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Ferramentas e Técnicas de Coaching W B A 0 2 3 6 _ v1 .4 2/176 Ferramentas e Técnicas de Coaching Autoria: Mariella Gallo Como citar este documento: GALLO, Mariella. Ferramentas e Técnicas de Coaching. Valinhos: 2016. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Ferramentais de coaching (técnicas e teorias) 05 Unidade 2: Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas 25 Unidade 3: O coaching e as metas 48 Unidade 4: Coaching não diretivo 70 Unidade 5: Coaching de equipe 92 Unidade 6: Coaching empresarial 114 Unidade 7: Linguagens mentais e rapport 134 Unidade 8: Teoria na prática 155 2/176 3/176 Apresentação da Disciplina Nesta disciplina, você passará por 8 temas fundamentais referentes a técnicas de co- aching. Os temas abordam desde um olhar detalhado (como construir uma meta) até temas macro (transformação do processo para atender às demandas do mercado). A técnica de coaching foi adaptada para di- versos segmentos de mercado. Estas adap- tações foram realizadas para responder às necessidades corporativas e pessoais. A velocidade com que as corporações se transformam e os impactos gerados na sociedade motivaram para que a técnica de coaching fosse dividida em segmentos. Você conhecerá, a seguir, alguns deles. São eles: Segmento dedicado para equipes, denomi- nado: coaching de equipe. Tem foco em au- xiliar uma equipe a elevar seu desempenho para conquistar um objetivo com sucesso. Segmento carreira, conhecido como: coa- ching de carreira. Com foco em auxiliar exe- cutivos e jovens em elevar a satisfação em suas carreiras. E também em como direcio- ná-las. Segmento para líderes, referenciado como: coaching de liderança. Técnica desenvolvi- da para elevar a capacidade de gerir pesso- as, passando de excelente líder técnico para líder gestor de pessoas e estratégico. Portanto, seja para um aprendizado mais detalhado ou para um olhar macro, você terá, nesta disciplina, um aprendizado só- lido e com base em literaturas de renomes mundiais. 4/176 Também será capaz de: identificar um ver- dadeiro processo de coaching; diferenciar um coach de outros profissionais (consul- tores, mentores, terapeutas e conselheiros); observar se tem afinidade com a profissão e que caminhos buscar para formar-se. E, finalmente, a maior contribuição da dis- ciplina é a descoberta do verdadeiro valor e potências do coaching, honrando, assim, essa importante ferramenta transforma- cional e que vai muito além de uma simples técnica para ser seguida passo a passo. 5/176 Unidade 1 Ferramentais de coaching (técnicas e teorias). Objetivos 1. Apresentar como a popularização da palavra na última década e meia ten- deu a deturpar o princípio do coaching. 2. Reforçar o princípio do coaching. 3. Esclarecer a denominação dos ter- mos utilizados na técnica e os papéis e responsabilidades dos envolvidos no processo. 4. Mostrar os tipos de coaching e no que estão focados, período de atendimen- tos e recursos de atendimentos. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)6/176 Introdução Por volta de 2005, o coaching no Brasil era um conceito pouco conhecido para muitos. Era necessário desprender duas horas para explicar o que era esse trabalho, que bene- fícios traria e de onde surgiu. Também era necessário explicar a metodologia no deta- lhe, demonstrar que era confiável e provar que era um excelente investimento. Ainda assim, a maioria das pessoas enxer- gava com desconfiança e, no final da expli- cação, era muito comum ouvir: – Ah! Já sei: – é uma terapia breve! Entretanto, era uma palavra conhecida entre o alto escalão de executivos (presidentes, general managers e diretores). Devido ao coaching ter nascido para aten- der ao alto escalão e com foco executivo, os investimentos destinados para tanto, em uma corporação eram elevadíssimos, tor- nando-o, por muitos anos, inacessível em níveis hierárquicos menores ou até mesmo para um investimento pessoal. Hoje em dia, há uma reversão desse cená- rio. Há uma popularização do coaching e você pode perceber que o processo ficou acessível, pois trata-se de uma metodolo- Para saber mais Existe uma Federação Internacional de Coaching – ICF, que tem credibilidade mundial. Dedica-se em buscar padrões elevados e confiáveis no que regulamenta a atividade de coaching. ICF tem foco em regulamentar códigos éticos de coaching e seus avanços, tornando-se, assim, uma rede mundial de coaches. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)7/176 gia que se utiliza de ferramentas que po- dem ser aplicadas à qualquer pessoa e em qualquer posição, sendo necessário apenas duas coisas: a primeira é que o cliente tenha um objetivo e vontade de fazer acontecer. A segunda é um coach que gere confiança, seja verdadeiro e que tenha real vontade de apoiar o aprendizado e não julgar. Se nos anos 2000 não se sabia a existência do coaching, hoje você pode perceber que vi- vemos exatamente uma situação contrária. Hoje em dia, o profissional coach investe tempo em explicar o que não é coaching. Isso porque o termo coaching virou um “jar- gão”, ou seja, uma palavra da moda e que caiu na graça de muitas profissões, como se fosse a ação de dizer ao outro como se deve fazer algo. A popularização do processo de coaching também trouxe o não entendimento da me- todologia e passou a ser confundido como aconselhamento, psicologia, consultoria, instrução e mentoria. Por esse breve histórico e confusões criadas ao longo do tempo, entre o jargão, a popu- larização e a exclusividade, o tema desta aula terá como foco: • Explicar o princípio do coaching; • Quais são os papeis, responsabilida- des e denominações do tema; e • Quais os tipos de coaching mais reco- nhecidos atualmente. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)8/176 1. Princípios do Coaching. Ao pesquisar diversas escolas nacionais e internacionais, além de literaturas sobre coaching, citamos algumas importantes e tradicionais definições sobre o princípio do coaching. São elas: Segundo Gallwey (2013, p. 9), o objetivo do coaching é “liberar o potencial de uma pes- soa para maximizar sua performance, aju- dá-la a aprender em vez de ensiná-la”. Para Withmore (2006, p. 12), “o Coaching é um comportamento gerencial que se baseia na extremidade oposta à do espetro de co- mando e controle”. Segundo Lages e O’Connor (2013, p. 5), o coaching: Para saber mais Timothy Gallwey é considerado o precursor do coaching. Escreveu o livro: The Inner Game of Tennis ou o Jogo Interior. E, por meio das técnicas que ele desenvolveu que estimulava seus alunos ao aprendizado natural, ensinou a verdadeira es- sência do coaching. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)9/176 [...] Consiste em ajudar as pessoas a mudar no sentido em que almejam e a seguir na direção desejada. O coaching apoia as pessoas em todos os níveis do processo de se tornarem aquilo que desejam e ser o melhor que podem. Você pode observar que uma das semelhanças entre as citações está no fato de que o coach (aquele que aplica o processo de coaching) terá o papel fundamental de estimular o potencial do seu cliente. Também deverá apoiá-lo nas mudanças que deseja fazer, ouvir seus medos e estimu- lá-lo a agir. Assim, o cliente poderá aprender um novo hábito. O coach, por meio do processo de coaching, auxiliará o cliente (coachee) a encontrar as suas próprias respostas. O seu papel não é dizer ao cliente o que e como fazer. O objetivo do processo é estimular o aprendizado, sem que o coach recomende o que o coachee (cliente ou colaborador de uma empresa) deverá fazer. Recomendar pode limitar o aprendizado e também paralisar o cliente, que pode entender a recomendação como algo impossível de ser realizado. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)10/176 2. Processo de Coaching: Deno- minações, Papéis e Responsabi- lidades. 2.1 Denominações Primeiramente, é necessáriocompreender o significado de três terminologias ineren- Para saber mais John Withmore é uma referência em coaching na Inglaterra. Foi um dos primeiros coaches a adaptar a técnica desenvolvida por Gallwey, em seu livro O Jogo Inteiro do Tennis e transformar o coaching do esporte para a vida executiva/corporativa. Você pode ler sobre sua experiência no livro Coaching para Performance, Editora Qualitymark. tes ao processo de coaching, quais sejam: coach, coachee e coaching, a saber: • O coaching é o processo pelo qual o cliente passará; • O coach é o profissional que aplicará o processo de coaching; • O coachee é o cliente ou colaborador que receberá o processo de coaching. 2.2 Papéis e responsabilidades É importante compreender os papéis e res- ponsabilidades do coach e do coachee, no processo de coaching, pois essa compre- ensão eleva a possibilidade de realizar um processo bem-sucedido. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)11/176 O papel do coach é dar apoio ao coachee para que ele perceba e mude padrões que o ajudarão a alcançar uma meta. A responsa- bilidade básica do coach é fazer perguntas e não julgar. O coachee, por sua vez, contém as respos- tas. O seu papel é buscar as próprias res- postas, bem como sua responsabilidade é colocar em prática os recursos que ganhou consciência. No aspecto técnico, o coach deverá possuir as seguintes habilidades: • Criar uma aliança de confiança e ver- dade com o coachee; • Esclarecer os temas ou problemas, co- locados pelo coachee; • Entender o futuro desejado pelo coa- chee e estabelecer o foco; • Ouvir com atenção e sem julgamento; • Fazer perguntas que gerem reflexão e ação e que não sejam indutivas; • Dar luz às crenças que impulsionam e ou travam o coachee em direção a sua meta; • Buscar os recursos internos do coa- chee para que ganhe forças para agir; • Estimular o coachee a colocar em prá- tica as ações predefinidas para que obtenha o aprendizado, experimen- tando-as; • Sensibilidade para perceber as barrei- ras emocionais, comportamentais e de pensamentos. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)12/176 3. Tipos de Coaching. Os principais tipos de coaching estão co- nectados aos aspectos da profissão e aos aspectos da vida das pessoas. Na era do conhecimento, surge a necessida- de de criar tipos de processos de coaching mais específicos. São eles: • Coaching de vida: foca em aumentar a satisfação do indivíduo como um todo. Link Conheça a etimologia da palavra coaching no artigo cien- tífico de Milaré e Yoshida, 2009. MILARÉ, Sueli Aparecida; YOSHIDA, Elisa Medici Pizão. Intervenção breve em orga- nizações: mudança em coaching de executivos. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 14, n. 4, p. 717-727, out./dez. 2009. • Coaching executivo: com foco em elevar a performance do executivo (lí- der ou gestor). • Coaching de carreira: busca auxiliar o coachee a encontrar satisfação na carreira, apoia-o nas etapas que en- volvem a gestão da carreira; • Coaching de equipe: atua para au- mentar o desenvolvimento de uma equipe para alcançar uma meta ou projeto. Cabe ainda ressaltar que o período de um processo de coaching pode variar depen- dendo do tipo. Para o coaching life (de vida), executivo e carreira, há uma média de mercado que está entre 10 e 18 horas de trabalho. Levando em consideração ses- Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)13/176 sões semanais de uma hora, entre o coach e o coachee, estima-se uma duração de 3 meses para finalizar o processo de coaching. Os encontros podem ser presenciais e/ou virtuais. As sessões virtuais ganharam nos últimos anos bastante espaço no mundo, principalmente em cidades de grande porte. Constata-se uma grande adesão ao sistema virtual pela economia de tempo e ao suces- so nessa forma de realizar o processo de coaching. É importante destacar que é pos- sível manter a qualidade do processo, no formato virtual. Apesar da variedade dos tipos de coaching, formas de entrega das sessões e do perío- do de trabalho, é importante ressaltar que o princípio do coaching prevalecerá em qualquer um dos segmentos. O coach atuará como facilitador para que ocorra um aumento do desempenho do coachee ou de uma equipe. Não julgará e não recomendará o que o coachee deverá fazer. Realizará perguntas e fará com que o cliente (coachee) ganhe recursos, e estimulando a atuação e a aquisição de aprendizado. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)14/176 Glossário Jargão: linguagem utilizada de forma estropiada, que está desfigurada. Julgar: ter uma opinião sobre determinado assunto, ponto de vista; expressar um parecer da si- tuação; determinar os erros. Princípio: razão que fundamenta ou baseia um conhecimento. Questão reflexão ? para 15/176 Como você observa a contratação do coach pelo merca- do? Você acredita conhecer os critérios necessários para a contratação de um coach? Sabe que tipo de coaching é o mais adequado para você? 16/176 Considerações Finais • Coaching não é um jargão. É uma metodologia séria e que libera o real po- tencial das pessoas; • Coaching é o processo pelo qual o cliente coachee passará com a ajuda do profissional coach; • O coach não diz o que e como fazer. O coachee tem as respostas. E recomen- dar pode limitar o aprendizado e paralisar o cliente; • Coach é um facilitador que estimula o aprendizado e transformação pessoal. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)17/176 Referências GALLWEY, T. O Jogo Interior do Tenis. São Paulo: Textonovo, 2013. LAGES, A; O’CONNOR, J. Como o coaching funciona. O Guia essencial para a história e prática do coaching eficaz. 2. Edição. Rio de Janeiro. Qualitymark, 2013. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 18/176 1. Sobre o coaching, pode-se afirmar: I – A palavra coaching significa o processo pelo qual o coachee passará. II – O processo de coaching libera o potencial das pessoas para que possam elevar a performance. III – A palavra coaching pode ser empregada para qualquer profissão que ensine o cliente a fazer algo. IV – A palavra coaching vem sendo utilizada como um jargão com a popularização do processo. V – O processo de coaching é realizado por um coach. Assinale a alternativa, contendo os itens corretos: a) Apenas os itens I, III e IV estão corretos. b) Apenas os itens I, II, III e V estão corretos. c) Apenas os itens I, II, IV e V estão corretos. d) Todos os itens estão corretos. e) Apenas o item II está correto. Questão 1 19/176 2. Sobre o princípio de coaching, pode-se afirmar: I – Coaching não é uma terapia breve. II – Coaching é uma metodologia acessível e que pode ser aplicada a qualquer pessoa e em qual- quer posição profissional. III – É importante que o cliente tenha um desejo a ser alcançado e que tenha vontade genuína em transformar-se para alcançá-lo. IV– Coaching não é dizer ao outro o que deve fazer. V – Coaching é uma mentoria que apoia as mudanças que o cliente deseja fazer, ouve seus medos e apoia-o para que adquira um novo hábito. Assinale a alternativa, contendo os itens corretos: a) Apenas os itens I, III e IV estão corretos. b) Apenas os itens I, II, III e V estão corretos. c) Apenas os itens I, II, IV e V estão corretos. d) Apenas os itens I, II, III e IV estão corretos. e) Apenas o item II, está correto. Questão 2 20/176 3. Qual o papel e responsabilidade do coachee? Circule a resposta correta. a) Buscar as respostas que estão em seu interior e responsabilizar-se por utilizar os recursos que o impulsionará a ação. b) Pedir para as pessoas dizerem o que ele deverá fazer e que o outro o ajude com tarefas. c) Pedir para que o coach defina qual objetivo ele deverá alcançar. d) Fazer o que o coach mandar. e) Perguntar sempre ao coach como deverá agir para resolver determinadoproblema. Questão 3 21/176 4. Qual o papel e responsabilidade do coach? Assinale a resposta correta. a) Fazer perguntas indutivas que na pergunta sinalizem a resposta que o coachee deverá esco- lher. b) Indicar ao cliente qual o caminho que deverá seguir. c) Interromper o coachee toda vez que entender que as escolhas dele são erradas. d) Ouvir com atenção e não julgar, auxiliar que o cliente tenha clareza de sua meta, fazer per- guntar que levem à reflexão e ação e apoiar o aprendizado por meio de experimentação. e) Realizar uma sessão de terapia psicológica quando o cliente se demonstrar sentimental. Questão 4 22/176 5. Qual dos tipos de coaching, apresentados a seguir, deverá ser escolhido por um colaborador que foi promovido de técnico para líder. O objetivo é elevar sua produtividade na gestão das pessoas e garantir os resultados por meio de sua liderança. a) Coaching de empreendedorismo. b) Coaching de carreira. c) Coaching de liderança. d) Coaching life (vida). e) Coaching de aposentadoria. Questão 5 23/176 Gabarito 1. Resposta: C. O item III está incorreto porque a palavra co- aching não pode ser empregada para qual- quer profissão, pois coaching é uma meto- dologia e que eleva o potencial das pessoas. O potencial é desenvolvido com as desco- bertas que o cliente faz de suas respostas. Sendo assim, ensinar o que o cliente deverá fazer ou como fazer não é do princípio do coaching. 2. Resposta: D. Coaching é um processo que auxilia nas mudanças que o cliente deseja fazer, o co- ach ouve as dúvidas e apoia o cliente para que adquira um novo hábito. Coaching não é uma mentoria, nem terapia, não é con- sultoria, e todas esses métodos requerem outras especializações e experiências. 3. Resposta: A. O coachee, que é o cliente ou a pessoa que passará pelo processo de coaching, tem a responsabilidade de definir o que deseja al- cançar. E o coachee detém as repostas em seu interior, chegando às respostas com a ajuda das perguntas que o coach estabele- cerá. Cabe ainda ao coachee, quando toma consciência de seus recursos, responsabili- zar-se por colocá-los em prática para bus- car o alcance de sua meta. 24/176 Gabarito 4. Resposta: D. O coach tem o papel e responsabilidade de apoiar o processo de desenvolvimento do coachee por meio do estímulo de pergun- tas, saber ouvir e apoiá-lo para que se man- tenha na direção de sua meta, além de au- xiliá-lo na descoberta de seus recursos que o fortalecerão para transpassar obstáculos. 5. Resposta: C. O processo de coaching de liderança é es- pecífico para que o executivo ao ser promo- vido de técnico para líder possa ter um alto desempenho no seu novo papel que exige liderança. 25/176 Unidade 2 Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas. Objetivos 1. Entender como a era do conhecimento influenciou os líderes a obterem um pa- pel de líder coach junto a seus liderados. 2. Reconhecer em que momento o líder de- verá atuar com perguntas de coaching. 3. Saber formular perguntas para elevar a consciência dos liderados/coachees. 4. Saber quando formular perguntas com: o POR QUÊ? 5. Reconhecer perguntas fracas e indutivas. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas26/176 Introdução Um líder que está realmente comprometido em desenvolver pessoas sabe fazer pergun- tas. Também sabe observar qual a maturi- dade de seu colaborador e o momento de realizá-las. O processo de coaching pode ser realizado no trabalho, pelo próprio líder ou por líde- res pontuais que lideram um projeto e uma equipe. Quando abordamos o tema coaching no trabalho, referimo-nos à possibilidade de as pessoas realizarem o coaching em seus colegas. Isto é, independentemente da con- tratação de um coach profissional. Para isso, basta ater-se a dois pontos fundamentais. O primeiro ponto é apoiar e o segundo pon- to é fazer perguntas. Em relação ao primeiro ponto, o de apoiar, trata-se da arte de acolher o outro emocio- nalmente, ou seja, ouvir sem julgar. O ato de apoiar trará à outra parte conforto emocio- nal, estimulando a confiança em refletir e falar sobre os seus receios. Em outros ter- mos, será encorajado a expor dificuldades, alegrias e motivos que podem influenciar ou impulsioná-lo em direção ao sucesso. Já o segundo ponto trata da arte de formular questões que gerem consciência e senso de responsabilidade pela ação futura. O coaching é perfeitamente aplicado no tra- balho, assim como em outras áreas da vida (família, relacionamentos sociais e pesso- ais). O líder que dominar a arte de apoiar e de perguntar estará no caminho de compor uma equipe capaz de pensar e lidar com as emoções. