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William Phillips e sua teoria


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UFRRJ – ICSA – DCA
FUNDAMENTOS DE MACROECONOMIA
WILLIAM PHILLIPS E SUA TEORIA
ALUNA:
Carolina Duffles Santos de Souza
MATRÍCULA:
20190065281
Seropédica, RJ.
Data de entrega 17/04/2021
WILLIAM “BILL” PHILLIPS E CURVA DE PHILLIPS
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William “Bill” Phillips (1914-1975) foi um economista neozelandês que viveu na Inglaterra e ficou conhecido principalmente por duas obras: o computador MONIAC e a Curva de Phillips.
Antes de estudar economia, Phillips frequentou uma faculdade de engenharia elétrica, na Austrália, e só foi ter contato com aquele assunto após o fim da Segunda Guerra, quando ingressou na London School of Economics, para estudar Sociologia.
	
A partir daí, passou a se interessar por tópicos de macroeconomia e em 1949, utilizando também seu conhecimento em engenharia, criou o MONIAC, um computador analógico composto por reservatórios de água representados por agregados macroeconômicos (entre eles renda nacional, consumo, importações, exportações), tubos e
comportas que usava conceitos de hidráulica para demonstrar como o dinheiro fluía em uma economia.
Mas sua principal contribuição para as ciências econômicas foi um estudo publicado em 1958 no artigo The Relation between Unemployment and the Rate of Change of Money Wage Rates in the United Kingdom, 1861-1957, no qual Phillips relacionava a inflação à taxa de desemprego de um país. Essa relação já havia sido feita pelo economista Irving Fischer (criador da Teoria Quantitativa da Moeda) em um estudo publicado em 1926 sob o nome de A Statistical Relation between Unemployment and Price Changes, mas foi de fato abordada com mais profundidade no artigo de Phillips.
Uma consideração é importante: o que chamamos de inflação é tratada no artigo de Phillips como a taxa de mudança dos salários nominais. A substituição foi feita por Samuelson e Solow, em 1960, quando aplicaram a relação da Curva de Phillips (esse nome foi dado pelos dois neste artigo) para os Estados Unidos.
EXPLICANDO A RELAÇÃO ENTRE INFLAÇÃO E TAXA DE DESEMPREGO
Para chegar na conclusão de que inflação e taxa de desemprego relacionavam-se inversamente, além de observar o diagrama de dispersão que desenvolveu, Phillips baseou-se no princípio de que os trabalhadores sofriam de ilusão monetária, ou seja, levavam em conta a variação do salário nominal em detrimento do real. Assim, relacionou a variação dos salários nominais ao excesso de oferta de trabalho em uma economia. De forma simples, este trade-off entre inflação (π) e desemprego (u) é evidenciado no gráfico abaixo e, ao
lado, no diagrama publicado no artigo original:
Contudo, a relação sugerida por Phillips foi limitada por alguns economistas. Em 1968, Milton Friedman, em seu artigo The Role of Monetary Policy (pág.11), defendeu que a Curva de Phillips, tal qual havia sido proposta, valia apenas para o curto prazo, ou seja, o trade-off inflação- desemprego existia somente temporariamente. No longo prazo, esses economistas argumentaram que o gráfico da Curva de Phillips, ou NAIRU (Non-accelerating Inflation Rate of Unemployment), seria uma reta vertical, sugerindo que a inflação não mais teria efeito sobre o desemprego e este caminharia para sua taxa natural. Abaixo, segue o gráfico da NAIRU:
Modernamente, a corrente principal das ciências econômicas reconhece a importância histórica da Curva de Phillips, e como sua principal contribuição para a macroeconomia.
Contribuiu com o debate acerca da ilusão monetária, expectativas adaptativas e expectativas racionais, estagflação, e influenciou as políticas macroeconômicas nas décadas seguintes, tendo ainda hoje influência, ainda que menor, de maneira adaptada. Influenciou economistas como Paul Samuelson e Robert Solow, como no artigo que publicaram em 1960, Analytical Aspects of Anti- Inflation Policy (pág. 188), no qual repetem o experimento de Phillips utilizando a base de dados dos Estados Unidos. No livro Introdução à Economia, de N. Gregory Mankiw, o trade- off explicitado pela Curva de Phillips é considerado como um dos 10 Princípios da Economia.
Curva de Phillips
Em macroeconomia, a curva de Phillips, representa uma relação de trade- off entre inflação e desemprego, que permite analisar a relação entre ambos, no curto prazo. Segundo esta teoria, desenvolvida pelo
economista neozelandês William Phillips, uma menor taxa
de desemprego leva a um aumento da inflação, e uma maior taxa de desemprego a uma menor inflação. Contudo, esta relação não é válida no longo prazo, uma vez que a taxa de desemprego é basicamente independente da taxa de inflação conforme outras variáveis vão se alterando.
