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3 Trabalho de Processo Civil

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1- Maurício ajuizou Ação de Revisão de Cláusula Contratual em face de Roberto e requereu, de forma incidental, que o juiz determine a Roberto a apresentação do contrato que se encontra em seu poder. Roberto contestou a ação, apresentando justificativa para não exibir. O juiz julga ilegítima a justificativa de Roberto, por considerar que o réu possui o documento, que tem dever legal de exibi-lo e que o documento em questão é comum às partes e necessário para a instrução do feito. Nesse caso, pergunta-se: qual a medida a ser adotada contra a recusa de Roberto?
R: Contra a recusa de Roberto, o artigo 400, II do CPC, assegura que ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar se a recusa for havida por ilegítima, considerando como confissão ficta. Trata-se de decisão interlocutória, que desafia agravo de instrumento. Além disso, o paragrafo único do mencionado artigo estabelece que sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido. Portanto, o paragrafo único já mencionado, deixa expresso que a presunção de veracidade não impede que o juiz adote outras medidas, até mesmo a imposição de multa cominatória se julgar necessário. Importante salientar que, não há aqui propriamente um dever de exibir, inclusive porque ninguém está obrigado a produzir prova contra si mesmo, mas sim uma necessidade de colaboração das partes que, no âmbito probatório, se traduz apenas no ônus de exibir, cujo descumprimento pode levar à imposição de multas e à admissão de determinados fatos como verdadeiros.
2-Silvana dos Reis ajuizou Ação de Obrigação de Fazer cumulada com Danos Morais contra MM Veículos e Fiat do Brasil S.A alegando a existência de vício redibitório no veículo novo, recém adquirido pela Autora. Para a comprovação dos fatos alegados, a Autora requereu a produção, entre outras, da prova por Inspeção Judicial, o que foi deferido pelo juízo. Para tanto, foi designado um oficial de justiça que possuía maiores conhecimentos sobre veículos do que o juiz, o qual, no dia e hora determinados, compareceu ao local em que se encontrava o veículo, realizou a inspeção e lavrou o auto circunstanciado. Diante disso, pergunta-se: a produção da prova por inspeção judicial se deu forma correta? Justifique.
R: Não se deu de forma correta. Pois, a inspeção judicial prevista nos artigos 481 a 484 do CPC, é meio de prova que se concretiza com o ato de percepção pessoal do juiz, com um ou alguns dos seus sentidos, das propriedades e circunstâncias relativas à pessoa ou coisa. O objetivo da inspeção é esclarecer o magistrado sobre fato que interesse à decisão da causa. Dessa forma, é evidente que a inspeção judicial não aconteceu de forma correta, pois se trata de ato exclusivo do magistrado. Assim, a inspeção judicial é forma pela qual o juiz toma ciência dos fatos diretamente, ou seja, por uma atuação própria e sem qualquer influência de outras pessoas. O juiz poderá ao realizar a inspeção, ser assistido por um ou mais peritos conforme prevê o artigo 482, do CPC.
3-Diferencia a perícia informal do depoimento de testemunha técnica, apresentando as principais características de uma e de outra.
R: A prova técnica simplificada também denominada de perícia informal poderá ser realizada por pessoa que trabalha no ramo, mas que não tem necessidade de formação acadêmica, como por exemplo: pedreiro, pintor, mecânico, ou seja, um profissional que detenha o conhecimento adequado de certo assunto e que seja compatibilizado com a ação reclamada, pois não demanda de laudo pericial. Sendo assim usada, quando o ponto controvertido seja de pouca complexidade, artigo 464 § 2º. Em síntese é a oitiva de especialista sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico, pois ele faz uma análise técnica. Já a testemunha técnica pode ser conceituada como sendo alguém que faz a narrativa dos fatos que presenciou sem fazer a análise técnica. Não esta prevista em lei, sendo uma prova atípica permitida pelo ordenamento jurídico. Desse modo, considerando que a testemunha técnica apresenta seu depoimento de forma oral, na audiência de instrução, pode-se facilmente verificar que consiste em meio de prova mais célere do que uma perícia convencional. Desta forma, a testemunha técnica está autorizada a auxiliar o juízo na interpretação de fatos relacionados à demanda que dependam do conhecimento técnico que ela detém. 
4-Como deverá se dar no processo a produção de uma prova documental consistente em um vídeo (contendo, portanto, som e imagem)? Explique o procedimento e justifique.
R: O artigo 422 do CPC,  dispõe que qualquer reprodução mecânica pode fazer prova documental. Além disso, o parágrafo único do artigo 434 do CPC, então, dispõe que quando se tratar de reprodução cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazer a prova documental na petição inicial ou contestação, instruindo-a. Nesse caso é preciso especificar o vídeo ou a menção da existência do vídeo, podendo ser anexado ao processo em forma de DVD ou blu-ray disc, contendo a gravação audiovisual. No entanto, a exposição da prova documental consistente em reprodução mecânica que será realizada em audiências. E as partes, portanto, deverão ser intimadas previamente.

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