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas27/176 Portanto, é possível afirmar que está no pa- pel de ser líder também o de ser coach. Você aprenderá até o final deste tema: a arte de realizar perguntas no processo de coaching; reconhecer quando e para quem formulá-las; classificar quais são os tipos de perguntas fracas e quais são as adequadas no papel de líder coach; e formular pergun- tas capazes de motivar as pessoas. Saber perguntar pode determinar o sucesso ou o fracasso. E a falta das perguntas pode contribuir para manter uma equipe atrofia- da e, até mesmo, medíocre. 1. Coaching no Trabalho. Na era industrial, o foco era a produção em grande escala e a qualidade dos produtos. O trabalho de produção ou a produtividade era definido pelas mãos dos homens. Pro- Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas28/176 duzir, vender e gerar consumo era o que de- terminava o sucesso da corporação. Nesse sentido, o mais importante no perí- odo industrial eram as “mãos”. E, para que estas “mãos” produzissem na quantidade e qualidade certas, era necessária a figura de um chefe. O chefe, nesse período, repre- sentava a figura de uma pessoa que dava ordens e ditava regras, como: Faça isto! ou Faça aquilo! ou Faça do jeito que eu mandei! Faça agora e desta forma! Esses tipos de co- locação eram muito comuns e diretivos. Por outro lado, os estímulos para que as pes- soas pensassem e gerassem soluções eram quase nulos. Já na era do conhecimento, pautada pelo desenvolvimento tecnológico, o mundo fi- cou sem fronteiras e a competição mais acirrada, o que colocou à prova e desafiou a longevidade das empresas. Ao passo que muitas empresas nasceram com o advento e o sucesso da internet, outras mais tradi- cionais e que estavam no mercado há mais de 30, 40 e 80 anos fecharam suas portas. Surge, então, a necessidade em manter as empresas sustentáveis e capazes de vencer os desafios da modernidade. Nesse momen- to, as corporações passam a entender que o diferencial competitivo depende da qua- lidade dos talentos que as compõem. Reter talentos criativos e inovadores, que saibam pensar em soluções e trazer resultados, é o grande segredo de uma organização para manter a longevidade. Nesse sentido, é notável que na era do co- nhecimento a figura do “chefe” é enfraque- Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas29/176 cida e substituída pela figura do “líder”. O chefe que, até então, mandava agora passa a ser o líder que estimula, o pensar e o agir. Uma das formas que o líder pode utilizar para estimular as pessoas a pensarem é por meio de perguntas. É importante destacar que a formulação de perguntas ao coachee não é uma tarefa fácil e elas devem ser ela- boradas de acordo com cada perfil. É importante que o aluno saiba que a práti- ca de formular questões em um processo de coaching é adquirida através da experiên- cia, ou seja, mediante a sua atuação como coach. No entanto, é possível adotarmos algumas técnicas que nos ajudarão a con- duzir o processo, no quesito da formulação de perguntas ao coachee. Dessa forma, nos tópicos seguintes, você aprenderá como formular poderosas ques- tões que estimulem as pessoas a refletir e a encontrarem soluções, para atingir metas.2. O Coachee tem as Respostas. Antes de iniciar a abordagem do tema, va- mos realizar um acordo. Toda vez que nos referir à palavra coachee, lembre-se de que estamos nos referindo ao cliente ou o lide- Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas30/176 rado, que são as pessoas que estão rece- bendo o coaching. Uma das principais diferenças da ferramenta de coaching, em relação a outras metodolo- gias (mentoria, consultoria, aconselhamen- to), é partir do princípio que o coachee terá total condições de encontrar suas próprias respostas, ou mesmo que já as possua. Em outros termos, o coachee deverá ser capaz de dar respostas de acordo com suas vivên- cias, conteúdos e experiências adquiridas. O coach ou o líder (líder coach) deve enten- de que as perguntas são o estímulo para que o coachee organize seus pensamentos e verbalize suas ideias, até gerarem clareza. A clareza facilitará a formulação das ações necessárias. É importante para o líder, ou coach, obser- var em qual estágio de maturidade o seu liderado, ou coachee, está em termos téc- nicos. Essa afirmação é importante, pois as questões a serem colocadas ao coachee de- penderão da situação e do estágio em que se encontra, frente ao projeto ou tarefa que necessita realizar. Um exemplo que pode explicar melhor essa afirmação ou falta dessa seria a reação de um colaborador novato, face aos questio- namentos do seu líder. Tal reação pode ma- nifestar-se, ou por intermédio de um senti- mento de incompetência, ou pela sensação de estar perdido. Os estágios de maturidade do liderado, ou coachee, em relação ao tipo de ação a ser adotada pelo seu líder, podem ser divididos Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas31/176 em: a) liderado tecnicamente novo na ativi- dade e b) liderado tecnicamente maduro na atividade: a) Liderado tecnicamente novo na ati- vidade: a ação do líder, nesse estágio, é dizer o que o liderado precisa fazer, acompanhar e, em alguns casos, fazer junto com ele. O líder, também, pode delegar à outra pessoa o acompanha- mento do liderado até que esteja pre- parado. É preciso ficar atento, pois a formulação de questões de coaching a um liderado nesse estágio pode cau- sar-lhe um sentimento de incapaci- dade, ou mesmo despertar inseguran- ça, irritação ou dúvidas, em relação ao seu líder. b) Liderado tecnicamente maduro na atividade: sabe o que faz, como faz e para que faz, porém tem dúvidas pon- tuais e pode sentir-se momentanea- mente inseguro. A sensação de inse- gurança pode apresentar-se quando o desafio a ser realizado parece maior que a capacidade do liderado em re- solver. A ação do líder para esse es- tágio do liderado é de líder coach, ou seja, formular perguntas para que ele possa expressar as respostas, frente às dúvidas que surgiram. Quando o lí- der pergunta e ouve, ajuda o liderado a verbalizar, bem como o ato do lide- rado em falar e ser ouvido ajuda-o a sentir apoio em seu momento de in- segurança emocional. Nesse estágio, Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas32/176 se o líder decidir dizer aos liderados, “o que” e o “como fazer” e, ainda, acom- panhar assiduamente as tarefas por esses desempenhadas, o liderado po- derá sentir-se infantilizado. Sua rea- ção poderá ser de irritação ou mesmo comprometer a sua confiança no líder. Estar certo do estágio de maturidade que seu liderado se encontra é fundamental para determinar se deverá dar a diretriz, ou se fará perguntas. Quando o líder respeita que o liderado maduro obtém as respostas, e faz-lhe perguntas, ajudará o colaborador a fortalecer-se, trará senso de responsabi- lidade e o conduzirá para a ação de forma motivada. 3. Como Construir Perguntas de Coaching. Segundo Gilbert e Chakravorty (2005, p. 51), “as respostas estão dentro das pessoas e o papel do coach é destravá-las e trazê-las para o lado de fora”. A principal função da pergunta de coa- ching é gerar no coachee o ato de pensar e a responsabilidade de atuar. Isso é possível quando o coachee toma autoconsciência, entendimento e também percepção de há- bitos que o ajudam, ou o afastam de seus objetivos. Para gerar no coachee consciência, ação e senso responsabilidade, cabe ao líder coach saber realizar perguntas poderosas. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas33/176 3.1 Como formatar as pergun- tas poderosas Primeiramente, é preciso entender quando podemos utilizar perguntas, contendo: Por quê? Como? O quê? Quem? e Quando? Um erro muito comum entre os líderes é a utilização de perguntas, com: “POR QUÊ?”. O “POR QUÊ?” geralmente induz a respos- tas que são justificativas e não respostas para ação. Exemplo de uma pergunta, adotando-se o “POR QUÊ?”: “Por que o relatório está in- completo?”. A resposta que você terá dessa pergunta provavelmente será uma justifica- tiva, como, por exemplo: “Porque o gerente estava de férias”. No entanto se você, como líder, quer obter uma ação, uma solução e gerar senso de responsabilidade, a pergunta mais apro- priada deverá iniciar com: O QUÊ? QUEM? QUANDO? ou COMO? Por exemplo: “O que você fará para obter o relatório completo?”. Ou: “Como você fará para obter as informa- ções necessárias?”. Observe a diferença entre perguntar o: “POR QUÊ?”, “O QUÊ?” e “COMO?”. O “O QUÊ?” e o “COMO?” induzem o coachee a pensar em ações, buscando em seu interior, formas de atuação. Essas duas formas de iniciar uma pergunta são o primeiro passo de sua esco- lha como líder coach. Quando for fazer uma pergunta ao lidera- do, sugerimos que você pare e pense: “O que quero saber? Quero uma justificativa, Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas34/176 ou quero uma ação que caminhe para uma solução?”