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Disciplinas Digitais Citologia e histologia básica Disciplinas Digitais 2 Citologia/ histologia básica Professor Daniel Oliveira Freire 3 Apresentação do docente O professor formado em Bacharel e Licenciatura em Biologia, especialização em microbiologia clínica pela Faculdade de medicina de São José do Rio Preto, mestre em Biologia animal, participa de grupos de pesquisa da Universidade de Brasília nas áreas de microbiologia e genética. Com 20 anos experiencia em Docência nas áreas de citologia, histologia, embriologia, bacteriologia, micologia e virologia. Professor na Faculdade LS atuando nos cursos de Farmácia, Enfermagem e Biologia. 4 SUMÁRIO Conversa inicial ........................…....................................................5 Aula 01 Estudo das células e bioquímica das células……..…....................7 Aula 02 Membrana celular……………………………………………….………28 Aula 03 Citoplasma celular…………….........................................................46. Aula 04 Núcleo e Divisão celular…………….………………………………..59 Aula 05 Histologia – tecido epitelial………………..........................…..........77 Aula 06 Histologia – tecido epitelial glandular………......................…........91 Aula 07 Histologia – tecido conjuntivo........…..................................…..….100 . Aula 08 Histologia – tecido conjuntivo de suporte…................................110 5 Conversa Inicial Prezado(a) aluno (a): Seja bem-vindo à disciplina de citologia. Esta disciplina foi organizada para que o aluno possa compreender o funcionamento celular, conhecendo as estruturas básicas das células, os componentes bioquímicos envolvidos nas estruturas celulares. Conhecendo o funcionamento básico das células o aluno será capaz de entender como os fármacos ou nutrientes agem das células, como atuam junto as estruturas celulares, compreender as alterações que levam as possíveis patologias, como ocorrem os metabolismos nas células. Estes conhecimentos servirão de base para outros disciplinas como: anatomia humana, bioquímica, fisiologia, patologia e imunologia; estas disciplinas têm a célula como a estrutura básicas onde os processos estudados ocorrerão no interior de uma célula ou em conjuntos de células organizados em tecidos. A citologia é a base do conhecimento do corpo humano, tudo começa na célula e todos os eventos normais ou patológicos envolvem estruturas e funcionamento celular. Bons estudos! 6 AULA 1 Estudo das células e bioquímica das células Prezado(a) aluno(a), neste tópico o aluno terá uma noção acerca da instrumentalização dos estudos na citologia e histologia com o uso da microscopia. Faremos uma abordagem do estudo da composição química de uma célula, iremos entender do que é feito as células, as moléculas químicas envolvidas na sua composição e na manutenção de suas funções. Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula você será capaz de: Conhecer as formas de estudo celular para fins de diagnósticos e pesquisa celular; Identificar os componentes bioquímicos na composição das células; Entender o papel das substâncias orgânicas e inorgânicas no funcionamento das células; Entender que fármacos e nutrientes podem estar diretamente relacionados aos componentes celulares. Seções de Estudo 1. Métodos de estudos das células 2. Bioquímica da célula 7 1. Métodos de estudo da célula As células são as menores unidades morfofisiológicas de todos os seres vivos, em média as células medem entre 10 e 30 micrômetros, podendo ter células maiores como o óvulo humana que pode medir mais de 100 micrômetros ou até um metro, como algumas células nervosas. Além de pequenas, as células humanas também são translúcidas. Os tecidos são formados por um conjunto de células semelhantes que desempenha as funções do tecido e outras células e estruturas que servem de apoio ou complementam as funções (Junqueira e Carneiro, 2018). Ao longo dos anos, os estudiosos da citologia e histologia, desenvolveram técnicas para facilitar os estudos. Estas técnicas se tornaram essenciais para compreender as funções, conhecer as estruturas e características de células, dos tecidos e dos órgãos e assim facilitar o diagnóstico de patologias ou realizar pesquisas melhorando a vida dos seres humanos. A visualização das células se tornou possível com o uso de técnicas de coloração das células associada a microscopia. Mas para isso é necessário fazermos um preparo das amostras de células e tecidos. Para forma a imagem no microscópio, um feixe de luz precisa atravessar a amostra, mas a maioria das amostras de células são translúcidos, a luz passa direto dificultando a visualização, e os tecidos são muito espessos, dificultando a passagem do feixe de luz (Junqueira e Carneiro, 2018). As células precisam receber uma cor para que possamos vê-las e os tecidos precisam ser cortados em espessuras microscópicas, permitindo a passagem da luz; para isso usamos equipamentos e corantes especiais. As células e tecido passam por série de processos para que se tenhamos uma maior resolução da imagem formada (Ovalle, 2014). As células e umidade morfofisiológica dos seres vivos, e realizam metabolismo o tempo todo para manter a sua viabilidade, estas células são nutridas constantemente. Quando retiramos uma amostra de células ou tecido, temos que para as funções metabólicas, pois uma vez retirada do corpo elas não receberão mais nutrientes e em pouco tempo serão digeridas por enzimas das próprias células – autólise - impossibilitando o estudo. O primeiro processo que será realizado é a fixação das células ou tecido, seguido da inclusão para facilitar 8 o cortem em escalas microscópicas, corte, nos casos de tecidos e coloração (Junqueira e Carneiro, 2018). Vamos entender as técnicas básicas para a microscopia: A) Fixação: a fixação de uma amostra pode ser realizada por meios químicos ou físicos. Pelos meios químicos as amostras são imersas em soluções de formaldeído a 4% ou glutaraldeido, por um tempo até que os compostos possam se difundirem e cessar as atividades metabólicas e impedir a ação das enzimas, assim as células do tecido estarão conservadas, permitindo a análise (Junqueira e Carneiro, 2018). A) Inclusão: Este processo é realizado nas amostras de tecido, não sendo necessário quando se trata de células, como em um exame de citológico do útero. Para se obter um fragmento de tecido com uma espessura microscópica, será necessário colocar a amostra um uma substância que permita a realização de cortes muito finos. A parafina e resinas são as substâncias mais utilizadas para esse fim. Na inclusão o tecido passa por uma desidratação, retirada da água, permitido o produto penetre o tecido, e um clareamento, pois os tecidos têm cor pela presença de melanina ou mesmo pelo sangue. Para isso será usado soluções de diferentes concentrações de álcool, que irá retirar a águas e branquear o tecido. Em seguida o tecido vai para um recipiente com parafina a uma temperatura em torno de 60°C, assim o álcool evapora e a parafina preenche os espaços deixados. Após resfriar a parafina ficará dura em forma de um bloco contendo a amostra. (Junqueira e Carneiro, 2018). FORMOL 4% Figura 1: coleta e fixação amostra. Figura 2: Inclusão em parafina 9 B) Corte: O corte, no caso dos tecidos deve ser em torno de 1 a 10 micrômetros. O bloco de parafina, sólido e colocado no micrótomo, equipamento que permite o corte de lâminas muito finas. O corte e realizado e as lâminas com o tecido caem em um recipiente com água aquecida. Os fragmentos boiam e são retirados na superfície de uma lâmina. (Junqueira e Carneiro, 2018). C) Coloração: Existe uma variedade de corante para visualização de tecidos e estruturas especializadas, os mais comuns são: hematoxilina, um corante básico e tem afinidade por estruturas ácidascomo o ácido nucléico, corando o núcleo das células. A eosina, ao contrário, é um corante ácido e cora as estruturas básicas, como o citoplasma das células e proteínas colágenos nos tecidos. O núcleo ou estruturas ácidas irão apresentar uma cor azul e o citoplasma ou estruturas básicas uma cor-de-rosa, facilitando a diferenciação dos tecidos e estruturas (Junqueira e Carneiro, 2018). D) Microscopia óptica: O microscópio óptico foi inventado em 1590, pelos irmãos Hans e Zacharias Janssen e se tornou um aliado no estudo das células. O uso desde instrumento permite aumentar a imagem pelo uso da luz que é incidida sobre a amostra em estudo, passando por um conjunto de lentes, as objetivas e oculares que formam e ampliam a imagem, que será projetada na retina do observador. O microscópio óptico dispõe de quatro objetivas com aumento de 4,10, 40 e 100 vezes, esses aumentos somados as oculares que aumentam em 10 vezes o Núcleo Citoplasma Figura 3: corte e montagem da lâmina Figura 4: coloração com H.E 10 objeto, proporcionam uma visão de aumento aproximado de 40x, 100x, 400x e 1000x, respectivamente (Attias, 2010). O microscópio de óptico é composto por uma parte mecânica, que serve de suporte, uma parte óptica, que amplia o objeto visualizado, e uma fonte de iluminação. E) Microscopia Eletrônica: O microscópio eletrônico é um instrumento que utiliza feixes de elétrons para produzir uma imagem ampliada do objeto em estudo. Podes ser encontrado de dois tipos: os microscópios eletrônicos de transmissão que se baseiam na passagem dos elétrons através da amostra e os microscópios eletrônicos de Figura 5: Estrutura do Microscópio óptico 11 varredura em que os elétrons percorrem a superfície da amostra e os sinais são traduzidos por um monitor (Ovalle,2014). Figura 6: Princípios de funcionamento do microscópio eletrônico de transmissão e do microscópio eletrônico