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Organização e Planejamento Notarial

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Indaial – 2021
OrganizaçãO e 
PlanejamentO nOtarial
Prof. Alfredo Pieritz Netto
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Alfredo Pieritz Netto
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
N476o
Netto, Alfredo Pieritz
Organização e planejamento notarial. / Alfredo Pieritz Netto. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
222 p.; il.
ISBN 978-65-5663-445-6
ISBN Digital 978-65-5663-441-8
1. Direito notarial. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 341.411
aPresentaçãO
Prezado acadêmico do curso de Gestão de Serviços Jurídicos, Notariais 
e de Registro – GSJ, seja bem- vindo a esta nova disciplina em seu curso, a qual 
desenvolveremos um conteúdo dinâmico e atualizado, buscando trabalhar o seu 
aprendizado de forma prática, mas também lhe trazer a teoria e conceitos que 
são importantes para a sua formação em gestão de serviços jurídicos, notariais 
e de registro. A presente disciplina tem como objetivo trabalhar a organização 
e planejamento notarial, aqui, discorreremos sobre direito notarial, organização 
de cartórios e questões relacionadas a sua gestão e questões técnicos e legais 
relacionadas, além de trazer cases práticos e ferramentas que você poderá aplicar 
em seu dia a dia de trabalho.
Esta disciplina abordará desde aspectos da organização e do direito 
notarial, questões relacionadas à legislação pertinente ao tema, bem como 
apresentaremos alguns elementos ligados à automação dos cartórios 
modernos, também apresentaremos pontos relevantes sobre os serviços on-
line já prestados pelos cartórios.
Traremos tópicos atuais relativos à profissão, uma vez que vivemos 
em constantes transformações. As técnicas e metodologias aplicadas e 
softwares de auxílio à manutenção estão constantemente evoluindo, e, 
por isso, o gestor de serviços jurídicos, notariais e de registro precisa se 
aperfeiçoar constantemente nesta área. 
Na primeira unidade, cujo título é Direito Notarial, você estudará 
as questões jurídicas, os princípios da atividade notarial e registral, os 
princípios gerais e a instituição do notariado. 
 A segunda unidade de estudo está focada em discutirmos os 
serviços notariais, estrutura, responsabilidade e gestão de uma estrutura 
notarial, descrevendo pontos importantes referentes aos processos de gestão 
e relativas ao dia a dia de uma estrutura notarial.
Na terceira e última unidade, você estudará detalhes técnicos e 
legais de uma estrutura notarial, questões relacionadas aos livros notariais, 
fiscalização incorrida nos cartórios e competência e provimentos do Conselho 
Nacional de Justiça (CNJ) com relação aos cartórios.
Assim, as três unidades a serem estudadas neste caderno são: 
Unidade 1 – Direito Notarial, Unidade 2 – O serviço notarial e Unidade 3 – 
Detalhes técnicos e legais.
Você, agora, está iniciando uma nova jornada na área da gestão de 
serviços jurídicos, notariais e de registro, em que aprenderá conceitos e 
metodologias utilizadas.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Aqui cabe bem a frase escrita por Peter Drucker, em que diz: “A causa 
mais comum do fracasso é a incapacidade ou falta de vontade de mudar 
diante das exigências de uma nova posição”.
Este livro didático foi desenvolvido para você dentro das mais 
modernas tecnologias de ensino e aprendizado através do estudo EAD 
(Ensino a Distância). Assim, futuro gestor de serviços notarial, não só o 
estude, mas aplique na prática (quando possível), faça os exercícios e troque 
experiências com seus colegas, pois, nessa área, o conhecimento e as técnicas 
estão evoluindo constantemente.
Pronto para começar a estudar este serviço tão importante prestado 
para a comunidade em geral?
Bons estudos!
Prof. Alfredo Pieritz Netto
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumáriO
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL............................................................................................... 1
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL ............................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O DIREITO NOTARIAL .................................................................................................................... 4
3 LEGISLAÇÃO NOTARIAL E REGISTRAL ................................................................................... 8
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 24
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 26
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL ............................... 27
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27
2 OS PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL ......................................................................... 27
2.1 PRINCÍPIOS RELACIONADOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..................................... 28
2.1.1 Princípio da legalidade ....................................................................................................... 28
2.1.2 Princípio da impessoalidade .............................................................................................. 29
2.1.3 Princípio da moralidade ..................................................................................................... 30
2.1.4 Princípio da publicidade .................................................................................................... 31
2.1.5 Princípio da eficiência ......................................................................................................... 34
2.2 PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL ............................................................................36
2.2.1 Princípio da Fé Pública ....................................................................................................... 37
2.2.2 Princípio da autoria e responsabilidade ........................................................................... 39
2.2.3 Princípio da legalidade ....................................................................................................... 39
2.2.4 Princípio da imparcialidade e independência ................................................................. 40
2.2.5 Princípio da autenticidade ................................................................................................. 40
2.2.6 Da finalidade dos serviços .................................................................................................. 41
2.2.7 Princípio da Conservação ................................................................................................... 41
3 OS PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE REGISTRAL........................................................................ 42
3.1 PRINCÍPIO DA ROGAÇÃO OU DA INSTÂNCIA ................................................................. 42
3.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE ............................................................................................ 43
3.3 PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ................................................................................................... 43
3.4 PRINCÍPIO DA INSCRIÇÃO ...................................................................................................... 44
3.5 PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE OU DA UNITARIEDADE DA MATRÍCULA ............. 45
3.6 PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE ........................................................................................ 45
3.7 PRINCÍPIO DA QUALIFICAÇÃO, DA LEGALIDADE OU DA LEGITIMIDADE ........... 46
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 50
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 52
TÓPICO 3 — A INSTITUIÇÃO DO NOTARIADO ...................................................................... 55
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 55
2 CONCURSO, DELEGAÇÃO E INSTITUIÇÃO DO NOTARIADO ....................................... 56
3 TIPOS DE NOTARIADO ESPÉCIES. FINALIDADE. FUNÇÃO. FÉ PÚBLICA ................... 59
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 63
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 66
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 67
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 69
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL ...................................................................................... 73
TÓPICO 1 — ESTRUTURA NOTARIAL ......................................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 75
2 INFRAESTRUTURA FÍSICA .......................................................................................................... 76
3 ESTRUTURA DE PESSOAS ............................................................................................................ 80
4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (INFORMATIZAÇÃO) .................................................. 84
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 92
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 94
TÓPICO 2 — A RESPONSABILIDADE DO SERVIÇO NOTARIAL ........................................ 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 DAS RESPONSABILIDADES LEGAIS ........................................................................................ 96
2.1 DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS ............................................................... 97
2.2 DAS RESPONSABILIDADES CIVIS .......................................................................................... 98
3 DA RESPONSABILIDADE PENAL (CRIMINAL).................................................................... 101
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 107
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 108
TÓPICO 3 — GESTÃO DE UMA ESTRUTURA NOTARIAL ................................................... 111
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 111
2 PLANEJAMENTO E GESTÃO DE UMA ESTRUTURA NOTARIAL .................................. 112
3 ISO/ABNT 15.906:2010 E SISTEMA DE QUALIDADE EM CARTÓRIO ............................. 118
3.1 ISO/ABNT 15.906:2010 - GESTÃO EMPRESARIAL PARA SERVIÇOS NOTARIAIS 
E DE REGISTRO – REQUISITOS .............................................................................................. 118
3.2 GESTÃO DA QUALIDADE EM CARTÓRIOS ...................................................................... 120
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 123
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 125
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 127
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 129
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS ................................................................... 131
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS .............................................................................. 133
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 133
2 DOS LIVROS NOTARIAIS ........................................................................................................... 134
2.1 A ATA NOTARIAL ..................................................................................................................... 134
2.2 A ESCRITURAS PÚBLICAS ...................................................................................................... 148
3 LEGISLAÇÃO SOBRE OS LIVROS NOTARIAIS .................................................................... 155
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 162
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 164
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS ........................... 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165
2 REGISTRO DA PROPRIEDADE IMÓVEL COMO DIREITO REAL ................................... 166
3 REGISTRO PESSOAS NATURAIS, PESSOAS JURÍDICAS E OUTROS SERVIÇOS .......... 177
RESUMO DOTÓPICO 2................................................................................................................... 196
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 198
TÓPICO 3 — EMOLUMENTOS, FISCALIZAÇÃO, COMPETÊNCIA E 
PROVIMENTOS DO CNJ, CARTÓRIO DIGITAL ............................................ 199
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 199
2 EMOLUMENTOS, FISCALIZAÇÃO, COMPETÊNCIA E PROVIMENTOS DO CNJ ..... 199
2.1 DOS EMOLUMENTOS .............................................................................................................. 199
2.2 FISCALIZAÇÃO E CNJ ............................................................................................................. 201
3 CARTÓRIO DIGITAL .................................................................................................................... 204
3.1 PROVIMENTO CNJ Nᵒ 48/2016 ............................................................................................... 206
3.2 PROVIMENTO CNJ Nᵒ 100/2020 ............................................................................................ 210
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 214
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 216
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 219
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 221
1
UNIDADE 1 — 
DIREITO NOTARIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer as principais referências legais sobre as atividades notariais;
• identificar os princípios da atividade notarial/registral;
• compreender os princípios da atividade registral;
• identificar as correlações das Espécies, Finalidade, Função e Fé Pública da 
atividade notarial/registral;
• aprofundar os conhecimentos acerca da natureza jurídica da delegação e 
instituição do notariado.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
TÓPICO 3 – A INSTITUIÇÃO DO NOTARIADO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
1 INTRODUÇÃO
Olá, prezado acadêmico do curso de Gestão de Serviços Jurídicos, 
Notariais e de Registro, também conhecido carinhosamente como GSJ. Estamos 
iniciando mais uma disciplina e, neste livro didático, estudaremos pontos práticos 
relacionados à gestão de um cartório notarial e de registro.
