no-brasil-diz-mintel-208817/ 19 Fontes: 1: PEREIRA, et al 2018; 2: JORNAL DO COMÉRCIO, 2018; 3: SINDILAT, 2019. de enfrentar uma crise econômica, continua ávido por novidades, especialmente aquelas ligadas à saúde e bem-estar (SOUZA, 2019). Mais de dois milhões de lares voltaram a comprar manteiga pelo menos uma vez no ano – indicador que mostra uma reação do mercado de consumo. No auge da crise, o produto estava presente em 32,94% dos lares brasileiros. Com a retomada, a participação subiu para 36,80% – superior à registrada antes da recessão, em 2014 (34,17%). ¹ A expectativa é de que o varejotenha um avanço de 4,7% em 2018 – o que deve ajudar a sustentar as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 3%. Levantamento da Tendências Consultoria Integrada mostra que o aumento do consumo deverá ser puxado em especial pelos Estados do Norte e por São Paulo.¹ Projeções apontam que apenas em 2021 o Brasil vai voltar ao patamar de consumo de 2013. Destaca-se nesta avaliação que, apesar de novos compradores e do avanço nas vendas de produtos de maior valor agregado, o desafio é aumentar a frequência de compras, ainda limitada.² Figura 1: Projeções Do Consumo De Manteiga No Brasil Até 2025 (Em Mil T). O Brasil produz 34 bilhões e 500 milhões de leite por ano dos quais 13 bilhões e meio são da região sul do país. Deste total, de quase 40%, 15% são do Paraná e Rio Grande do Sul e 10% de Santa Catarina.³ O estado contemplado pela Série Terra Viva Dados Estaduais, hoje, é o Rio Grande do Sul. Produzindo 4.242.293 mil litros está em terceiro lugar no ranking 20 brasileiro de 2018 com 12,5% da produção de leite nacional. Possui uma taxa de informalidade de 20%, enquanto a do Brasil é de 28%. Até o momento, de todos os estados da nossa série, o Rio Grande do Sul apresentou a maior produtividade(SINDILAT, 2019). Muita da produção atual vai para atender contratos de compras já firmados, no entanto, volumes anteriormente, imprevisíveis de manteiga estão sendo produzidos no momento, aumentando os estoques e impactando nos preços (SINDILAT, 2019). A Análise de mercado foi realizada com 61 pessoas, através de um formulário online, disponibilizado através das redes sócias, contendo 10 perguntas voltadas ao consumo de manteigas, sendo elas: 1. Você tem o costume de consumir manteiga? ( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez 2. Com qual frequência você costuma consumir? ( ) Todos os dias ( ) de 2 a 3 vezes por semana ( ) 1 vez por mês ( ) Outro 3. Quando você consome, prefere: ( ) Manteiga industrial ( ) Manteiga artesanal 4.O que mais lhe chama atenção na compra de uma manteiga? ( ) Embalagem ( ) Marca ( ) Sabores ( ) Textura ( )Valor comercial ( ) Valor nutritivo 5. Ao consumir manteiga, você prefere as tradicionais ou com sabores diferenciados? ( ) Tradicional ( ) Sabor diferenciado 21 6. Você se interessaria em comprar uma manteiga com sabor: chocolate mesclado, ervas finas, mel? ( ) Sim ( )Nao 7. Que valor você estima em pagar uma manteiga? 8. Por que você acha que a margarina possui um consumo maior do que a manteiga? ( ) Textura ( ) Valor comercial ( ) Valor nutritivo ( ) Outro 9.Você é alergênico a algum derivado alimentício? ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual a sua expectativa para o consumo de uma manteiga com tal derivado? 10. Você costuma utilizar manteiga para produzir algum alimento, por exemplo: bolo, pão, purê... ( ) Sim ( )Não Após a coleta de informações através do formulário, obteve-se os seguintes resultados: • Em relação a gênero: 76% eram mulheres e 23% eram homens • Em relação a idade: 76% obtém de 20 a 45 anos, enquanto 21% obtém menos que 19 anos e mais que 46 anos. • Em relação ao consumo variou em 65,81% (Sim), 19,66% (Não) e 14,53% (Talvez). • A Figura 2 apresenta os dados obtidos em relação a frequência do consumo de manteigas. 