de varredura. Os microscópios eletrônicos foram idealizados a partir dos estudos de um físico alemão Ernst Ruska, os estudos baseados na óptica eletrônica levou a construção do primeiro microscópio eletrônico. Ruska recebeu o Prêmio Nobel nos anos 80, pelo grande avanço que trouxe a ciência, principalmente a citologia, a imagem pode ser ampliada em até 300 mil vezes, sendo possível estudar as organelas celulares e entender os funcionamentos das células (Atitas, 2010). microscópio eletrônico de transmissão microscópio eletrônico de varredura Resumo: As células passam a ser reconhecidas como a unidade morfofisiológica de todos os seres vivos após a descoberta do microscópio, instrumento que possibilitou o estudo e reconhecimento das unidades que formavam os seres vivos. A evolução nos estudos das células, a aprimoração dos instrumentos nos possibilita hoje estudarmos as células, entender o seu funcionamento, compreender como os fármacos e nutrientes agem nas células. O uso do microscópio se tornou imprescindível para os profissionais da saúde, seja no diagnóstico, pesquisa ou na formação acadêmica. O preparo das amostras é um passo importante para a visualização das estruturas celulares. Uso de correntes que possam evidenciar as estruturas facilita o diagnóstico de possíveis alterações celulares e em tecidos. A microscopia óptica é empregada nos diagnósticos citológicos e histológicos em laboratórios clínicos, os eletrônicos são usados na pesquisa, podemos definir o local de ação de um fármaco ou como um nutriente se comporta na célula. 12 SAIBA MAIS: 1- Dados biográficos de Leeuwenhoek: http://www.ucmp.berkeley.edu/history/leeuwenhoek.html 2- Dados biográficos de Robert Hooke http://www.ucmp.berkeley.edu/history/hooke.html 3- Museu da Microscopia. Tutoriais sobre princípios de óptica. Galeria de imagens, vídeos on line. http://micro.magnet.fsu.edu/primer/museum/index.html 4- Página da Sociedade Americana de Biologia Celular . http://www.ascb.org/ 5- Atlas de imagens de Microscopia (óptica e eletrônica), organizado pelo departamento de Histologia da UERJ. http://www2.uerj.br/~micron/ 6- origem das células: https://youtu.be/40iFv2bWDcI 2. Bioquímica da Célula (componentes inorgânicos) “Tudo caminha para um mesmo lugar; tudo vem do pó e tudo volta ao pó.” Eclesiastes 3, 20. Veremos que as células são formadas por uma composição de átomos e moléculas organizados para uma determinada função, vamos encontrar essas moléculas como substâncias orgânicas e inorgânicas. Figura 7 – Esquema representativos da composição das células. Fonte: montagem do próprio autor. Os átomos em busca de estabilidade química, para completar sua camada de valência com a quantidade de elétrons necessários, fazer ligações com outros elementos químicos e formam moléculas, as moléculas por sua vez retem energia e podem desempenhar funções, associando um conjunto de moléculas temos uma célula, os tecidos são formados por conjunto de células similares ou 1.Átomo 2. moléculas 3. Célula 4. Tecido 5. Órgão6. Sistema 7. Organismo http://www.ucmp.berkeley.edu/history/leeuwenhoek.html http://www.ucmp.berkeley.edu/history/hooke.html http://micro.magnet.fsu.edu/primer/museum/index.html http://www.ascb.org/ http://www2.uerj.br/~micron/ https://youtu.be/40iFv2bWDcI 13 complementares, estes tecidos fazem parte de um órgão, associado a outros tecidos, órgãos se associam para formar um sistema, cada órgão desempenha uma função para que o sistema funcione de maneira organizada e harmônica, os sistemas formam o organismo, que irá realizar as atividades cotidianas, nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morre retornando ao pó na forma de átomos e moléculas (Lehninger, 2014). Compostos orgânicos e inorgânicos presente na composição das células, Se pararmos para pensar, a vida torna-se sustentável pela existência de uma complexidade de moléculas, formadas por elementos químicos simples como carbono, hidrogênio, oxigênios e nitrogênio. Quando analisamos um carboidrato ele é formado por átomos de oxigênio, carbono e hidrogênio organizados de formas que pode sofrer reações e liberar energia, da mesma forma os lipídeos são compostos desempenham funções específicas na célula como a constituição da membrana celular; se associarmos o nitrogênio teremos os aminoácidos, unidades que formam as proteínas, fundamental na manutenção celular. A adição de fósforo Substâncias Inorgânicas Á Na+ Cl- I- Ca2+ Mg 2+ K+ Cl- Fe2+Sais minerais 1. Monossacarídeos 2. Dissacarídeos 3. Polissacarídeos Componentes químicos celulares Substâncias Orgânicas 1. Glicerídeos 2. Cerídeos 3. Esteróides 4. Fosfolipídeos 1. Enzimáticas 2. Contráteis 3. Transportadoras 4. Protetora 5. Hormonais 6. Estruturais Carboidratos Lipídeos Água e Minerais Ácidos Nucléicos O segredo da vida! Proteínas Lipídios Carboidratos Proteínas Ácido Nucléico 1.DNA, 2.RNA 14 nos dará as moléculas de DNA, e assim, a possibilidade de perpetuar a vida (Ferreira, 2010). A) Importância da água na manutenção da vida Fonte: https://www.researchgate.net/publication/320841241 Os primeiros indícios de vida foram datados há 3,5 bilhões de anos, tudo teria acontecido na água, se analisarmos veremos que até hoje a vida começa na água; um feto em formação é protegido pelo líquido amniótico, uma bolsa de água que permite o desenvolvimento adequado do futuro ser; as plantas produzem as moléculas de glicose pelo processo de fotossíntese que depende da água; as reações químicas na célula, em sua maioria acontece no citoplasma na presença de água. Os seres vivos podem apresentar de 45% a 95% do seu peso em água. A água é fundamentala vida, sem ela não seria possível a nossa existência (Lehninger, 2014). 4% %2% 1% 6% 70 % 2% Fonte: montagem do próprio autor Quando analisamos uma célula podemos encontrar uma variedade de componentes químicos, como relatamos anteriormente, a água uma sustância Íons e moléculas Fosfolípides DNA RNA Água Polissacarídeo Proteínas Figura 8. Composição química média das células https://www.researchgate.net/publication/320841241 15 inorgânica perfaz cerca de 70% da composição de uma célula, claro que este valor não é fixo, pode variar de acordo com a atividade celular, a idade do indivíduo. Os neurônios têm mais água que as células ósseas de um dente, por apresentar mais atividades, os neurônios necessitam de maior quantidade de água; o corpo de um idoso reduz a quantidade de água nos tecidos, podendo chegar a 50% da massa corporal, enquanto, em um bebê o volume de água pode chegar 85% (Alberts, 2017). As moléculas de água são formadas por dois átomos de hidrogênio ligados a um átomo de oxigeno, em uma ligação de compartilhamento de elétrons, ligação covalente, o oxigênio atrai os elétrons dos hidrogênios por ter uma característica mais eletronegativo, por isso os hidrogênios, na composição da molécula de água. apresenta cargas positivas, pois seu elétron ficará mais próximo do oxigênio e o oxigênio por sua vez, ficará com carga negativa, dando a molécula de água uma polaridade. Esta polaridade das moléculas de água permite que os hidrogênios, carregados positivamente, realizem ligações com o oxigênio, carregado negativamente, de outra molécula de água, a chamada ligação de ponte de hidrogênio, essa propriedade permite um alto ponto de ebulição, forma líquida em temperatura ambiental e uma tensão superficial a água (Lehninger, 2014). Muitas sustâncias são transportadas para interior das células dissolvidas em águas. Compostos polares e iônicos quando entram em contato com a água sobrem hidrolise, quebra na presença de água. As pontes de hidrogênio são ligações fracas que são quebradas quando outras moléculas com cargas positivas e negativas entrem em contado com a água, os átomos ou moléculas com cargas negativas tendem a se ligar nos oxigênios das moléculas da água e as moléculas ou átomos com cargas positiva se ligam aos hidrogênios da água, assim as moléculas da água se separam e ficam ligadas nos compostos dissolvidos (Poian, 2009). Na figura podemos observar a dissociação do sal NaCl, na ausência de água o sal forma cristais, como podemos ver no sal grosso usado no churrasco, Figura 9. Hidrolise do Sal NaCl. Fonte: Imagem" de OpenStax College, Biology (CC BY 3.0). 