Buscaremos trazer questões práticas e importantes sobre a gestão e, 
principalmente, discutiremos as nuances legais que são tão importantes ao gestor 
e ao seu bom funcionamento.
O direito notarial, balizado pela legislação específica, é a referência para 
o bom trabalho executado pelos cartórios, traz uma seguridade e confiança no 
sistema notarial e de registros, visto que temos uma nova realidade desde a nova 
Constituição Federal de 1988, em que vemos novos marcos de garantia para o 
cidadão brasileiro, e que os cartórios precisaram se adaptar.
FIGURA 1 – LEGISLAÇÃO NOTARIAL E DE REGISTROS
FONTE: <https://consultordedentistas.com.br/wp-content/uploads/legal-1.jpg>. 
Acesso em: 23 set. 2020.
Vamos, agora, conhecer mais detalhes referentes ao direito notarial e de 
registros e as legislações relacionadas ao tema. Bom estudo!
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
4
2 O DIREITO NOTARIAL
O Sistema Notarial e Registral brasileiro, popularmente conhecido como 
cartórios de registro, estão presentes no dia a dia dos brasileiros, seja para uma 
autenticação de assinatura, reconhecimento de firma (assinatura), registro de 
documentos negociais, jurídicos, registro de uma compra ou venda, registro de um 
imóvel ou de um inventário extrajudicial, entre outras atividades. Sempre temos o 
envolvimento de um cartório para dar validade jurídica e de registro do processo.
Tem-se registros históricos no Brasil que, a partir de 1549, verifica-se os 
primeiros relatos de trabalho notarial, evoluindo até que, no início do século XX, 
alguns estados brasileiros, como o Rio Grande do Sul, passassem a exigir um 
maior profissionalismo e conhecimento técnico pelos tabeliães para a lavratura 
das atas.
Temos as primeiras referencias legais ao reconhecimento dos atos pelos 
notários nas seguintes leis:
Lei nᵒ 5.869 de 11 de janeiro de 1973 que Institui o Código de Processo 
Civil e traz em seu artigo 364: “Art. 364. O documento público faz prova não só da 
sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário 
declarar que ocorreram em sua presença” (BRASIL, 1973).
Este artigo, inovador para a época, dá validade pública a documentos 
originais reconhecidos em suas cópias pelos tabeliões, fato este que se consumou 
em uma grande conquista para a profissão, mas também para a população. É a 
tecnologia mudando os caminhos, já em 1973.
Loureiro (2020, p. 50) define o direito notarial como “o conjunto de normas 
e princípios que regulam a função do notário, a organização do notariado e os 
documentos ou instrumentos redigidos por este profissional do direito que, a 
título privado, exerce uma função pública por delegação do Estado”. Já o conceito 
do direito registral, conforme Loureiro (2020, p. 48), é descrita como o “conjunto 
de normas e princípios que regulam a atividade do registrador, o órgão do 
Registro, os procedimentos registrais e os efeitos da publicidade registral, bem 
como o estatuto jurídico aplicável a este profissional do direito”. 
Com esses conceitos definidos, vamos conhecer alguns pontos legais 
introdutórios sobre a profissão.
Um grande marco para os serviços notariais é a Lei nᵒ 8.935, de 18 de 
novembro de 1994, que regulamenta o Art. 236 da Constituição Federal, dispondo 
sobre serviços notariais e de registro. (Lei dos cartórios).
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
5
FIGURA 2 – LEI Nᵒ 8.935, DISPONDO SOBRE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO. 
(LEI DOS CARTÓRIOS)
FONTE: Brasil (1994)
São diversas as leis que precisam ser atentadas pelos notariados, mas 
iniciaremos citando a Constituição Federal (CF) de 1988, Carta Magna do País. 
Temos o Art. 236, que descreve:
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter 
privado, por delegação do Poder Público. (Lei nᵒ 8.935, DE 18 DE 
NOVEMBRO DE 1994.Regulamenta o Art. 236 da Constituição Federal, 
dispondo sobre serviços notariais e de registro. (Lei dos cartórios)
§ 1ᵒ Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil 
e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e 
definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
§ 2ᵒ Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos 
relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. (Lei 
nᵒ 10.169, de 29 de dezembro de 2000). Regula o § 2ᵒ do Art. 236 da 
Constituição Federal, mediante o estabelecimento de normas gerais 
para a fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos 
serviços notariais e de registro.)
§ 3ᵒ O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso 
público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia 
fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, 
por mais de seis meses (BRASIL, 1988).
Temos assimdefinidos na CF que os serviços notariais e de registro são 
exercidos em caráter privado, ou seja, um ente privado desenvolverá as atividades 
notariais conforme prescrito por lei, mas não pode ser qualquer ente privado, ele 
deverá ser por delegação do Poder Público, por concurso público.
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
6
Prezado acadêmico, conforme você pode ver, a própria Constituição Federal 
remete à Lei nᵒ 8.935/1994 inicialmente, que é conhecida como a Lei do Cartório, a qual 
detalharemos alguns pontos importantes na sequência. Apesar de estarmos apresentando 
os principais pontos da lei, sugerimos a você a leitura da lei completa, disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8935.htm.
NOTA
Buscando ciência da Lei nᵒ 8.935/1994, temos inicialmente apresentado o 
que é o serviço notarial e, na sequência, são apresentados a profissão de notário, 
ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, conforme apresentado a seguir:
TÍTULO I
Dos Serviços Notariais e de Registros
CAPÍTULO I
Natureza e Fins
Art. 1ᵒ Serviços notariais e de registro são os de organização técnica 
e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, 
segurança e eficácia dos atos jurídicos.
Art. 2ᵒ (Vetado).
Art. 3ᵒ Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são 
profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o 
exercício da atividade notarial e de registro.
Art. 4ᵒ Os serviços notariais e de registro serão prestados, de modo 
eficiente e adequado, em dias e horários estabelecidos pelo juízo 
competente, atendidas as peculiaridades locais, em local de fácil 
acesso ao público e que ofereça segurança para o arquivamento de 
livros e documentos.
§ 1ᵒ O serviço de registro civil das pessoas naturais será prestado, 
também, nos sábados, domingos e feriados pelo sistema de plantão.
§ 2ᵒ O atendimento ao público será, no mínimo, de seis horas diárias 
(BRASIL, 1994).
Conforme apresentado na Lei nᵒ 8.935/1994, temos definidos os seguintes 
conceitos:
SERVIÇO NOTARIAIS E DE REGISTRO: são todos os serviços de 
organização técnica e administrativa destinados a garantir a publicidade, 
autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos. 
Temos um ponto importante a ressaltar neste conceito que está no 
termo “publicidade”. Loureiro (2020) descreve que o serviço notarial e de 
registro precisa divulgar, de forma oficial, os registros dos atos realizados 
tornando de conhecimento público para o início de seus efeitos externos e 
assim dar validade jurídica, principalmente comunicando a sociedade e evitar 
possíveis desvios judiciais.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
7
Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador: são profissionais 
do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade 
notarial e de registro.
Dentro desse conceito, temos o termo “fé pública”, que também é 
importante conhecer. Temos por Dicio (2020, s. p.), definido como um princípio 
constitucional “atribuído por lei ao Notário e Registrador, representantes do 
Estado em suas funções, para certificar atos da administração pública, validar 
procedimentos judiciais e/ou registrar procedimentos notariais em cartórios 
certificados, como validação de documentos e certidões”.