Curva de Phillips - NAIRU a longo e curto prazo
Baseando-se em dados da economia do Reino Unido no período
de 1861 a 1957, Phillips mostrou haver uma correlação negativa entre a inflação e o desemprego. Poucos anos depois, outros dois cientistas, Paul Samuelson e Robert Solow, confirmaram a descoberta ao utilizarem dados da economia dos Estados Unidos e resolveram baptizar o modelo como curva de Phillips. Nos anos 70, a relação prevista pela curva de Phillips original deixou de ser verificada de forma empírica, pois as grandes economias experimentaram altas taxas de inflação e de desemprego simultaneamente.
Quando o período de crise foi superado, a correlação mais evidente passou a ser entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação, o que abriu caminho para reformas na proposição original. Milton Friedman e Edmund Phelps foram dois economistas que se dedicaram a estudar a relação proposta por Phillips. A versão Friedman-Phelps da curva de Phillips, conhecida também por curva de Phillips aceleracionista, acrescenta à equação original a análise das expectativas. Utilizando o método das expectativas adaptativas ela indica que, para que se mantenha a taxa de desemprego a níveis inferiores ao da taxa de desemprego natural, o que importa não é a taxa de inflação, mas sim sua variação, necessitando-se assim de taxas de inflação cada vez maiores para manter as taxas de desemprego abaixo da taxa natural.
No modelo de curva de Phillips com expectativas adaptativas, o efeito de um choque exógeno de oferta sobre a taxa de inflação em um determinado ano é repassado para a inflação esperada futura.
Assim, pode-se comprovar mais consistentemente, que a relação inversa entre a inflação e o desemprego se dá quando a inflação observada está acima das expectativas, e que, de facto, isso se dará somente no curto prazo, já que no longo prazo a inflação observada tornar-se-á igual à esperada, quando então não será verificada nenhuma relação entre a inflação e o desemprego.
A equação matemática
A partir da relação existente entre o nível de preços, o nível de preços antecipado e a taxa de desemprego:
· P = f(Pe, u)
Onde:
P = nível de preços
Pe = nível de preços antecipados u = taxa de desemprego
Pode-se deduzir uma nova função relacionando a taxa de inflação, a taxa de inflação antecipada e a taxa de desemprego, na forma:
· p = f(pe, u)
Onde:
p = taxa de inflação
pe = taxa de inflação antecipada u = taxa de desemprego
Assim, a taxa de inflação tenderá a variar positivamente com a inflação antecipada e negativamente com a taxa de desemprego. É válido lembrar que existem coeficientes que dão maior ou menor peso a esses fatores determinantes da taxa de inflação.
A curva de Phillips original
Embora não ocorra em tempos atuais, a inflação média nos períodos pesquisados por Phillips e depois por Paul Samuelson e Robert Solow tendia para zero. Com uma inflação média tendendo a zero em períodos passados, levantou-se a hipótese de que a taxa de inflação esperada também seria zero, de forma que a relação descrita acima passaria a ser p = f(u) (taxa de inflação apenas em função da taxa de desemprego). Com isso, pode-se dizer que essa primeira versão da curva de Phillips desconsiderou a existência de um eventual espiral de salários e preços, períodos em que elevações no salário nominal provocam elevações no nível geral de preços,e vice versa.
A curva de Phillips com expectativas
Como nos referimos no tópico da equação matemática, existem coeficientes ou multiplicadores que tornam os factores determinantes da taxa de inflação com maior ou menor peso. Vamos supor que para a formação das expectativas a inflação esperada pe seja dada por: pe(t) = v . p(t-1)
Observe a inflação esperada do período t é uma função da inflação do período t - 1, multiplicada pelo coeficiente v. Afirma-se que v tendia a zero antes da década de 1970 e que passou a tender a 1 após esse período
Note que substituindo v = 0 na função p = f(pe, u) teremos p = f(u), ou seja, a curva de Phillips original onde a inflação é função do desemprego.
Substituindo v = 1 na mesma função teremos p = f(p(t-1), u), onde a taxa de inflação é uma função da taxa de inflação do período anterior e da taxa de desemprego.
Por fim, apresentamos a função da curva de Phillips como sendo p(t) = pe(t) + (m + z) - wu(t), de forma que m (markup das empresas) e z (outros factores que afetem a fixação de salários) são coeficientes lineares que representam elementos estruturais da economia e w é o multiplicador do desemprego.
Substituindo pe(t) = p(t-1), temos que p(t) = p(t-1) + (m + z) - wu(t) ou ainda p(t) - p(t-1) = (m + z) - wu(t).
Fontes:
https://randomwalk.com.br/2016/05/02/william-bill-phillips-e-curva-de-phillips/
http://www.pet-economia.ufpr.br/banco_de_arquivos/00002_Rodrigo_cl_lima_e_silva_curva_de_philips_e_aplicacao.pdf
https://comoinvestir.thecap.com.br/curva-de-phillips/
https://www.dicionariofinanceiro.com/curva-de-phillips/