16 em contato com a água os átomos se separam formando íons cátions( positivos) e ânions (negativos) e são ligados as molécula de água, nos ânions os hidrogênios com carga positiva se ligam formando uma camada de solvatação entorno do íon, nos cátions o oxigênio com carga negativas se ligam no íon, a camada de solvatação formada pela moléculas de água, permitem que os compostos seja distribuídos na solução. Substâncias polares como a sacarose, açúcar vegetal, também sofrem hidrolise pela interação das moléculas de água, quebrando a ligação da glicose com a frutose. Assim a água pode carregar as moléculas para o interior ou exterior das células servido como meio de transporte e de solvente das moléculas (Ferreira 2010). A água controla a temperatura no interior das células, durante os processos de metabolismo no interior das células ocorre a liberação de energia na forma de calor, esse calor liberado poderia alterar o funcionamento de algumas sustâncias nas células, como por exemplo as proteínas que podem sofrer desnaturação em altas temperaturas. A água apresenta um alto calor específicos – que significa a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura em 1ºC de um grama de uma sustância – assim a água funciona como um tampão térmico, mantendo a temperatura celular constante. Caso a água não fosse capaz de absorver a grande quantidade de calor liberada nas reações, as temperaturas dos meios intra e extracelular aumentariam, causando danos como perda de atividade de proteínas, dentre outros (Lehninger, 2014). O alto calor específico da água permite que ela atue como tampão térmico. Muitos organismos mantêm temperatura praticamente constante, mesmo quando a temperatura ambiente diminui ou aumenta, ou quando o calor é gerado pelo metabolismo, graças a essa propriedade da água, pois grande quantidade de calor é necessária para aumentar a temperatura da água ou de um meio aquoso. A febre pode ser um problema sério! Provavelmente, você já teve febre alta (em torno de 40°C) e ouviu as pessoas ao redor dizendo que isso era preocupante e que o aumento da temperatura corporal devia ser rapidamente controlado e revertido. Mas você sabe por que a febre é um problema para o nosso corpo? O nosso organismo é formado por uma série de moléculas orgânicas, as biomoléculas. Dentre as biomoléculas há a classe das proteínas. As proteínas são moléculas fundamentais no nosso organismo, desempenham funções fundamentais. As proteínas, independente de que função apresentem, têm um arranjo de sua cadeia que é 17 montado de acordo com as interações que seus átomos realizam uns com os outros. Em torno de 37°C, que é a temperatura normal do nosso corpo, as proteínas estruturais estão montadas corretamente e as proteínas que atuam como catalisadores estão trabalhando na velocidade máxima. Abaixo dessa temperatura, a velocidade das reações é diminuída; acima, estas proteínas começam a perder a estrutura que lhes proporciona a atividade catalítica. Assim, quando estamos com febre de 40°C, diversas proteínas essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo começam a sofrer graves prejuízos. É por isso que, quando estamos com febre alta, devemos nos preocupar... A) Sais minerais Os minerais são biomoléculas inorgânicas essenciais, não são produzidas pelas nossas células, são absorvidas da alimentação. Os alimentos são fontes importante de minerais e vitaminas. A proporção de minerais em uma célula é muito baixa, mas o suficiente para desempenhar uma série de funções bioquímicas importantes atuando como cofatores de reações enzimáticas, fatores de coagulação, regulação do equilíbrio hidro-eletrolítico e ácido básico, elementos estruturais nos ossos e tecidos e como transporte e muitas outras funções. Os sais minerais são encontrados nas células na forma de íons devido a propriedade da água intracelular de agir como solvente universal (Silva 2010). A falta dos minerais compromete o metabolismo celular por levar a doenças relacionadas com vias metabólicas. Arbitrariamente os minerais são divididos em dois grupos: os macrominerais e microminerais, conforme a sua proporção no organismo (Voet ,2014). Para manter o corpo saudável e em equilíbrio é essencial consumir os alimentos de forma regrada - ou seja, sem exagerar em nada (inclusive nas frutas e verduras). Você sabia que o consumo excessivo de sais minerais pode causar mais problemas que benefícios? Os nutricionistas alertam, consumir suplemento minerais em excesso causa danos ao funcionamento adequado dos tecidos e sistemas. O sódio é um dos principais minerais que precisa ser consumido de forma moderada, em excesso causa pressão alta e estimula a perda de cálcio dos ossos. Excesso de cálcio pode enfraquecer os ossos. Apesar de o mineral ser importante para o fortalecimento dos ossos e músculos, ele também não pode ser consumido em excesso. A concentração elevada de cálcio no sangue, pode ocasionar problemas em todo o 18 organismo: enfraquecimento dos ossos e músculos, dores, contrações musculares e até mesmo náuseas e irritabilidade. O que muita gente não sabe é que, quando consumido de forma exagerada, o ferro pode ser intoxicante, causar cansaço, fraqueza, queda de cabelo e até mesmo ocasionaralterações no ciclo menstrual. O excesso de ferro ocorre, geralmente, quando a pessoa consome suplementos sem o devido acompanhamento médico. Excesso de fósforo pode ocasionar problemas no músculo e na circulação sanguínea causando enfraquecimento muscular, cansaço, dormência e formigamento nos músculos. Por isso, ele também deve ser consumido no dia a dia, mas sempre de forma moderada. Manganês em excesso surte efeito tóxico no organismo, o manganês é um dos que mais se destacam. Apesar de ele ser importante para o funcionamento do cérebro e do metabolismo, ele acaba tornando-se tóxico quando consumido em grandes quantidades. Caso fique em excesso no organismo, o mineral acaba intoxicando o fígado e comprometendo o funcionamento do sistema nervoso. Fonte: https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2019/06/miner. C) Carboidratos: Carboidratos, hidratos de carbono ou simplesmente açucares, estas são as biomoléculas mais abundantes na natureza, são produzidas principalmente em vegetais pelo processo de fotossíntese e nos animais são sintetizados no fígado, células epiteliais do intestino delgado e no córtex renal, a quantidade de carboidratos produzidas nos animais é muito pequena sendo necessário a ingestão de alimentos ricos em carboidratos, pois desempenham uma ampla variedade de funções biológicas, destacando-se principalmente as energéticas e estruturais nas células e tecidos (Lehninger, 2014). O nome carboidrato provém dos elementos químicos que os compõem, são formados por carbonos, hidrogênios e oxigeno. Os monossacarídeos são carboidratos simples, são classificados como aldoses ou cetoses, por apresentar grupos funcionais de aldeídos ou cetonas e pelo número de carbonos na molécula. Os carboidratos podem ser compostos por apenas uma molécula, duas ou mais moléculas associadas, classificados como monossacarídeos, dissacarídeos ou polissacarídeos. Nas células os carboidratos são utilizados no metabolismo, Grupo aldeído Aldose - Glicose Grupo cetona Cetose - frutose Figura 10. Estrutura química de carboidratos. 19 para a síntese de energia, na forma de monossacarídeos e na forma de polissacarídeos como reservas ou estruturais (Voet ,2014). Os monossacarídeos são chamados de açúcar simples como glicose, frutose, galactose e outros, quando metabolizados pelas células tornam possível a produção de ATP (adenosina trifosfato), o combustível para o funcionamento das células (Cooper, 2007). Figura 11 - Os principais monossacarídeos: Quanto mais atividades metabólicas a célula realiza, mas dependerá da glicose, o principal monossacarídeo na síntese de ATP. As moléculas de glicose excedentes, quando ingerimos muitos carboidratos, são reservadas no fígado e músculo na forma de glicogênio, um polissacarídeo, quando realizamos atividades físicas ou estamos de jejum por um longo período, essas reservas são convertidas em glicose para a manutenção das funções do corpo (Ferreira, 2010). Em situações de esforço físico ou dietas em que a taxa de glicose fica muito baixa na corrente sanguínea e não há estoques de glicogênio, o fígado pode produzir glicose através do metabolismo de algumas moléculas como aminoácidos, lactato, glicerol ou ácido graxo. Figura 12 – Produção de glicose no organismo Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4134289/mod_resource/content/1 Os carboidratos também são encontrados na membrana celular na forma de polissacarídeos ligados aos fosfolipídios – principais lipídeos da membrana – Glicose Frutose Galactose 20 ou a proteínas, formando os glicocálix, estrutura da membrana responsável pelo reconhecimento de moléculas e outras células e participa do transporte celular. Fonte: imagem modificada de Cooper – 2007 Você já parou para refletir sobre a importância dos carboidratos na nossa vida? Na sociedade moderna, com o aumento da obesidade, a principal preocupação é com a ingestão de carboidratos, pois eles podem nos conduzir ao aumento de peso ou a outras complicações como o “diabetes melitus”. O próprio câncer surge a partir da mudança do padrão glicídico das membranas celulares. Apesar desse lado sombrio, os carboidratos são a principal fonte de energia dos habitantes de países subdesenvolvidos, uma vez que é mais barato comprar um quilo de farinha que um quilo de carne, que apresentam praticamente o mesmo rendimento energético. Mais da metade da população brasileira sofre com excesso de peso. O estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), produzido pelo Ministério da Saúde e pela Universidade de São Paulo (USP), mostra que 43,3% da população estão com o peso acima dos níveis recomendados (sobrepeso) e 13% estão obesos. O aumento da obesidade e do sobrepeso na população brasileira está mais relacionado ao consumo excessivo de carboidratos, como arroz, massas e batata, do que à ingestão inadequada de gordura. A pirâmide alimentar sugerida pelo Ministério da Saúde brasileiro propõe cerca de 70% de consumo de carboidratos e apenas 30% de proteínas, que são oferecidas pelas carnes, peixes, frango e soja, e de gorduras. “A alimentação do brasileiro é riquíssima em carboidrato, a cesta básica inclui uma latinha de atum que não dá nem para o consumo diário de proteína para uma pessoa. E entre carboidrato, proteína e gordura, o carboidrato é o que a pessoa menos precisa em termos nutricionais. Não em termos energéticos, em termos nutricionais”, Fonte: http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2009-04-07/obesidade. D) Proteínas: As proteínas são as sustâncias orgânicas mais abundantes nas células, perfazem 15%, em média, do peso de seco de uma célula. São polímeros formados por uma sequência linear de unidades monoméricas simples, chamados de aminoácidos. Em todos os seres vivos as proteínas são formadas por um conjunto de 20 tipos de aminoácidos. Aminoácidos são compostos que apresentam uma extremidade amina e uma carboxílica, ambas ligadas