Prezado acadêmico, gostaríamos de deixar duas dicas de leitura de um artigo 
para você complementar o seu conhecimento sobre este tema:
• A atividade notarial e registral e sua natureza jurídica (2011), disponível em: https://
ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/a-atividade-notarial-e-registral-
e-sua-natureza-juridica/.
• Sobre a fé pública, de Afonso C. F. Rezende (1998), disponível em: https://www.irib.org.
br/obras/sobre-a-fe-pública.
DICAS
A Lei nᵒ 8.935/1994 trouxe, em seu artigo 5ᵒ, uma apresentação dos titulares 
das funções exercidas no notariado e registros e são citados desta forma na lei:
CAPÍTULO II
Dos Notários e Registradores
SEÇÃO I
Dos Titulares
Art. 5ᵒ Os titulares de serviços notariais e de registro são os:
I- tabeliães de notas;
II- tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos;
III- tabeliães de protesto de títulos;
IV- oficiais de registro de imóveis;
V- oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas 
jurídicas;
VI- oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas;
VII- oficiais de registro de distribuição (BRASIL, 1994).
Esse artigo traz os ofícios dos titulares de serviços notariais e de registro e 
está claramente definido.
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
8
Prezado acadêmico, queremos deixar uma ressalva bastante importante para 
quem deseja seguir a profissão na área notarial e de registros, que apesar de, durante este 
livro didático, estudarmos muitas das leis que regem a profissão, esta profissão tem todos 
os seus atos estipulados pelo Ministério Público, seja em nível estadual ou federal, e os 
profissionais precisam acompanhar as evoluções legais em suas áreas de atuação.
NOTA
FIGURA – TODO ATO NOTARIAL ESTÁ ESTIPULADO EM LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
FONTE: <https://www.guarantanews.com.br/imagens/news/Cartorios-passam-a-
monitorar-violencia-patrimonial-contra-idosos16-07-2020.png>. Acesso em: 25 set. 2020.
Como apresentado, o direito notarial é muito extenso e com diversos 
dispositivos legais. Neste tópico, apresentamos principalmente a Lei nᵒ 8.935/1994. 
No próximo tópico, trabalharemos mais as questões ligadas ao tema.
3 LEGISLAÇÃO NOTARIAL E REGISTRAL
Vamos, agora, estudar as principais leis que legislam as atividades 
notariais no Sistema Notarial e Registral brasileiro, em que descreveremos os 
principais pontos e influências, mas para uma compreensão mais profunda é 
interessante que você leia a legislação em sua íntegra. Em todo o livro didático 
nos referenciaremos a detalhes destas leis para a sua melhor compreensão dos 
fatos e da prática notarial.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
9
Prezado acadêmico, queremos deixar uma dica bem legal para melhorar o 
seu estudo, principalmente se está iniciando no estudo na área de direito, a qual é estudar 
sempre com um dicionário de termos jurídicos para esclarecer sobre o significado de tantas 
terminologias novas utilizadas pelos advogados.
 Recomendamos o dicionário de Sérgio Sérvulo da Cunha, Dicionário Compacto 
do Direito, em sua 10ª edição, da editora Saraiva (São Paulo) 2011.
 Temos ainda o dicionário on-line do MPF – Ministério Público Federal – disponível 
em: http://www.mpf.mp.br/es/sala-de-imprensa/glossario-de-termos-juridicos.
DICAS
Então, o princípio legal parte sempre da Carta Magna do Brasil, e como 
já colocamos, temos no Art. 236, regulamentado pela Lei nᵒ 8.935/1994, a parte 
referente à organização do notariado. Ainda temos na lei referências:
• Das atribuições e competências dos notários.
• Das atribuições e competências dos oficiais de registros.
• Das normas comuns: do ingresso na atividade notarial e de registro.
• Dos prepostos.
• Da responsabilidade civil e criminal.
• Das incompatibilidades e dos impedimentos.
• Dos direitos e deveres.
• Das infrações disciplinares e das penalidades.
• Da fiscalização pelo poder judiciário.
• Da extinção da delegação.
• Da seguridade social.
• Das disposições gerais.
• Das disposições transitórias.
Prezado acadêmico, já lhe recomendamos a leitura da Lei nᵒ 8.935/1994, iremos 
também evocá-la em diversos momentos em nossos estudos futuros, quando tratarmos 
sobre alguns temas específicos da gestão e organização do escritório de notariado.
ESTUDOS FU
TUROS
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
10
Temos ainda na CF, em seu Art. 22, XXV, que compete privativamente à 
União legislar sobre as questões relacionadas aos “registros públicos”.
Devido à grande profusão de leis que regem o serviço notarial e registral, 
apresentamos a seguir o Quadro 1, que apresenta um resumo sucinto com as 
principais leis e as suas áreas de atuação. Este quadro é um orientativo para a 
sua referência sobre as leis e você poderá pesquisá-las nainternet ou no Vade 
Mecum para conhecê-las na íntegra, sendo que algumas delas serão apresentadas 
na sequência, em temas específicos. 
QUADRO 1 – PRINCIPAIS LEIS E AS SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO
LEI Nᵒ ANO ÁREA DESCRIÇÃO
CF/Art.22-XXV 1988 Geral Constituição Federal (Registros Públicos)
CF/Art.236 1988 Geral Constituição Federal (serviços notariais e de registro)
Lei nᵒ 8.935 1994 Geral Lei dos Cartórios
Lei nᵒ 6.216 1975 Registros Públicos Registros Públicos
Lei nᵒ 6.015 1973 Registros Públicos LRP (Lei de Registros Públicos)
Lei nᵒ 9.613 1998 COAF
Lavagem de Dinheiro – Dispõe sobre os 
crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, 
direitos e valores; a prevenção da utilização 
do sistema financeiro para os ilícitos 
previstos nesta Lei; cria o Conselho de 
Controle de Atividades Financeiras – COAF, 
e dá outras providências.
Lei nᵒ 13.810 2019
Dispõe sobre o cumprimento de sanções 
impostas por resoluções do Conselho de 
Segurança das Nações Unidas, incluída 
a indisponibilidade de ativos de pessoas 
naturais e jurídicas e de entidades, e 
a designação nacional de pessoas 
investigadas ou acusadas de terrorismo, 
de seu financiamento ou de atos a ele 
correlacionados; e revoga a Lei nᵒ 13.170, 
de 16 de outubro de 2015.
Resolução nᵒ 31, 
de 7 de junho de 
2019
2019 COAF
Dispõe sobre os procedimentos a serem 
observados pelas pessoas físicas e jurídicas 
reguladas pelo Coaf, na forma do §1ᵒ do Art. 
14 da Lei nᵒ 9.613, de 3 de março de 1998, 
para cumprimento de sanções impostas nos 
termos da Lei nᵒ 13.810, de 8 de março de 
2019; e para as comunicações de que trata 
o Art. 11 da Lei nᵒ 9.613, de 3 de março 
de 1998, relacionadas a terrorismo e seu 
financiamento.
FONTE: O autor
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
11
A importância do trabalho do profissional Notarial e de registros se faz 
presente nas mais diversas formas, mais recentemente temos a inclusão desses 
serviços como auxiliar na detecção de “lavagem de dinheiro” e, em condições 
mais drásticas, no auxílio a identificar questões ligadas ao terrorismo, de seu 
financiamento ou de atos a ele correlacionados, conforme exposto nas leis: Lei 
de lavagem de dinheiro (Lei nᵒ 9.613/1998) e da Lei nᵒ 13.810/2019, bem como da 
Resolução nᵒ 31, de 7 de junho de 2019.
Para exemplificar a interação da amplitude de ação dos agentes notariais 
e de registro, vemos claramente a sua vinculação legal como no caso da Lei nᵒ 
13.810/2019, em seu Art. 10, que transforma em lei uma resolução do Conselho de 
Segurança das Nações Unidas, e descreve que:
Art. 10. Sem prejuízo da obrigação de cumprimento imediato, o 
Ministério da Justiça e Segurança Pública comunicará, sem demora, 
as sanções de:
I- indisponibilidade de ativos aos órgãos reguladores ou fiscalizadores, 
para que comuniquem imediatamente às pessoas naturais ou 
jurídicas de que trata o Art. 9ᵒ da Lei nᵒ 9.613, de 3 março de 1998.
[...]
§ 1ᵒ A comunicação a que se refere o inciso I do caput deste artigo será 
dirigida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, também, para 
cumprimento sem demora:
[...]
VI - aos outros órgãos de registro público competentes (BRASIL, 2019).
É uma lei relacionada à segurança, mas que interpõe responsabilidades 
aos notariais, e assim vemos esta interposição também ocorrendo em outras 
áreas legais, o que dá uma amplitude muito grande de ação, mas também de 
responsabilidade.