22 11,11% 66,67% 10,26% 11,97% 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 Textura Valor Comercial Valor Nutricional Outro Textura Valor Comercial Valor Nutricional Outro Figura 3: Motivo da compra de manteiga pelos consumidores • Em relação a preferência de consumo, 72,57% preferem a manteiga industrializada e 27,43% tem preferência pela manteiga artesanal. • Em relação a preferência de consumo entre sabores, 84,62% optam pelo sabor tradicional e 15,38% optam por sabores diferenciados. • A Figura 3 apresenta os dados obtidos relacionados ao motivo da compra de manteigas pelo consumidor. Figura 2: Frequência do consumo de manteigas 24,79% 17,95% 36,75% 20,51% Outro 1x por mês 2x a 3x por mês Todos os dias Outro 1x por mês 2x a 3x por mês Todos os dias 23 12,82% 32,48% 29,91% 23,93% 41,88% 23,08% 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 Embalagem Marca Sabores Textura Valor Comercial Valor Nutricional Embalagem Marca Sabores Textura Valor Comercial Valor Nutricional Figura 4: Preferência do consumo entre Margarina e Manteiga. • Em relação ao interesse na compra de manteigas saborizadas (chocolate, mel, ervas finas) 66,67% dos consumidores indicaram interesse enquanto 33,33% responderam que não comprariam. • A Figura 4 apresenta a relação entre preferência de consumo entre margarina e manteiga. • Em relação a alergias a derivados alimentícios, cerca de 96,58% dos consumidores afirmaram não possuir alergias e dos 3,42% que afirmaram possuir, justificaram que são alergias a relativas a lactose e devido a isso não consumiriam o nosso produto. • Em relação ao valor que estimam pagar em uma manteiga, a média foi de R$ 6,78. • Mais de 50% dos entrevistados realizam a utilização da manteiga para produzir outros alimentos como: pães, bolos, purê, entre outros. 4.2. Dimensionamento O dimensionamento industrial consiste no levantamento das dimensões e capacidade de produção das máquinas e equipamentos utilizados nos processos. 24 A indústria possui 320,68 m², incluindo os setores de Recepção; Pesagem; filtragem; Resfriamento; Armazenamento do leite Cru; Padronização do Creme; Pasteurização; Resfriamento; Maturação do Creme; Bateção do Creme; Lavagem; Bateção/Lavagem da Manteiga; Produção da Manteiga; Laboratórios: Microbiologia, Sensorial e Físico Química; Setor Administrativo; Sanitários e Vestuário e Refeitórios. Sendo que possui um terreno com 500 m², possibilitando ampliações no negócio. E a Chocomerfy conta com 19 trabalhadores. 4.2.1. Localização A indústria fica localizada na RSC 471, BR 392. Em uma área restrita, porém a caminho da cidade de Pelotas RS, onde inicialmente será comercializada a manteiga Chocomerfy. 25 1º Sabor desenvolvido: Chocolate 2º Sabor desenvolvido: Mel 3º Sabor desenvolvido: Ervas- Finas Figura 5: Justificativa da Marca 4.2.2. Balanço de Massa: Para cada 38.575L de matéria prima que entram na indústria, após o desnatamento, são capazes de produzir 540Kg de manteiga como produto final,sendo assim a possível comercialização de 2700 unidades de manteiga com 200g em cada embalagem. 4.2.3. Registro da marca A identidade da marca integra o conjunto de características que lhe são específicas, resultantes da sua história, valores, propriedades, aspecto físico e da relação que mantém com o público, ou, em resumo, dela fariam parte os aspectos tangíveis e intangíveis atribuídos pela empresa à sua marca e que procura comunicar ao consumidor. O autor agrupa a identidade como atributos definidos em seis dimensões, indicadas entre parênteses: qualidades objetivas (ambiente físico) e subjetivas (personalidade), as quais se desenvolvem em um contexto (cultura) que lhes dão substância e força na convivência com o público-alvo (relação) e são percebidas de forma particular pelo público-alvo (reflexo), gerando neles sentimentos internos específicos (mentalização) (GARCIA, 2016). Pensando nisso, a marca Chocomerfy foi desenvolvida, visando os conjuntos de características de sua história. Pois, o início da Micro indústria foi dado visando a formulação de manteigas com sabores diferenciados do mercado, sendo o chocolate o primeiro sabor aplicado. Após este novas pesquisas de mercado foram realizadas somando a marca novas características. 26 Figura 6: Conformidade da marca perante INPI. Em seguida fez-se necessário o desenvolvimento damanteiga tradicional, para que o produto obtivesse um maior público alvo. Analisando estes dados, as linhas de sabores foram caracterizadas e posteriormente comercializadas. Deu-se origem as linhas: ChocoCau ChocoMel ChocoFin ChocoNale Realizou-se a pesquisa de mercado através do INPI, para confirmar a conformidade da marca, como mostra a Figura 6, e o logotipo foi desenvolvido através da plataforma Canva: Pode-se visualizar a marca, e suas respectivas linhas de comercialização no tópico “Anexo” deste documento. 