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Hapuinã Rabelo @hapuivet Enterite Viral Canina QUAIS OS PRINCIPAIS PATÓGENOS? • Primários: ⮩ Parvovírus (CPV-2) ⮩ Coronavírus (CoVC) • Secundários ⮩ Em animais jovens (com menos de 8 semanas) podem causar doenças leve a inaparente. ⮩ CPV-1 ⮩ Rotavírus canino = CRV ⮩ Reovírus ENTERITE CAUSADA PELO PARVOVÍRUS CANINO • Etiologia: ⮩ DNA sem envoltório ⮩ Tropismo por células com alto poder mitótico ⮩ Resistentes a influências ambientais adversas ⮩ Um dos Distúrbios infecciosos mais comuns em cães ⮩ Diarreia infecciosa ⮩ Cepas fatais, quase sempre, são as do CPV-2 (2, 2a, 2b e 2c) ⮩ No final década 70, a cepa original sofreu mutação e seleção imune e desenvolveu-se em novas cepas virais. Em 1980, a cepa original evoluiu para cepa CPV-2a; em 1984, surgiu outra variante, CPV-2b. No ano 2000, outra cepa (CPV-2c) foi isolada, essa nova cepa tive adaptações interessantes, portanto, o Parvovírus replicava-se e disseminava-se de maneira mais eficaz em cães suscetíveis, além da propriedade de infectar gatos. • Epidemiologia: ⮩ A CPV infecta, se não todos, a maioria dos canídeos. ⮩ Os CPV-2 originais causaram apenas infecções sistêmicas e intestinais em cães ⮩ Os tipos CPV-2ª e CPV-2b podem infectar felinos. ⮩ Cães domésticos, não necessariamente a infecção por CPV resulta em doença aparente neles. Ainda existem uma dificuldade maior de serem infectados para aqueles que possuem anticorpos maternos residuais. Hapuinã Rabelo @hapuivet ⮩ O CPV tem predileção por filhotes, visto que estes animais estão na fase de desenvolvimento, logo, possuem alto potencial mitótico. ⮩ Pode ocorrer ainda uma coinfecção enteral com helmintos, protozoários e bactérias. ⮩ Altamente contagiosa ⮩ Animais ou objetos que entrem em contato com as fezes dos infectados por CPV, podem ser Vetores do vírus e disseminar em outro ambiente o vírus. ⮩ Cães adultos também podem ser infectados. • Patogenia: ⮩ O CPV dissemina-se rapidamente de um cão para o outro via exposição a fezes contaminadas. ⮩ A replicação do vírus inicia-se em órgãos linfoides, disseminando-se para as criptas intestinais do intestino delgado por meio de viremia (Presença de vírus no sangue). ⮩ As células intestinais possuem vilosidades que ajudam na absorção e assimilação de nutrientes. O Parvovírus prejudica a renovação celular normal e as vilosidades ficam mais curtas. ⮩ O CPV também destrói mitoticamente precursores ativos de leucócitos circulantes e células linfoides ⮩ A excreção ativa de cepas do CPV2 começa no terceiro ou quarto dia após a exposição, em geral antes do surgimento dos sinais clínicos francos. • Achados clínicos: ⮩ Principais tecidos – Trato GI, medula óssea e miocárdio, mas pele e tecido nervoso podem ser acometidos. ⮩ Pode ocorrer infecção secundária ou trombose ⮩ Ocorre infecção inaparente, ou subclínica, na maioria dos cães ⮩ Filhotes com títulos mediado por conta do colostro da mãe podem não apresentar a doença, mas são infectados. • Enterite causada pelo Parvovírus: ⮩ As cepas mais novas, CPV-2a, b e c) são as mais virulentas. ⮩ Os vômitos são graves e seguidos por diarreia, anorexia e início de desidratação. As fezes são amarelo-acinzentadas e com estria de sangue ou escurecidas. ⮩ Pode ocorre elevação de temperatura ⮩ Leucopenia ⮩ Linfopenia induzida pelo vírus ⮩ Neutrofilia causada por bactérias oportunistas ⮩ Os animais que desenvolvem a síndrome da resposta inflamatória sistêmica estão mais sujeitos à mortalidade Hapuinã Rabelo @hapuivet • Doenças neurológicas: ⮩ CPV pode causar doenças neurológicas primarias ⮩ É mais comum causar hemorragia no sistema nervoso central ⮩ Meningite linfo-histiocítica ⮩ Leucoencefalite • Doença cutânea: ⮩ Ulceração dos coxins plantares, mucosa bucal e vaginal • Miocardite causada pelo CPV-2: ⮩ Pode ocorrer miocardite decorrente de infecção in utero ou em filhotes caninos com menos de 6 semanas de idade. Em geral, todos os filhotes de uma ninhada são acometidos. Aqueles com miocardite causada pelo CPV em geral morrem, ou sucumbem após um episódio curto de dispneia, choro e ânsia de vômito. ⮩ início súbito de insuficiência cardíaca congestiva, observada em filhotes caninos aparentemente normais com 6 semanas a 6 meses de idade. ⮩ Após um surto em 1970, ocorreu