Temos ainda a Resolução nᵒ 31, de 7 de junho de 2019, que complementa 
a questão da responsabilidade:
Dispõe sobre os procedimentos a serem observados pelas pessoas físicas e 
jurídicas reguladas pelo Coaf, na forma do §1ᵒ do Art. 14 da Lei nᵒ 9.613, de 
3 de março de 1998, para cumprimento de sanções impostas nos termos da 
Lei nᵒ 13.810, de 8 de março de 2019; e para as comunicações de que trata o 
Art. 11 da Lei nᵒ 9.613, de 3 de março de 1998, relacionadas a terrorismo e seu 
financiamento.
O Presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras – Coaf, no 
uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do Art. 9ᵒ do Estatuto aprovado 
pelo Decreto nᵒ 9.663, de 1ᵒ de janeiro de 2019, e tendo em vista o disposto no 
Decreto nᵒ 5.640, de 26 de dezembro de 2005, que promulgou a Convenção 
Internacional para a Supressão do Financiamento do Terrorismo, adotada pela 
Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 9 de dezembro de 1999, e na Lei nᵒ 
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
12
13.810, de 8 de março de 2019, que dispõe sobre o cumprimento de sanções 
impostas por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas – 
CSNU, torna público que o Plenário do Conselho, em sessão realizada nos 
dias 8 e 9 de maio de 2019, com base no § 1ᵒ do Art. 14 da Lei nᵒ 9.613, de 3 de 
março de 1998, resolveu:
Art. 1ᵒ Esta Resolução estabelece orientações a serem observadas pelas pessoas 
físicas e jurídicas que exercem as atividades listadas no artigo 9ᵒ da Lei nᵒ 9.613, 
de 3 de março de 1998, e que são sujeitas à regulação do Coaf, no cumprimento 
da Lei nᵒ 13.810, de 8 de março de 2019, que dispõe sobre a aplicação imediata 
de sanções, incluída a indisponibilidade de ativos, impostas por resoluções do 
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), ou por designações de 
seus comitês de sanções, por requerimento de autoridade central estrangeira, 
e por eventuais designações nacionais de pessoas investigadas ou acusadas de 
terrorismo, de seu financiamento ou de atos a ele correlacionados.
§1ᵒ As orientações estabelecidas nesta Resolução são complementares às 
demais normas do Coaf.
§2ᵒ É vedado às pessoas de que trata o caput descumprir, por ação ou omissão, 
sanções impostas por resoluções do CSNU ou por designações de seus comitês 
de sanções, em benefício de pessoas naturais, pessoas jurídicas, ou entidades 
sancionadas, inclusive para disponibilizar ativos, direta ou indiretamente, em 
favor dessas pessoas ou entidades.
Art. 2ᵒ As pessoas de que trata o Art. 1ᵒ devem:
I- implantar procedimentos e controles internos para a identificação, entre 
seus clientes, de pessoas físicas, de pessoas jurídicas ou de entidades 
submetidas às sanções de que trata de Lei nᵒ 13.810, de 2019; e
II- adotar ações de treinamento de empregados para a execução das medidas 
instituídas por esta norma.
Art. 3ᵒ No cumprimento das sanções de que trata o Art. 1ᵒ, as pessoas nele 
referidas providenciarão, sem demora e sem aviso prévio aos sancionados, na 
forma da Lei nᵒ 13.810, de 2019, a indisponibilidade de ativos de titularidade, 
direta ou indireta, de pessoas físicas, de pessoas jurídicas ou de entidades 
submetidas àquelas sanções.
§1ᵒ Devem ser imediatamente comunicadas ao Coaf e ao Ministério da Justiça 
e Segurança Pública:
I- a indisponibilidade de ativos de que trata o caput e eventuais tentativas de 
transferência dos ativos; e
II- a existência de ativos sujeitos às sanções e as eventuais razões que constituam 
impedimento para a não adoção da indisponibilidade de ativos, se for o caso.
§2ᵒ Também será objeto de comunicação imediata ao Coaf a decisão judicial que 
determine a liberação total ou parcial dos ativos (que estavam) indisponíveis.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
13
Art. 4ᵒ As pessoas de que trata o Art. 1ᵒ, em observância ao disposto no Art. 
11, inciso I, da Lei nᵒ 9.613, 1998, devem comunicar ao Coaf, sem demora e 
sem aviso prévio aos sancionados, independentemente do valor, as operações 
realizadas, os serviços prestados, ou propostas para sua realização, que:
I- envolvam as pessoas que perpetrem ou intentem perpetrar atos terroristas ou 
deles participem ou facilitem o seu cometimento, ou as entidades pertencentes 
ou controladas, direta ou indiretamente, por essas pessoas, bem como por 
pessoas e entidades atuando em seu nome ou sob seu comando;
II- possam constituir-se em sérios indícios dos atos de financiamento ao 
terrorismo, previstos na Convenção Internacional para Supressão do 
Financiamento do Terrorismo, internalizada no ordenamento jurídico 
nacional por meio do Decreto nᵒ 5.640, de 26 de dezembro de 2005;
III- possam constituir-seem sérios indícios dos crimes previstos na Lei nᵒ 
13.260, de 16 de março de 2016.
Art. 5ᵒ As comunicações de que tratam os Arts. 3ᵒ e 4ᵒ devem ser efetuadas em 
meio eletrônico pelo sítio do Coaf.
Parágrafo único. As informações fornecidas ao Coaf serão protegidas por sigilo.
Art. 6ᵒ As pessoas de que trata o Art. 1ᵒ, bem como os seus administradores, 
que deixarem de cumprir as obrigações desta Resolução, sujeitam-se às sanções 
previstas no Art. 12 da Lei nᵒ 9.613, de 1998, na forma do disposto no Decreto 
nᵒ 9.663, de 1ᵒ de janeiro de 2019.
Art. 7ᵒ O Coaf indicará em seu sítio na internet acesso à lista de pessoas sujeitas 
às sanções de que trata a Lei nᵒ 13.810, de 2019 (BRASIL, 2019).
São muitas as leis, dispositivos, elementos regulatórios que o notariado 
deve obedecer. Apresentamos alguns dos mais importantes no Quadro 1, mas 
sempre é importante ao profissional se atualizar nos temas de sua área de trabalho.
Prezado acadêmico, para encerrar este tópico, gostaríamos de deixar algumas 
dicas de leitura para você aperfeiçoar o seu conhecimento sobre o tema.
 
DEBS, M. El. Legislação notarial e de registros públicos comentada. 4. ed. Salvador: 
JusPodivm 2020.
LOUREIRO, L. G. Registros públicos: teoria e prática. 10. ed. Salvador: Editora JusPodivm. 2019.
KORENCHENDLER, A. S. Direito registral e notarial: legislação federal, específica e 
complementar para registradores e notários. São Paulo: Editora Atlas. 2014
 
BLASCO, F. D. C. Manual notarial e registral de prevenção à lavagem de dinheiro e ao 
financiamento do terrorismo. São Paulo, 2019.
DICAS
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
14
O IMPACTO DA LGPD PARA NOTÁRIOS E REGISTRADORES: 
RESPONSABILIDADE PELO USO DA TECNOLOGIA E DA INOVAÇÃO
O Estado tem o dever de resguardar os princípios fundamentais 
constitucionais de um país, manter a ordem jurídica e a autoridade da lei. 
A jurisdição constitucional é a garantia de existência do Estado Democrático 
de Direito, a permanência e manutenção do ordenamento jurídico, e a 
respeitabilidade à Constituição Federal no que concerne à obediência aos 
seus princípios.
Nesta esteira, respeito à privacidade, liberdade de expressão, 
inviabilidade da intimidade, da honra e da imagem, livre iniciativa, direitos 
humanos, livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício 
da cidadania pelas pessoas naturais são fundamentos que vêm à tona e forçam 
a sociedade moderna a integrá-los no contexto das novas legislações. 
A complexidade social exige novas posturas dos operadores jurídicos 
diante da flexibilização dos direitos fundamentais tendo em vista o paradoxo 
da proteção dos dados pessoais frente à supremacia do interesse público.
É preciso uma análise mais de perto da nova Lei nᵒ 13.709/2018, 
conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que entra 
em vigência em agosto de 2020, para compreender o alcance da norma para os 
cartórios brasileiros. 
A nova lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive os 
dados sensíveis, por meio físico ou digital, por pessoa natural ou por jurídica, 
de direito público ou privado. 
Tendo em vista as finalidades que se busca, os serviços notariais e de 
registro terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas jurídicas e devem 
fornecer acesso aos dados por meio eletrônico para a Administração Pública. 