27 4.2.4. Matéria Prima A matéria prima para o preparo da manteiga será adquirida através de fornecedores, sendo eles: A agroindústria de Mel –Francielle Campos e Lisandra Freitas. (Fornecedor escolhido por haver parceria). CIERS ALIEMENTOS. (Fornecedor escolhido por fornecer Cacau em Kg e ser uma empresa da região de Porto Alegre) Ervas-Finas – JTC DISTRTIBUIDORA. (Fornecedor escolhido por vender as Ervas – Finas por Kg e possui responsabilidade com a Matéria Prima). 28 4.3.Fluxograma do Processo Moldagem e Embalagem Malaxagem 13 - Tradicional Lavagem da Manteiga Armazenamento Lavagem do Creme Bateção do Creme Estocagem leite cru Resfriamento Desnatamento Pesagem/Filtração Recepção Resfriamento e Maturação Pasteurização do Creme Padronização do Creme Armazenamento do Creme 13 - Saborizada Adição do Mel 13 - Saborizada Adição do Chocolate 13 - Saborizada Adição das Ervas Finas 29 4.4. Memorial Descritivo de Equipamentos Utilizados para Produção O preparo da manteiga envolve duas etapas básicas; a primeira se refere ao preparo do creme (bruto), com a padronização, pasteurização e maturação. A segunda etapa é o que denominamos de bateção do creme resultando na manteiga. 4.4.1. Recepção, Pesagem, Filtração. A matéria-prima é coletada nas fazendas onde o leite é armazenado em tanques resfriadores. Estes tanques de recepção são devidamente inspecionados antes da transferência para o caminhão de transporte para ser levado à indústria de beneficiamento de leite. A seguir são descritas as etapas: Recepção: Os caminhões-tanque que chegam à indústria são recebidos em local onde o leite é medido por peso ou volume. Medida por volume: este método é realizado através de um medidor de fluxo. Para que possa ser obtida melhor precisão, é necessário eliminar a entrada de ar no equipamento. Após a remoção do ar, o leite é bombeado através do medidor de fluxo e seu volume é registrado ao final da operação. Medida por peso: pode ser realizada por duas diferentes maneiras: 1) pesando-se o tanque antes e depois de sua descarga e subtraindo-se um valor do outro; 2) utilizando-se de tanque especial, que contém células de carga nos "pés". Depois de recebido e medido, o leite é resfriado a temperaturas inferiores a 4°C e armazenado em silos de armazenamento para, em etapa posterior ser processado. O equipamento utilizado na recepção pode ser observado na figura 6 é responsável pelo recebimento o leite, realizando a desaeração, medição e bombeamento do produto para o tanque de resfriamento e estocagem. Após o leite é pesado e filtrado, depois encaminhado para tanques de recepção e mantido refrigerado até sua utilização. 4.4.2. Desnatamento Dá-se o nome de desnatamento à operação pela qual a matéria gorda é separada dos demais elementos componentes do leite. Apesar de poder ser realizado na forma natural, quase sempre é usado o desnatamento mecânico. Deve ser realizado imediatamente após a ordenha, porque assim se obterá maior rendimento, além de um creme de melhor qualidade. 30 Para que o leite seja bem desnatado, é necessário que se tenha no mínimo a temperatura de 28ºC, sendo ótima acima de 30ºC. Naturalmente, o leite é deixado em repouso durante aproximadamente 24 horas, ou mecanicamente. A principal desvantagem do desnate natural é o longo tempo para a obtenção do creme, favorecendo o desenvolvimento de micro- organismos que prejudicam o sabor e aroma da manteiga, e o baixo rendimento em comparação ao desnate mecânico, como mostrado na Figura 2. O desnate mecânico é realizado com o uso de desnatadeiras, obtendo-se um creme doce, fresco e livre do ataque microbiano e do desenvolvimento de sabores e odores estranhos, além de ser mais rápido. Após o desnate, o creme é filtrado para eliminar sujidades, como pelos, que além de prejudicar a aparência do produto também são fontes de micro-organismos. Para esta operação utiliza-se uma peneira de malhas finas (0,5 mm), como mostrado na Figura 3. 4.4.3. Resfriamento e Estocagem do Leite Cru Depois de recebido e medido, o leite é resfriado a temperaturas entre 3° C e 5° C em silos isotérmicos de aço inox até que seja enviado ao processo de fabricação. Os silos que armazenam o leite normalmente comportam de 50.000 a 100.000 litros. A refrigeração é um dos processos mais usados na conservação do leite, porque ela é capaz de sustar o desenvolvimento (multiplicação) dos germes nele contido. O resfriamento do leite deve atingir temperaturas mais baixas (1º -3ºC), quando se visa conservação mais longa, como no caso de transportes demorados. Fonte: Doc Player Fonte: PalamaticProcess Figura 8: Desnatadeira – Força Centrífuga. Figura 7: Peneira de Malhas Fina. 31 Estes tanques possuem dupla camisa de resfriamento e/ou sistema de isolamento térmico. Estes grandes depósitos devem dispor de sistema de agitação para evitar a separação da nata pela ação de gravidade. A agitação deve ser suave, pois, se procedida de forma violenta, ocorre à desintegração dos glóbulos de gordura. 