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Universidade Federal do Oeste do Pará Instituto de Engenharia e Geociências Bacharelado em Geofísica Introdução a Geofísica Resumo 04 Levantamento Elétrico Disciplina: Introdução a Geofísica Professor: Umberto José Travaglia Filho Aluno: Lailson Gomes Ferreira Nº Matrícula: 2020002042 Semestre: 2020.1 Turma: 2020 Resumo Levantamento Elétrico 8.1 Introdução Há muitos métodos de levantamento elétrico. Alguns fazem uso de campos dentro da Terra, enquanto outros requerem a introdução no solo de correntes geradas artificialmente. O método de resistividade (resistivity method) é usado no estudo de descontinuidades horizontais e verticais nas propriedades elétricas do solo e também na detecção de corpos tridimensionais de condutividade elétrica anômala. É rotineiramente usado em investigações na engenharia e hidrogeologia para investigar a geologia de subsuperfície rasa. O método de polarização induzida (induced polarization method) faz uso da ação capacitiva da subsuperfície para localizar zonas onde os minerais condutivos estão disseminados dentro de suas rochas hospedeiras. O método de potencial espontâneo (self-potential method) faz uso das correntes naturais fluindo no solo, que são geradas por processos eletroquímicos, para localizar corpos rasos de condutividade anômala. 8.2 Método de Resistividade 8.2.1 Introdução No método de resistividade, correntes elétricas artificialmente geradas são introduzidas no solo, e as diferenças de potencial resultantes são medidas na superfície. Os desvios do padrão de diferenças de potencial esperado do solo homogêneo fornecem informações sobre a forma e as propriedades elétricas das inomogeneidades de subsuperfície. 8.2.2 Resistividade de rochas e minerais A resistividade (resistivity) de um material é definida como a resistência em ohms entre as faces opostas de um cubo unitário do material. Para um cilindro condutor de resistência (5R, comprimento (5l e área de seção transversal (5A (Fig. 8.1), a resistividade p é dada por 𝝆= 𝛅𝐑𝛅𝐀 𝛅𝐋 EQ. 8.1 A unidade no SI da resistividade é o ohm-metro (ohmm) e a recíproca da resistividade é chamada condutividade (condutivity) (unidades: siemens (S) por metro; 1 Sm-l = 1 ohm-1m-l; o termo 'mho' para o inverso de ohm é algumas vezes encontrado). A resistividade é uma das propriedades físicas mais variáveis. Certos minerais, como metais nativos e grafite, conduzem eletricidade via a passagem de elétrons. A maior parte dos minerais formadores de rochas é, entretanto, isolante, e a corrente elétrica é conduzida através de uma rocha principalmente pela passagem de íons nas águas dos poros. A resistividade efetiva pode também ser expressa em termos da onde 𝛟 é a porosidade, f a fração de poros contendo água de resistividade 𝝆𝒘 a, b e c são constantes empíricas. 𝝆𝒘 Pode variar consideravelmente de acordo com as quantidades e condutividades dos materiais dissolvidos. 8.2.3 Fluxo de corrente no solo Considere o elemento de material homogêneo mostrado na Fig. 8.1. Uma corrente I é passada através do cilindro causando uma queda de potencial -DV entre as extremidades do elemento. (VER NO LIVRO Geofísica de Exploração) A lei de Ohm relaciona a corrente, a diferença de potencial e a resistência de forma que -DV = bRI, e da Eq. 8.1, bR = pDl/DA. Substituindo 𝜹𝑽/𝜹L representa o gradiente de potencial através do elemento (em volt 𝐦−𝟏 e i a densidade de corrente (em A 𝐦−𝟐). Em geral, a densidade de corrente em qualquer direção, dentro de um material é dada pela derivada parcial negativa do potencial naquela direção, dividido pela resistividade. A sondagem elétrica vertical - SEV (vertical electrical sounding - VES), também conhecida como sondagem elétrica (electrical drilling) ou sonda de expansão (expanding probe), é usada principalmente no estudo de interfaces horizontais ou quase horizontais. A corrente e os eletrodos de potencial são mantidos no mesmo espaçamento relativo, e o arranjo todo é progressivamente expandido ao redor de um ponto fixo central. Consequentemente, as leituras são tomadas enquanto as correntes atingem progressivamente maiores profundidades. A técnica é extensivamente usada em levantamentos geotécnicos para determinar espessura de sobrecarga e também em hidrogeologia, para definir zonas horizontais de estratos porosos. O caminhamento de separação constante (constant separation traversing-CST), também conhecido como 'perfilagem elétrica' ('electrical profiling'), é usado para determinar variações verticais de resistividade. A corrente e os eletrodos de potencial são mantidos a uma separação fixa e progressivamente movidos ao longo do perfil. Esse método é empregado em prospecção mineral para localizar falhas ou zonas de cisalhamento e para detectar corpos localizados de condutividade anômala. É também usado em levantamentos geotécnicos para determinar variações na profundidade do embasamento e a presença de descontinuidades abruptas. 