Buscar

Histologia dos Neurotransmissores e Receptores

Prévia do material em texto

Histologia dos Neurotransmissores e Receptores – Depressão e síndrome do pÂnico
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
Definição. 
Caracterizam-se por tristeza suficientemente grave ou persistente para interferir no funcionamento e, muitas vezes, para diminuir o interesse ou o prazer nas atividades. A causa exata é desconhecida, mas provavelmente envolve hereditariedade, alterações nos níveis de neurotransmissores, alteração da função neuroendócrina e fatores psicossociais. O diagnóstico baseia-se na história. O tratamento geralmente inclui medicações, psicoterapia ou ambos e, algumas vezes, eletroconvulsoterapia (ECT). 
É uma doença incapacitante, que compromete a saúde física e limita a atividade dos indivíduos acometidos, porém, é relativamente fácil de diagnosticar e de tratar. 
Na depressão, consoante aos Critérios Diagnósticos do Episódio Depressivo Maior pelo DSM-IV, deve haver obrigatoriamente presença de humor depressivo ou perda de interesse ou prazer durante pelo menos duas semanas, além de outros sintomas relacionados, tais como: 
➢ Alterações psicomotoras e de sono; 
➢ Redução no grau de concentração; 
➢ Variação de peso corporal e perda de energia;
OBS: Pacientes acometidos podem apresentar também distúrbios cardiovasculares, cérebrovasculares, músculo-esqueléticos, metabólicos, pulmonares e dores crônicas.
Fisiopatologia
Está associada a alterações nas vias de sinalização que regulam a Neuroplasticidade e a Sobrevivência celular. 
➔ Fator Neurotrófico (neurotrofinas - proteínas) derivado do cérebro apresenta um papel crucial na regulação da atividade sináptica e plasticidade, pois induzem a sobrevivência e desenvolvimento de neurônios, relacionando à depressão maior com danos nas Vias de Sinalização Celular. Entretanto, para a transcrição desta neurotrofina é necessário a ativação de mecanismos de sinalização, incluindo cálcio, CREB, MEK, MeCP2, CaMKIIe hormônios. 
A fisiopatologia da depressão não é única e se divide em 5 vias: 
1. Uma Redução no Sistema de Monoaminas: representam um grupo de neurotransmissores que incluem: serotonina, dopamina, noradrenalina, entre outros. 
2. Aumento da Perda de Células Neuronais pode contribuir para a fisiopatologia, por isso, surge o interesse nos Efeitos Tróficos e Anti-Apoptótico de Drogas Antidepressivas 
3. Relacionada com danos na Via de Sinalização que controla a Neuroplasticidade e Sobrevivência Celular e com a diminuição de número e tamanho de células nervosas no Hipocampo (REDUÇÃO DO VOLUME HIPOCAMPAL E DE ESTRUTURAS LÍMBICAS), que afetam a Memória 
4. A desregulação neuroendócrina pode ser um fator, com ênfase particular em 3 eixos: hipotálamo-hipófise-adrenal, hipotálamo-hipófise-tireoide e hormônio do crescimento. Alterações no Sistema de Dopamina Estriatal podem estar relacionados com a Anedonia (não sente prazer) apresentada por pacientes. 
5. Redução de Fatores de Crescimento, principalmente o BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro) 
- As Neurotrofinas são uma família de Proteínas que promovem a Diferenciação e Sobrevivência de Neurônios e participam na Modulação da Transmissão e Plasticidade Sináptica. Dentre as que pertencem a família de neurotrofinas tem-se o NGF (Fator de Crescimento do Nervo, do inglês nerve growth factor), BDNF e Neurotrofina 3 (NT-3), NT-4/5 e NT-6.
Essas proteínas são sintetizadas como proteínas no Retículo Endoplasmático. Posteriormente são clivadas em moléculas que ainda sofrem modificações, até finalmente acabar em Vesículas Secretoras.
Os Fatores Neurotróficos medeiam funções celulares, através da ativação de receptores e expressão de genes. 
Neuroplasticidade - envolve processos (formação dendrítica, remodelação sináptica, potenciação de longa duração (LTP), desenvolvimento axonal, e neurogênese), tornando o cérebro capaz de se adaptar e responder perante estímulos.
- BDNF (estresse crônico = a diminuição dos níveis de BDNF)
Tem se mostrado na Regulação da Atividade Sináptica e Plasticidade, tanto através de mudanças funcionais como estruturais nos neurônios
O CREB (proteína ligante) é alvo deste mecanismo, já que o mesmo é responsável pela Transcrição de um Número de Genes que promovem a Resistência Celular, incluindo a 
Bcl-2 que através da inibição da liberação do Citocromo C garante um Efeito Antiapoptótico (ALVO DA TERAPIA ANTIDEPRESSIVA)
O Estresse Crônico diminui a Expressão de BDNF e inibe a Fosforilação do CREB no Giro Dentea
A Bcl-2, além de ter Propriedades Antiapoptóticas, também apresenta características Neuroprotetoras contra estímulos nocivos, formação de radicais livres de oxigênio e glutamato em excesso. Ao mesmo tempo, possui Funções Neurotróficas, promovendo o crescimento neuronal, ramificação dendrítica e regeneração axonaldo (Isso determina o Grau da Depressão)
 Transtorno de pânico 
O TP é um dos transtornos de ansiedade, caracterizado por ataques de pânico recorrentes acompanhados por uma persistente preocupação com ataques adicionais e alterações mal adaptativas do comportamento (Associação Americana de Psiquiatria - DSM-V). 
➔ Etiologia: ainda não é conhecida, mas deve envolver uma interação de fatores genéticos, de desenvolvimento e ambientais que resultam em alterações no funcionamento de áreas cerebrais.
A idade de início dos sintomas do Transtorno do Pânico apresenta aumento gradual de incidência durante a adolescência, permite associações com alterações biológicas que ocorrem nesse período, como hormonais e na estrutura cortical.
Existem evidências de que o Córtex Pré-Frontal Ventromedial é hipoativo em distúrbios de ansiedade, o que pode levar a tônus inibitório diminuído sobre Estruturas Subcorticais, que têm ligação com o transtorno do pânico, tais como a Amígdala, o Hipotálamo, Ínsula e a Substância Cinzenta Periaquedutal.
OBS: Ínsula - é a Área Cerebral que responde a uma grande variedade de Estímulos Interoceptivos e que tem seu volume alterado em pacientes com Pânico.

Continue navegando