a um mesmo carbono, denominado carbono α (alfa), ao qual também se ligam um átomo de hidrogênio e um grupo R ou cadeia lateral, a composição química do grupo R é que fará a diferença entre os tipos de aminoácidos (Carvalho, 2007). Polissacarídeo Proteína Fosfolipídio Figura 13 – esquema da membrana celular http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2009-04-07/obesidade 21 Figura 14 - Fórmula básica dos aminoácidos: As proteínas são sintetizadas nas células com forme a função e atividade celular, essas proteínas sintetizadas podem ser utilizadas nas células que a produz ou podem ser exportadas para desempenhar funções nos tecidos. Na membrana celular são encontradas como canais de transportes, sinalizadores, fazem adesão entra as células dos tecidos e formam o citoesqueleto das células (De Robertis, 2017). Durante a síntese, as proteínas sofrem mudanças na sua estrutura, apresentando quatros níveis de estruturas, primária, secundária, terciaria e quaternária. A estrutura da proteína é importante para o seu funcionamento, cada proteína tem um formato que segue um padrão genético do indivíduo. A estrutura primária define a ordem e a quantidade de aminoácidos na composição da proteína, a sequência de aminoácidos na molécula de proteína é fundamental para o seu funcionamento, se apenas um aminoácido for retirado ou substituído por outro aminoácidos a proteína não será capaz de realizar sua função. (Voet ,2014). A estrutura secundária ocorre em função da ligação entre átomos dos aminoácidos que estão em posição distantes e por pontes de hidrogênios. Assim a molécula sofre torção ou dobramentos, formando uma estrutura tridimensional. A estrutura secundária pode determinar duas formas mais comuns nas proteínas, as formas de alfa-hélice e β-conformação ou folhaβ (Voet ,2014). Figura 15 - Estrutura primária de uma proteína. Fonte: https://pt.khanacademy.org/science/biology/macromolecules/proteins-and-amino-acids/a/orders-of-protein-structure. https://pt.khanacademy.org/science/biology/macromolecules/proteins-and-amino-acids/a/orders-of-protein-structure 22 Na estrutura terciária corre a interação dos grupos R ou laterais de cada aminoácido, sendo essa a última forma de dobramento da molécula de proteína. As ligações poder ocorrer por ponte de hidrogênio, interação eletrostática ou iônica e interações hidrofóbicas, onde os aminoácidos apolares, que tem aversão a água, se ligam para promover estabilidade (Voet ,2014). A estrutura quartearia ocorre quando uma proteína se torna funcional após a interação de mais de uma cadeia de aminoácidos, após a conformação da estrutura terciária algumas proteínas poder fazer interações com até 4 cadeias. Cada cadeia recebe o nome de subunidade, essas proteínas só são ativas quando realizam as ligações. A hemoglobina é formada por quadro subunidades ou quatro cadeias de aminoácidos, duas alfas e duas betas e somente desta forma pode realizar suas funções (Voet ,2014). E) Lipídeos: Os lipídeos são biomoléculas encontradas nos animais e vegetais, de forma geral são chamados de gorduras, mas as gorduras são apenas uma das formas que encontramos os lipídeos. Fazem parte de uma classe de biomoléculas complexas, são apolares apresentando baixa solubilidade em solventes polares Estrutura Alfa-hélice Fonte: Voet ,2013 Estrutura β-conformação ou folha β. Figura 17 - Estrutura terciaria da proteína Figura 18- Hemoglobina - Estrutura quaternária Figura 16 - Estruturas secundarias de uma proteína. 23 como a água, parte da estrutura dos lipídeos é hidrofóbica, tem aversão a água, diferente das outras moléculas celulares os lipídeos não formam polímeros- cadeia de elementos estruturais ((Junqueira e Carneiro, 2012). A base da estrutura dos lipídeos são os ácidos graxos, um ácido orgânico que se associa a outras moléculas de álcool, carboidratos e fosfatos, dando origem a tipos variados de lipídeos que desempenham importantes funções biológicas (Silva 2010). Quanto a estrutura química os lipídeos podem ser classificados em triacilgliceróis ou triglicerídeos, como são normalmente chamados, os cerídeos, os fosfolipídios e os esteroides. Os ácidos graxos podem ser classificados como saturados ou insaturados conforme o tipo de ligação entre os carbonos, os saturados apresentam somente ligações simples e os insaturados a presentam uma ou mais duplas ligações. Fonte: figura modificada do Lehninger, 2014 Os triglicerídeos são conhecidos como gorduras animal e como óleos vegetais. Na composição encontramos três moléculas de ácidos graxos ligadas de forma covalente – compartilhamento de elétrons entre átomos – às hidroxilas (OH) do glicerol, um álcool curto com três carbonos (Lehninger, 2014). Figura 20- Estrutura química do triglicerídeo: Fonte: figura modificada do Lehninger, 2014 Os triglicerídeos são encontrados nos animais e vegetais como uma reserva energética, nos animais são estocados em células de adipócitos formando o tecido adiposo logo abaixo da pele, na cavidade abdominal e nas glândulas Saturado Insaturado Dupla ligação Glicerol Ácidos graxos Figura 19 - Estrutura dos ácidos graxos. 24 mamárias – importante para a viabilidade do aleitamento materno, funcionam com isolante térmico mantendo a homeostase, mesmo em temperaturas baixas (Lehninger, 2014). Na ausência de carboidratos ou na deficiência do metabolismo da glicose, como no caso dos diabéticos, os triglicerídeos serão metabolizados nas células do fígado e do músculo cardíaco, o glicerol será metabolizado na via glicolítica sintetizando ATP e o ácido graxo é convertido em acetil-CoA para formar ATP, fornecendo energia para as células do fígado que exportar paras outros tecidos na forma de corpo cetônico, quando esses chegam as células dos outro tecidos são convertidos novamente em acetil-CoA sendo metabolizados para síntese de ATP. Alberts, 2017). Os cerídeos são formados pela associação de ácidos graxos de cadeia longa como 14 a 36 átomos de carbonos e álcoois com cadeia de carbono longa. São produzidas em vegetais e em animais, com função de proteção contra microrganismos e desidratação. Nos animais são produzidas principalmente nas glândulas sebáceas (Cooper, 2007). Os fosfolipídios são os principais constituintes da membrana celular, apresentam uma estrutura formada pela associação de uma molécula glicerol, duas unidades de ácidos graxos e um grupo fosfato. Os fosfolipídios apresentam uma característica anfipática – uma extremidade hidrofóbica e outra hidrofílica – devido a propriedade química dos seus compostos. As caldas formadas pelo ácido graxo são apolares ou hidrofóbicas e a cabeça formada pelo glicerol e o fosfato são hidrofílicas. Por apresentar esta característica os fosfolipídios se organizam para formar a bicamada de lipídeos nas membranas celulares (De Robertis, 2017). Figura 21 - Estruturas dos fosfolipídios de membrana 25 Fonte: figura modificada do Cooper, 2007. Os esteroides são lipídeos que não apresentam ácidos graxos na sua composição, são diferentes de todos os outros lipídeos, o principal representante celular é o colesterol, esses lipídeos não são energéticos, mas desempenham funções fundamentais no metabolismo celular e em funções no organismo na forma de sais biliares, hormônios sexuais, pró-vitamina D, corticóides e na formação da membrana celular. O colesterol é produzido no fígado e outra parte vem da dieta, pele ingestão de carnes gordas, ovos, leite e seus derivados. F) Ácidos Nucleicos Os ácidos nucléicos são polímeros formados por nucleotídeos, cada nucleotídeo apresenta uma molécula de açúcar do tipo pentose, uma base nitrogenada e um grupamento fosfato (Alberts, 2017). Nos seres vivos podemos encontrar dois tipos principais de ácidos nucléicos, o DNA (ácido desoxirribonucleico) que apresenta uma pentose do tipo desoxirribose e o RNA (ácido ribonucleico) com uma pentose do tipo ribose, o tipo de açúcar na composição do nucleotídeo determina o tipo de ácido nucléico. As bases nitrogenadas encontradas no DNA são duas pirimidinas: citosina e timina; e duas purinas: adenina e guanina. Nos RNAs as bases purinas são iguais a do DNA, mas as bases pirimidinas sofrem uma troca de timina por uracila. Quanto as cadeias de nucleotídeos, o DNA apresenta fita dupla, sempre ocorre pelo pareamento de uma base timina com uma adenina e uma citosina com uma guanina de cada fita; nos RNA as fitas são simples (Cooper, 2007). Figura 23 - Estrutura dos ácidos nucleicos: Figura 22 - Estruturas dos nucleotídeos. 26 Nas células a molécula de DNA está guardado no interior no núcleo da célula e nas mitocôndrias – DNA extra cromossômicos – o DNA é uma molécula estável e nele estar guardado todas as informações hereditárias que são passadas de uma célula a outra na divisão celular e nos gametas no processo de fecundação (Alberts, 2017). Os RNAs são encontrados no núcleo e no citoplasma celular, são moléculas que carregam informação do DNA, são cópias de sequências do DNA que contém uma instrução para determinada função, os genes (Poian, 2009). Os RNAs mais comuns são o mensageiro, que carrega a informação para a síntese de proteínas, são sintetizados por um processo chamado de transcrição que ocorre no núcleo da célula, as informações contidas no gene são copiadas no forma de RNA, os RNA ribossômicos associados a proteínas, formam organelas, os ribossomos, que participam da síntese de proteína, realizamo processo de tradução no citoplasma da célula, eles traduzem a informação contida no RNA mensageiro e os RNA transportadores são os responsáveis por levar os aminoácidos para os ribossomos na síntese das proteínas (Lehninger, 2014). Figura 24 – representação da transcrição e tradução Fonte: Cooper, 2007 Transcrição Tradução Fonte: Alberts, 2017 27 Saiba mais: 1. Água como solvente: https://pt.khanacademy.org/science/4-ano/materia-e-energia-4-ano/a-gua- como-solvente-universal/v/a-agua-como-solvente-universal. 