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UNICAMP – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FT - FACULDADE DE TECNOLOGIA TECNOLOGIA EM SANEAMENTO AMBIENTAL ST616 - TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS II Prof. Dr. Peterson Bueno de Moraes QUESTÕES REFERENTES ÀS AULA 1 A 4 Luís Henrique Sinatora RA: 221108 Limeira – SP 2020 1 - Discorra sobre os tipos de membranas, incluindo materiais das membranas, lay-out do processo, vantagens, desvantagens e aplicabilidade de cada tipo. Hoje existem diversos tipos de membranas filtrantes, sendo elas, membranas de microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e osmose reversa. Todas elas se diferem pelo nível de filtração e aplicação. As membranas são estruturadas por diversos tipos de polímeros, como, politetrafluoretileno e polietersulfona. As membranas podem ser tubulares ou planas, compõem as tubulares 3 tipos diferentes, de fibra oca, capilar e tubular. As tubulares são compostas por diversas membranas em um tubo, então, dispõem os tubos um ao lado do outro. As membranas planas, consistem em filtros esticados dispostos um do lado do outro, de forma plana. As membranas de fibra oca são abertas como canudos, em um conjunto de várias dessas membranas, elas são envolvidas num tubo de plástico resistente. O efluente entra pelo meio do tubo da membrana e o permeado sai pelas laterais, e no meio delas fica a água limpa. Já as membranas capilares, funcionam com cartuchos acoplados com camadas de membranas esticadas presas em cima e embaixo de um módulo, o efluente passa entre as membranas e filtram a água ou efluente. As membranas também são classificadas em orgânicas e inorgânicas. As membranas cerâmicas, tem um diâmetro não muito pequeno, e apenas realizam a microfiltração e a ultrafiltração. A membranas podem hidrofílicas, que tem afinidade com a água ou hidrofóbicas, que não há afinidade com a água. Para o tratamento de água ou meios aquosos o ideal são as hidrofílicas. O tratamento através de membranas filtrantes consegue trazer diversas vantagens, entre elas, a geração de águas residuárias com uma melhor qualidade, uma flexibilidade operacional, as estações de tratamento são mais compactas, não necessita de adição de reagentes químicos e outras tantas vantagens. Mas assim como vantagens, existem algumas desvantagens com o tratamento por membranas, uma das principais é o alto valor no mercado, fazendo assim, outros tipos de tratamento serem mais rentáveis. 2. Cite e explique a função das partes que constituem um sistema de filtração com membranas. O sistema de filtração por membrana precisa de um pré-tratamento, para retirar materiais mais grossos. Para também não sobrecarregar a membrana, e não criar problemas operacionais a mais. O sistema de membranas para separar os contaminantes do efluente. Um sistema pós-tratamento, por questões sanitárias e no fim, um sistema de limpeza química, para voltar a capacidade das membranas, para manter a vida útil da membrana. 3. Explique como pode ocorrer a limpeza num sistema de filtração com membranas. A filtragem é pausada, e então, através de um fluxo contrário ao do efluente que passa para a filtração, é adicionada uma solução, parecida com um detergente, é colocado no sistema e faz a limpeza das membranas. Existe também as membranas autolimpantes, com um sistema ultravioleta, que limpa as membranas sem que seja necessário parar o sistema por completo. 