. Outra função do “POR QUE?” é descobrir o valor que motivará o coachee a atingir uma meta ou adotar uma ação. Por exemplo: você pode querer descobrir o porquê é importan- te para seu coachee alcançar a meta que lhe foi estabelecida. Observe o diálogo a seguir que revela o real valor por trás da meta. Líder: “Por que é importante para você al- cançar a meta?”. Liderado: “Para que nossa empresa tenha lucro”. Líder: “Entendo. E por que é relevante para você que a empresa tenha lucro?”. Liderado: “Ah! Porque assim garanto meu emprego”. Líder: “Hum! E garantir seu emprego é im- portante para você, Por quê?”. Liderado respira aliviado e responde: “Por- que minha família estará segura. E eu me sentirei mais tranquilo”. Podemos observar no diálogo que, ao inves- tigar o porquê, o líder aprende a reconhecer o valor que motiva o coachee a atingir uma determinada meta. No caso apresentado, podemos observar que o liderado coloca o real motivo, o real valor que o faz ir em bus- ca da meta, quais sejam: segurança familiar e tranquilidade pessoal. Portanto, antes de perguntar, pense: “O que desejo abstrair do meu liderado? Quero Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas35/176 uma justificativa? Quero saber, quais são os seus valores ou motivações? Quero saber as razões que o impedem de agir? Quero elimi- nar as barreiras que impedem o liderado de agir ou atingir as metas?”. 3.2 Perguntas de suporte Perguntas de suporte apoiam a técnica de coaching e que ajudam o coachee a organi- zar, ainda mais seus pensamentos. O coach deverá utilizá-las para provocar no coachee maior consciência e senso de responsabi- lidade, por suas ações. Podem ser citados, como exemplos de perguntas de suporte: “O que mais?”. “E se você soubesse, o que faria?”. “O que pode ter de impacto para você e ou- tras pessoas nesta decisão?”. “O que há de mais desafiador para você, so- bre isto?”. “O que você pode fazer para diminuir esta ameaça?”. Observe que as perguntas acima são per- guntas abertas e incentivam o aprofunda- mento da reflexão, ampliando a consciência de si e do entorno, bem como estabelece o foco em possíveis desafios.Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas36/176 3.3 Perguntas fracas Perguntas fracas são aquelas que induzem o coachee ou são fechadas, bem como as respostas a essas são rápidas e concretas. As perguntas que induzem, ou indutivas, são aquelas que dizem o que fazer, em for- ma de pergunta. Por exemplo: “Que tal você verificar o estoque antes de dar a resposta ao cliente?”. Já as perguntas fechadas são perguntas que as respostas são objetivas. Por exemp- lo: “Você fará reunião com Pedro?”. Observe que, nesse caso, a resposta é concreta: “sim” ou “não”. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas37/176 Glossário Insegurança emocional: quando um colaborador sente que sua capacidade pode ser menor que a tarefa que deseja executar. Geralmente, pode ser percebido quando o colaborador pro- cura o líder para tirar dúvidas ou quando ele está em uma postura autocrítica e questiona a si mesmo se dará conta de realizar uma atividade. Perguntas poderosas: são as perguntas que geram no coachee a oportunidade de ampliar a percepção. Elevar a consciência e senso de responsabilidade. Perguntas indutivas: são perguntas feitas com a resposta embutia no meio dela. Para conduzir o coachee para a direção que o líder quer. Líder coach: quando o líder decide assumir o papel de coach para com o liderado. Usa a ferra- menta de coaching para estimular o liderado a elevar seu desempenho. Abstrair: extrair do colaborador o conteúdo que ele terá de mais importante. Questão reflexão ? para 38/176 No seu trabalho, você tem um chefe ou um líder? Caso assumisse um cargo de liderança, qual seria a sua forma de liderar? Você diria ao seu liderado, ou aos seus lidera- dos, o que devem fazer? Ou você os estimularia a refletir sobre como encontrar uma solução? 39/176 Considerações Finais • As perguntas devem gerar consciência, ampliar a percepção do tema, focar em gerar ações e responsabilidade pelas escolhas; • Perguntas poderosas ampliam a consciência e geralmente iniciam com: O quê? Como? Quem? Quando?; • Perguntas que induzem o coachee às respostas que você quer ouvir, limitando-o para que possa desenvolver o pensamento, a reflexão; • Perguntas fracas são perguntas fechadas. De respostas concretas: sim ou não; certo ou errado; • Perguntas que utilizam o “POR QUÊ?” sugerem justificativas, análises ou identificar os motivadores. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas40/176 Referências GALLWEY, T. O Jogo Interior do Tenis. São Paulo: Textonovo, 2013. GILBERT, A.; CHAKRAVORTY. I. Go mad about coaching. Great Britain: CHS, 2005. LAGES, A.; O’CONNOR, J. Como o coaching funciona. O Guia essencial para a história e prática do coaching eficaz. 2. Edição. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2013. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 41/176 1. O gerente de qualidade chama o supervisor de qualidade e informa que precisam elevar os resultados de qualidade. O gerente começa a dizer ao lide- rado como quer que ele faça para elevar o resultado. Diz que produtos devem ser analisados, qual a quantidade de amostragem que devem ser checadas, como observar o manuseio da linha de produção, que tipo de negociação de compra de matéria-prima quer que seja feita e, por fim, impõe o prazo ao supervisor de qualidade que já trabalha há mais de 3 anos nessa função e há 5 anos nessa mesma empresa. Após analisar o contexto acima, indique a qual Era que o texto acima se refere: a) Era da Troca b) Era da Caça c) Era do Conhecimento d) Era Agrícola e) Era Industrial Questão 1 42/176 2. O liderado é um estagiário. Entrou na empresa há aproximadamente 2 meses. Sente muita empolgação para trabalhar, contudo possui pouca ex- periência técnica e muitas dúvidas do que fazer e como fazer as coisas. Len- do o contexto acima, qual a alternativa que indica como o líder deverá atuar com esse liderado? Questão 2 a) O líder deverá delegar a tarefa para ele. b) O líder deverá desafiá-lo. c) O líder deverá fazer junto com ele as tarefas até que o mesmo aprenda. d) O líder deverá fazer várias perguntas abertas para que o estagiário resolva como fazer. e) O líder deverá dizer qual a meta e deixar que o estagiário resolva sozinho como dará o resul- tado. 43/176 3. O líder tem um liderado que tecnicamente tem muita experiência. E o lí- der quer ajudá-lo a elevar o desempenho para que o liderado possa atingir o objetivo daquele ano. Para isso, o líder deverá conduzir conversas que ge- rem consciência, senso de responsabilidade e ações. Questão 3 Que tipo de pergunta é a mais indicada para essa situação? a) Por que você quer trabalhar? b) Você vai informar as pessoas sobre seu projeto, não é? c) Seu objetivo é bom? Sim ou não? d) Você gosta ou não gosta de seu objetivo? e) O que você pode fazer para alcançar seu objetivo? 44/176 4. O líder percebe que seu liderado anda sem motivação para cumprir seu trabalho. O liderado está apenas cumprindo com o básico de sua rotina. O líder não percebe brilho no olhar do liderado. Já conversou com o liderado e não há nenhum problema pessoal ou profissional que possa estar gerando essa sensação de falta de motivação. Que tipo de pergunta o líder deverá fa- zer para que o liderado encontre o motivo pelo qual valerá apena conduzir seu trabalho com motivação? Questão 4 a) Você gosta de seu trabalho? b) O que está acontecendo que seu desempenho é baixo ultimamente? c) Você está procurando emprego? d) Há algo chateando você? e) Por que é importante para você acordar todos os dias e vir trabalhar? Por que é realmente relevante para você o seu trabalho? 45/176 5. Qual o tipo de pergunta que o líder coach deve utilizar se quer elevar o desempenho de seus liderados? Questão 5 a) Pergunta indutiva. b) Pergunta fraca. c) Pergunta fechada. d) Pergunta aberta/poderosa. e) Pergunta de terapia. 46/176 Gabarito 1. Resposta: E. A Era Industrial é reconhecida por uma lide- rança que dizia a seus colaboradores o que fazer e como. Os prazos e ações eram deter- minados do líder para o liderado. Um man- dava e o outro obedecia. 2. Resposta: C. Quando o liderado é novo na função técni- ca, o líder deverá ensiná-lo e fazer junto às tarefas, até que ele aprenda e sinta-se con- fiante de seguir sem o suporte. 3. Resposta: E. Essa é uma pergunta aberta, gerando a pos- sibilidade de o liderado ampliar a percep- ção da situação, tomar consciência do que precisará fazer para alcançar o resultado e também se precisará de ajuda e de quem. As respostas A, B, C e D são perguntas indu- tivas, fechadas e de respostas “sim ou não”; “gosto ou não gosto”. Esse tipo de pergun- ta fechada não estimula o liderado a pensar em soluções. Portanto, são perguntas fracas e ineficazes. 4. Resposta: E. Quando o líder quer descobrir junto do lide- rado o fator motivacional para um trabalho. Ou o que pode motivar o liderado em seu trabalho. Ou ainda descobrir o que ele valo- riza, então as perguntas devem iniciar com por que, pois indica os valores que movem o 47/176 Gabarito liderado a querer alcanças algo, denotando a real importância. 5. Resposta: D. O líder no papel de coach deverá utilizar perguntas que gerem consciência, autor- responsabilidade e ação. Para isso, utili- zam-se perguntas abertas e ou mais co- nhecidas como perguntas poderosas no contexto de coaching. 48/176 Unidade 3 O coaching e as metas. Objetivos 1. Compreender que a meta não deve ser uma obrigação e sim deverá ser defi- nida por meio de um desejo. 2. Aprender que a meta é composta por um conjunto de itens: clareza, tempo e espaço, vontade e responsabilidade. 