8.2.4 Arranjos de eletrodos Muitas configurações de eletrodos foram projetadas (Habberjam, 1979) e, embora várias sejam ocasionalmente empregadas em levantamentos especializados, somente duas estão em uso comum. A configuração Wenner (Wenner configuration) é a mais simples, já que a corrente e os eletrodos de potencial são mantidos a um mesmo espaçamento Q (Fig. 8.6). A substituição dessa condição na Eq. 8.9 fornece Durante a sondagem SE\!; o espaçamento Q é gradualmente aumentado ao redor de um ponto fixo central, e no CST, o arranjo todo é movido ao longo de um perfil com um valor fixo de Q. A eficiência na execução da sondagem elétrica vertical pode ser grandemente aumentada fazendo-se uso de um cabo multinúcleo ao qual um número de eletrodos é permanentemente ligado segundo separações padrão (Barker, 1981). Uma sondagem pode ser rapidamente realizada fazendo-se uma troca entre diferentes conjuntos de quatro eletrodos. Nos levantamentos com a ·configuração Wenner, todos os quatro eletrodos precisam ser movidos entre sucessivas leituras. Esse trabalho é parcialmente superado pelo uso da configuração Schlumberger (Schlumberger configuration) (Fig. 8.6), em que os eletrodos de potencial internos têm um espaçamento 2l, que é uma pequena proporção dos eletrodos de corrente externos (2l). Nos levantamentos CST com a configuração Schlumberger, vários movimentos laterais dos eletrodos de potencial podem ser acomodados sem a necessidade de mover os eletrodos de corrente. Nos levantamentos SEV, os eletrodos de potencial permanecem fixos e os eletrodos de corrente são expandidos simetricamente ao redor do centro do arranjo. Para valores muito grandes de l pode, entretanto, ser necessário aumentar também l para que seja mantido um potencial mensurável. Para a configuração Schlumberger Onde x é a separação dos pontos médios dos eletrodos de potencial e de corrente. Quando usada simetricamente, x = O; assim 8.2.5 Equipamento de levantamento de resistividade Os instrumentos de levantamento de resistividade são projetados para medir a resistência do solo, ou seja, a razão (∆𝑽/𝑰) nas Eqs. 8.10, 8.11 e 8.12, com uma precisão muito alta. Eles devem ser capazes de medir níveis de resistência muito baixos comumente encontrados em levantamentos de resistividade. Os valores de resistividade aparente são calculados. A partir das medidas de resistência usando-se a fórmula relevante para a configuração de eletrodos em uso. A maior parte dos medidores de resistividade utilizados são de corrente alternada de baixa frequência, preferencialmente aos de corrente contínua, por duas principais razões. Primeiro, se a corrente contínua for utilizada, haverá, ao final, um aumento de ânions ao redor do eletrodo negativo e cátions ao redor do eletrodo positivo,ou seja, ocorrerá uma polarização eletrolítica e está inibiria a chegada de mais íons aos eletrodos. Os medidores de resistividade são projetados para medir diferenças potenciais quando nenhuma corrente está fluindo. Esse método nulo é usado para superar os efeitos de resistência de contato dos eletrodos com o solo. O potencial entre os eletrodos de potencial é equilibrado pelo potencial fornecido por uma resistência variável. Nenhuma corrente, então, flui no circuito de resistividade, de modo que a resistência de contato não fará nenhum registro e a leitura da resistência variável representa a resistência verdadeira do solo (igual à razão ∆𝑽/𝑰 na equação relevante). Os levantamentos de resistividade de penetração rasa podem se tornar mais eficientes pelo uso de eletrodos de impulso que são montados em pequenas rodas e rebocados ao longo de um perfil por um operador. Avanços na tecnologia de instrumentação também levaram ao desenvolvimento de eletrodos na forma de antenas, que são acoplados por capacitância ao solo (Panissod et al., 1998), de forma que não há necessidade de se colocar os eletrodos de impulso no solo, e um CST pode ser realizado por um operador rebocando o arranjo numa velocidade de caminhamento, a pé ou por veículo. 8.2.6 Interpretação dos dados de resistividade Os levantamentos elétricos estão entre os mais difíceis, entre todos os métodos geofísicos, de se interpretar quantitativamente, por causa da base teórica complexa da técnica. Na interpretação de resistividade, a análise matemática é mais altamente desenvolvida para SEV, bem menos para CST sobre estruturas bidimensionais e menos desenvolvida ainda para CST sobre corpos tridimensionais. O método de resistividade utiliza um campo potencial e, consequentemente, sofre dos problemas de ambiguidade similares aos dos métodos gravitacional e magnético. Uma vez que um campo potencial está envolvido, a assinatura da resistividade aparente de qualquer estrutura deve ser calculada pela solução da equação de Laplace (Seção 6.11) e pela inserção das condições de contorno para a estrutura particular sob consideração, ou integrando-a diretamente. Na prática, tais soluções são invariavelmente complexas. Consequentemente, uma abordagem simplificada é inicialmente adotada aqui, onde se assume que os campos elétricos agem de maneira semelhante à luz. Deve ser lembrado, entretanto, que essa analogia óptica não é estritamente válida em todos os casos.
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