2. Água como solvente: https://pt.khanacademy.org/science/4-ano/materia-e-energia-4-ano/a-gua- como-solvente-universal/v/substancias-insoluveis-em-agua. 3. Molécula de água: https://pt.khanacademy.org/science/biology/water-acids-and-bases/cohesion- and-adhesion/v/surface-tension 4. Importância da águas e sais minerais: http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr4/dados-da- atuacao/projetos/qualidade-da-agua/boletim-das-aguas/artigos-cientificos/importancia-da-agua-e- suas-propriedades-para-a-vida-1 5. Carboidratos e diabetes 1: https://youtu.be/fazeCkUgkwQ 6. Proteínas: https://youtu.be/wvTv8TqWC48 7. Transcrição e tradução: https://www.youtube.com/watch?v=uHv1KG_heJU. 8.Proteínas moveis: https://youtu.be/9RUHJhskW00 9.Animação sobre replicação de DNA: https://youtu.be/TNKWgcFPHqw. REFERÊNCIAS CONSULTADAS: ALBERTS, Bruce; et al. Biologia molecular da célula. revisão técnica: Ardala Elisa Breda Andrade, Cristiano Valim Bizarro, Gaby Renard. 6. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2017. ATTIAS, Márcia. Biologia Celular I. v.1. 4.ed. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. CARVALHO, Hernandes F., Pimentel, Shirlei Maria Recco-. A célula. 2. ed. Barueri, SP : Manole, 2007. COOPER, Geoffrey M., ROBERT E. Hausman. A célula: uma abordagem molecular. 3. ed. Porto Alegre, RS : Artmed, 2007. DAVID D. Sabatini; PHILIP Siekevitz: Bridging bioquímica e biologia celular. J Cell Biol 5 de abril de 2010; 189 (1): 3–5. doi: https://doi.org/10.1083/jcb.201002147 DE ROBERTIS, E. M.F.; HIB, J, Ponzio, R. Biologia Celular e Molecular. 16ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017AULA 3 FERREIRA, Carlos Parada; JARROUGE, Márcio Georges; MARTIN, Núncio Francisco. Bioquímica Básica. 9.Ed. São Paulo: Editora MNP, 2010. 356 p. Resumo: As células são formadas moléculas químicas inorgânicas e orgânicas. As inorgânicas são a águas e sais minerais. A molécula de águas apresenta uma organização que permite que ela possa desempenhar papeis importantes na célula, tais como: Solvente universal, controle de temperatura, transporte, participa das reações de hidrolises e condensação. Quanto mais atividade a célula realizar mais água ela apresenta. Os sais minerais são encontrados na célula na forma de íons dissolvidos na água https://pt.khanacademy.org/science/4-ano/materia-e-energia-4-ano/a-gua-como-solvente-universal/v/a-agua-como-solvente-universal https://pt.khanacademy.org/science/4-ano/materia-e-energia-4-ano/a-gua-como-solvente-universal/v/a-agua-como-solvente-universal https://pt.khanacademy.org/science/4-ano/materia-e-energia-4-ano/a-gua-como-solvente-universal/v/substancias-insoluveis-em-agua https://pt.khanacademy.org/science/4-ano/materia-e-energia-4-ano/a-gua-como-solvente-universal/v/substancias-insoluveis-em-agua https://pt.khanacademy.org/science/biology/water-acids-and-bases/cohesion-and-adhesion/v/surface-tension https://pt.khanacademy.org/science/biology/water-acids-and-bases/cohesion-and-adhesion/v/surface-tension http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr4/dados-da-atuacao/projetos/qualidade-da-agua/boletim-das-aguas/artigos-cientificos/importancia-da-agua-e-suas-propriedades-para-a-vida-1 http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr4/dados-da-atuacao/projetos/qualidade-da-agua/boletim-das-aguas/artigos-cientificos/importancia-da-agua-e-suas-propriedades-para-a-vida-1 http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr4/dados-da-atuacao/projetos/qualidade-da-agua/boletim-das-aguas/artigos-cientificos/importancia-da-agua-e-suas-propriedades-para-a-vida-1 https://youtu.be/fazeCkUgkwQ https://youtu.be/wvTv8TqWC48 https://www.youtube.com/watch?v=uHv1KG_heJU https://youtu.be/9RUHJhskW00 https://youtu.be/TNKWgcFPHqw 28 JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa, Biologia celular e molecular. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histologia básica: texto e atlas. – 13. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018 LEHNINGER, T. M., NELSON, D. L. & COX, M. M. Princípios de Bioquímica. 6ª Edição, 2014. Ed. OVALLE, William K. Ovalle, William K. - Netter: histologia; tradução Marcelo Narciso. - 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2014: POIAN, Andrea Da. Bioquímica I v. 1 / Andrea Da Poian; Debora Foguel. 5.ed. – Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2009. SILVA, Sandro do Nascimento, ROSA, Carlos Roberto. Bioquímica – Recife: EDUFRPE, 2010. VOET, D.; VOET, J. G.; PRATT, C. W. Fundamentos de Bioquímica – A vida em nível molecular. Artmed Editora Ltda., 4º ed., Porto Alegre, 2014. AULA 2 Membrana celular Prezado(a) aluno(a), entendemos até aqui, que as células são as unidades morfológicas e fisiológicas dos seres vivos, vimos que as células são formadas de substâncias orgânicas e inorgânicas e como essas substâncias são importantes no funcionamento das células e do corpo. Agora precisam conhecendo como as células são estruturadas, qual o papel de cada estrutura para que a célula funcione de forma adequada. Estudaremos a composição e as funções de cada estrutura das células, começando pela membrana celular, estrutura presente em todas as células dos seres vivos. Vamos estudar os mecanismos de transportes através da membrana. Objetivos de aprendizagem 29 Ao término desta aula você será capaz de: ● Conhecer a composição da membrana celular; ● Entender as funções desempenhadas pela membrana celular ● Conhecer os mecanismos de transporte através da membrana, entendendo como um nutriente ou um fármaco pode entrar nas células. Seções de Estudo 1. Estrutura da membrana celular 2. Tipos de lipídeos da membrana 3. Fluidez da membrana. 4. Proteínas da membrana 5. Mecanismos de transportes através da membrana 1. Estrutura da membrana celular: A membrana celular ou membrana biológica é uma estrutura dinâmica composta por uma bicamada de fosfolipídios, proteínas, colesterol e carboidratos. Muitas funções celulares dependem da membrana celular, ela não estar apenas delimitando a célula, separando o meio intracelular e extracelular, ela também define compartimentos internos das células como o núcleo, que é formado por duas camadas de membrana biológica, as organelas membranosas que realizam atividades específicas nas células, apresentam membranas internas e externas (Cooper, 2007). As membranas exercem uma função de permeabilidade seletiva, selecionam as substâncias que entram e saem das células e controla a quantidade de substâncias transportadas, as proteínas da membrana tem um papel importante nesse processo de seletividade. 30 Para entendermos como funciona a membrana celular vamos conhecer os componentes e como trabalhas nas membranas. Em 1972 Singer e Nicolson, propuseram o modelo de membrana baseado no mosaico fluido, as proteínas formam um mosaico em uma camada fluida de lipídeos, isso foi possível pelo uso da microscopia eletrônica que possibilitou a visualização da estrutura da membrana (Cooper, 2007). Este modelo descreve que os lipídeos da membrana estão organizados em uma bicamada com as cabeças hidrofílicas voltadas o meio extracelular e para o citoplasma, em contato com a águas e as extremidades apolares, hidrofóbicas, voltadas para o interior na membrana (Carvalho, 2007). Foram identificadas proteínas que atravessam a bicamada de fosfolipídios, chamadas de integrais e as proteínas que extrínsecas que ficavam posicionada em um dos lados da membrana. Além das proteínas e lipídeos foram observados a presença decarboidratos na parte externa da membrana, formando as estruturas de glicoproteínas e glicolipídios. Este é o modelo aceito atualmente, embora exista estudos que ainda estão elucidando novas organizações em algumas membranas como os chamados “Lipid-Raft” ou plataforma de lipídeos, proposto por Simons e Ikonen, 1997, como sendo uma região da membrana plasmática enriquecida de colesterol, glicoproteínas, glicolipídios, proteínas transmembranares e proteínas ancoradas por glicosilfosfatidilinositol (Cooper, 2007). O componente básico do todas a membranas celulares são os lipídeos, são encontrados na formação da bicamada de fosfolipídios, na forma de colesterol e Fonte: http://medufpr2010-1.blogspot.com/2010/03/biologia-celular-aula-04-mb.html. Representação do “lipid Raft” ou domínio basal- Simons e Ikonen Fonte: Alberts, 2017 Figura 25 – Modelo mosaico fluido - Singer e Nicolson http://medufpr2010-1.blogspot.com/2010/03/biologia-celular-aula-04-mb.html 31 como glicolipídios, as moléculas lipídicas perfaz 50% do peso da massa de uma membrana de célula animal (Lehninger, 2014). A bicamada de fosfolipídio poder ser observada por microscopia eletrônica, visa como uma estrutura trilaminar, pois as cabeças dos fosfolipídios formam uma lâmina mais densa e fica mais escura na imagem, na parte interna e externa da célula e a parte central da lâmina, formada pelas caldas de ácido graxos, fica mais clara, dando a impressão deque a membrana é formada por três camadas (Carvalho, 2007). 