3. Demonstrar perguntas que auxiliam na construção de uma meta detalha- da e positiva. Unidade 3 • O coaching e as metas49/176 Introdução Nietzsche (1844-1900, https://pensador. uol.com.br › autores› Friedrich Nietzsche) tem uma frase que diz: “muitos são os obs- tinados que se empenham no caminho que escolheram, poucos os que se empenham no objetivo”. Esta citação de Nietzsche (1844-1900) in- dica exatamente a importância que definir um propósito para alcançar um objetivo têm no processo de coaching. A primeira etapa, ao pensar em um obje- tivo, é definir o propósito. Buscar entender que tipo de mudança ou condição desejo alcançar. Ter clareza da imagem que se de- seja alcançar motiva a ação. E o motivo dá sentido ao caminho que será planejado pelo coachee. Portanto, na citação de Nietzsche, podemos interpretar que muitos percorrem caminhos de forma competitiva, árdua e somasse a isso, que não sabem para que estão traba- lhando tanto, pois investem tempo em fa- zer coisas que não os levará à lugar algum e pelo simples fato de não parar para enten- der: qual objetivo querem alcançar e o por- quê. Unidade 3 • O coaching e as metas50/176 Neste tema, “O coaching e a meta”, você irá aprender os seguintes itens: como obter uma boa meta, como construí-la, quem é o responsável por alcançá-la, a importância de definir tempo e meta positiva. Aproveito para desafiá-lo a pensar: O que você quer alcançar daqui a 10 anos? 1. Meta Positiva. Ao pensar em uma meta, reflita no seu de- sejo. O que realmente quer alcançar? A meta pode ser tanto um desejo de curtís- simo prazo como de longo prazo. O impor- tante inicialmente é entender o que você realmente busca como ponto de chegada (ser alcançado). Por exemplo: “Perguntei a José: ‘O que você quer alcançar daqui a 5 anos na sua área profissional?’ José respondeu: ‘Quero alcan- çar o cargo de gerente executivo do banco’”. Unidade 3 • O coaching e as metas51/176 Outro aspecto relevante para a definição de uma meta é que ela seja positiva. Uma boa parcela das pessoas geralmente tem difi- culdade em pensar no que querem, alme- jam ou desejam alcançar. As pessoas geralmente sabem responder o que não querem. O fato das pessoas sa- berem o que não querem ajudará o coach a buscar o que elas querem. É atribuição do líder coach e ou coach auxiliar o coachee a transformar o que ele não quer naquilo que ele quer. A meta ao ser definida de forma positiva ga- nha sentido e força e, também, eleva a von- tade do coachee em agir para alcançá-la. Isto porque ganha um sentido positivo. Veja um exemplo de como transformar uma meta negativa em uma meta positiva. Coach: “O que você deseja alcançar na sua vida profissional?”. Coachee: “Ah! Não quero ser empregado”. Coach: “Entendo. Se você não quer ser em- pregado... significa que quer...?”. Coachee: “Humm! Quero ser empreende- dor”. Unidade 3 • O coaching e as metas52/176 Perceba que no diálogo acima o coach não diz ao coachee o que ele quer ou deveria querer. O coach apenas pergunta de uma forma que o cliente possa transformar a meta negativa “não ser empregado” em uma meta positiva “ser empreendedor”. 2. Responsabilidade da Meta. Deve-se levar em consideração que, ao construir uma meta, ela deverá pertencer ao coachee. O coachee refletirá e descobri- rá a sua própria meta. O coach terá o papel de estimular o cliente a pensar, a criar e elaborar sobre qual a meta que deseja alcançar. O coach jamais poderá definir, recomendar, insinuar ou aconselhar qual a meta do coachee. Os principais riscos do coach definir a meta do cliente são: • Inibir o real propósito (o desejo laten- te) do coachee; • Recomendar algo que fique impossível para o cérebro do coachee executar; Unidade 3 • O coaching e as metas53/176 • Sugerir algo muito simples de alcan- çar (na interpretação do coachee) e que perca a graça para ele mover-se em direção ao objetivo. A meta deverá ter um propósito para o coa- chee e ele deverá sentir que está motivado e apto para executá-la. A responsabilidade para com o alcance da meta pertence ao coachee. Cabe observar que um erro comum ao construir a meta é de terceirizar o objetivo. Terceirizar o obje- tivo é dizer que o objetivo a ser alcançado dependerá da atitude dos outros e não da atitude do coachee. Por exemplo: o coachee responde que o que ele quer é que sua equipe seja comprometida. Observe que o resultado da meta, “o com- prometimento”, dependerá da equipe. A equipe precisará desenvolver este compor- tamento, e não o coachee. Portanto, não é uma meta que dependa exclusivamente do coachee para ser alcançada. Como se pode transformar a meta mencio- nada em uma meta que o resultado per- tença exclusivamente do coachee? Criando uma meta que dependa das ações dele. O exemplo a seguir mostrará uma meta que o resultado depende das ações exclusivas do coachee. Coachee: “Eu quero aprender a habilidade de dar feedback para as pessoas da minha equipe”. Unidade 3 • O coaching e as metas54/176 Observe que aprender a dar feedback para as pessoas da equipe dele é uma ação e um resultado que dependem exclusivamente do coachee. E dar os feedbacks necessários po- derá ou não ajudar a comprometer a equipe. 3. Clareza da Meta. O desejo que o coachee quer alcançar preci- sa ser fácil de entender, claro de se pronun- ciar e motivador. A meta deverá ser clara. Há duas ferramentas para estimular o co- achee na construção de metas claras. São elas: a) Habilidade de imaginar; e b) Transformar palavras concretas em ações. Ambas incentivam o cliente a trabalhar no detalhe. O detalhe, nesse caso, fará a dife- rença para que a mente entenda exatamen- te o que deseja alcançar. 3.1 Habilidade de imaginar O recurso de incentivar o coachee a imagi- nar é poderoso. Quando a mente consegue visualizar, sentir, ouvir o que deseja, é como se imprimisse no cérebro a realidade. O co- Unidade 3 • O coaching e as metas55/176 ach pode fazer as seguintes perguntas para utilizar este recurso. Coach: “O que você quer para daqui a 5 anos?”. Coachee: “Quero preparar-me para uma posição gerencial”. Coach: “Imagine que você está 5 anos à frente. O que você vê que demonstra que você alcançou a sua meta? O que você sen- te? Que trilha sonora você ouve ou o que você escuta?”. 3.1.2 Transformar palavras con- cretas em ações Transformar palavras concretas em ações é conhecido no coaching como desconstru- ção de palavras ou palavras grávidas. Leia o exemplo a seguir, que pergunta realizar para desconstruir uma palavra concreta e obter o detalhe da ação que a representa: Coach: “O que você quer para daqui a 5 anos?”. Coachee: “Quero preparar-me para uma posição gerencial”. Coach: “Descreva para mim. Uma posição gerencial para você é fazer o quê?”. Coachee: “É fazer a gestão das pessoas”. Coach: “Fale mais sobre isso. Fale mais so- bre isso. O que você fará que demonstrará a gestão de pessoas?”. Coachee: “Eu farei reuniões semanais; con- versarei com os liderados sobre os resul- Unidade 3 • O coaching e as metas56/176 tados; direi no que precisam desenvolver- -se...”. Perceba no exemplo acima que incentivar o coachee a expressar, detalhadamente, as ações a serem adotadas quando atingir a meta, o auxiliará a construir uma imagem do objetivo. O detalhamento funciona como um radar para a mente que captará as oportunidades que se apresentarem dentro do que foi ima- ginado anteriormente. Questão para reflexão Quantas vezes você construiu sua meta com base nos detalhes? 4. Tempo e Espaço. Uma meta bem construída possui tempo e espaço considerados. Refiro-me a crono- logia: datas, horários e espaço de tempo. Pode ser tanto ações que iniciam no minuto seguinte como ações espaçadas por perío- dos e até anos. O coachee deverá ser incen- tivado a determinar em que ano, mês e data quer ter seu objetivo alcançado. Unidade 3 • O coaching e as metas57/176 5. Impactos Quando o coachee define o seu objetivo, é importante ajudá-lo a refletir sobre os ga- nhos, benefícios e impactos que esse desejo trará para ele e para as pessoas ao redor. As perguntas que o incentivarão a refletir sobre esse aspectosão para checar: • Se o desejo é algo que trará benefí- cios, • Se manterá um impacto positivo para ele e para o meio em que convive. Refletir sobre os impactos também auxilia a antever se há a necessidade de trabalhar para diminuir uma possível ameaça. Alguns exemplos de perguntas para obser- var os impactos de uma meta desejada pelo coachee podem ser colocadas: • Quais são os ganhos de alcançar essa meta? • Quem mais se beneficiará com isto? • Quais serão os impactos positivos e Unidade 3 • O coaching e as metas58/176 negativos, na sua busca pela meta? • Que impactos positivos e negativos buscar esta meta trará para as pesso- as ao seu redor? Refletir sobre os benefícios e os malefícios do objetivo a ser alcançado é mais uma for- ma de ampliar a consciência do coachee para os impactos e para que ele formule ações para superar obstáculos que possam surgir. Podemos concluir que criar uma meta é fun- damental no processo de coaching. Note que o objetivo ou a meta norteará todo o trabalho entre o coach e o coachee. A meta é uma forma de ter um motivo para ampliar a consciência, atuar em direção do que quer alcançar e buscar desenvolver habilidades para que seu objetivo seja possível de obter. Unidade 3 • O coaching e as metas59/176 Glossário Desconstrução de palavra: linguagem utilizada no coaching para determinar que uma única palavra pode ter vários significados e que precisa ser “desconstruída” para revelar qual ação é atribuída a essa palavra. Feedback: palavra americana que significa retorno. No ambiente corporativo, significa dar um elogio ou uma recomendação de melhora, sobre algo que foi realizado de forma positiva ou ne- gativo. Meta: ponto de chegada. Determinar o que se quer alcançar. Questão reflexão ? para 60/176 O que você quer alcançar nos prazos de 1, 3 e 5 anos? Qual o impacto que esses objetivos terão em sua vida e nas pessoas ao seu redor? 