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Lábio Duplo Equipe: Carmen Letícia Santos Francielle Schmitz de Paula Helder Augusto Walter Mariana Brettas Michelly Gorden Nadine Pereira Estudo com base no artigo “Congenital Double Lip: A Rare Deformity Treated Surgically” Autores: Titiksha Aggarwal*, Kirti Chawla, Arundeep Kaur Lamba, Farukh Faraz, Shruti Tandon Publicado pelo Department of Periodontics, Maulana Azad Institute of Dental Sciences, New Delhi, India 2016 www.wjps.ir /Vol.5/No.3/September 2016 2 Conceitos • O lábio duplo é uma anomalia rara que envolve um ou ambos os lábios, mas principalmente superior. • Pode ser congênito ou adquirido. • O lábio duplo congênito é um aumento não inflamatório do lábio devido a hiperplasia¹ de tecido glandular, ou devido à proeminência do sulco horizontal entre as partes em desenvolvimento de lábio, denominadas: “pars glabrosa” e “pars villosa”. • O lábio duplo é a hipertrofia² da Pars Villosa que surgi durante o 2º e 3º mês de gestação. – Pars glabrosa é uma zona externa lisa próxima à pele. – Pars villosa é uma zona interna semelhante à mucosa da cavidade oral. • O lábio duplo é conhecido também como '' macrocheilia³ '' ou “hamartoma4”. 3 Características • Clinicamente, o lábio duplo fica proeminente quando o músculo orbicular está tensionado, como durante o sorriso, durante a fala, e na tentativa de mostrar os dentes. Raro aparecer com o lábio em repouso. • O lábio duplo congênito geralmente aparecem após a erupção dos dentes permanentes. • Além da deformação estética, pode ocorre também o prejuízo na fala e na mastigação. • Quando há a deformidade bilateral esta pode ser decorrente de traumas ou hábitos, tais como: ficar sugando os lábios entre os diastemas ou decorrentes de próteses dentárias mal colocadas. • Não há predileção na raça. A partir de 2009, observou-se predileção pelo sexo masculino. • A proeminência tende a ser simétrica, tanto unilateral como bilateral, ainda nos casos de constrição do frênulo central superior. 4 Deformidade bilateral dos lábios Lábio Duplo Pode ocorrer isoladamente. Ou como parte da Síndrome de Ascher que também está associada à: 5 Bócio Eutireoidiano (Transtornos da tireóide) Bleferocalase (Pálpebras caídas) Caso Clínico • Paciente: Homem, 20 anos, sem doença sistêmica associada, sem tratamento dental até a data, além da extração do molar inferior direito há 2 anos. Sem trauma pregressa até então. • Queixa de dificuldade na fala e estética prejudicada devido ao aumento do lábio superior desde a infância. • Não possuía sinais de blefarocalase (queda das pálpebras), nem de transtorno na tireóide. Sem anomalia oral visível. • A profundidade vestibular intra-oral aparentemente normal, com largura de gengiva adequada inserida na região anterior da maxila. • Nenhum diastema mediano observado e a inserção labial também foi normal. • Uma oclusão dentária aparentemente normal, exceto por uma leve retroclinação dos anteriores superiores 6 Procedimento Inicial • Minucioso levantamento e planejamento básico fizeram parte da primeira fase do tratamento instituído para o paciente. • Cirurgia labial após uma semana. 7 Procedimento Cirúrgico 1. Foi instituída anestesia local com lidocaína a 2% com adrenalina. (A anestesia preferida é o bloqueio do nervo infra orbital, uma vez que a infiltração local causa distorção do tecido e pode produzir uma aparência falsa e exagerada de lábio duplo, que pode fazer com que o cirurgião subestime ou superestime a extensão da deformidade.) 2. Bloqueios do nervo infra orbital administrados bilateralmente. 