2. Tipos de Lipídeos da membrana: Nas membranas celulares são encontrados os lipídios: Fosfoglicerídeos, esfingolipídeos – tipos de fosfolipídios- e os esteroides, todos com característica anfipática, possuem uma extremidade hidrofílica (“que ama água”) ou polar, e uma extremidade hidrofóbica (“que teme a água”) ou apolar (Cooper, 2007). Os fosfoglicerídeos são fosfolipídios formados por uma cadeia principal de glicerol de três carbonos e duas cadeias de ácidos graxos ligados aos carbonos adjacentes do glicerol e um grupamento fosfato ligado ao terceiro carbono do glicerol, o grupamento fosfato por sua vez, pode estar ligado a um grupamento de cabeça, formando fosfolipídios diferentes como as fosfatidilcolina, fosfatidiletanolamina e fosfatidilserina (Alberts, 2017; De Robertis, 2017). O esfingolipídio apresenta no lugar da molécula de glicerol uma molécula de esfingosina, formada por uma cadeia longa acil com um grupamento amino (NH2) e dois grupos hidroxila (OH) em uma extremidade. No esfingolipídio, um ácido graxo está ligado ao grupo amino e um grupo fosfocolina está ligado a hidroxila terminal (Lehninger, 2014). Fonte: Imagem modificada http://www.microscopia.ufmg.br/images. Cabeça de fosfato Ácido graxo Representação de uma molécula de fosfolipídio. O esquema apresenta uma Figura 26 – Microscopia eletrônica de uma membrana Figura 27 – Fosfolipídios http://www.microscopia.ufmg.br/images 32 Uma outra classe de lipídeos encontrados na membrana são os glicolipídios e o colesterol. Os glicolipídios apresentam semelhante à dos esfingolipídios, apresentado no parágrafo anterior, com uma mudança, no lugar do grupo fosfato está ligado um açúcar (Alberts, 2017). Estas moléculas são encontradas na face externa da membrana celular e nas organelas são encontradas na camada de lipídeos mais distante do citosol – líquido intracelular- as moléculas de glicolipídios pode variar em quantidade conforme o tipo de células (Cooper, 2007). Os de açúcar da molécula ficam expostos na superfície celular, e desempenham papel importante na interação com as células vizinhas, nos tecidos, realizam reconhecimento de moléculas e células próprias do organismo, uma ação imunológica e participa do transporte de substâncias por pinocitose – absorção de líquido pelas células- no epitélio do intestino delgado (Carvalho, 2007). Para entender melhor o papel dos glicolipídios podemos citar a questão da tipagem sanguínea, o chamado sistema ABO, eles funcionam como um tipo de glicocálix. Os eritrócitos – hemácias- apresentam determinados tipos de glicolipideos na membrana, eles são classificados pelo tipo de resíduo de oligossacarídeo ligado a molécula do glicolipideos, esses resíduos são usados como marcadores – antígenos- quando ser realiza uma tipagem sanguínea. Nos indivíduos com sang ue tipo “A” são encontrados, nos glicolipídeos os um oligossacarídeo do tipo N-acetilgalactosamina, nos com o tipo “B” o açúcar e o uma galactose e nos indivíduos com tipo “AB” são encontrados os dois tipos de açúcares na formação dos glicolipideos. Uma pessoa com o tipo “O” ou zero, não apresentam resíduo de oligossacarídeo ligado ao glicolipideos, o que torna o Sangue “O” um doador universal (Lehninger, 2014). Fonte: Alberts, 2017 33 Dentre os glicolipídios que ocorrem na membrana temos os gangliosideos – são glicolipídeos como um oligossacarídeo com uma ou mais molécula de ácido siálico - estas moléculas podem alterar a carga elétrica através da membrana e a concentração de íons na superfície da membrana, são muito comuns nas membranas de neurônios. Essas moléculas são importantes portas de entrada de toxinas de bactérias, vírus e fármacos de ação intracelular (Alberts, 2017). O colesterol é um lipídeo da classe dos esteroides, não apresentando ácido graxo na sua composição, é formado por uma estrutura química em anel como um único grupo hidroxila polar (hidrofílica) e uma cadeia de hidrocarboneto apolar (hidrofóbica) (Lehninger, 2014). Na membrana dos eucariotos o colesterol estar inserido na bicamada, com a seu grupamento hidroxila posicionado próximo a cabeça dos fosfolipídios da membrana, o anel esteroide interage com o seguimento da ácido graxo próximo a cabeça dos fosfolipídios, desta forma imobiliza os grupos de carbonos e hidrogênios, mantendo a ligação estável, não ocorrendo a separação dos fosfolipídios nestas regiões e reduz a entrada de pequenas moléculas solúveis em águas através da membrana e impede que as cadeias dos ácidos graxos se agrupem e cristalizem (De Robertis, 2017). O colesterol mante a estabilidade da membrana mesmo apresentando fluidez (Cooper, 2007). 3. Fluidez da membrana celular: Quando falamos em mosaico fluido analisamos a possibilidade de movimentação das moléculas de lipídeos e proteína no plano da membrana celular. A membrana não é uma estrutura celular estática, onde as moléculas Posição do colesterol na membrana colesterol Fonte: "Cholesterol," by BorisTM (domínio público) Figura 28 – Estrutura química do colesterol 34 ficam sempre na mesma posição, apesar da estabilidade da membrana promovida pela presença do colesterol, como vimos anteriormente, as moléculas de fosfolipídios se difundem, podendo mudar de posição e até mesmo de uma canada para outra, embora isso seja mais raro, isso depende da concentração de cadeias insaturadas nas moléculas de fosfolipídios, quando mais cadeias insaturadas presente mais fluidez a membrana terá (De Robertis, 2017). Este movimento dos lipídeos na membrana pode estar relacionado com o bom funcionamento das proteínas da membrana. O movimento e a orientação dos lipídeos e denominado flip-flop (retornar), as moléculas de lipídeos podem trocar de lugar rapidamente como uma molécula vizinha, ou fazer uma rotação, girando no próprio eixo e raramente mudar de camada. Fonte: imagem modificada - http://www.gradadm.ifsc.usp.br/dados/20152/FFI0710-1/aula%202%20Biomembranas.pdf. 4. Proteínas da membrana Como já vimos os lipídeos formam a estrutura básica da membrana, mas as proteínas são responsáveis pela maioria das funções da membrana, a característica funcional de uma membrana celular depende do tipo e quantidade de proteínasna estrutura. As proteínas das membranas apresentam estrutura variada e formas de associação diferentes com os fosfolipídios (Alberts, 2017; Voet, 2014). As proteínas das membranas serão classificadas de acordo com a sua associação com a membrana, assim como os fosfolipídios e o colesterol, as Difusão lateral Figura 29 – Fluidez da membrana http://www.gradadm.ifsc.usp.br/dados/20152/FFI0710-1/aula%202%20Biomembranas.pdf 35 proteínas apresentam uma região hidrofóbica e outra hidrofílica (Lehninger, 2014; Silva, 2010). Quando a proteína atravessa a bicamada de lipídeos, mantendo contato com o meio intra e extracelular, são classificadas como proteínas integrais ou intrínseca, a região hidrofóbica (apolar) da proteína fica localizada no centro da bicamada, em contato com as caudas de ácido graxos, ficando fora do contato com a água, as regiões hidrofílicas (polares) ficam expostas a água presente no citoplasma e no meio extracelular (Cooper, 2007; Voet, 2014). Outras proteínas ficam anexadas em uma das camadas da membrana celular, exposta ao citosol ou na face externa da membrana, podem estar ligadas a lipídeos ou a outras proteínas e são classificadas com periféricas ou extrínsecas, pois não atravessam a bicamada lipídica. A função da proteína depende do modo como está associada a bicamada de fosfolipídios. As proteínas integrais atuam como canais de transportes de moléculas ou como receptores de membrana podendo gerar sinais do espaço extracelular para o interior da célula (Lehninger, 2014). As proteínas periféricas auxiliam na transmissão de sinais através de lipídeos ou proteínas integrais. Algumas proteínas fazem ligação temporária a membrana aumentando a capacidade de funções da membrana (Silva, 2010). As proteínas atravessam a bicamada na forma de alfa hélice única (1), ou podem formas múltiplas alfa hélices (2) e ainda na forma de barril, fornada por estrutura folha beta. As proteínas periféricas podem estar ligadas à camada citosólica – camada voltada para o citoplasma- a estrutura hidrofóbica ligada aos lipídeos e as extremidades hidrofilias em contado com o citosol (4) ou com toda a estrutura em contado com citosol (5), algumas proteínas periféricas estão ligadas a proteínas integrais, na face interna e externa da membrana (7 e 8) e alguma se ancoram na face externa da membrana ligadas aos fosfolipídios (6) (Lehninger, 2014). As proteínas podem se ligar a oligossacarídeos, na porção externa da membrana, formando os glicocálix do tipo proteoglicanos que poder realizar funções como proteger a célula contra danos químicos ou mecânicos, manter o distanciamento entre as células, prevenindo interações danosas, participam do reconhecimento de moléculas e outras células com função imunológica (Silva, 2010). Figura 30 – Interações das proteínas na membrana celular: Fonte: Alberts, 2017 36 2. Mecanismo de transporte através da membrana. Como vimos, a bicamada lipídica das membranas, apresenta de seu interior as moléculas hidrofóbicas – que tem aversão a água - desta forma, serve como uma barreira seletiva para a grande maioria das moléculas com característica hidrofílicas ou que se dissolvem em água, assim a membrana mantém as concentrações de solutos no líquido citoplasmático, citosol, diferente das concentrações no meio extracelular, dos líquidos que banham as células. Mas, como estudamos na aula de composição química das células, vimos que as moléculas hidrossolúveis como os sais minerais e a própria água são de extrema importância para o funcionamento adequado das células. Se a bicamada lipídica forma uma parreira seletiva, impedido as passem livre água. Como os sais minerais dissolvidos na água poderão entrar nas células? Para solucionar esta questão, entra em ação as proteínas da membrana, em que algumas serão especializadas no transporte de substâncias hidrofílicas – polares- através da camada interna da membrada que é hidrofóbica – apolar. As proteínas responsáveis pelo transporte através da membrana, são definidas pelos genes ativos na célula, assim cada célula terá um grupo de proteínas na sua membrana responsável por transportar tipos específicos de substâncias (Alberts, 2017). A célula pode transportar pequenas moléculas, macromoléculas e até um conjunto de substâncias, para cada tipo de moléculas teremos um mecanismo específico como o transporte passivo, o transporte ativo e o transporte em massa. Além dos mecanismos de transportes, a membrana tem a capacidade de perceber estímulos físicos ou químicos, desencadeado uma resposta fisiológica pela célula e manter uma comunicação complexa entre as células de um mesmo tecido ou tecidos adjacentes e realizar uma variedade de atividades funcionais da célula através das proteínas na sua composição (Carvalho, 2007). Fonte: Alberts, 2017 Figura 31 –Tipos de Glicocálix: 37 Ilustração das diversas funções desempenhadas pela membrana plasmática, tais como transporte seletivo (1, 2), recepção de sinais (3), ancoramento de proteínas (4). Fonte: BECKER, W.M. The world of the cell by. Benjamin/Cummings, Menlo Park, California. 