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Outros Antibióticos: Inibidores da Tradução

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Outros antibióticos que apresentam mecanismo de ação diferentes das penincilias e cefalospirinas 
Inibidores da Tradução da síntese protéica 
Todos os fármacos desse grupo atuam se ligando ao ribossomo bacteriano diminuindo a síntese proteica da bactéria e levando a uma redução do crescimento e da proliferação das bactérias.
Os inibidores da tradução apresentam três características gerais: 
1) O alvo é a subunidade do ribossomo bacteriano. 
2) Seletividade: além dos efeitos inibitórios sobre os ribossomos bacterianos, podem afetar os ribossomos de mamíferos. Então alguns efeitos adversos podem acontecer em decorrência dessa questão de menor seletividade. 
3) A inibição completa da síntese protéica não é suficiente para matar uma bactéria  bacteriostáticos.
Fármacos: Tetraciclinas, Macrolídeos e Clindamicina 
→ Todos eles atuam inibindo a síntese de proteínas bacterianas através de sua ligação aos ribossomos, interferindo na sua função.
Tetraciclinas
São antibióticos bacteriostáticos (ligam-se reversivelmente à subunidade 30S do ribossomo bacteriano) de amplo espectro, largamente utilizados.
São ativas contra numerosas bactérias Gram positivas e Gram negativas, sendo de amplo espectro.
Absorção da tetraciclina é reduzida com a ingestão de alimentos, devendo ser tomado de estômago vazio (absorção principalmente na porção anterior do intestino delgado). 
Absorção é reduzida pela co - administração de cátions (cálcio, ferro, magnésio)  e com isso não devem ser administradas com leite, antiácidos ou sulfato ferroso uma vez que podem ter um prejuízo tanto na absorção de cátion quanto do medicamento. Quando as tetraciclinas já estão na circulação ocorre a mesma interação com cátions (cálcio) causando um sequestro do fármaco no osso e no dente provocando um potencial aparecimento de anormalidades de desenvolvimento em pacientes pediátricos.
Apresentam alta seletividade para bactérias, pois inibem a síntese proteica nas bactérias sem inibir no hospedeiro, provocando a seletividade; 
A elevada seletividade provém do acúmulo ativo desses fármacos nas bactérias, mas não nas células dos mamíferos (os mamíferos não contém o sistema de transporte ativo presente nas bactérias) fazendo com que as tetraciclinas sejam antibióticos pouco tóxicos; 
Excreção: É principalmente renal.  
Ligação às proteínas plasmáticas: é muito variável: 20-67%.  
Distribuição: Largamente distribuído aos tecidos corporais e fluidos incluindo líquido pleural, secreção brônquica, catarro, fluido ascítico, fluido sinovial, humor aquoso e fluido prostático. Pequena penetração no SNC
Reações adversas
Reações de hipersensibilidade são raras; 
Efeitos ligados principalmente à toxicidade direta do fármaco ou à alteração da microbiota. 
· Efeitos comuns: Diarréias e desconforto gastrointestinal (toxicidade direta e alteração da microbiota).  Deformações dentárias e ósseas em crianças menores de 8 anos( sendo contra-indicados para paciente pediátricos. 
· Efeitos ocasionais: Hepatotoxicidade (Dose relacionada), podendo acumular até atingir níveis tóxicos em pacientes com insuficiência renal.
Macrolídeos 
→ Caracterizados por um anel de lactona macrocíclica (apresenta 14 ou 16 átomos) ao qual se ligam açúcares. 
→ A eritromicina é o medicamento natural do grupo que foi obtida do fungo Streptomyces erythreus (1952). 
→ A claritromicina e a azitromicina são derivados semi-sintéticos da eritromicina.
· Eritromicina 
→ Mostra-se eficaz contra bactérias Gram + : pneumococos, estreptococos, estafilococos e corinebactérias.
→ É pouco solúvel em água, sendo fornecidas na forma de vários ésteres e sais.
→ Os ésteres são bastante resistentes ao ácido tendo boa absorção pela VO, porém sofre interferência de alimentos, não sendo administradas de estômago cheio . → Pode ser administrada EV. 
