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Microbiologia Oral

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Microbiologia Oral
@andreiadivensi
BACTÉRIAS
As bactérias são os menores MO unicelulares existentes. Principais tipos morfológicos: 
COCOS são bactérias esféricas ou de secção elíptica. Dependendo do plano e do número de divisões a partir do quais as bactérias continuam unidas, formam grupamentos/arranjos típicos: diplococos, tétrades, cubos, estreptococos, estafilococos.
BACILOS são bactérias de formas cilíndricas e apresentam menor números de arranjos. 
Diplobacilos: agrupados aos pares.
Estreptobacilos: bacilos em cadeia.
Paliçada: células dispostas lado a lado.
CITOLOGIA BACTERIANA
É possível organizar a célula nos seguintes componentes: estruturas externas à parede celular; parede celular; e componentes internos.
Algumas estruturas estão presentes em certas espécies bacterianas, outras não.
Parede celular, membrana citoplasmática e citoplasma estão presentes em todas as bactérias, pois são estruturas fundamentais.
ESTRUTURAS EXTERNAS À PAREDE CELULAR
· Substancia polimérica extracelular (cápsula e camada limosa). Polímero viscoso e gelatinoso, externo à parede celular, composto de polissacarídeo e/ou polipeptídio.
Quando é frouxamente ligado, chama-se limosa., e quando esse material está firmemente aderido à célula, é chamado cápsula. As cápsulas contribuem para a virulência em certas espécies bacterianas, pois protegem as bactérias patogênicas da fagocitose pelas células do hospedeiro. Protegem a célula bacteriana contra desidratação e facilitam a aderência da bactéria a diversas superfícies. A bactéria Streptococus mutans fixa-se à superfície dos dentes por meio da cápsula. 
Em algumas bactérias a cápsula é também uma fonte de nutrição, degradando-a e utilizando os açúcares como estoques de energia quando estão baixos. 
· Flagelo e Fímbrias são apêndices longos e finos, responsáveis pela locomoção das bactérias, por meio de um movimento rotatório. Presentes em algumas células bacterianas. 
PAREDE CELULAR proporciona rigidez estrutural e preserva a forma característica da célula. É uma barreira física contra o ambiente externo e também atua como sítio receptor para proteínas e outras moléculas que interagem com a bactéria. O componente que confere rigidez à parede celular é um polímero denominado PEPTIDOGLICANO. 
COLORAÇÃO DE GRAM
A visualização e diferenciação das diferentes espécies bacterianas é possível devido a coloração de Gram.
Reagentes utilizados na reação de Gram:
1. 1. Aplicação do Cristal violeta (corante primário).
2. 2. Aplicação do Lugol (mordente - substância química que aumenta a retenção do corante no citoplasma da célula)
3. 3. As estruturas que não retém o cristal violeta são descoradas por etanol a 95% ou por uma solução álcool acetona.
4. 4. Em seguida, são lavadas e coradas com safranina ou fucsina (corante secundário)
No processo de coloração, sabe-se que existe uma afinidade eletrônica entre os corantes (substâncias catiônicas) + citoplasma da célula bacteriana, devido aos radicais fosfato (aniônicos) do DNA espalhados no citoplasma.
Por médio da coloração de Gram, diferenciamos:
BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS cuja parede celular retém o cristal violeta, que permite a visualização do citoplasma através de microscopia por coloração roxa. A parede da célula gram-positiva consiste de uma única camada que retém o corante aplicado, não adquirindo a coloração do segundo corante.
Parede celular: apresentam uma espessa camada de peptidoglicano (90% da parede)
BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS cuja parede celular não retém o corante cristal violeta. Possibilita a visualização do citoplasma através de microscopia por coloração rosa, do corante secundário.
Não retêm o corante quando submetidas a solventes nos quais é solúvel, sendo descoloradas e, quando acrescentadas outros corantes, adquirem a nova coloração.