Sendo assim, deverão informar as hipóteses em que, no exercício 
de suas competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecer 
informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, os 
procedimentos e as práticas utilizadas, disponíveis de fácil acesso, para a 
execução dessas atividades. 
O alcance da referida lei é a qualquer operação de tratamento realizada 
para manusear os dados relacionados às pessoas, independentemente do 
meio tecnológico e do país onde estejam localizados esses dados, desde que o 
tratamento seja no território nacional. 
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
15
A legislação específica traz nomenclaturas para os agentes de tratamento 
que devem ser analisadas do ponto de vista inerente às responsabilidades. 
Sendo assim, Notários e Registradores precisam descobrir onde se enquadram 
e quais são seus deveres. 
A PREOCUPAÇÃO COM A PROTEÇÃO DE DADOS NO EXTERIOR E 
NO BRASIL
É inegável que o mundo vive hoje em uma era onde as transformações 
tecnológicas e digitais surgem em velocidade surpreendente e superam-se a 
cada novo dia. 
A preocupação com o sigilo dos dados das pessoas e suas divulgações 
sem precedentes ou com utilização ilimitada já é realidade em 132 países, que 
possuem suas legislações próprias de proteção de dados pessoais. De acordo 
com estudos de David Banisar, em 120 países há lei geral de proteção de dados; 
em 40 há projeto de lei ou iniciativa em curso para aprovação de lei; e em 58 
não há iniciativas ou informação a respeito. 
Estudo apresentado de Graham Greenleaf demonstra que é possível 
averiguar a cronologia de atos desenvolvidos na Europa e nos Estados Unidos 
em prol da proteção dos dados pessoais e que foram balizadores para a 
legislação brasileira. 
Deve-se ter em conta que os princípios básicos de proteção de dados 
pessoais fundamentam-se na qualidade, onde envolve a base legal, na 
finalidade e proporcionalidade, bem como na proteção a categorias específicas, 
na segurança e na transparência. 
De acordo com Code of Fair Information Practics (Health, Education, 
Welfare – Advisory Committee on Automated Systems – 1973), não se deve 
existir bancos de dados pessoais que sejam secretos; todo cidadão deve 
poder ter acesso à própria informação pessoal e, a saber como ela é usada; a 
informação pessoal obtida para uma finalidade não poderá ser utilizada para 
outra finalidade sem o consentimento do titular; devem existir meios para que 
o titular corrija ou complemente a sua informação pessoal; toda entidade que 
utilize dados pessoais deve garantir a sua qualidade e segurança. 
O modelo Europeu baseia-se no consentimento, no livre fluxo de dados 
e na autoridade de garantia. Já o modelo norte-americano tem como norteador 
a descentralização, as leis federais somente em relação ao Estado, a tutela a 
posteriori, a auto regulação e a Federal Trade Commission.
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
16
Há, de fato, influência da legislação brasileira nas normas da LGPR, 
desde a Constituição Federal de 1988. Pode-se citar o Código de Defesa do 
Consumidor (Lei nᵒ 8.078/1990), a Lei do Cadastro Positivo (Lei nᵒ 12.414/2011), 
a Lei de Acesso à Informação (Lei nᵒ 12.527/2011), o Marco Civil da Internet 
(Lei nᵒ 12.965/2014), dentre outras. Mesmo amparado no modelo europeu de 
proteção de dados, a LGPD dialoga inteiramente com ordenamento jurídico 
brasileiro e somente essa norma trouxe medidas efetivas para proteção dos 
dados pessoais. 
Em 2005, provocada pela iniciativa da Argentina em conscientizar 
a questão no Mercosul, os brasileiros iniciaram debates importantes no 
Ministério da Justiça, no Desenvolvimento da Industria e Comércio Exterior e 
no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Assim, surgiu o projeto de Lei 
nᵒ 4.060/2012, após submetido a audiências públicas no Congresso Nacional, 
posteriormente, deu origem a Lei nᵒ 13.709, em 14 de agosto de 2018. Na 
sequência, veio a MP 869, que alterou a referida lei, com diversas modificações 
em relação à redação do texto original. 
Há uma clara convergência legal onde as legislações se interagem e 
se aproximam em conteúdo e forma. Esse conceito ficou conhecido pela tese 
de Colin Bennett. Nela, há a definição do termo como “a possibilidade de 
se identificar a dinâmica da evolução normativa, um padrão em relação aos 
princípios de proteção de dados”. 
Nesta mesma esteira caminha o direito, como um todo sistêmico 
norteador que visa, por fim, os direitos fundamentais da pessoa humana. Suas 
inter-relações demonstram o início da dignidade humana em uma nação. 
A PARTICIPAÇÃO E A RESPONSABILIDADE DOS NOTÁRIOS E 
REGISTRADORES
De acordo com a Lei nᵒ 8.935/94(LNR), os serviços notariais e de 
registro são os de organização técnica e administrativa destinados a garantir a 
publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos.
Sob esse prisma, é importante compreender que os serviços notariais e 
de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público, 
e o ingresso na atividade depende de concurso público de provas e títulos, 
de acordo com o Art. 236 da Constituição Federal. A responsabilidade civil e 
criminal dos notários e oficiais de registro, assim como de seus prepostos, está 
definida na LNR, que regulamenta a atividade e define a fiscalização de seus 
atos pelo Poder Público.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
17
De acordo com essa norma, os notários e oficiais de registro são 
civilmente responsáveis por todos os prejuízos que causarem a terceiros, por 
culpa ou dolo, conforme disponibilizado na referida legislação. Importante 
enfatizar, que a responsabilidade civil independe da criminal, que será 
individualizada, entretanto, é cabível aplicar a Notários e Registradores a 
legislação relativa aos crimes contra a Administração Pública. 
Em recente decisão, o Supremo Tribunal Federal manteve a 
Jurisprudência da Corte, onde enfatiza que a responsabilidade civil do Estado 
é objetiva, em detrimento dos serviços delegados, cabendo ação de regresso 
contra quem praticou o ato sob pena de improbidade administrativa. Ainda 
assim, o Superior Tribunal de Justiça – STJ mantem sua interpretação da 
responsabilidade do segmento ser objetiva e subsidiária do Estado. 
Essa exposição a respeito da responsabilidade civil do Notário e do 
Registrador, assim como a delegação concedida pelo Poder Público, por meio 
de concursos, faz-se necessária para perfeita compreensão do tratamento 
dispensado à atividade assemelhando-se aos das pessoas jurídicas no que 
tange à função pública, exercida de forma privada. 
Para iniciar o alcance da nova lei, também é preciso compreender o 
que são dados pessoais. De modo simplificado, pode-se dizer que é qualquer 
informação relacionada à pessoa natural, como nome, endereço, e-mail, 
documentos etc. Já o dado pessoal sensível, que é amplamente utilizado pelos 
serviços notariais e de registro, é aquele que trata da pessoa física, titular, 
da origem racial ou étnica, do sexo, dos dados genéticos ou biométricos etc. 
Envolvem todas as informações inseridas em banco de dados, que suporta os 
referidos dados do indivíduo, quer seja em meio físico ou eletrônico. 
A nova lei salienta o termo Consentimento, como forma adequada para 
que o titular manifeste livremente, de forma inequívoca sua concordância com 
o tratamento dos seus dados pessoais para o fim que será determinado. Ou, 
ainda, em cumprimento de obrigação legal ou regulatória.
Uma das possibilidades que se fez valer na nova legislação, foi a de 
trazer para o cidadão a responsabilidade de cobrar o uso indiscriminado 
de seus dados, assim ele passa ter certo empoderamento e a ter controle 
das informações produzidas. É uma tendência mundial colocar o cidadão 
para ajudar na governança dos dados gerados, uma vez que o governo não 
consegue exercer o papel de completo guardião frente ao grandioso número 
de informações geradas.
 
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
18
 No caso dos Notários e Registradores, a normativa que os rege salienta 
que não se pode deixar de prestar as informações solicitadas pelos usuários, 
exigindo-se que os atos sejam cumpridos e dentro dos prazos estipulados, de 
acordo com a LNR, com os provimentos dos Tribunais de Justiça dos Estados, 
do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, e demais regulamentos. Sendo assim, 
há claramente uma dicotomia entre cumprir a obrigatoriedade dos atos 
extrajudiciais, obedecido o princípio da publicidade, dentro da observância 
aos novos direitos pessoais que se materializam. 
A LGPD ressalta, ainda, o “relatório de impacto à proteção de dados 
pessoais”, como meio de descrever todos os processos de tratamento dos dados 
pessoais contendo os riscos às liberdades civis e aos direitos fundamentais, 
as medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco. Relatório esse 
que pode ser cobrado, a qualquer tempo, pelas autoridades ou pelos titulares 
dos dados. Fato que exigirá do notário e registrador maior controle, e mais 
eficiente, de todo acervo gerado e armazenado no cartório.