61/176 Considerações Finais • A primeira etapa ao pensar em um objetivo é definir o propósito. Meta sem propósito é alcançar um lugar vazio; • Meta é válida quando o resultado depende de suas ações e não depende de outros; • Metas devem ser claras. Os detalhes são necessários para torná-la alcançável. • É importante estabelecer prazos em uma meta. Saber quando quer concluí- -la é uma forma de incentivar a reflexão, acerca das ações a serem tomadas e em quanto tempo; • Analise os ganhos, os benefícios e os impactos, ao alcançar o objetivo ou a meta estabelecida, tanto de modo particular (na sua vida) ou coletiva (as pessoas ao seu redor). Unidade 3 • O coaching e as metas62/176 Referências GALLWEY, T. O Jogo Interior do Tenis. São Paulo: Textonovo, 2013. LAGES, A.; O’CONNOR, J. Como o coaching funciona. O Guia essencial para a história e prática do coaching eficaz. 2. Ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2013. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 63/176 1. Sobre meta, qual alternativa, contempla todas as afirmações corretas? I – Meta é o ponto que o coachee deseja alcançar. II – Meta deverá estar associada a um motivador/um desejo. III – Meta sem um propósito é uma meta vazia. IV – Os detalhes na definição de uma meta são irrelevantes e atrapalham. V – A meta deverá ser definida e estipulada pelo coach. a) Os itens I, IV e V estão corretos. b) Os itens I, II e III estão corretos. c) Os itens I, II, III, IV e V estão corretos. d) Os itens II, III e V estão corretos. e) O item IV está correto. Questão 1 64/176 2. Levando em conta a leitura deste tema, qual alternativa contempla todos os itens para a construção de uma meta? I – Definição do desejo. O que quer alcançar? II – Escrever de forma clara o objetivo. III – Indicar as pessoas que deverão realizar a meta pelo coachee. IV – Determinar em quanto tempo quer alcançar o objetivo. V – Checar se o objetivo que o coachee quer alcançar poderá impactar a vida dele de forma po- sitiva e negativa. a) Os itens I, IV e V estão corretos. b) Os itens I, II e III estão corretos. c) Os itens I, II, IV e V estão corretos. d) Os itens II, III e V estão corretos. e) Todos os itens estão corretos. Questão 2 65/176 3. Indique qual alternativa contempla todas as questões que o coach deverá utilizar para auxiliar o coachee a imaginar a meta no detalhe? I – O que você vê quando alcançar a meta? II – Quais são seus pontos fortes, hoje? III – Qual trilha sonora estará tocando? IV – O que você ouve quando alcançar a meta? V – O que você sente quando alcançar a meta? a) Os itens I, II, IV e V estão corretos. b) Os itens I, II e III estão corretos. c) Os itens I, III, IV e V estão corretos. d) Os itens II e V estão corretos. e) Todos os itens estão corretos. Questão 3 66/176 4. Quando o coach pergunta ao coachee “o que ele quer alcançar, profissio- nalmente, em 5 anos?” e o coachee responde: “que não quer ser um lidera- do”, o que se pode afirmar tecnicamente sobre a resposta do coachee? a) O coachee respondeu o desejo da meta de forma negativa. b) Que o coachee é um estagiário. c) Que a pergunta do coach está malfeita. d) Que o coach precisa decidir o que o cliente será em 5 anos. e) O coach precisa perguntar os impactos de não ser liderado. Questão 4 67/176 5. Quando o Coach pergunta ao Coachee: “Que impactos alcançar esta meta terá em sua vida e na vida das pessoas ao seu redor”? o coach está ajudando o cliente a refletir sobre qual item abaixo? a) Clareza da meta. b) Definir o propósito da meta. c) Definir tempo. d) Entender em qual espaço ocorrerá o objetivo e) Refletir sobre os impactos positivo e negativo da meta. Questão 5 68/176 Gabarito 1. Resposta: B. Itens IV e V estão incorretas porque a Meta sempre será definida e escolhida pelo coa- chee. Detalhar a meta a torna uma imagem concreta para a mente e move o coachee a planejar os passos para alcançá-la. 2. Resposta: C. Levando em conta a leitura desse tema, a resposta que contém todos os itens que compõem a construção de uma meta é al- ternativa C. Meta pertence ao coachee e de- verá ser construída de forma que dependa apenas dele o alcance do resultado. 3. Resposta: C. As perguntas que auxiliam o coachee a ima- ginar no detalhe o que deseja são referentes aos sentidos de ver, ouvir e sentir. 4. Resposta: A. Segundo a técnica de coaching, o coachee respondeu ao desejo da meta de forma nega- tiva. Sendo assim, o coach deverá, por meio de perguntas, auxiliar o coachee a transfor- mar a meta em uma afirmação positiva. 5. Resposta: E. Refletir sobre os impactos positivo e ne- gativo da meta é uma parte importante da construção da meta para que o coachee 69/176 Gabarito entenda se o desejo dele é benéfico e não causará grandes danos ele e/ou as pessoas à sua volta. 70/176 Unidade 4 Coaching não diretivo. Objetivos 1. Abrir a mente para a possibilidade de confiar na capacidade do outro resol- ver as questões. 2. Entender a importância do aprendiza- do natural. 3. O que é coaching não diretivo, ou aprender a aprender. 4. Conhecer os 3 princípios do: apren- der a aprender: consciência, escolha e confiança. Unidade 4 • Coaching não diretivo71/176 Introdução O coaching não diretivo surge na década de 1970, com o precursor do coaching, Ti- mothy Gallwey. Ele era um instrutor de tênis e desenvolveu uma forma de seus alunos aprenderem sem a necessidade de ensina- -lhes instruções técnicas. Para T. Gallwey, todo ser humano tem ca- pacidade de aprender de forma natural. Ou seja, o aprendizado pode ser livre, constru- ído por meio da tentativa, por meio de ob- servar os erros, aprender com eles e prati- car novamente. Enfim, é possível construir o aprendizado com base em vivenciar uma experiência. O aprendizado se dá por meio de praticar, refletir o que aprendeu ao praticar (os erros e acertos) e definir o que deseja fazer para desempenhar ainda melhorno que estiver se propondo. Este formato do aprender por meio de praticar, observar e definir onde quer desempenhar mais é denominado “processo não diretivo”. Gallwey denominou “processo não diretivo” de “Aprender a aprender” e entende ainda que aprender pode ser uma fonte de prazer quando não há julgamento, quando o clien- te escolhe o que quer aprender e quando define as ações pelas quais irá praticar. O Tema 4, “Coaching não diretivo”, ou me- lhor, “aprender a aprender”, terá como base a fonte que o criou, que são os conceitos de Tim Gallwey. Ao final da leitura, você terá uma importante visão do que é, e como uti- lizá-lo como líder/coach na prática. Unidade 4 • Coaching não diretivo72/176 Também reconhecerá os 3 princípios que formam a essência do “aprender a apren- der” e terá exemplos práticos ligados à lide- rança. 1. Afinal, o que é: Aprender a Aprender? Quando um cliente procura um coach, ge- ralmente ele quer sanar um problema, quer Para saber mais Timothy Gallwey era instrutor de jogadores de tê- nis e lecionava em Harvard. E foi por meio do ques- tionamento da forma como os alunos aprendiam a jogar tênis que observou que todo o ser humano tem a capacidade do aprendizado natural. um conselho que o ajude, ou uma fórmula pronta para resolver a questão dele. A experiência como coach nos ensinou que, quando o cliente expõe o problema para o coach, há dois caminhos a seguir: um ca- minho é ensinar o coachee, dando-lhe ins- truções do que fazer, e o outro caminho é apoiá-lo para que ele aprenda por meio de sua própria reflexão, tentativas, observação de resultados e escolhas de novas práticas. Veja a diferença entre ensinar versus apoiar a aprender, no exemplo descrito a seguir, sobre quando éramos bebês e aprendemos a andar. Imagine uma criança aprendendo a andar. Pode-se dizer que o andar foi um aprendi- zado natural porque foi adquirido por meio da tentativa e erro e não por meio de ins- Unidade 4 • Coaching não diretivo73/176 truções dos pais. Os pais não lhe deram instruções de como fazer, não ensinaram, não deram uma aula para explicar ao bebê que deveria levantar uma perna e depois a outra. Nem, tampouco, explicaram que, se inclinasse um pouco seu tronco para fren- te, poderia ter impulso para ir em frente. O bebê simplesmente aprendeu naturalmen- te com base na própria experiência. O papel dos pais no aprendizado do bebê andar geralmente é o de apoio ao apren- dizado. O apoio para aprender pode ser observado quando os pais procuram ba- ter palmas, dar um sorriso e segurar-lhe as mãos para que a cada desequilíbrio e queda o bebê siga em frente com sua descoberta. O exemplo acima foi descrito para ajudar a entender a diferença entre ensinar e apren- der. Quando alguém ensina, dá a direção ou instrução, espera-se que o outro siga o que foi explicado. Porém, quando há o apoio para que se aprenda, dá-se espaço para que o aprendizado ocorra naturalmente por meio de tentativas e erros. A mesma coisa ocorre na relação do coa- ch com o cliente e do líder com o Liderado. Quando o coachee vem com um problema, pode-se escolher ensinar dando as instru- ções e direção ou pode-se apoiá-lo para que ele aprenda naturalmente: por meio de praticar, refletir (erros e acertos) e escolher novas tentativas. Unidade 4 • Coaching não diretivo74/176 Quando o coach escolhe apoiar o aprendiza- do ele ouve, faz perguntas para que o clien- te reflita e encontre suas respostas e ainda o estimula para que coloque em prática a decisão que escolheu seguir. O coach está apoiando o cliente no aprendizado natural. Sendo assim, coaching não diretivo ou “aprender a aprender” é apoiar e dar espa- ço para o aprendizado natural de cada pes- soa e acreditar que, assim como aprender a andar, as pessoas são capazes de aprender qualquer coisa por meio da vivência da ex- periência em si. Para saber mais Ter consciência no processo de aprender a apren- der é ter clareza da realidade e da escolha do que quer-se praticar. E o coach auxilia o