4.4.4. Armazenamento do Creme O creme é resultado de todo excesso de gordura obtido na padronização do leite, sendo armazenado em tanques. Fonte: Cursos Bov Fonte: Minas Mais Figura 10: Silo de armazenamento do Leite Cru. Figura 9: Tanques de resfriamento de leite: uma solução para os produtores leiteiros. 32 4.4.5. Padronização do Creme A padronização do teor de gordura tem como objetivo ajustar e regular a gordura inicial (que se encontra na faixa de 50 a 60%) para teores compreendidos entre 35 a 40%, a qual se constitui a faixa ideal para bateção, visando principalmente um bom rendimento. O creme padronizado torna-se mais fluido consequentemente melhor para ser pasteurizado. Vale ressaltar que caso a quantidade de gordura não seja a ideal se faz o ajuste da % de gordura (se tiver abaixo, adiciona-se gordura e, se estiver acima, adiciona-se leite desnatado). O controle da acidez é um fator de suma importância nesta etapa do processo, pois além de determinar a qualidade final da manteiga, esse controle também significa a correta adequação aos parâmetros exigidos por lei, não podendo ultrapassar 20°D, podendo ser corrigido pelos neutralizantes sódicos, bicarbonato de sódio NaCHO3 carbonato de sódio Na2CO3 e hidróxido de sódio (NaOH), todos permitidos pela legislação responsável. Sendo esta regulada pelo adicionamento de bicarbonato de sódio, na concentração de 2000 mg/kg. Segue abaixo a centrífuga padronizadora figura 10, utilizada neste processo: Fonte: Alibab Fonte: Doc Player Figura 12: Tanques de Armazenamento do Creme. Figura 11: Tanques de Armazenamento do Creme 33 4.4.6. Pasteurização do Creme A pasteurização tem por finalidade evitar a propagação de doenças infecciosas, diminuir contaminações nas indústrias e prevenir possíveis alterações na manteiga. Normalmente, a pasteurização é realizada em ausência de ar mantendo-se o creme de 92°C a 95°C durante 30s. Nessas condições, há destruição dos microrganismos e enzimas presentes sem alteração das qualidades organolépticas da nata. O equipamento utilizado pararealizar esta etapa é o tanque maturador, este realiza 3 etapas em conjunto - pasteurização, resfriamento e maturação. Fonte: Productgro Figura 13: Unidade de Padronização do Creme. Figura 14: Pasteurizador. Fonte: Fabricantes e Fornecedores 34 4.4.7. Resfriamento e Maturação O resfriamento é feito entre 8 a 13°C antes da maturação por no mínimo 2h, como foi dito anteriormente, estes processos ocorrem no tanque maturador, figura 11. A maturação (bateção) aprimora a qualidade sensorial da manteiga. Quanto maior o tempo da maturação física, melhor o aspecto final da manteiga (mais amarelada, firme). Nesta fase o creme é inoculado com cultura láctica (1,5%), acidificante e aromatizante, proporcionando melhorias na consistência (textura) contribuindo no momento da bateção e melhorias no aroma através da produção de substâncias voláteis. A vantagem deste processo é que a manteiga fica mais saborosa e aromática assim como seu aspecto físico (principalmente a coloração). Pode ser uma forma de diferenciação frente ao mercado. 4.4.8. Bateção do creme de leite É nesta etapa que se tem a formação da manteiga. O creme de leite é colocado na batedeira, onde por agitação ocorrem choques dos glóbulos de gordura entre si e contra as 27 paredes. Como consequência desses choques, a uma dada temperatura, os glóbulos de gordura vão-se fundindo formando aglomerados cada vez maiores, rompendo o equilíbrio das forças de tensão superficial existente entre os componentes do creme. Com isso, a fase descontínua, constituída pelos glóbulos de gordura, no creme passa a ser a fase contínua na manteiga; o soro, que é a fase contínua no creme, passa a ser a fase descontínua na manteiga. A temperatura e o tempo da batedura dependem das condições do creme. De uma maneira geral, o tempo varia de 20 a 40min e a temperatura de 10°C a 14°C. Se o creme for batido em temperaturas inferiores a 10°C, não haverá a formação da manteiga e, em temperaturas acima de 15°C, formar-se-á uma pasta da qual é muito difícil separar o leitelho. Nesse ponto, deve ser retirado o leitelho cerca de 5% do produto, com cuidado, por meio de um sistema existente na própria batedeira. Conhece-se o ponto de formação da manteiga (quando os grupos formados atingirem o tamanho de um grão de ervilha), pelo ruído, ou observando – se o vidro que existe na tampa da batedeira, que ficará limpo, o eu indica que estão terminadas as operações. 