De acordo com as novas regras, o tratamento de dados pessoais pelas 
pessoas jurídicas de direito público deverá ser realizado para o atendimento 
de sua finalidade pública, em prol do interesse público. Devem ser informadas 
as hipóteses em que, no exercício de suas competências, realizam o tratamento 
de dados pessoais. Da coleta inicial a sua eliminação ou arquivamento. Sempre 
fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, 
os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução dessas atividades, 
em veículos de fácil acesso, preferencialmente em sítios eletrônicos. 
Neste contexto, enquadram-se Notários e Registradores:
Art. 23. IV […] § 4ᵒ Os serviços notariais e de registro exercidos em 
caráter privado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamento 
dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, nos termos 
desta Lei.
Além disso, a nova lei cria nomenclaturas e responsabilidades 
para algumas pessoas. Surgem os “Controladores”, os “Operadores” e os 
“Encarregados”, que serão civilmente responsáveis pelos danos individuais 
ou coletivos, patrimonial ou moral, estabelecendo uma responsabilidade 
solidária, como segue:
Art. 5ᵒ. Para os fins desta lei, considera-se: Controlador: pessoa natural 
ou jurídica, de direito público ou privado, a quem compete as decisões do 
tratamento de dados pessoais; Operador: quem realiza o tratamento; e 
Encarregado: pessoa indicada para atuar como canal de comunicação com o 
titular dos dados e com a autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
19
Neste diapasão, Controlador será o Notário ou Registrador; Operador, 
o responsável técnico, possivelmente uma empresa terceirizada; e o 
Encarregado, uma terceira pessoa, que fará o elo do titular das informações 
com a autoridade nacional de proteção de dados. 
Vale ressaltar que a lei salienta que o tratamento de dados pessoais, 
cujo acesso é público, deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse geral 
que justificam sua disponibilização. Para consentimento previsto, deverá ser 
dado por escrito ou outro meio que demonstre a manifestação de vontade do 
titular, assim como terá que se observar cada detalhe para não ocorrer em 
invalidação ou ônus.
Quanto aos tratamentos dos dados sensíveis, de uso direto por parte 
dos Notários e Registradores, é imprescindível que haja maior atenção, bem 
como os dados pessoais de crianças e adolescentes. Sempre haverá de ser com 
consentimento específico, bem como informando os tipos de dados coletados, 
sua utilização e qual uso. O titular dos dados pessoais poderá exigir informações 
sobre o tratamento, acesso, correção, bloqueio, eliminação, portabilidade etc.
No contexto da responsabilidade, quando houver infração em 
decorrência do tratamento de dados pessoais pelos Notários e Registradores, 
a autoridade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer 
cessar a violação. A responsabilidade pelos danos causados, ocorrerá nos casos 
de vazamento ou uso incorreto ou ilegal dos dados em tratamento. 
Salienta-se que o Controlador será sempre responsabilizado. O 
Operador poderá ser responsabilizado pelo descumprimento da lei ou 
descumprimento das orientações do Controlador. Caberá direito de regresso 
do Controlador em face ao Operador, quando comprovada a sua culpa 
exclusiva. E haverá responsabilidade solidária em caso de dano.
As sanções administrativas, a que se submetem os entes públicos, são 
de certa forma mais brandas daquelas a que se submetem os entes privados e 
estão estabelecidas como sendo: 
Art.52, §3ᵒ. I – advertência, com indicação de prazo para adoção de 
medidas corretivas; II – publicização da infração após devidamente apurada e 
confirmada a sua ocorrência; III – bloqueio dos dados pessoais a que se refere 
a infração até a sua regularização; IV – eliminação dos dados pessoais a que se 
refere a infração. 
A dicotomia, que se fez referência neste texto, pode ser também 
observada diante das exigências a serem cumpridas pelas normativas notariais 
e registrais frente às penalidades cabíveis aos entes públicos. Não se pode 
deixar de cumprir os atos de registros públicos ou notariais, portanto devem 
surgir meios capazes de conferir sanções sem ferir os princípios norteadores 
dos serviços públicos, exercidos de forma privada. 
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
20
A lei encarrega-se, ainda, de descrever como e quando pode ou 
deve ocorrer o compartilhamento dos dados pessoais geridos pelo setor 
público e exige que tais dados sejam mantidos em formato interoperável 
quando forem utilizados para a consecução de políticas públicas. Evitando 
assim, que o mesmo dado necessite ser coletado várias vezes para diversos 
órgãos diferentes. 
Diante das novas exigências normativas, vislumbra-se finalmente uma 
interligação das bases governamentais com a dos cartórios extrajudiciais. O 
objetivo a perquirir é conferir maior legitimidade a cada uma delas, além de 
propiciar mais segurança jurídica a todos processos envolvidos. 
DESAFIOS TECNOLÓGICOS E ADMINISTRATIVOS 
Tendo em vista o impacto da LGPD nos sistemas brasileiros, cabe 
aos Notários e Registradores repensarem o uso de suas plataformas onde 
guardam os dados pessoais coletados para que haja maior governança e 
monitoramento contínuo das informações que são responsáveis. 
Da mesma forma, iniciar capacitação de seus colaboradores para 
atuarem como determina a nova legislação, quer seja por meio de palestras, 
cursos ou treinamentos. Além disso, realizar mapeamentos e relatórios de 
impactos, aplicar novas metodologias no desenvolvimento de seus serviços, 
bem como investir em segurança da informação.
Faz-se necessário verificar novos métodos para preservar a tecnologia 
já disponibilizada aos cartórios, ou adaptá-la para cumprir as novas 
exigências. A própria LGPD já preceitua a atuação em conformidade com as 
normativas legais existentes. 
Em julho de 2019, o Conselho Nacional de Justiça – CNJ publicou o 
provimento 74, que dispõe sobre padrões mínimos de tecnologias da informação 
para a segurança, integridade e disponibilidade de dados para a continuidade 
da atividade pelos serviços notariais e de registro. Nele, estão expressamente 
discriminadas exigências em classes, divididas de acordo com a remuneração 
dos serviços. Até mesmo, as políticas de segurança de informação com relação 
à confidencialidade, autenticidade, integridade e os mecanismos preventivos 
de controle físico e lógico que os cartórios devem seguir para controle efetivo 
do arquivo de dados gerados em seus serviços. 
Observa-se que há médios e pequenos serviços que não têm como 
cumprir todas as exigências sem subsídios em contrapartida. É imprescindível 
que se compreenda as diferentes realidades existentes entre os cartórios das 
capitais e das cidades maiores com os do interior, e, assim, que se encontrem 
meios de subsistência tecnológico, ainda que em colaboração com as entidades 
de classe, para que haja soluções justas para a continuidade dos serviços a 
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
21
nível nacional. Afinal, o ingresso na atividade se dá por meio de árduo 
concurso público, semelhantes para qualquer natureza de serviço ou tamanho 
de cartório, em todos os Estados da Federação, por exigência normativa do 
CNJ. Ainda assim, a remuneração se dá unicamente pela prestação do serviço 
diretamente pelo usuário e não pelos cofres públicos. Escassos usuários, 
escassa remuneração. 
O Provimento em referência traz um plano de continuidade de 
negócios, que prevê ocorrências nocivas ao regular funcionamento dos 
serviços e atender a normas de interoperabilidade, legibilidade e recuperação 
a longo prazo na prática dos atos e comunicações eletrônicas. Da mesma 
forma, orienta-se que se deve gerar imagens ou cópias incrementais dos dados 
que permitam a recuperação dos atos praticados a partir das últimas cópias 
de segurança, evitando que se comprometa a base de dados utilizada e as 
informações associadas. Não deixa de ser uma preventiva necessidade para a 
implementação da nova lei, entretanto é fundamental repensar alternativas de 
implementação para os pequenos cartórios. 
Diante disso, os Notários e Registradores já seguem padrões de 
interoperabilidade, com precaução ao uso da tecnologia de ponta, com uso 
de certificado digital, mantendo backups em servidores locais e nas nuvens, 
com propósito de manter em segurança os acervos. Entretanto, a nova lei exige 
inovação, novos investimentos e a implicação de diferentes responsabilidades. 
É preciso buscar algo a mais. 
Muito se comenta sobre o uso do compliance para serviços delegados, 
que surge do verbo comply, que significa cumprir, executar, obedecer etc. Que 
se caracteriza por atender a regras específicas de princípios gerais, de forma 
a auxiliar órgãos reguladores a monitorar suas atividades. Analisar perfil e 
riscos é o que se propõe e o que se espera. 