coachee a ter consciência, por meio de perguntas que provo- cam reflexões. Unidade 4 • Coaching não diretivo75/176 2. Os Princípios do Coaching não Diretivo. Os princípios do coaching não diretivo ou aprender a aprender têm como base três pilares: cons- ciência, confiança e escolha. A união desses elementos gera o aprendizado natural e eleva o de- sempenho. Segundo Tim Gawlley (2013, p. 24): [...] a base do aprendizado pode ser resumida em 3 palavras: consciência, confiança e escolha. Consciência dizia respeito a conhecer a situação atu- al com clareza. Escolha relacionava-se com mover-se em direção desejada no futuro. E confiança nos próprios recursos internos de alguém era o elo essencial que permitia esse movimento. Como o líder pode aplicar os princípios consciência, confiança e escolha na sua equipe? Primeiramente, o exemplo a seguir utilizará o elemento consciência, que, segundo Gallwey, diz respeito “a conhecer uma situação com clareza”. Unidade 4 • Coaching não diretivo76/176 Quando o liderado ou cliente vem com algu- ma questão para ser resolvida, geralmente ele está ansioso. Como a ansiedade toma conta da mente dele naquele momento, a tendência é que a performance seja menor. Colocar o liderado para observar um deta- lhe é importante, pois, ao colocar foco em um ponto, a mente fica concentrada nele e, com isso, a distrai do estado de ansiedade inicial. Por exemplo: imagine que você é um líder de um supervisor que está ansioso porque deve dar feedback negativo para um membro da equipe dele. A mente desse supervisor está ansiosa porque fica ocupada com os se- guintes pensamentos: “eu não sou bom em dar feedback!; “o outro vai brigar!; “odeio briga”! Esse estado de pensamento faz com que o desempenho dele em dar feedback caia. Peça ao supervisor que, ao dar o feedback negativo, observe qual o tom de voz ele em- prega (alto, baixo, melindroso ou agressivo). Ao pedir que o supervisor observe um as- pecto específico, distrairá a mente dele, dos pensamentos que geram a ansiedade. Ob- servar o tom de voz, por exemplo, enquanto ele dá um feedback, dá algo interessante para a mente observar e não se distrair com outras questões que geraram a ansiedade inicialmente. Conforme o liderado pratica a ação suge- rida e torna-se mais confiante, dê mais um detalhe para ele observar e aumente o de- safio. Exemplo: peça que ele perceba que postura física ele utiliza durante a fala; de- Unidade 4 • Coaching não diretivo77/176 pois que ouça o tom de voz do outro. Essas observações colocam foco em variáveis que contribuem para o aprendizado e mudam o padrão de ansiedade. Segundo princípio, como utilizar a con- fiança O coach/líder tem uma tarefa importante quanto à confiança. Necessita levar o lide- rado a acreditar nele mesmo e adquirir con- fiança. A forma de elevar a confiança do li- derado é que o coach/líder precise confiar no liderado e não no resultado. Em outros termos, é preciso que o líder confie na habi- lidade do liderado e não no desempenho. Também não se deve julgar e deve-se man- ter um ambiente seguro contra julgamen- tos, pois o julgamento faz parecer tudo mais difícil, tentativa de correção e isso incentiva a que o liderado tenha dúvida da capacidade dele. Portanto, livrá-lo do jul- gamento tornará mais fácil que ele encon- tre as habilidades necessárias para solu- cionar questões. Um exemplo: para incentivar a confiança de um liderado que precisa resolver uma ques- tão no trabalho e que tem os conhecimen- tos necessários para solucioná-lo, mas, por estar com baixa confiança pessoal e auto- crítica elevada, recorre a você, líder, para dar a resposta de como ele deve solucionar a questão do trabalho. Quando se vivencia essa situação, geral- mente o liderado recorre ao líder, dizendo que não sabe como resolver a questão. Seu papel como líder para que ele fique mais au- Unidade 4 • Coaching não diretivo78/176 toconfianteé fazer as perguntas que gerem no liderado a oportunidade de pensar e dar as respostas. O fato de o liderado respon- dê-las dará a ele a oportunidade de mostrar o quanto sabe enquanto ordena os pensa- mentos. Para isso, ao ouvir do liderado: não sei o que fazer para solucionar “X”, o líder deve per- guntar: “E se você tivesse a solução? O que seria?”. “E se você tivesse esse saber?”. “E, se você fosse bom, o que você faria?”. Perceba que as questões acima, ao serem respondidas pelo liderado, devolvem a ele a opção de confiar em si mesmo porque ele dar-se-á conta de que as respostas estão com ele. E que não necessita que o líder tra- ga sempre as soluções para os problemas, podendo ele confiar em si e nas suas res- postas. Unidade 4 • Coaching não diretivo79/176 Terceiro princípio, a escolha O coach/líder, além de apoiar o liderado para que tenha consciência de uma situa- ção e para que pense em um conjunto de possibilidades ou soluções para uma ques- tão, deverá incentivá-lo também a que tome as próprias decisões. Quando o lide- rado escolhe qual opção utilizará, que ca- minho traçará, ou qual solução quer dar a um problema e trabalha para isto, ele eleva a autoconfiança. Portanto, quem deve es- Para saber mais Escolhas no processo de coaching não diretivo é quando o coach por meio de perguntas auxilia o liderado a ter clareza do que quer alcançar e fazer a escolha. colher que decisão tomar sobre um assunto é o liderado. Note que os três princípios – consciência, confiança e escolhas – são complemen- tares, estão interligados e apoiam um ao outro no processo de aprender a aprender, pois, quando o liderado observa com maior clareza uma situação, poderá aumentar as possibilidades de soluções e praticará o que escolher. Os três elementos reforçam a au- toconfiança, pois a arte de dar respostas, criar soluções e colocá-las em prática ele- vam a sensação de capacidade de criar e re- alizar. Sendo assim, como coach/líder, o seu papel é tornar o liderado cada dia mais con- fiante para que ele possa ver as coisas com clareza e, desse modo, fazer escolhas. Unidade 4 • Coaching não diretivo80/176 Para saber mais As escolhas no processo de coaching não diretivo ocorrem quando o coach, por meio de perguntas, auxilia o liderado a ter clareza do que quer alcan- çar e fazer a escolha. Unidade 4 • Coaching não diretivo81/176 Glossário Ensinar: ato de compartilhar o conhecimento, experiência e ou técnica. Aprender: ato de descobrir por meio da experimentação. Coaching não diretivo: na linguagem da essência do coaching, é o aprender a aprender. Cada ser humano tem a capacidade do aprendizado natural. Questão reflexão ? para 82/176 Você é um líder que confia na habilidade de seu liderado em resolver problemas ou é um líder que diz o que o li- derado “deve ou não deve fazer” para resolvê-lo? 83/176 Considerações Finais • Aprender a aprender é uma técnica do coaching não diretivo. Consiste em desenvolver o liderado por meio do aprendizado natural. O líder estimula o liderado a pensar, ter autoconfiança e aprender com as experiências; • O liderado escolhe o que quer experimentar e amadurece com o aprendizado; • Ensinar a aprender é um estilo de liderança em que o líder ensina o que o liderado deverá ou não deverá fazer; • O coaching não diretivo é conhecido como aprender a aprender; • O precursor do coaching é Timothy Gallwey. Ele acredita que todo ser hu- mano tem a capacidade de aprender naturalmente; • Os princípios do coaching não diretivo são 3: consciência, confiança e esco- lher. Unidade 4 • Coaching não diretivo84/176 Referências DOWNEY, M. Coaching Eficaz. São Paulo: Cengage Learning, 2010. GALLWEY, Thimothy W. The Inner Game – A essência do jogo interior. São Paulo: New Book, 2013. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 85/176 1. O líder ouve o problema do liderado e tem vontade de dizer o que ele deveria fazer. Porém, confia na capacidade do liderado pensar em soluções e escolhe apoiá-lo. Apoia-o fazendo perguntas, ouvindo e dando o tempo para que o liderado colete seu aprendizado. Essa escolha do líder de não in- terferir pertence a qual tipo de coaching? a) Coaching diretivo. b) Coaching não diretivo. c) Coaching de vida. d) Coaching de empreendedorismo. e) Coaching de carreira. Questão 1 86/176 2. Imagine que o liderado está ansioso e diz ao líder que não fará uma determinada palestra porque não saberá responder a todas as perguntas que por ventura a plateia deseje perguntar. Ainda complementa dizen- do: [...] que é a primeira vez que haverá mais de 100 pessoas para ouvi-lo e que tem medo de esquecer as coisas que vem preparando faz meses. Quais dos três princípios o líder deverá utilizar para livrar o liderado desta mente ansiosa? a) Consciência. b) Confiança. c) Escolhas. d) Dizer que ele está liberado. e) Pedir que ele delegue para outro. Questão 2 87/176 3. O líder convidou um liderado pleno para ser o responsável por condu- zir uma negociação comercial com um cliente de maior porte. O liderado fica feliz, porém começa a autocriticar-se. E questiona com o líder se acha mesmo que ele é a pessoa certa. Acredita que ele não vai saber o que fa- zer. Qual dos princípios abaixo o líder deverá escolher para lidar com a situação acima? a) Escolha. b) Consciência. c) Confiança. d) Dar conselhos. e) Trocar de colaborador. Questão 3 88/176 4. O liderado tem uma questão para resolver e pede ao líder a resposta do que fazer e como. O líder, por sua vez, percebe que o liderado está apenas limitando as possibilidades e decide ajudá-lo a ampliar as opções por meio de perguntas. E depois diz ao liderado: a partir daqui não posso ajudá-lo. Tenho certeza de que você escolherá o que fazer. Qual dos princípios o líder está utilizando? a) Valor. b) Direção. c) Escolha. d) Julgamento. e) Deflagrar. Questão 4 89/176 5. Imagine que o líder ensina o que e como o liderado deverá fazer e ainda fica cobrando que o liderado de o resultado rapidamente. O liderado devi- do a este estilo de liderança do líder sobre ele passa a apresentar um esta- do de autocrítica, desconfia de si próprio e o desempenho cai. De acordo com a descrição acima, qual o estilo de liderança que o líder escolheu? a) Coaching não diretivo. b) Aprender a aprender. c) Ensinar a aprender. d) Coaching de negócios. e) Coaching business. Questão 5 90/176 Gabarito 1. Resposta: B. Quando o líder escolhe incentivar o liderado a tomar consciência da realidade, fazer suas próprias escolhas e incentivá-lo a prender pela experiência. O líder está utilizando a técnica de coaching não diretivo. 