35 Fonte: FG Indmaq 4.4.9. Lavagem da Manteiga Uma vez separado o leitelho os grãos de manteiga devem ser lavados para se retirar o soro residual. Esta operação é realizada introduzindo-se na batedeira um volume de água, aproximadamente igual ao de leitelho retirado, e fazendo-se a batedeira girar, algumas vezes, à mesma velocidade usada na batedura. Esta operação é repetida mais duas ou três vezes, ou até que a água de lavagem saia límpida. Inicia-se a lavagem com água a 8°C e, no final, utiliza-se água a 4°c, para facilitar o dessoramento e evitar que a manteiga amoleça durante o amassamento. A lavagem deve ser completa, eliminando-se ao máximo a matéria não gordurosa existente no leitelho e que é a 28 fonte de nutrição dos germes fermentativos da manteiga. Esse processo pode ser realizado na batedeira. 4.4.10. Salga – Manteiga Tradicional A salga favorece a conservação da manteiga e lhe dá um gosto especial, procurado por certos consumidores. O sal deve ser adicionado na porção de dois a seis por cento; deve ser seco, puro e fino, porém não fino demais. Uma vez estendida a manteiga no espremedor, espalha-se sobre ela e faz-se trabalhar o amassador até ficar bem misturada. Figura 15: Batedeira de manteiga em aço inoxidável. 36 4.4.11. Adição do Chocolate Para variar o sabor da manteiga de todos os dias fez-se necessário desenvolver uma nova formulação, pois algumas vezes o seu sabor cansa os consumidores. O chocolate deve ser adicionado na porção dez por cento para cada 200 g; deve ser seco, puro e fino, porém não fino demais. Uma vez estendida a manteiga no espremedor, espalha-se sobre ela e faz-se trabalhar o amassador até ficar bem misturada. 4.4.12. Adição das Ervas Finas Para variar o sabor da manteiga de todos os dias fez-se necessário desenvolver uma nova formulação, pois algumas vezes o seu sabor cansa os consumidores. As ervas devem ser adicionadas na porção dez por cento para cada 200g; deve ser seco, puro e fino, porém não fino demais. Uma vez estendida a manteiga no espremedor, espalha-se sobre ela e faz-se trabalhar o amassador até ficar bem misturada. 4.4.13. Adição do Mel Para variar o sabor da manteiga de todos os dias, fez-se necessário desenvolver uma nova formulação, pois algumas vezes seu sabor cansa os consumidores. O mel deve ser adicionado na porção dez por cento para cada 200g deve ser seco, puro e fino, porém não fino demais. Uma vez estendida a manteiga no espremedor, espalha-se sobre ela e faz-se trabalhar o amassador até ficar bem misturada. 4.4.14. Malaxagem Através desta operação que se consegue unir os grumos de gordura, dando homogeneidade e elasticidade à manteiga, bem como regulando seu conteúdo de água. Proporciona o corpo final da manteiga, com regulagem do teor de água e distribuição por igual dos temperos. A temperatura de malaxagem deve ser da ordem de 12°C a 14°C durante aproximadamente 10min. 37 Figura 16: Misturadeira e Malaxagem. Fonte: Processamento Manteiga 4.4.15. Moldagem e Embalagem A manteiga é transportada por um duto de aço inoxidável até a máquina envasadora. O preenchimento das embalagens é feito pela envasora e seladora automática. 4.4.16. Armazenamento A manteiga deve armazenada a frio sob refrigeração de uma temperatura aproximada de 0 à 5°C em toda cadeia de distribuição até o consumidor, evitando perdas na qualidade e garantindo uma durabilidade ao produto de aproximadamente 1 mês após aberta, sem perca de qualidade e sem danos à saúde do consumidor. Caso o armazenamento seja prolongado, é recomendável que este seja realizado às temperaturas entre -10 e -15°C. 38 4.5. Layout da Planta 39 ● Layout detalhado: Recepção Pesagem/filtragem Desnatamento Resfriamento/ Armazenamento do leite Cru 40 Padronização do Creme Pasteurização/Resfriamento/Matu ração do Creme Bateção do Creme/Lavagem Bateção do Creme/Lavagem da Manteiga Produção da Manteiga 41 Laboratórios: Microbiologia, Sensorial e Físico Química Setor Administrativo / Sanitários e Vestuário / Refeitórios 42 4.6. Gerenciamento de resíduos Um bom entendimento das diversas técnicas de processamento dos produtos fabricados nas indústrias de laticínios, das várias operações unitárias envolvidas e das suas fontes potenciais de águas residuárias é essencial para a minimização do volume e da carga poluidora dos despejos. Entre os pontos críticos na produção de dejetos existentes na indústria de laticínios, apresentados por MACHADO (2010, apud CARVALHO G. R., 2011) destacam-se: 1. Lavagem dos caminhões tanque, gerando grande volume de resíduos com elevada carga orgânica; 2. Pasteurização do leite, que emprega soluções alcalinas e ácidas muito concentradas na higienização do pasteurizador; 3. Lavação rigorosa dos equipamentos e do piso do setor de embalagens. Os efluentes líquidos são considerados uns dos principais contribuintes para o aumento da vazão e da carga poluidora das indústrias lácteas. Muitos laticínios descartam o soro junto com os efluentes líquidos, agravando o potencial poluidor destes resíduos. A indústria consome em média 40 m³ de água por dia (medições em campo e dados fornecidos pelo fabricante),e gera quantidade semelhante de efluentes líquidos. A maior parte deste montante é destinada à lavagem de equipamentos, pisos, caminhões e latões. Também é utilizada água para os diversos processos que ocorrem na indústria, tais como pasteurização, preparo da massa, salga e embalagem. 4.7. Controle de Qualidade A qualidade da manteiga é determinada pelos seguintes fatores: a) Fatores relacionados à fiscalização: ● Tratamento dado ao creme (se o creme foi ou não pasteurizado e fermentado de forma adequada); ● Porcentagem mínima de matéria gorda do creme; 43 ● Acidez máxima existente, no momento da fabricação e do consumo. b) Fatores relacionados à qualidade: ● Estado de limpeza e fermentação do creme utilizado; ● Tratamento dispensado ao creme; ● Procedimentos na fabricação; ● Cuidados de higiene dispensados na manipulação e ao material em geral. De cada caminhão tanque de leite recebido, são retiradas amostras em cada um dos compartimentos do tanque e enviadas ao laboratório para avaliação de sua qualidade por meio de ensaios físico-químicos e microbiológicos rápidos. Nessa fase são feitos testes para determinação de acidez (Método titulométrico com solução de NaOH 0,111N), da carga microbiana, do teor de gordura (Método Gerber é o mais usado), da presença de resíduos de antibióticos (Método Charm e Método Snap são os mais usados), eventual fraude por adição de água (Crioscopia), desnate e/ou fraude por adição de soro (Método colorimétrico) O leite, ao sair do úbere, é ligeiramente ácido - em torno de 16 a 20ºD - equivalente a um pH de 6,6 a 6,7, cerca de 1,60 a 2,00gL-1 Pelas normas vigentes, o leite é considerado ácido se apresentar uma acidez acima de 18º D. Uma acidez acima de 18º D é proveniente da acidificação do leite, causada pelo desdobramento da lactose provocada por germes que se acham em multiplicação no leite. A medida que o tempo passa, a acidez aumenta, por influência da temperatura e, principalmente, pela falta de higiene com os equipamentos utilizados durante a ordenha. Se, eventualmente, esse fato ocorrer, o leite ácido pode ter destinações diversas como: Devolução ao produtor; Utilização para produção de produtos como queijo parmesão, requeijão, mussarela, etc. ou utilização como ração animal; Descarte como efluente a ser tratado, o que representará simplesmente custo para a indústria. 44 Há uma fuga de responsabilidades entre o Ministério da Agricultura e Ministério do Meio Ambiente quanto ao destino ideal desse leite contaminado. Conceitualmente, este leite não deve ser devolvido ao produtor, para que não venha ser destinado a outra indústria, mas retê-lo e/ou processá-lo como efluente é 44 um custo que onera indevidamente a indústria. Quando no teste de crioscopia fica comprovada a adição de água ao leite, o fornecedor é proporcionalmente penalizado, com descontos exigidos pela indústria. Embora o maior percentual do leite seja constituído de água, sua adição ao leite constitui prática fraudulenta que poderá levar à contaminação do leite e fatalmente à perda de seu valor nutritivo face à diluição do mesmo. As carretas que chegam às indústrias são lavadas externamente para uma limpeza grosseira. Em seguida é efetuado o descarregamento do leite, acompanhado de uma limpeza interna de seu tanque na seguinte