exposição ao vírus na maioria das cadelas seja por vacinação ou por terem sido expostas, portanto, os altos títulos de anticorpos foram passados para os filhotes lactantes evitando ocorrência de infecção neonatal. • Trombose: ⮩ Existem evidencia clínica e laboratoriais de hipercoagulabilidade podendo desenvolver trombose ou flebite com cateteres ou trombos viscerais. • Diagnostico: ⮩ O início súbito de diarreia sanguinolenta de odor fétido em um cão jovem (com menos de 2 anos de idade) em geral é considerado indicativo de infecção por CPV. Mas não é somente a CPV que causa hematoquazia. ⮩ O monitoramento das alterações leucocitárias pode dar informação prognóstica sobre a evolução provável da infecção. ⮩ Em cães com enterite causada por parvovírus, os níveis séricos de colesterol total e lipoproteína de alta densidade diminuíram e os de triglicerídios aumentaram, embora os aumentos no colesterol tenham sido proporcionais à gravidade da doença • Detecção do organismo: ⮩ ELISA fecal ⮩ PCR • Detecção de anticorpo: ⮩ A sorologia não é o melhor método para diagnosticar infecção pelo CPV, porque a mai oria dos cães é vacinada contra ele ou já foi exposta a ele antes. Em contrapartida, Hapuinã Rabelo @hapuivet os testes sorológicos podem ser úteis para avaliar os títulos de anticorpos maternos em filhotes caninos ainda não vacinados. ⮩ Há kits comerciais para realização do ELISA em consultório, destinados a estimativas semiquantitativas de IgG e IgM • Achados patológicos: ⮩ As lesões intestinais caracterizam-se por necrose do epitélio das criptas no intestino delgado ⮩ Há necrose e depleção do tecido linfoide ⮩ É possível observar edema pulmonar ou alveolite em cães que morrem em decorrência de septicemia como complicação. ⮩ As lesões miocárdicas consistem em miocardite não supurativa com infiltração multifocal de linfócitos e plasmócitos dentro do miocárdio. • Tratamento: ⮩ Tratamento sintomático da enterite por Parvovírus são o restabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico e a prevenção de infecções bacterianas secundarias. ⮩ É provável que o tratamento hídrico seja o aspecto mais importante do tratamento clínico e deve prosseguir enquanto os vômitos ou a diarreia (ou ambos) persistirem. ⮩ São recomendados antimicrobianos porque a combinação de ruptura grave do epitélio intestinal possibilitando a entrada de bactérias no sangue com neutropenia PFA aumenta o risco de sepse. ⮩ Os antieméticos são úteis para reduzir a perda de líquido e diminuir o desconforto do paciente, além de possibilitar a nutrição enteral. • Prevenção: ⮩ Imunidade após infecção: ➢ Um filhote canino que se recupera de enterite pelo CPV fica imune a nova infecção por pelo menos 20meses e, talvez, pelo resto da vida. Ao serem expostos de novo a várias cepas do CPV2, filhotes caninos protegidos não terão aumento dos títulos sorológicos, exibirão sinais fran cos da doença ou irão eliminar o vírus nas fezes. ➢ Os títulos séricos de anticorpos permanecem altos por um período prolongado após a enterite pelo CPV, mesmo que não ocorra nov a exposição. ➢ Se esses títulos baixarem, é possível que haja uma infecção localizada, mas viremia e doença generalizada são improváveis ➢ A IgA intestinal secretora provavelmente não desempenha nenhum papel na longevidade da imunidade protetora, porque os títulos de anticorpos de origem intestinal não persistem por mais de 15 dias após a infecção. ⮩ Imunização e duração da imunidade: Hapuinã Rabelo @hapuivet➢ As vacinas com CPV inativado de massa antigênica suficiente protegem cães contra a exposição ao CPV do tipo selvagem. Se a imunidade protetora for definida como resistência completa à infecção subclínica, então a induzida pela maioria das vacinas com o CPV inativado é de curta duração. Cães que recebem essas vacinas podem ter a infecção subclínica até 2 semanas após a vacinação. No entanto, se um cão tiver recebido doses sequenciais da vacina com CPV inativado, uma resposta imune secundária rápida será elaborada e o animal ficará protegido por até 15 meses. ➢ A maioria das cepas do CPV vivo atenuado em vacinas replica -se no trato intestinal e é eliminada por um curto período nas fezes. Os eventos após a administração dessas vacinas são similares aos da infecção pelo CPV do tipo