2. Resposta: A. Ao observar que o liderado está ansioso e que a mente está cheia de observações que o deixam inseguro, o líder deve escolher atuar com o princípio de consciência, auxiliando o liderado a ter clareza da realidade e livran- do-o de uma mente ansiosa, para que possa depois realizar escolhas com mais clareza. 3. Resposta: C. Quando um liderado diz que não sabe o que deve fazer. E você coach/líder observa que este é um autojulgamento, ou seja, ele está se autocriticando. Pergunte: “E se você ti- vesse esse saber?”. 4. Resposta: C. Os liderados gostam de perguntar aos líde- res o que devem fazer. Como o líder não quis dar a resposta, ele transfere ao liderado a escolha do que fazer e elevará o comprome- timento dele. 91/176 Gabarito 5. Resposta: C. O líder escolheu o estilo ensinar a aprender. Esse é o estilo utilizado quando o líder diz ao liderado como e o que fazer, acredita que está ensinando e, por isso, será mais rápi- do o aprender. Porém, limita a oportunida- de do liderado desenvolver-se pelo próprio aprendizado. 92/176 Unidade 5 Coaching de equipe. Objetivos 1. Aprender a diferença entre o coaching individual, de grupo e de equipe. 2. Reconhecero verdadeiro papel do co- ach no coaching de equipe. 3. Demonstrar os inúmeros benefícios do coaching de equipe. 4. Compreender como é um processo clássico de coaching de equipe. Unidade 5 • Coaching de equipe93/176 Introdução Até pouco tempo atrás, as organizações trabalhavam com equipes fixas. As equipes eram formadas e permaneciam trabalhan- do juntas por muitos anos. Os profissionais permaneciam mais tempo numa mesma corporação, unidade de negócios e depar- tamentos. Essa estabilidade dava aos líde- res tempo para desenvolver a equipe. Esse cenário mudou. O mundo dos negó- cios está acelerado. As decisões são toma- das em minutos e surgem vários projetos ao mesmo tempo. Além disso, há necessidade de ter líderes de projetos, e as pessoas mu- dam de empregos e empresas rapidamente. As equipes precisaram adaptar-se a esta re- alidade com a mesma velocidade, pois nada garante que, no próximo projeto, participa- rão as mesmas pessoas e o mesmo líder. Devido a esse cenário, o coaching de equipe ganhou espaço, pois surgiu a oportunidade de auxiliar as equipes (que são montadas e desmontadas a cada projeto) a passarem por suas etapas de desenvolvimento com rapidez. As equipes, ao serem formadas, passam por etapas até as pessoas que as integram con- seguirem trabalhar bem juntas. Essas eta- pas são: formação, integração, produtivi- dade e fechamento de um projeto. O coach por meio de facilitação auxiliará para que a equipe passe pelos diversos estágios com maior rapidez. Unidade 5 • Coaching de equipe94/176 1. Diferença de Formato de Coa- ching de Equipe, Grupo e Indivi- dual. Há três formatos de entrega de coaching. É importante conhecê-los, para escolher o mais adequado, quando surgir a necessida- de. Os três formatos de entrega são deno- minados como: • Coaching individual • Coaching de grupo • Coaching de equipe 1.1 Coaching individual É um formato “um para um”. Envolve o coa- ch e o coachee exclusivamente. Ambos têm encontros periódicos de aproximadamente 1 hora, semanal e confidencial. Trabalham juntos para desenvolverem uma competên- cia e alcançarem um resultado esperado. 1.2 Coaching de grupo É um formato desenvolvido para atender um grupo de pessoas, ao mesmo tempo e com objetivos diferentes. Esse grupo é guiado pelo coach. Na maioria das vezes, cada pes- soa do grupo desenvolverá competências individuais e cada uma buscará algum tipo de meta. O coaching de grupo atende um grupo médio de 20-25 pessoas ou mais, no mesmo lugar e ao mesmo tempo. Unidade 5 • Coaching de equipe95/176 1.3 Coaching de equipe É um formato aplicado para um conjunto de pessoas que tem um objetivo comum. Que- rem, em conjunto, desenvolver uma compe- tência que eleve a performance da equipe e que os auxilie a atingir o resultado desejado mais rápido. Para garantir uma maior eficá- cia, é realizado em equipes pequenas. Entre 4 e 15 pessoas. Ao saber a diferença entre os três formatos, o líder poderá entender o que quer contra- tar e ou como quer conduzir a evolução de sua equipe. Caso o líder deseje que um projeto especí- fico ganhe velocidade, poderá contratar um coaching de equipe. Caso o líder queira que cada pessoa de sua equipe se desenvolva em uma competência específica e indepen- dente de um projeto comum, poderá con- tratar tanto um coaching de grupo quanto individual. 2. O Que é Coaching de Equipe? O coaching de equipe tem por objetivo au- xiliar uma equipe a trabalhar em conjun- to com alto desempenho e desenvolver as Unidade 5 • Coaching de equipe96/176 competências necessárias para alcançar uma meta. Vale entender que toda equipe passa por etapas relevantes para trabalhar de forma coesa e produtiva. As etapas de trabalho que uma equipe normalmente passa são as de formação, produtividade e fechamento. Na etapa de formação, a equipe trabalha de forma apaixonada e estimulada. Na etapa de produtividade, há um momen- to delicado, em que começa a disputa pelo poder, competição e determinação de pa- péis e responsabilidades. Essa é uma etapa em que afloram os conflitos e os estímulos passam por altos e baixos. Na etapa de fechamento, geralmente, a equipe trabalha de forma mais unida, po- rém o estado de ânimo demonstra certa baixa, em função de quererem permanecer juntos. O processo de coaching de equipe tem como principal objetivo acelerar cada etapa do trabalho em equipe, para que o resulta- do final seja alcançado, e principalmente, alcançado com alto desempenho. Também contribui para que a equipe cresça em com- petência comportamental, emocional, inte- gração, produtividade e resultado. Unidade 5 • Coaching de equipe97/176 2.1 Qual o papel do coach no coaching de equipe O papel do coach no coaching de equipe é de proporcionar que, de forma consciente, o time realize a atividade acordada e tenha uma evolução no desempenho como equi- pe. O coach pode inclusive, colocar sua ex- periência, partilhar ensinamentos e conhe- cimentos. Segundo Jennifer J. Britton (2010, p. 7), o coach tem as seguintes responsabilidades quando conduz um coaching de equipe e ou um coaching de grupo: • Descobrir, clarificar e alinhar o que o cliente quer conseguir; • Encorajar o cliente a fazer sua própria descoberta; • Proporcionar que o cliente gere suas próprias soluções e estratégias e • Auxiliar o cliente a criar sua autores- ponsabilidade e ações. O coach na situação de condução de equipe e ou grupo terá uma atuação híbrida. Isso significa que ora atuará como coach, ora como facilitador, ora como treinador. Também proporcionará que a equipe tome consciência de qual ponto deverá desenvol- ver para trabalhar bem em conjunto. E esti- mulará que cada membro da equipe descu- bra seu ponto fraco para desenvolvê-lo. Unidade 5 • Coaching de equipe98/176 Quando a equipe trabalha o GAP, e, soma- do a isso, cada indivíduo também trabalha seu ponto de melhoria, há uma colaboração para o sucesso. O sucesso, além de ser me- dido pelo resultado da meta, também será medido pela qualidade de integração e pro- dutividade da equipe. Para saber mais Jennifer J. Britton é Coach, Treinadora e autora. De- dica-se a pesquisar, desenvolver ferramentas, me- todologias e recursos para que coaches possam oferecer excelentes treinamentos de coaching de equipe e coaching de grupo. 3. Benefícios do Coaching de Equipe. Quando conversamos com os gerentes de diversas organizações e perguntamos qual a maior dificuldade nos dias de hoje, geral- mente respondem que eles têm dificulda- de de equilibrar o desenvolvimento de sua equipe com gerenciar que as atividades do trabalho sejam realizadas e com qualidade. Essa dificuldade tão comum, citada por eles, abriu um espaço para que o coaching de equipe ganhasse força nas organizações, seja para que o gerente aprenda uma ferra- menta de gerenciamento ou para contra- tar um coach para conduzir o coaching de equipe. Unidade 5 • Coaching de equipe99/176 Afinal, o coaching de equipe proporciona entre inúmeros benefícios que a equipe se desenvolva em termos de competência e, ao mesmo tempo, entregue as tarefas para cumprir a meta. Abaixo cito os principais benefícios do coa- ching de equipe. São eles: • Elevar a confiança entre os indivíduos; • Equipe trabalha motivada; • Acelerar atitude e proatividade; • Ampliar as possibilidades e a confian- ça de que é possível; • Unificar o propósito e o objetivo; • Elevar a qualidade das relações inter- pessoais e transpor barreiras hierár- quicas; • Desenvolver habilidades e competên- cias coletivas e individuais. 4. Processo de Coaching de Equi- pe. O coaching de equipe segue os princípios do processo de coaching individual. Esse processo é formado basicamente por: de- terminar um objetivo, entender os recursos existentes e os recursos necessários para se Unidade 5 • Coaching de equipe100/176 desenvolver, obter consciências dos obstá- culos e como amenizá-los e criar um plano de ação para alcançar
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