No mesmo sentido, espera-se que haja accauntability, termo em inglês 
que pode ser traduzido como controle, fiscalização ou prestação de contas, 
importante para assegurar a qualidade dos serviços públicos. É, da mesma 
forma, o que se almeja, principalmente, dos serviços públicos, ainda que 
exercidos de forma privada. Há de se mensurar a responsabilização do agente 
que pratica o ato e a prestação de contas pelo dever legal. 
Diante dessa realidade que se instaura, é viável iniciar estudos, por 
meio das entidades de classe nacionais, com o propósito de se delinear 
projetos de infraestrutura básica e realizar projeto piloto nos serviços notariais 
e de registro, de cada especialidade. Deve-se elaborar um plano de ação que 
efetivamente una decisões práticas tecnológicas com amparo jurídico ao 
alcance dos cartórios grandes, médios e, principalmente, pequenos. A reunião 
de esforços e estudos possibilitará no eficiente planejamento das ações, a um 
custo razoável e em prol de todos. 
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
22
Notários e Registradores deverão preparar seus serviços focados em 
auditoria preventiva, para que haja levantamento da atual estrutura existente 
e do seu ambiente digital onde comporte o enquadramento das demandas que 
a nova lei propõe. 
CONCLUSÃO
É inegável que a tecnologia contribui para melhorar a vida das 
pessoas, assim como os dados pessoais gerados por dispositivos inteligentes 
precisam de proteção. O mundo está conectado cada vez mais e em maior 
número, sendo assim o uso dos dados das pessoas devem ser monitorados 
com total segurança. 
Diante do número de conexão e dos dispositivos existentes, faz-se 
cada vez mais necessário surgirem normas que visam proteger aos cidadãos 
do mundo contemporâneo. Afinal, apesar da facilidade com que os indivíduos 
concedem seus dados e não se questionam como estão fazendo uso deles, 
é necessária intervenção do governo como balizador legal. Os termos de 
acesso disponíveis são na sua grande maioria muito técnicos, não sendo lidos 
normalmente. E, infelizmente, não há como verificar a real utilização dos 
dados pelas organizações em geral. 
É preciso repensar como esse crescimento desenfreado de informações 
deixa exposto o usuário dos serviços, portanto são eficazes as novas 
normativas que defendam a todos, principalmente os hipossuficientes, os 
mais necessitados. 
Se o mundo está hiperconectado e exige adaptações imediatas para 
que a privacidade não seja um direito posto de lado, é mister que a legislação 
pertinente alcance o patamar necessário para fortalecer a segurança do cidadão, 
cada vez mais empoderado. 
Afinal, o cenário que se instala,altamente digital, é o da Internet das 
Coisas e do Big Data. As pessoas são números, criptografados, e na maioria das 
vezes, seus dados são utilizados sem estruturas e potencializados nas mídias 
sociais. Tem o poder quem controla essas informações.
 
Com a entrada do Brasil no rol dos países com normativas para gerir 
melhor o uso indiscriminado dos dados pessoais, haverá mais controle 
e transparência quanto a quem detêm dados e informações pessoais, bem 
como responsabilizá-los.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
23
É fato que muitas dúvidas quanto à implementação da devida lei irão 
surgir, entretanto, repensar um novo planejamento de gestão administrativo e 
tecnológico para os serviços extrajudiciais é fundamental para adequar a nova 
legislação. Somente assim, haverá tranquilidade na gestão operacional e maior 
cautela nas implicações da responsabilidade civil inerente ao serviço prestado, 
de forma privada.
A confiança habitual que a sociedade deposita nos serviços notariais e 
de registro, já amplamente comprovado por meio de pesquisas de renomados 
institutos, implica em atuação célere, eficiente e segura, será mantida 
rigorosamente dentro dos padrões contemporâneos.
FONTE: CASTRO, F. de A. A. O Impacto da LGPD para notários e registradores: responsabilidade 
pelo uso da tecnologia e da inovação. SINOREG-ES, Vitória, 1ᵒ set. 2020. Disponível em: 
<https://www.sinoreg-es.org.br/?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=ODMyNw==&filtro=10>. 
Acesso em: 7 abr. 2020.
24
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Direito notarial é balizado por legislação específica e composto por diversas 
leis que regem as suas atividades.
• O Sistema Notarial e Registral brasileiro, popularmente conhecido como os 
cartórios de registro, está presente no dia a dia dos brasileiros.
• Os cartórios são utilizados para autenticação de assinatura, reconhecimento de 
firma(assinatura), registro de documentos negociais, jurídicos, registro de uma 
compra ou venda, registro de um imóvel ou de um inventário extrajudicial, 
entre outras atividades mais.
• Um cartório serve para dar validade jurídica e de registro do processo.
• O direito notarial é “o conjunto de normas e princípios que regulam a função 
do notário, a organização do notariado e os documentos ou instrumentos 
redigidos por este profissional do direito que, a título privado, exerce uma 
função pública por delegação do Estado” (LOUREIRO, 2020, p. 50). 
• A Lei nᵒ 8.935, de 18 de novembro de 1994, regulamenta o Art. 236 da Constituição 
Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro (Lei dos cartórios).
• Os serviços notariais e de registro são os de organização técnica e administrativa 
destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos 
atos jurídicos.
• Notário, ou tabelião, oficial de registro, ou registrador, são profissionais do 
direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade 
notarial e de registro.
• Fé pública é um princípio constitucional atribuído por lei ao Notário e 
Registrador, representantes do Estado em suas funções, para certificar atos 
da administração pública, validar procedimentos judiciais e/ou registrar 
procedimentos notariais em cartórios certificados, como validação de 
documentos e certidões.
RESUMO DO TÓPICO 1
25
• Os titulares de serviços notariais e de registro são os:
I- tabeliães de notas;
II- tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos;
III- tabeliães de protesto de títulos;
IV- oficiais de registro de imóveis;
V- oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas;
VI- oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas;
VII- oficiais de registro de distribuição.
• Todo ato notarial está estipulado em legislação específica.
• Compete privativamente à União legislar sobre as questões relacionadas aos 
registros públicos.
• Tendo em vista o impacto da LGPD nos sistemas brasileiros, os Notários e 
Registradores devem garantir o sigilo de suas plataformas onde guardam os 
dados pessoais coletados para que haja maior governança e monitoramento 
contínuo das informações que são responsáveis.
26
1 O profissional que desenvolve os serviços de notário, ou tabelião, oficial de 
registro, ou registrador, são profissionais do direito, dotados de fé pública, 
a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro dentro 
dos cartórios brasileiros. Com relação aos titulares de serviços notariais e 
de registro, analise as sentenças a seguir:
I- Oficiais de registro de imóveis.
II- Oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas.
III- Tabeliães de protesto de títulos.
 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) Somente a sentença III está correta.
d) ( ) Somente a sentença I está correta.
2 A realidade notarial e registral apresenta diversas nuances e terminologias 
específicas que são, muitas vezes, definidas por leis que regem os serviços 
notariais e de registro. Sobre as terminologias notariais e de registro, associe 
os itens, utilizando o código a seguir:
I- Notário, ou tabelião, oficial de registro, ou registrador.
II- Direito notarial.
III- LGPD.
IV- Fé Pública.
a) ( ) É um princípio constitucional atribuído por lei ao Notário e Registrador, 
representantes do Estado em suas funções, para certificar atos da 
administração pública, validar procedimentos judiciais e/ou registrar 
procedimentos notariais em cartórios certificados, como validação de 
documentos e certidões. 
b) ( ) Notário, ou tabelião, oficial de registro, ou registrador, são profissionais 
do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da 
atividade notarial e de registro.
c) ( ) É o conjunto de normas e princípios que regulam a função do notário, a 
organização do notariado e os documentos ou instrumentos redigidos 
por este profissional do direito que, a título privado, exerce uma função 
pública por delegação do Estado
d) ( ) Lei Geral de Proteção de Dados.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) IV – I – II – III.
b) ( ) II – I – III – IV.
c) ( ) IV – II – III – I.
d) ( ) III – II – I – IV.
AUTOATIVIDADE
27
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
1 INTRODUÇÃO
Olá, prezado acadêmico! Como já estudamos, o notário e o registrador são 
profissionais do direito os quais são nomeados pelo Poder Público e fiscalizados 
pelo Poder Judiciário, conforme definido pelo Art. 37 da Lei nᵒ 8.935/1994 e são 
dotados de fé pública, conforme já aprendemos no tópico anterior.
Estes profissionais dos Serviços Notariais e Registrais atuam de forma 
privada (não são funcionários públicos do governo) através da delegação do 
Poder Público. Temos no Art. 1ᵒ, da Lei nᵒ 6.015, de 1973, e Art. 1ᵒ, da Lei nᵒ 8.935 
de 1994, que os serviços notariais e de registros, possuem como princípios básicos 
de atuação a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia, princípios estes que 
serão melhor detalhados neste tópico.