1986. Tipos de transportes através na membrana: Manter a permeabilidade seletiva é muito importante para a manutenção da homeostase celular- equilíbrio do organismo entre funções e composição química das células - assim, a membrana exerce um papel fundamental selecionando o que pode entrar ou sair da célula e quanto pode entrar ou sair da célula (Cooper, 2007). Transporte através da membrana Transporte Passivo Transporte ativo Transporte em massa - Difusão simples - Difusão facilitada - Osmose - Bombas de íons ou ATPase - Transporte acoplado - Endocitose - Exocitose - Fagocitose - Pinocitose O transporte passivo é o mais simples desses mecanismos, ele não requer gasto de energia celular – Adenosina Trifosfato- para que as substâncias possam ser transportadas, ele ocorre por difusão, as substâncias tendem a migrar de um meio onde estão mais concentradas para um meio onde estão menos concentradas, isso ocorre a favor do gradiente de concentração, assim a célula Figura 32 –Fluxo de molécula através da membrana: 38 Difusão simples: É um transporte de substâncias diretamente através da bicamada de lipídios como moléculas pequenas, apolares ou polares sem carga – íons – como a água ou ureia. As moléculas apolares como o oxigênio e dióxido de carbônico se difundem facilmente através da membrana mantendo uma troca constante de oxigênio presente fluxo extra celular com o gás carbônicos presente no citoplasma da célula (De Robertis, 2017). O dióxido de carbônico produzido pelo metabolismo celular, que se acumula no citoplasma passa para o meio externo onde a sua concentração é menor e o oxigênio proveniente do sangue arterial, passa para o interior da célula onde sua concentração estar menor (Alberts, 2017). Assim, a células mantém a quantidade dessas substâncias em equilíbrio, conforme a necessidade e a atividade celular. Moléculas de Nitrogênio, hormônios e esteroides também são transportados por difusão simples, conforme o gradiente de concentração no meio intra e extracelular (Moreira, 2014). Crédito da imagem: OpenStax Biology, Imagem modificada do original Fonte: https://rce.casadasciencias.org/rceapp/art/2014/144/ Difusão facilitada: Algumas moléculas, devido suas características físico-químicas como moléculas polares, íons, aminoácidos, açúcares, nucleotídeos, água e muitos metabolitos, não conseguiram atravessar diretamente a bicamada de fosfolipídios, assim contam com o auxílio de uma proteína da membrana, que facilitará a passagem para o meio externo ou interno da célula (Carvalho, 2007). Bicamada de lipídios Maior concentração Fluxo Tempo Fonte: Alberts, 2017 Figura 33 –Difusão simples:39 As proteínas de transporte são especializadas na transferência de substâncias específicas, selecionando o tipo de substâncias e a quantidade a ser transportada. Mutações nessas proteínas pode causar doenças genéticas em seres humanos como diabetes, cistinúria – as proteínas não transportam o aminoácido cistina, da urina ou do intestino para o sangue – levando a formação de cálculos renais – e outras patologias (De Robertis, 2017). A difusão facilitada pode ocorrer por duas classes de proteínas da membrana, os canais e as proteínas carreadoras. As proteínas de canais são intrínsecas, atravessam a bicamada de lipídios, são muito seletivas permitido a passagem de um tipo de substância como sustâncias polares e com carga elétrica, assim evitando o contato com a porção hidrofóbica da bicamada, a água pode atravessar a bicamada de lipídios de forma mais lenta ou por pressão osmótica, mas as membranas apresentam canais específicos para o transporte mais eficiente da água, chamados de canais de água ou aquaporinas (Cooper, 2007). Imagem modificada de "Scheme facilitated diffusion in cell membrane”. Os canais de transporte podem permanecer abetos permitindo a troca constate de substâncias na célula ou apresentar mecanismos de fechamento e aberturas mediados por respostas a sinais específicos como sinais elétricos, mudanças de concentração de íons ou a ligação de uma molécula específica (Poian,2009). As proteínas carreadoras, também chamadas de permeases, são seletivas da mesmo forma que os canais, podendo transportar determinados tipos de substâncias. As moléculas alvo se ligam a proteína permease, esta, sofre uma alteração na sua forma, movendo a molécula para o lado oposto, intra ou extracelular (De Robertis, 2017). Assim, moléculas hidrofílicas maiores como glicose - nas células do fígado - ou aminoácidos são transportados para o interior das células (Cooper, 2007). Meio extracelular Meio intracelular Moléculas de água Aquaporina Figura 34 –Difusão Facilitada por canais: 40 Osmose – Difusão especial Osmose é um tipo de difusão especial onde a água – solvente – se movimenta do meio menos concentrado, como menor quantidade de solutos dissolvidos na água, para o meio mais concentrado, onde tem mais soluto dissolvido (Carvalho, 2007). O meio extra e intracelular apresentam variações de osmolaridade conforme as atividades exercidas pelas células, assim a osmose tende a manter o equilíbrio das concentrações, as moléculas de água são mais permeáveis podendo sair ou entrar nas células em função das concentrações (Alberts, 2017). Em algumas situações fisiológicas ou patológicas as células de determinados tecidos podem ser expostas a diferentes concentrações das soluções, quando uma solução apresenta a mesma osmolaridade que uma célula é dita isotônicas, quando a osmolaridade é maior que a da célula falamos que a solução é hipertônica em relação a célula e quanto a osmolaridade é menor chamamos de hipotônica. O movimento da água através da membrana dependerá desta osmolaridade (De Robertis, 2017). Se uma célula é exposta ao meio hipertônico ela irá perder água para o meio, diminuindo a atividade celular. Uma pessoa que ingeriu uma alta concentração de sal ou de doce irá alterar a osmolaridade do sangue, as células irão perder água para diminuir a concentração de sais ou glicose no sangue, para equilibrar as perdas, o corpo responde com a sensação de sede, fazendo o indivíduo beber mais água e voltar os equilíbrios das concentrações celulares (Poian,2009). Meio extracelular Meio intracelular Permease Fonte: https://www.todamateria.com.br/osmose/ Imagem modificada de "Scheme facilitated diffusion in cell membrane Figura 35 –Difusão Facilitada por permeases: Figura 36 – Representação de tonicidade celular: 41 Transporte Ativo: Ao contrário do transporte passivo, no transporte ativo a célula terá gasto de energia, pois a moléculas serão transportadas contra o gradiente de concentração e eletrostático, chamado transporte “morro acima” (De Robertis, 2017). A membrana celular, na maioria das células apresentam cargas elétricas negativas na face interna da célula e carga elétrica positiva na face externa, como isso os íons com carga positiva entram na célula com mais facilidade que os íons carregados negativamente, na saída os íons positivos têm mais dificuldades que os íons negativos. As diferenças de carga elétrica e concentrações combinados geram o gradiente eletroquímico ((Junqueira e Carneiro, 2012). Para vencer o gradiente eletroquímico e movimentar as moléculas que são necessárias na célula, será gasto energia na forma de ATP – Adenosina Trifosfato - ou por concentração iônica (Poian,2009). O transporte ativo pode acontecer de duas formas, ativo primário usando a quebra de ATP ou ativo secundário que usa o gradiente de íons (Carvalho, 2007). O transporte primário acontece através de ATPases ou bombas, são proteínas que realizam o transporte de determinadas substâncias sendo ativadas pelo metabolismo da molécula de ATP. Um exemplo importante desse tipo de transporte é a bomba de sódio-potássio, que transporta sódio para fora da célula e potássio para dentro. A cada ciclo do transporte três moléculas de sódio saem da célula e duas de potássio entram, assim o interior da célula se mantém mais negativo e o meio externo mais positivo, formando o potencial de membra, importante no transporte de outras substâncias e na condução neural (Alberts, 2017; Junqueira e Carneiro, 2012). A bomba de cálcio Ca2+ ou Ca2+ATPase, também é um exemplo importante de transportes ativos primários nas células, na membrana do retículo Fonte: Alberts, 2017 Figura 37 – Polaridade da membrana 42 sarcoplasmático das células musculares esqueléticas estas bombas liberam o cálcio no citoplasma das fibras musculares estimulando a contração muscular (De Robertis, 2017). Crédito da Imagem: OpenStax Biology. Imagem modificada do original por O transporte ativo secundário ocorre pela associação de duas moléculas que serão transportadas acopladas. A energia usada