4. Cite e explique quais os tipos de problemas que podem ocorrer em um sistema de filtração de membranas e possíveis formas de prevenção. Pode haver dos poros das membranas entupirem, através da formação de depósitos, que são efeitos de adsorção e precipitação química, sendo assim, o fluxo do permeado acabe sendo reduzido. Identifica-se esse problema através da medição da pressão diferencial do sistema, se na saída a pressão estiver menor, algo está entupindo a membrana. Há o fouling e o biofouling, o fouling é a colmatação das membranas por via química, o crescimento do fouling é linear. Existem também o biofouling, que é a colmatação biológica das membranas, o crescimento do biofouling é exponencial. Para sua prevenção, necessita de um bom tratamento de desinfecção antes da membrana. Já para prevenção do fouling, necessita um processo de limpeza das membranas adequado, para evitar acúmulo e colmatação de químicos. 5. Discorra em relação às MBRs, principalmente quanto a: configurações, tipos de membranas, vantagens, desvantagens e aplicabilidade. A MBR é o reator biológico de membranas, na combinação do tratamento com membranas de micro ou ultrafiltração com o tratamento biológico. Consiste num tanque biológico de microrganismos anaeróbios ou aeróbios, suspensos com membranas mergulhadas. O sistema é todo automatizado, com bombas, sensores, sistemas de recirculação, funcionando de forma automática, também fazendo a medição de fatores como a pressão diferencial do sistema, para ter um controle do funcionamento do sistema. A injeção de maneira forçada, faz com que funcione, para que os microrganismos aeróbios degradem a matéria orgânica e após as membranas irão filtrar o efluente. O efluente deve ser biodegradável, o tanque de aeração é menor, a MBR substitui a decantação pelo processo de ultrafiltração, não há limite de vazão, se aumentar os módulos da membrana, o tempo de detenção celular é independente do tempo de detenção hidráulica, não é necessário a espera pela decantação. No final do processo, o efluente sai tratado com uma alta qualidade, e em relação ao outros tratamentos sua área de utilização é muito menor. Dentre as variações das MBRs podem se variar entre os tipos de membranas, entre tubulares,planas, capilares, de fibra oca, cerâmicas. As membranas poliméricas apresenta menor resistência química, necessita de fluxos menores, menores valores para o projeto. As membranas cerâmicas mostram um alto valor de resistência química e mecânica alta, e pode trabalhar com altos fluxos, por consequência, combate o fouling por ter uma alta velocidade, ao contrário das poliméricas. As MBRs podem ser classificadas com o tipo de filtração, de forma cross-flow e dead-end flow. O dead-end é entrar de um lado da membrana e sair de outro, o cross-flow o efluente entra na membrana e o permeado sai em direção perpendicular ao fluxo. Há também a variação no sentido do fluxo da membrana, que pode ser de fora para dentro ou vice-versa. A posição dos módulos também podem varias nas MBRs, as membranas podem estar submersas no sistema ou na parte de fora do tanque. 6. Discorra sobre o índice de biodegradabilidade (IB). Discorra sobre os possíveis valores e interpretações de DQO e DBO. O índice de biodegradabilidade, mostra com outros parâmetros as formas de tratamento adequado para X efluente, para escolher entre processos, físicos, químicos ou biológicos, etc. Este índice é indicado através da DQO e da DBO. Podemos ver que se, DQO/DBO <2,5 o efluente é mais biodegradável, com opções de tratamentosbiológicos para ser tratado, como MBR e lodos ativados. Já <5 DQO/DBO <2,5 necessita de mais cuidados para o tratamento. E se a DQO/DBO >5 este efluente é quase nada biodegradável, assim, é melhor optar por outros processos químicos ou físicos. 