sequência: a) Enxágue com água potável a 40º C. b) Limpeza com solução alcalina (NaOH) a 1%, a 75º C. c) Enxágue com água potável à temperatura ambiente. OBS: Um mesmo caminhão/carreta deve ter seu tanque limpo, uma vez por semana, adicionalmente à sequência anterior, com solução ácida (HNO 3) a 1% e a 75º C. Após essa limpeza, deve-se fazer enxágue com água à temperatura ambiente, novamente. Para dos limpeza dos silos e de tanques de armazenamento de leite e soro. Esse processo é o mesmo adotado na recepção de leite, gerando o mesmo tipo de efluente. O processo de limpeza de pisos em geral, em praticamente todos os processos operacionais de um laticínio há perdas naturais e derramamentos eventuais que acabam nos pisos. Estes pisos são diariamente lavados e geram efluente de água misturada a essas perdas ou derramamentos. Para a efetivação do controle de qualidade é de suma importância a realização das seguintes análises: ● Umidade: em estufa a 105°C até peso constante ● Gordura: no butirômetro de Gerber para manteiga ● Insolúveis em éter: resíduo da determinação da umidade são tratados com uma mistura álcool – éter neutro, filtrados e levados a estufa a 80°C– 100°C por 15 a 20 min e levado a dessecador com cloreto de cálcio para ser resfriado e pesado ● Sal: titulométrico com nitrato de prata e cloreto de potássio como indicador, determinando-se cloretos 45 ● Insolúveis em água: determinado sobre o resíduo filtrado e dessecado a 100°C por 30 a 40 min, da determinação de sal por diferença de peso inicial e final. ● Acidez livre: titulométrico em solução decinormal de hidróxido de sódio sobre a amostra a aquecida a 45°C – 50°C, filtrada e diluída em solução neutra de éter – álcool em presença de indicador de fenolftaleína a 1%, para determinação de ácidos graxos livres. ● Bacteriológico: NPM- ágar padrão Contagem de germes acidificantes e alcalinizantes em ágar azul da china Micomicetos: fungos e levedura em ágar batata glicosada Coliformes: mesma técnica empregada para coliaerógenes do leite. É de suma importância que a indústria possui PPHO, APCC, PCC, entre outros; e sigam as BPF’s para que não ocorra falhas no controle de qualidade, podendo ocasionar defeitos de: ● Sabor e aroma: ● De peixe: degradação de lecitinas e formação de trimetilamina ● Cozido, caramelo ou queimado: pasteurização imperfeita e sujeira nas placas do pasteurizado ● Soro: natas de granja desacidificadas demasiadamente ● Malte_ S. lactis, S. diacetilactis e S. feacalis: formação de metilbutanol pela degradação da leucina ● Queijo: degradação da caseína da nata por germes proteolíticos da poluição ● Metálico: oxidação rápida da gordura e metais dos materiais de processamento ● Ranço, estábulo: lavagem insuficiente ou de produtos com que esteve em contato e próximos do lugar de armazenamento. ● Textura pastosa: granulosa: glicerídeos formam grandes cristais, falta de coesão pela pouca quantidade de oleínalivre. ● Arenosa: cristalização de grânulos de manteiga durante o esfriamento formados antes da pasteurização e que se funde durante a mesma. 46 ● Oleosa: presença de oleína livre em excesso, líquida a temperatura ambiente. ● Salga: excessiva, mal distribuída ● Apresentação: embalagem inadequada, má apresentação defeitos da confecção. 4.8. Legislação Vigente As legislações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento preconizam os seguintes padrões para Manteiga: ● Definição Com o nome da manteiga entende se o produto gorduroso obtido exclusivamente pela bateção e malaxagem, com ou sem modificação biológica de creme pasteurizado derivado exclusivamente do leite de vaca, por promessa tecnologicamente adequados. A matéria gorda da manteiga deverá estar composta exclusivamente de gordura láctea. Manteiga Extra: É a manteiga que corresponde à classe de qualidade I da classificação por avaliação sensorial, segundo Norma FIL 99A: 1987. Manteiga de Primeira Qualidade: É a manteiga que corresponde à classe de qualidade I da classificação por avaliação sensorial segundo a Norma FIL 99A: 1987. ● Designação (Denominação de venda) “Manteiga” ou “Manteiga sem sal”, “Manteiga salgada” ou “Manteiga com sal”, segundo corresponda ao definido no item. Poderá denominar se “manteiga maturada”, se corresponder, segundo o definido, no item. Poderá denominar se “manteiga extra” ou “manteiga de primeira qualidade” se corresponder à classificação. ● Ingredientes obrigatórios:Creme