3. Incisão vestibular com lâmina de Bard Parker nº 11 feita no vestíbulo do lábio superior. 4. O tecido submucoso da pars villosa após a dissecção foi suturado com o periósteo subjacente sobre uma placa cortical labial próximo aos ápices dos incisivos superiores. 5. Nenhum excesso de tecido foi extraído nesse caso cirúrgico. Cuidadosamente, todas as fibras do músculo orbicular da boca foram preservadas durante a sutura.) 6. Feita uma reflexão supra periosteal dos tecidos. 7. Com uma tesoura reta, foi feita a dissecção cega do tecido submucoso do lábio. 8. Tomou-se cuidado para poupar as fibras musculares orbiculares do lábio. 9. Após a dissecção, a área foi irrigada com soro fisiológico. 10. Usando sutura de seda preta 3-0, o tecido submucoso da pars villosa acima da linha de incisão foi suturado com o periósteo do osso subjacente. Vicryl5 ou poliglactina é a sutura preferida para tecidos subcutâneos. 11. Foi usado um cemento sem eugenol6 foi colocada no local da cirurgia por uma semana. 8 Fotos Clínicas Mostrando o Procedimento Cirúrgico 9 a, b: Incisão c, d: Dissecção do tecido labial g: Colocação de bolsa periodontal e, f: Suturas de seda preta 3-0* https://u3ott6cqtq7uvbtqdu24b3q62q-adv7ofecxzh2qqi-www-ncbi-nlm-nih-gov.translate.goog/core/lw/2.0/html/tileshop_pmc/tileshop_pmc_inline.html?title=Click+on+image+to+zoom&p=PMC3&id=5109394_wjps-5-303-g001.jpg Representação Diagramática do Procedimento Cirúrgico 10 A - Incisão B – Reflexo da incisão C e D - Suturas https://u3ott6cqtq7uvbtqdu24b3q62q-adv7ofecxzh2qqi-www-ncbi-nlm-nih-gov.translate.goog/core/lw/2.0/html/tileshop_pmc/tileshop_pmc_inline.html?title=Click+on+image+to+zoom&p=PMC3&id=5109394_wjps-5-303-g002.jpg 11 Resultado https://u3ott6cqtq7uvbtqdu24b3q62q-adv7ofecxzh2qqi-www-ncbi-nlm-nih-gov.translate.goog/core/lw/2.0/html/tileshop_pmc/tileshop_pmc_inline.html?title=Click+on+image+to+zoom&p=PMC3&id=5109394_wjps-5-303-g003.jpg Conclusão • É um transtorno autossômico dominante. • Associada a alterações estéticas, sem grandes prejuízos funcionais. • Geralmente com ocorrência no lábio superior, do sexo masculino. • Até hoje, a cirurgia é o único procedimento para reparo da doença. 12 Referências • ¹ Hiperplasia: corresponde a um aumento do número de células em um órgão ou tecido, podendo resultar na formação de uma neoplasia benigna ou ainda no aumento do tamanho desse órgão. • ² Hipertrofia: ganho de massa. • ³ Macrocheilia: é uma condição de inchaços permanente do lábio que resulta de espaços linfáticos muito distendidos . Isso causa uma aumento anormal dos lábios. Isso às vezes é visto em pacientes com hanseníase. • 4 Hamartoma: é um tumor não-canceroso (benigno) constituído pela mistura anormal de tecidos e células normais da área em que cresce. • 5 Vicryl ou poliglactina: é uma sutura cirúrgica sintética, estéril e absorvível. Os fios de sutura recebem uma cobertura formada por uma mistura de partes iguais do copolímero de Poliglactina 370 (30% Glicolida e 70% L-lactida) com Estearato de Cálcio. Indicada para uso em aproximação e/ou ligação de tecidos moles em geral, incluindo uso em procedimentos oftálmicos, mas não é indicada para uso em tecidos cardiovasculares e neurológicos. • 6 Eugenol: é um agente de restauração provisória utilizado no preparo da pasta de óxido de zinco e eugenol que, na área da Odontologia, possui diferentes aplicações, como uso em restauração, cimentação provisória, curativo periodontal cirúrgico e Endodontia. 13
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