7. Calcule o custo do tratamento com peróxido de hidrogênio de um efluente contendo 2,97.10-3 M de 2,4,5-triclorofenol (TF). Dados: vazão = 10 m3 h -1 ; Custo H2O2 50% (200 volumes) = R$ 12,00/litro. Equação não-balanceada: C6H3Cl3O + H2O2 CO2 + H2O + HCl; MMTF = 196 g mol-1 C6H3Cl3O + 11 H2O2 = 6 CO2 + 11 H2O + 3 HCl -> Equação balanceada 8. Cite e explique 2 vantagens e 2 limitações do tratamento biológico de efluentes. O tratamento biológico de efluentes pode ser tanto aeróbico como anaeróbico. As vantagens estão no preço, pois o tratamento biológico tem um valor bem mais abaixo que o por membranas, com um baixo custo energético e operacional. Além disso, outra vantagem está em poder ter um tratamento de um alto valor de volume, com uma boa eficiência, com efluentes com a DBO alta. As desvantagens estão em que, o tratamento biológico ocupa uma área muito maior que o por membranas, para tratar o mesmo volume de efluentes. E também, o tratamento biológico é muito limitado para tratar efluentes industriais, onde fatores externos podem acabar prejudicam o tratamento. 9. Quais as principais diferenças e vantagens da Oxidação supercrítica em relação à Oxidação úmida? A oxidação úmida usa o Oxigênio por exemplo como oxidante, em altas temperaturas e pressões, entre 125 a 310ºC e 0,5 a 20 Mpa, respectivamente, para poder oxidar o efluente. Ainda, caso haja substâncias inorgânicas no efluente, pode-se gerar CO2 água, amônia, nitrogênio, nitratos, cloretos, sulfatos e fosfatos. A oxidação supercrítica, usa o oxidante em temperaturas e pressões ainda mais elevadas, superior a 375ºC e 22,16 Mpa, também respectivamente, já nesse tipo de oxidação há geração de CO₂, água e nitrogênio como produtos finais. A uma oxidação mais eficiente e com menos produtos finais que a úmida, acontecendo a mineralização da reação, devido a maior elevação da temperatura e da pressão a oxidação supercrítica tem uma menor velocidade de oxidação. 10. Faça uma tabela comparativa de 3 vantagens e 3 desvantagens da cloração vs cloraminação vs uso do ClO2. CLORAÇÃO CLORAMINAÇÃO ClO₂ VANTAGENS Baixo custo; Seu efeito residual é capaz de desinfectar durante o caminho das tubulações; Facilmente encontrado no mercado; Baixo custo; Eficaz no combate de biofilmes; Baixa formação de subprodutos da desinfecção; Maior estabilidade na fase líquida que o cloro livre e ClO₂; Menor formação de produtos de desinfecção; Controla o odor; Remove a cor; DESVANTAGENS Maior possibilidade de produzir subprodutos tóxicos, exemplo os organoclorados; O pH prejudica o processo se não for controlado; Pode haver problemas com odor e sabor; Menor poder desinfectante que o cloro e o dióxido de cloro; Há necessidade de controle do pH e dosagens de cloro e amônia; Não consegue oxidar ferro e manganês; Deve ser produzido in loco, pois há risco e pode causar explosões; Pode formar subprodutos como cloritos e cloratos; Alta quantidade de residuais de dióxido de cloro; 11. Discorra sobre 3 fatores que afetam a cloração. Um dos fatores que afetam a cloração é a presença de ferro e manganês na água; devido estarem em suas formas reduzidas, dificultam o cloro oxidá-los. Baixas temperaturas da água podem afetar e prejudicar o processo de desinfecção da água; E também a presença de diferentes microorganismos, pois alguns são mais resistentes à desinfecção por cloração. 12. Em quais casos o uso do ClO2 é indicado? Discorra sobre possíveis modos de produção do ClO2 e dê exemplo de oxidação através de reação química. O ClO2 é um desinfectante com diversas aplicações, como remoção de biofilme em sistemas de distribuição de água e também na produção de água potável. É muito aplicado no controle de cor e odor da água, além da remoção do Ferro e Manganês. O dióxido de cloro é um grande inativador de patógenos, mais eficiente desinfetante químico, com o poder bactericida maior frente a outros biocidas. Não reage com a matéria orgânica. Ele é produzido por um reator eletrolítico com uma solução de clorito de sódio com HCl ou Cl2 5NaClO2 + 4HCl -> 4ClO2 + 5NaCl + 2H2O (a partir do HCl) 2NaClO2 + Cl2 + -> 2ClO2 + 2NaCl ( a partir do Cl2) 13. O que é o processo de Descloração? Quando