Assim, temos, nas atividades notariais e registral, princípios que regem as 
suas atividades, os quais podem ser classificados em princípios constitucionais 
e são apregoados para toda a administração pública e o segundo tipo são os 
princípios da atividade registral.
Conforme descrito por Zonta (2014, s.p.), temos:
E finalmente, a eficácia do ato jurídico ou negócio jurídico têm por 
escopo, instituir que todo o ato praticado pelo notário ou registrador, 
são aptos para produzir efeitos. Toda construção da sistemática dos 
princípios notariais e de registros públicos, visa assegurar a consistência 
e estabilidade das instituições democráticas, de forma a garantir usuários 
e ao Estado, a autenticidade, publicidade, segurança e eficácia dos atos e 
negócios jurídicos, que os notários e registradores intervenham.
A segurança e eficácia dos serviços notariais está relacionada aos princípiosque os regem, os quais iremos detalhar a seguir.
2 OS PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL
Os princípios da atividade notarial e registral estão relacionados a duas 
vertentes, uma constitucional e outra de ofício, por isso, detalharemos à luz da 
sua legalidade e da sua aplicação prática no seu dia a dia profissional.
28
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
Com relação à legalidade, temos inicialmente a questão da administração 
pública, cuja Constituição Federal nos apresenta que: “Art. 37. A administração 
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência” (BRASIL, 1988).
Quando analisamos o Art. 37 da Constituição Federal, os princípios 
ali apresentados são chamados de princípios expressos, pois estão claramente 
descritos e identificados, e em oposição existem alguns princípios que não são 
elencados de forma descritiva na Constituição, mas é por ela acolhida, as quais 
são denominados de princípios implícitos.
Vamos, agora, detalhar esses princípios.
2.1 PRINCÍPIOS RELACIONADOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Os princípios constitucionais apresentados no Art. 37 da CF também 
devem ser seguidos pelos cartórios brasileiros sob risco de penalidades se 
houveram desvios de conduta.
 
Podemos entender como princípio algo que é a base ou ainda como o 
início. Em uma visão jurídica, um princípio é algo ou uma ideia que serve de 
sustentação às normas/leis. Os princípios são conceitos fundamentais e basilares 
do sistema jurídico, dando um sentido lógico e harmônico as leis e práxis como um 
todo. Os princípios estabelecem o alcance e sentido amplo das regras existentes 
no ordenamento jurídico.
Assim, a seguir, vamos detalhar cada um deles.
2.1.1 Princípio da legalidade
O princípio da legalidade é um dos fundamentos constitucionais e é 
balizador a todas as atividades de um Estado de Direito, ou seja, de um Estado 
regido por leis e fica reforçado na CF quando exprime em seu Art. 5ᵒ, em seu 
Inciso 2ᵒ: “II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei” (BRASIL, 1988).
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
29
FIGURA 3 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
FONTE: <https://gcdn.emol.cl/psicologia-y-tendencias/files/2017/07/Juri%CC%81dica-800x300.jpg>. 
Acesso em: 2 out. 2020.
Esse inciso traz o centro da legalidade do estado de direito, pois ele 
remete que as pessoas têm o direito de fazer tudo aquilo que a lei não as 
delimita ou as impede enquanto vemos que o Estado somente pode fazer 
aquilo que está delimitado nos meandros da lei, o que está expresso no Art. 37 
da Constituição Federal.
Dessa forma, os notariados e cartórios de registro devem seguir o princípio 
da legalidade.
2.1.2 Princípio da impessoalidade
O termo impessoalidade, no Art. 37 da CF, traz uma importante vertente de 
conduta administrativa, principalmente para os órgãos da administração pública 
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios e notariais, pois deixa claro que é proibido tratamentos 
diferenciados e favorecimentos pessoais ao se tratar o público em geral.
Conforme Ramos (2014, s.p.) descreve, “o administrador público deve tratar 
todos de uma forma igualitária atingindo um único objetivo, o interesse público, não 
podendo atender a interesses privados de determinadas pessoas ou de alguns grupos 
econômicos”. Esse princípio tem um sentido mais profundo aos serviços notariais, já 
que o tratamento ao público é elemento sine qua non da profissão.
Ramos (2014, s.p.) complementa:
O administrador, quando ele exerce suas obrigações de administrar, 
ele está administrando em nome do Estado, quando o administrador 
atua na satisfação do interesse público, não é ele pessoa física, que está 
atuando, mas, no final das contas, quem está atuando é o Estado que é 
dirigido pelo administrador.
O administrador é um representante do Estado, é o próprio Estado 
que está atuando, dessa forma não podendo o administrador fazer 
propagandas pessoais, pois quem está ali é o Estado, onde o agente 
público deve atuar de forma impessoal.
30
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
A impessoalidade remonta a questão de que todos são iguais perante a 
lei, e as pessoas têm direito igual de atendimento em todos os órgãos públicos, 
ressalvadas as questões legais.
2.1.3 Princípio da moralidade
O princípio da moralidade é ímpio a todo administrador público e é o 
mínimo que se espera para um servidor público ou notarial, de forma que ele 
tenha uma conduta idônea e embasada em preceitos éticos e morais. Espera-se 
que ele tenha enraizado critérios de justiça e honestidade.
Pieritz (2020) descreve sobre ética e moral:
Importante compreendermos que, se fazemos parte de uma 
comunidade, de um grupo social ou grupo familiar, ou seja, de uma 
sociedade, devemos entender que todos nós somos diferentes e 
possuímos valores e princípios éticos e morais diferenciados, sendo 
que cada etnia possui seu próprio jeito de ser e conviver, instituindo 
regras sociais, políticas, econômicas e jurídicas de convivência.
Então, caro acadêmico, a compreensão do que é certo e errado e do que 
é fazer o bem ou o mal para um grupo ou etnia, pode ser diferente para 
a outra composição social. Tudo depende da formação dos valores 
e princípios éticos e morais sócio-históricas da comunidade a que 
pertencemos (PIERITZ, 2020, p. 9). 
Assim, Pieritz (2020, p. 11) nos traz os conceitos de ética e moral: “a 
ética reflete os hábitos e costumes gerais de uma sociedade, suas normativas e 
convenções, que fora institucionalizada pelo coletivo social, e a moral é a forma 
que conduzimos nossos atos perante o outro, ou seja, é a conduta em si”.
Prezado acadêmico, gostaríamos de deixar uma dica de leitura bem legal sobre 
o tema de Ética e Moral, um livro escrito pela professora Vera, coordenadora de nosso curso 
de Direito da Uniasselvi, O código de ética médica. Temos certeza de que você vai gostar 
da leitura.
FONTE: PIERITZ, V. L. H. O código de ética médica. Indaial: Uniasselvi, 2020.
DICAS
As atividades notariais e registrais precisam ter como princípio da 
moralidade em seu âmago, pois se pautam pelo bom trabalho administrativo e 
de forma ética, devendo ser referência à sociedade por meio da boa-fé. 
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
31
FIGURA 4 – ÉTICA E MORAL
FONTE: <https://omeioeosi.files.wordpress.com/2014/08/religiao-moral-etica.jpg>. 
Acesso em: 5 out. 2020.
O Art. 31, Inciso II, da Lei nᵒ 8.935/1994, dispõe que configura um ato de 
infração a conduta atentatória às instituições notariais e de registro.
CAPÍTULO VI
Das Infrações Disciplinares e das Penalidades
Art. 31. São infrações disciplinares que sujeitam os notários e os oficiais 
de registro às penalidades previstas nesta lei:
[...]
II- a conduta atentatória às instituições notariais e de registro.
A moralidade da instituição notarial e de registro é primordial para a 
manutenção da qualidade dos serviços prestados à sociedade como um todo.
2.1.4 Princípio da publicidade
O princípio da publicidade é uma das bases do Direito Público brasileiro, 
por isso, deve ser seguido por todas as instituições da administração pública 
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios.
Conforme apresentado por Salgado (2017, s.p.):
O princípio da publicidade é uma das chaves do Direito Público 
brasileiro e se relaciona com os princípios estruturantes do Estado, 
em especial com o princípio republicano. A publicidade configura 
uma dimensão da cidadania, pois permite o controle social do 
Poder Público pelos cidadãos. Apesar da possibilidade de extrair da 
Constituição uma conformação ambiciosa do princípio da publicidade, 
a prática brasileira está longe de preencher as suas exigências, com 
ofensa cotidiana também aos demais princípios constitucionais. Uma 
verdadeira

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