→ Grandes quantidades da dose administrada são excretadas na bile e eliminadas nas fezes (excreção renal de apenas 5%). 
→ A droga é absorvida e distribui-se amplamente (Exceto SNC e LCR); atravessa a placenta e atinge o feto.
Reações adversas: 
→ Ocasionalmente, a administração VO é acompanhada de anorexia, náusea, vômitos e diarreia promovendo estimulação direta da motilidade intestinal; devido a problemática gastrointestinais gera uma necessidade de administração de estômago vazio
→ Reações de hipersensibilidade; 
→ Ocasionalmente, hepatotoxicidade.
· Claritromicina
→ Derivado semi-sintético da eritromicina; 
→ É mais estável em meios ácidos e a absorção oral em comparação com a eritromicina é melhor (os alimentos não interferem na absorção); 
→ A claritromicina e a eritromicina são praticamente idênticas na sua atividade antibacteriana; Os estreptococos e estafilococos resistentes à eritromicina também apresentam resistência à claritromicina.
Administração VO e EV; 
Meia-vida da claritromicina (6 h), é maior que da eritromicina (1,5 h)  permitindo uma melhor posologia; 
Vantagens da claritromicina em relação à eritromicina:  apresenta uma menor frequência de intolerância gastrointestinal e a possibilidade de um maior intervalo entre as doses, podendo ter doses menos frequentes. 
→ Eritromicina e claritromicina são terapeuticamente muito semelhantes e a escolha baseia-se, em geral, no seu custo e na sua tolerabilidade.
· Azitromicina 
→ O espectro de atividade e os usos clínicos são praticamente idênticos aos da eritromicina e claritromicina; 
→ É rapidamente absorvida e bem tolerada por VO (no entanto os alimentos interferem na absorção, devendo ser tomado de estômago vazio); 
→ Mostra-se ligeiramente menos ativa do que a eritromicina e a claritromicina contra os estafilococos e estreptococos, entretanto ainda é medicamento mais utilizado do grupo; 
→ O fármaco penetra na maioria dos tecidos (exceto a barreira hemato encefálica); 
→ É a mais utilizada do grupo por se um medicamento liberado lentamente dos tecidos (fica retido de 2 a 04 dias nos tecido) e a meia vida de aproximadamente 3 dias, permitindo o encurtamento da duração do tratamento.
Clindamicina
→ É um medicamento de segunda escolha para a profilaxia antibiótica no caso dos pacientes que apresentam hipersensibilidade às penicilinas.
→ É um antibiótico sintético que atua inibindo a síntese proteica ao ligar-se à ribossomo bacteriano.
→ Mostra-se eficaz tanto contra bactérias Gram +: pneumococos, estreptococos, estafilococos e corinebactérias quanto bactérias Gram -.
→ Administração por via oral, endovenosa ou IM.  
A clindamicina mantêm concentrações séricas altas e sustentáveis por um longo período de 8 a 12 h (parenteral) e 6 a 8 horas por via oral.  
→ Penetra bem na maioria dos tecidos, inclusive nos abscessos, sendo captadas pelos PMN (a concentração no líquor é baixa mesmo na inflamação da meninge).  
→ Excreção predominantemente biliar (90%) e urina (10%).
→ Sofre alta metabolização hepática sendo recomendada a diminuição da dose em pacientes com insuficiência hepática.
Principais indicações:  
Pelo fato dela conseguir penetrar em abcessos e em regiões de pus, ela é indicada para:
→ Condições em que os ambientes estão muito contaminados infectados
→ Infecções intra-abdominais e pélvicas envolvendo anaeróbios G+ e G-.  Tratamento de feridas penetrantes no abdome e intestino;  Aborto séptico e abscessos pélvicos.  Segunda escolha no tratamento da quimiprofilaxia antibiótica.
Efeitos Adversos: 
Diarréia, desconforto intestinal, náuseas vômitos, flatulência, dor abdominal etc.  
Injeções IV podem ser irritantes para os vasos podendo levar a tromboflebites.  
Injeção IM dolorosa.  
→ Sem efeitos tóxicos ou teratogênicos para o feto.

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