e como deve ser utilizado? Cite 2 reagentes utilizados neste processo. A descloração é a remoção do cloro da água, pode-se utilizar carvão ativado, mais utilizados em filtros, uma solução mais eficaz, removendo o cloro por meio de uma reação de oxi-redução, ou através de compostos a base de sulfeto, (Dióxido de Enxofre, Sulfito de Sódio e outros), que podem acabar produzindo alguns subprodutos, necessitando de uma deionização, já esse sistema funciona melhor como um pré-tratamento para filtragem. A descloração é feita quando a substância química é adicionada em excesso nas águas de distribuição para as residências, modificando seu odor e sabor. Além disso, a descloração evita danos nos equipamentos, como corrosão em equipamentos metálicos. 14. Cite 3 vantagens e 3 desvantagens do processo fotoquímico; 3 tipos de lâmpadas e suas características, 3 fatores que influenciam na eficiência e 3 possíveis problemas que podem ocorrer nestes tipos de sistemas. As vantagens do processo são: Facilidade de operação e automação; Compatível ambientalmente, não gera THM, clorominas nem lodo; Processo compacto, não usa muito espaço e não há geração de subprodutos cancerígenos. Já suas desvantagens, estão em: Presença de sólidos suspensos é uma limitação, não produz efeito residual. As lâmpadas podem ser, de Baixa Pressão de Vapor de Mercúrio, Média Pressão de Vapor de Mercúrio e Xenônio, entre outros. A lâmpada de baixa pressão de vapor de mercúrio, tem como características que, ela opera em baixa pressão (10-2 torr) e com baixas temperaturas (40ºC), essa lâmpada tem um longo tempo de vida (de 6000 a 10000 horas), além de ser muito eficaz para o sistema UV/ozônio, devido o ozônio absorver bem o comprimento de onda em torno de 254 nm. Sua voltagem está entre 120 e 240 V, há vaporização parcial do mercúrio e uma única lâmpada de 65 w pode ser usada em unidades que atendem vazões de até 9 m3/h. As lâmpadas de média pressão de vapor de mercúrio, apresentam algumas características como, que operam a uma pressão maior que as de baixa pressão e também temperaturas mais altas (400 a 600ºC), e tem um tempo de vida menor, elas duram de 3000 a 4000 horas e elas geram um espectro com picos mais fortes e 3 faixas de onda 360 - 370 nm, 300 - 310 nm e 250 - 270 nm. Sua voltagem está entre 1000 e 2000 V, há vaporização completa do mercúrio e ela não é influenciada por variações acentuadas da temperatura. Já as lâmpadas de xenônio, tem um tempo de vida bem curto(em torno de 1000 horas), elas têm um ao custo e sua emissão máxima a 230 nm. Alguns fatores que podem afetar a eficiência da radiação ultravioleta são: A turbidez; a concentração de sólidos suspensos, a densidade do fluido e entre outros. Os problemas que podem ocorrer nesses sistemas, estão entre, o envelhecimento das luminárias, incrustações nas camisas de quartzo. 15. Discorra sobre o processo de desinfecção, quanto a: tipo de lâmpada e dose; fatores que influenciam, mecanismo de inativação, tipos de sistemas. A maior intensidade e a maior pressão das lâmpadas, fazem com que seja maior a vazão do fluxo, quanto menores esses fatores, a vazão do fluxo tem que ser menor para que haja o tratamento adequado. Caso o tratamento seja de baixa pressão, precisa de mais lâmpadas que um de média pressão, por exemplo. A dose da lâmpada é dada através de ((potência/área) x tempo). Os vírus necessitam de uma dose de 20-30 mW.s/cm2 para o controle, bactérias 30-40 mW.s/cm2. Para a inativação, se consiste na formação de dímeros na DNA, desativando a fita e inativando o patógeno. O sistemas de canais abertos são tanques abertos com lâmpadas UV mergulhadas fazendo o tratamento, já os canais fechados, o tratamento é feito pela tubulação fechada com as lâmpadas UV dentro.
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