selvagem. Uma diferença entre infecção introduzida e a infecção selvagem é a na quantidade de vírus eliminados nas fezes. As respostas imunes humorais às vacinas vivas atenuadas são semelhantes às observadas na infecção pelo tipo selvagem. Mesmo que não haja nova exposição, os títulos de anticorpos protetores podem persistir por pelo menos 2 anos, e os cães expostos durante esse tempo em geral não se infectam. ⮩ Interferência dos anticorpos maternos: ➢ As causas primárias de falha das vacinas são a interferência dos níveis de anticorpos maternos contra o CPV e a ausência de soroconversão suficiente da vacina administrada. ➢ A idade em que filhotes caninos estão prontos para serem imunizados com sucesso é proporcional ao título de anticorpo da cadela, à eficiência da transferência de anticorpos pelo colostro nas primeiras 24 h de vida, à imunogenicidade e ao título de antígeno da vacina contra o CPV. ➢ Filhotes caninos de uma cadela com baixo título protetor de anticorpo contra o CPV pode ser imunizado com sucesso assim que tiverem 6 semanas de idade, porém, no caso de filhotes de uma cadela com título muito alto de anticorpo contra o CPV, os anticorpos maternos têm capacidade de persistir por muito mais tempo • Considerações de saúde pública: ⮩ Os estudos não revelaram qualquer evidência de infecção humana pelo CPV-2, mesmo entre trabalhadores de canis em instalações muito contaminadas, embora seres humanos aparentemente possam agir como veículos transportadores passivos do vírus entre cães. Embora o CPV-2 não seja um patógeno humano, sempre é preciso cuidado extra ao manipular material fecal de animais com diarreia. INFECÇÃO PELO PARVOVÍRUS CANINO 1 • Etiologia Hapuinã Rabelo @hapuivet ⮩ Em 1967, foi isolado pela primeira vez a CPV-1. A diferenciação das cepas de CPV-1 e CPV-2 é nítida pela variação de célula hospedeira, pelo espectro de hemaglutinação, pelas propriedades genômicas e pela antigenicidade. • Epidemiologia ⮩ O cão doméstico é o único hospedeiro comprovado do CPV1, embora outros membros da família Canidae provavelmente sejam suscetíveis. ⮩ A evidência sorológica indica que sua distribuição está disseminada na população canina, mas em geral restringe-se a causar doença clínica em filhotes caninos com menos de 3 semanas de idade,8 embora a doença tenha sido relatada em filhotes caninos com 5 semanas de vida • Patogenia ⮩ A virulência do CPV-1 em cães é incerta, mas ele foi identificado à ME nas fezes de filhotes caninos e cães com diarreia branda. ⮩ O CPV-1 é capaz de atravessar a placenta e causar morte fetal e defeitos visíveis ao nascimento ⮩ A doença induzida naturalmente em filhotes caninos jovens se caracterizou por enterite, pneumonia e miocardite ⮩ Cães com a infecção natural tiveram redução tanto no número quanto na atividade dos fagócitos. • Achados clínicos ⮩ A infecção pelo CPV-1 é primordialmente uma causa de enterite, pneumonite, miocardite e linfadenite em filhotes caninos entre 5 e 21 dias de idade ⮩ Os filhotes caninos acometidos em geral têm diarreia, vômitos, dispneia e choram constantemente. ⮩ Devido às infecções transplacentárias, esse vírus pode causar falha na concepção ou morte fetal ou aborto. • Diagnóstico: ⮩ Para se distinguir o CPV1 do CPV2, é necessário realizar microscopia imunoeletrônica. ⮩ A atividade de inibição da hemaglutinação em suspensões fecais do antissoro específico também é diagnóstica para o CPV-1. • Achados patológicos: ⮩ Edema e atrofia do timo ⮩ Aumento de linfonodos ⮩ Fezes amolecidas pastosas ⮩ As lesões histopatológicas são predominantemente restritas a grandes inclusões epiteliais intranucleares nas extremidades das vilosidades no duodeno e no jejuno ⮩ Hiperplasia epitelial das criptas e necrose das células epiteliais das criptas Hapuinã Rabelo @hapuivet • Tratamento e prevenção: ⮩ Não compensa tratar filhotes com CPV-1, por causa da progressão rápida da doença, porém é possível reduzir a mortalidade providenciando-se que os recém-nascidos fiquem aquecidos e recebam nutrição e hidratação adequadas. ⮩ Até o momento, não se dispõe de vacina. Referencias: Doenças infecciosas em cães e gatos / Craig E. Greene; 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. Hapuinã Rabelo @hapuivet
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