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OBJETIVOS AT6 - Imunologia da Cárie e da Doença Periodontal

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OBJETIVOS AT6 
 
 
Definir cárie dentária. 
 
A cárie é uma doença infecciosa que consiste na dissolução química dos sais de cálcio do 
dente pelo ácido lático liberado pelas bactérias anaeróbicas que constituem a placa 
bacteriana. 
 
Explicar a multifatorialidade da cárie dentária. 
 
A cárie tem uma multifatorialidade devido a necessidade da presença de substrato, 
hospedeiro, microrganismos e além disso depende do tempo. Cabe ainda ressaltar que 
fatores econômicos, sociais e culturais estão envolvidos na prevalência da cárie. 
 
Compreender a Teoria acidogênica de Miller. 
 
Os micro-organismos acidogênicos da placa dental fazem respiração anaeróbica, utilizando 
os açúcares fermentáveis, resultando em ácidos, notadamente o ácido lático, que inicia a 
dissolução do esmalte dentário. 
 
Entender as razões da cárie ser considerada um problema de saúde pública mundial. 
 
A cárie é um sério problema de saúde, principalmente porque ao afetar a saúde bucal, 
coloca em risco a saúde geral do paciente. Além disso, o índice de DCPO (índice de dentes 
cariados perdidos e obturados) é muito grande em países subdesenvolvidos. 
 
Conceituar Biofilmes Microbianos. 
 
Os biofilmes são comunidades biológicas com um elevado grau de organização, onde as 
bactérias formam comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais. Estas comunidades 
biológicas encontram-se embebidas em matrizes poliméricas produzidas por elas próprias. 
 
Reconhecer a importância dos biofilmes orais na cárie dentária. 
 
A acumulação progressiva de bactérias e o crescimento da placa bacteriana cria condições 
para o desenvolvimento de uma flora anaeróbia, contribuindo para o aumento da 
diversidade dos microrganismos presentes na placa. Depois de formado o biofilme, temos 
uma estrutura com canais e projeções. Se cria microambientes localizados. Quanto mais 
internamente na placa dentária, menos nutrientes e menos possibilidade de encontrar 
oxigênio, por isso as bactérias mais profundas são anaeróbias e produzem ácido, deixando 
o pH menor. O ácido liberado corrói então os minerais do dente e começam o processo de 
cavitação. 
 
 
 
 
 
Descrever as etapas de formação dos biofilmes citando moléculas envolvidas 
(Adesinas, GBP, GTF). 
 
No indivíduo saudável, a película que reveste os dentes é rica em glicoproteínas salivares 
(PAE), o que facilita a adesão bacteriana, inicialmente de cocos e bacilos gram positivos, 
principalmente o Streptococcus sanguis. 
 
Várias interações que podem facilitar a adesão de bactérias nessa película. 
ex: Adesinas - proteínas que se ligam a carboidratos e permeiam o processo da adesão 
inical. 
 
As glicosiltransferases (GTF) e as GBP (proteínas ligadoras de glicanos) também são 
importantes para a adesão de bactérias. 
 
Os biofilmes se iniciam através da adesão das bactérias a uma superfície, no caso o dente. 
 
Fase de aderência inicial: envolve mecanismos inespecíficos e específicos de adesão à 
película adquirida do esmalte (película de glicoproteína) e outras superfícies dentárias 
expostas (ex. superfícies radiculares). Os microrganismos com maior capacidade de se 
aderir aos dentes nestas fases iniciais são definidos como colonizadores primários. 
 
Depois da adesão inicial, temos a maturação com a presença de outras bactérias, que vão 
co-aderir, formando essa massa que chamamos de biofilme, formado não só pelas 
bactérias mas também por polímeros extracelulares. 
 
Fase de acúmulo: envolvem mecanismos de interação bacteriana e a produção de uma 
matriz extracelular. Muitos microrganismos não se aderem inicialmente aos dentes, mas são 
capazes de se aderir (co-adesão) a microrganismos primários que se estabelecem na fase 
inicial. Estes são denominados de colonizadores secundários. 
 
Depois há uma fase de maturação, tendo diferentes tipos de bactérias. Até que esse 
biofilme fica maduro e ocorre dispersão para formação de biofilme em outras regiões. 
 
Citar e descrever a RI Inata contra estreptococos. 
 