pasteurizado obtido a partir do leite da vaca. ● Ingredientes opcionais: Cloreto de sódio até Máximo de 2g/100g de manteiga. (manteiga salgada) Fermento lácticos selecionados (manteiga maturada) ● Requisitos: Características sensoriais 47 Aspectos. Consistência sólida, pastosa à temperatura de 20ºC, de textura lisa uniforme, untosa, com distribuição uniforme de água (umidade). Cor Branco amarelada sem manchas ou pontos de outra coloração. No caso de manteiga salgada a percentagem de matéria gorda não poderá ser inferior a 80% ● Acondicionamento. A manteiga deverá ser envasada com materiais adequados para as condições Armazenamento e que confiram proteção apropriada contra a contra a contaminação. ● Rotulagem: Será aplicada a legislação específica. Será denominado “manteiga” ou “manteiga salgada” ou “manteiga com sal” segundo corresponda. Poderá indicar se como “manteiga sem sal”, no caso de não haver sido utilizado sal como ingrediente opcional. Poderá denominar se “manteiga maturada”, quando corresponder. Poderá declarar se “Extra” ou de “Primeira Qualidade” se estiver de acordo com a classificação (MAPA, 1996). Tabela 1: Padrões exigidos pela legislação. ● Quanto ao Estabelecimento e Água utilizada no Processamento: O estabelecimento que produz creme para produção demanteiga deve possuir ainda os equipamentos listados na InstruçãoNormativa para produção de creme de leite, exceto a envasadora. A água gelada utilizada no processo de fabricação da manteiga pode ser obtida pelo uso de tanque de refrigeração porexpansão, o qual deverá ser instalado de forma a impossibilitar orisco de contaminação cruzada (MAPA, 2017). Tipo Extra 1° Qualidade Matéria Gorda 83,0% 80,0% Acidez (cm3) 3,0 p.1 8,0 p1 Sal 2,0% 2,5% Corante Vegetal Não Facultativo 48 ● Padrões Microbiológicos: Manteiga: Gordura láctea (gordura anidra de leite ou butter-oil): Coliformes a 45ºC/g 10; Estaf.coag.positiva/g102; Salmonellasp /25g. 5. Considerações finais Com base no estudo realizado e nas informações apresentadas, é viável o desenvolvimento de uma micro indústria voltada para este setor de lácteos, dando ênfase na inovação da comercialização de sabores diferenciados de manteigas, com isso aumentando o consumos de derivados lácteos, bem como a procura dos consumidores por produtos que contém um alto valor nutritivo. O gerenciamento de resíduos foi muito bem efetuado, demonstrando assim que a indústria se preocupa com o meio ambiente, observa-se isto com o reaproveitamento dos efluentes líquidos gerados para lavagem de equipamentos, pisos, entre outros. O fluxograma de processo, bem como o layout da indústria se encaixaram em perfeita harmonia, quando efetuados. Observa-se este efeito tendo como principal base o controle de qualidade, onde não há possibilidade de contaminação e/ou erros de processamento derivados por barulhos, falta de espaço e/ou equipamentos, entre outros fatores que possam prejudicar o fluxo de processo. Os produtos apresentaram conformidade com as legislações vigentes, apresentando padrões físico-químicos e microbiológicos. Por fim, a Micro Indústria de Manteigas Chocomerfy obteve êxito em suas ações e busca ampliar seu mercado, e buscar novos recursos e sabores. Aumentar seu número de produção e ampliar o negócio, desde o espaço físico, realizar mais contratos abrindo novas oportunidades no comércio. 49 Figura 17: Logomarca da Micro Indústria de Manteigas Figura 18: Logomarca aplicada a embalagem 6. Anexos 50 Figura 19: Manteiga Chocomerfy linha ChocoCau Figura 20: Manteiga Chocomerfy linha ChocoMel 51 Figura 22: Manteiga Chocomerfy linha ChocoFin Figura 21: Manteiga Chocomerfy linha ChocoNale 52 Referências Bibliográficas BRAGANTE, A.G..Processamento de cacau e fabricação de chocolate. 2010. BRASIL. Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI. Ministério da Economia. Rio de Janeiro, Dezembro de 1970. CARVALHO, Carlos Alfredo L. de; et al. Mel de abelhas sem ferrão: contribuição para a caracterização físico-química. Universidade Federal da Bahia. SEAGRI-BA, 2005. EMBRAPA. Manteiga. Parque Estação Biológica. Brasília, 2018. ERVA.In BritannicaEscola. Web, 2019. BEHMER, Manuel Lecy Arruda. Tecnologia do Leite: leite, queijo, caseína, iogurte, sorvetes e instalações: produção, industrialização, análise. Livraria Nobel S.A. 13ª ver. e atualizada. 15 ed. ex.9. São Paulo, 1984. GARCIA, Fernanda Cunha. 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