para o transporte vem do gradiente eletroquímico de um íon, geralmente o sódio (Na+) será o co- transportador. Pelo trabalho da bomba de sódio-potássio, o Na+ estará mais concentrado na parte externa da célula, neste caso os íons sódio tendem a entrar na célula a favor do gradiente, da maior concentração para a menor, assim poderá mover outra molécula associada (Poian,2009). No epitélio das células intestinais as moléculas de glicose passam para o interior das células contra o gradiente de concentração, pois as células intestinais já têm a concentração ideal de glicose, mas para que seja absorvido e levado para a corrente sanguínea a glicose terá que entras nas células. As proteínas da membrana usam a energia do gradiente de concentração de sódio para direcionar as moléculas de glicose (Alberts, 2017). As proteínas de transportes podem atuarem transportando as duas moléculas acopladas no memo sentido - simporte, para dentro da célula ou para fora, mas podem transportar em sentidos inversos, uma molécula entra enquanto a outra sai – antiporte ((Junqueira e Carneiro, 2012).). Meio extracelular Meio intracelular Sódio Potássio Figura 38 – Transporte ativo Figura 39 – transporte acoplado de glicose através de uma célula epitelial intestinal 43 https://www.wiley.com/legacy/college/boyer/0470003790/animations/membrane_transport/membrane_transport.swf. Transporte em massa Até aqui, estudamos como moléculas pequenas e isoladas podem ser transportadas através da membrana por proteínas de transporte, mas as células transportam moléculas maiores ou um conjunto de moléculas, como acontece nas células do epitélio intestinal na absorção dos nutrientes ou como as células de defesa, os glóbulos brancos, podem englobar um patógeno (Alberts,2017). Nestes casos as células realizam o transporte em massa, assim como o transporte ativo, envolve gasto de energia, pode ser chamado de endocitose ou exocitose, dependendo da direção do fluxo das moléculas transportadas (Junqueira e Carneiro, 2012). Na endocitose as partículas são transportadas do meio externo para dentro da célula, existem formas variadas de endocitose, mas podem ser representadas pelo mesmo processo. As membranas são estimuladas por determinadas moléculas a sofrerem uma invaginação – dobramento para dentro – formando um saco em torno da partícula a ser englobada, o saco se fecha com o auxílio de proteínas especializadas, deixando as partículas no interior de uma vesícula ou um vacúolo. Este processo pode ocorrer com partículas sólidas na fagocitose ou líquidas no caso da pinocitose (Alberts, 2017). https://www.wiley.com/legacy/college/boyer/0470003790/animations/membrane_transport/membrane_transport.swf 44 A fagocitose é um tipo de endocitose em que as células englobam partículas sólidas como patógenos, células envelhecidas ou resto celular. Os macrófagos são células de defesa especializados em fagocitar patógenos – microrganismos invasores - os anticorpos são os gatilhos para estimular a fagocitose, quando o nosso corpo e invadido por bactérias, vírus ou outros patógenos, os anticorpos se ligam na superfície dos patógenos iniciando o processo de fagocitose por células especializadas. Após a formação do vacúolo os lisossomos, responsáveis pela digestão intracelular, se fundem ao vacúolo liberando as enzimas digestivas e destruindo o patógeno ou digerindo as células mortas. Na pinocitose ocorre a endocitose de fluidos extracelular, nas células epiteliais do intestino os nutrientes podem ser absorvidos por pinocitose. No processo de digestão os alimentos são reduzidos a nutrientes no quilo, líquido resultante da digestão, o quilo passa do lume do intestino para o citoplasma das células intestinais e são transferidos para o sague (Junqueira e Carneiro, 2012). Tipos de endocitose: Algumas partículas podem ser transportadas por endocitose mediada, que ocorre quanto moléculas alvo se ligam a receptores celulares específicos na superfície da membrana e ativa as proteínas de revestimento como a clatrina, formando uma vesícula contento as moléculas englobadas. Este processo é importante para a absorção de moléculas em pequenas concentrações no fluido extracelular. Partículas de vírus, algumas bactérias intracelulares e toxinas podem penetrar a célula usando a endocitose mediada (Cooper, 2007). Uma alteração nos receptores para esse transporte pode causar problemas a saúde humana, em pessoas com hipercolesteroleminas, acúmulo de colesterol LDL no sangue, acontece porque as células não conseguem remover essas partículas da corrente sanguínea, por apresentarem alterações nos receptores específicos para colesterol LDL (De Robertis, 2017). Figura 40 – Transporte em massa - endocitoses 45 A exocitose é o processo de transporte em massa de dentro da célula para o meio externo. Algumas células produzem sustâncias que serão utilizadas fora das células como os hormônios, anticorpos, proteínas estruturais e outras (Alberts, 2017). No complexo de Golgi, as proteínas produzidas pelas células são empacotadas em vesículas que são destinadas para a membrana celular, em contato com a membras as vesículas se fundem a membrana liberando seus conteúdos no meio externo (Junqueira, 2005). Você sabia que um erro no transporte é a causa da fibrose cística? A fibrose cística (FC) é a doença genética autossômica recessiva mais frequente em populações eurodescendentes, causada por variações na sequência do gene que codifica a proteína cystic fibrosis transmembrane conductance regulator (CFTR). A característica marcante da fibrose cística é um defeito no transporte de Cloro nos epitélios afetados, incluindo os ductos de glândulas sudoríparas e as células envolvendo o trato respiratório. Em 1984, foi demonstrado que os canais de Cl- não funcionam adequadamente nas células epiteliais dos pacientes com fibrose cística. A base molecular da doença foi elucidada em 1989, com o isolamento do gene da fibrose cística através de clonagem molecular. Uma variedade de estudos subsequentes demonstrou que a CFTR funciona como um canal de Cl- e que as mutações responsáveis pelo estabelecimento da fibrose cística resultam diretamente no transporte deficitário de Cl-. Nas glândulas exócrinas pulmonares, o interior dos canais fica desidratados, como consequência da alteração do fluxo de cloro e de água, assim, as secreções possuem aspecto viscoso. Fonte: https://uab.ufsc.br/biologia/files/2020/08/Biologia- Celular.pdf. Fonte: https://www.preparaenem.com/biologia/exocitose.htm. Figura 41 – Exocitose https://uab.ufsc.br/biologia/files/2020/08/Biologia-Celular.pdf https://uab.ufsc.br/biologia/files/2020/08/Biologia-Celular.pdf https://www.preparaenem.com/biologia/exocitose.htm 46 Saiba mais! Saiba mais: você pode ver algumas animações sobre a membrana celular: 1. Modelo de mosaico fluido https://pt.khanacademy.org/science/biology/membranes-and- transport/the-plasma-membrane/v/fluid-mosaic-model-of-cell-membranes. 2. Formação da membrana: https://www.youtube.com/watch?v=lm-dAvbl330. 3. Estrutura da membrana: https://www.youtube.com/watch?v=41qxFxyexO4&t=18s 4. Transportes: https://youtu.be/-CaPKp-B8jQ. 5. Transporte ativo Bomba de Na+ e K+: https://youtu.be/8hZGeVrjRyg. 6. Difusão Facilitada: https://youtu.be/Ophs2U3lums. 7.Transportes: https://youtu.be/4IF8XhkiYPc Resumo: A membrana celular é a estruturas que delimita a célula, mantém as diferenças intra e extracelular. Estar presente em torno da célula, mas também formando organelas, formando o envoltório nuclear e vesículas celulares. Na sua maioria as membranas são formadas de fosfolipídios, proteínas, carboidratos e colesterol. A membrana é uma estrutura dinâmica, suas moléculas podem se movimentar ao plano da estrutura, por isso é chamada de mosaico fluido. Os fosfolipídios se organizam em bicamada, com extremidades hidrofílicas e o centro hidrofóbico. Esta forma e membrana se torna seletiva. As proteínas da podem formar canais de comunicação entre as células, realizam adesão, associados aos carboidratos realizam identificação de moléculas, patógenos ou outras células do corpo, muito presentes nos transportes através da membrana. Os carboidratos na membrana aparecem na face externa, na forma de glicocálix, associados a fosfolipídios e proteínas. O colesterol é uma molécula de lipídeo que estabiliza a membrana permitindo a sua fluidez. O transporte através da membrana é um dos mecanismos mais importantes da célula é pelo mecanismo de transporte que as células recebem e eliminam moléculas. O transporte através da membrada pode ocorrer de formas diferentes dependendo da característica físico-química de cada molécula a ser transportada. Os transportes podem ser com gastos de energia, onde a célula para transportar uma molécula de dentro para fora ou ao contrário, precisa de ATP, a energia celular. Outros transportes são feitos sem gasto de energia, são os transportes passivos. Os transportes passivos são as difusões de moléculas, o movimento sempre se onde tem muito para onde tem pouco. A difusão pode ocorrer de forma direta pela membrana, chamada de difusão simples ou usar proteínas para realizar o transporte, as chamadas permeases, nos transportes por difusão facilitada. Uma difusão especial é a osmose, neste caso água se movimenta de um lado para outro conforme a concentração no líquido extracelular. Nesta casa as moléculas de água livre, no meio menos concentrado sempre migra para o meio mais concentrado. O transporte ativo acontece contra o gradiente de concentração ou eletrostáticos, chamado morro acima, reque gasto de energia na forma de ATP, esse transporte ocorre por bombas ou ATPses, são proteínas da
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