Lisozima​ - enzima salivar. Propriedade bactericida. Destrói a parede celular das bactérias. 
Lactoperoxidase​ - enzima salivar. Inibe as funções enzimáticas e diminui o crescimento 
bacteriano. 
Lactoferrina​ - glicoproteína salivar. Propriedade bacteriostática, inibe o crescimento 
bacteriano. 
 
Propriedades tampão da saliva (manutenção de pH), através de fosfato, bicarbonato e 
proteínas (sialina). 
 
Mucina:​ proteína produzida pelo glicocálix das células, forma um manto pegajoso e 
lubrificante que age como uma barreira físico-química do SII, auxiliando no aprisionamento 
de patógenos ou de suas substâncias, na inibição do crescimento ou na lise desses 
microrganismos. As mucinas previnem a aderência e a colonização bacteriana. 
Ou seja, a mucina cria um manto pegajoso que fica em cima dessas células e evita a 
infecção por aprisionar essas bactérias. A forma de inibir a infecção é produzir o muco de 
mucina. 
 
Proteínas ricas em prolina (PRP) 
- Presentes na saliva. 
- Papel cálcio-dependente no processo de mineralização. 
- Modulação do processo de adesão bacteriana. 
 
Aglutinina​: proteína altamente glicosilada, sintetizada nas células serosas 
submandibulares, sublinguais e parótidas. Semelhante a MUC7, a aglutinina salivar se liga 
a ampla variedade de microrganismos, tais como: Streptococcus mutans, S. salivarius e S. 
sanguis. Essa glicoproteína é muito similar, se não idêntica, à gp-340 encontrada no pulmão 
que se une à proteína sufactante D (SP-D). Essa junção favorece a fagocitose e a 
consequente morte de microorganismos pelos neutrófilos e macrófagos. 
Ou seja, se liga a alguns microrganismos promovendo a aglutinação dessas bactérias no 
ambiente oral, que acabam sendo deglutidas e removidas da cavidade oral. 
 
A imunidade inata também faz a ativação do complemento, pela via alternativa. 
Consequencias: opsonização pelo C3b; C3a e C5a promovem inflamação; lise dos 
microrganismos através do complexo de ataque a membrana. 
 
Temos fagocitose no tecido periodontal - macrófago também pode ser ativado pelo C3a e 
C5a. 
 
Citar e descrever a RI adaptativa contra estreptococos. 
 
- Produção de anticorpos (efetores) 
- Fixação do complemento (via clássica) 
- Inflamação 
 
Muitos dos antígenos presentes na placa bacteriana são T-dependentes, o que implica o 
seu processamento pelas APCs, e a sua apresentação via MHC I e II aos linfócitos T 
citotóxicos e auxiliares. Simultaneamente, as bactérias gram-negativas existentes na placa 
bacteriana liberam lipopolissacarídeos (LPS) capazes de estimular, de forma policlonal, os 
linfócitos B1. 
 
Imunoglobulinas 
 
- IgA secretória - alta concentração na saliva, na forma de dímero. 
- Plasmócitos presentes nas glândulas salivares. 
 
A IgA atua principalmente a nível da placa supragengival, cobrindo as superfícies 
bacterianas, impedindo sua aderência à película adquirida do esmalte (PAE), uma vez que, 
além de bloquear os receptores presentes na superfície das bactérias, a IgA-s promove 
também aglutinação bacteriana, facilitando assim a sua remoção da cavidade oral através 
do fluxo salivar. A IgA-s é também uma aglutinina extremamente eficiente, visto que cada 
molécula dessa imunoglobulina apresenta quatro sítios de ligação antigênica. 
 
Portanto, a IgA se liga nas bactérias e as bactérias não conseguem se ligar ao biofilme ou à 
película. 
 
Explicar o estado atual dos estudos relacionados ao desenvolvimento de uma vacina 
contra a cárie dentária. 
 
O S. mutans tem uma mutação muito grande em algumas de suas proteínas, sendo essa 
uma das principais dificuldades da criação da vacina. 
 
As principais linhas de pesquisa no desenvolvimento de uma vacina contra a cárie se 
baseiam em: 
 
Imunização ativa: aumento de IgA. 
Imunização passiva: anticorpo monoclonal contra uma GTF (glicosiltransferases), 
para diminuir sua concentração na cavidade oral.

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