Parede celular: 1 camada de peptidioglicano (10%) + um espaço periplasmático + membrana externa (incluindo lipopolissacarídeos = LPS)
A membrana externa é formada por uma dupla camada lipídica. É um fator importante na inibição de fagócitos e do complemento durante a invasão de um hospedeiro.
As principais proteínas da membrana externa são as porinas, que formam poros que permitem a passagem passiva de solutos.
Parte interna é composta basicamente de fosfolipídios e é hidrofóbica;
Parte externa é composta por LPS +proteínas, além de ser hidrofílica.
LPS ou endotoxina é constituído por um lipídio complexo, o lipídio A, ligado ao antígeno O e tem como função promover respostas fisiológicas em hospedeiros e desempenhar papel como potente estimulador da resposta imunológica.
Espaço periplasmático localizado entre as membranas externa e citoplasmática, contém a camada de peptidoglicano, enzimas hidrolíticas, para quebra de macromoléculas, enzimas capazes de inativar fármacos e proteínas transportadoras de solutos.
MICOBACTÉRIAS Além das bactérias Gram-negativas e Gram-positivas, há bactérias que apresentam composição atípica de parede celular.
Essa estrutura incomum da parece celular confere baixa permeabilidade E previne a entrada de corantes (coloração de Gram) e de antibióticos. Isso faz com que elas sejam resistentes à maioria dos ATB.
São consideradas bactérias resistentes a álcool-ácido (BAAR) e podem ser coradas com carbolfucsina. O aquecimento aumenta a penetração desse corante, que entra na parede celular, liga-se ao citoplasma e resiste à remoção por lavagem com álcool-ácido.
BASES DA RESPOSTA IMUNE
Como apenas as células procarióticas apresentam parede celular constituída de peptidoglicano, essa estrutura é um bom alvo para os antimicrobianos (p. ex., penicilina). Por outro lado, não atuam nas células eucarióticas por não possuírem peptidoglicano.
A membrana citoplasmática das bactérias apresenta estrutura molecular semelhante a da membrana citoplasmática das células eucarióticas, sendo constituída de fosfolipídeos + e mais de 200 tipos de proteínas.
A função mais importante é servir como BARREIRA SELETIVA através da qual os materiais entram e saem da célula. Apresenta permeabilidade seletiva, e certas moléculas e íons passam através da membrana, mas outros não. 
A membrana plasmática é importante também para para a produção de energia - pois nela estão presentes proteínas da cadeia de transporte de elétrons; para o transporte de substâncias através de proteínas transportadoras; Diversas moléculas se movem através da membrana plasmática por meio do transporte passivo e do ativo.
Assim como a parede celular, a membrana plasmática também é alvo de antimicrobianos e desinfetantes (p. ex., quaternário de amônio - desinfetantes).
Nucleoide é a região da célula bacteriana em que está o cromossomo.
Todos os organismos procariotos contêm ribossomos, os quais desempenham papel essencial na síntese proteica. Assim como nos eucariotos, essas organelas são constituídas por complexos de proteínas e ácido ribonucleico, e são responsáveis pela síntese de proteínas a partir dos aminoácidos.
Muitos ATB exercem seu efeito antimicrobiano pela ligação ao ribossomo, bloqueando a síntese de proteínas.
Sistema Imune
O sistema imune é o conjunto de células e tecidos responsáveis pela defesa do corpo contra organismos externos. Os mecanismos de defesa do hospedeiro são fatores determinantes no processo de infecção.
Pode se comparar a interação entre os MO e hospedeiros à uma balança, pois devem estar em harmonia. Um dos pratos pesa a virulência do agente (fatores microbianos) e o outro as defesas especificas e inespecíficas do hospedeiro.
Ao nascimento, a criança não tem o sistema imune apto para combater mesmo as infecções simples, pois para tal é necessário o contato com o agente agressor, e dependendo da patogenicidade, esse contato pode levar a morte.
Com o objetivo de induzir a imunidade sem desenvolver a doença, foram criadas as vacinas. Elas utilizam partes dos patógenos ou patógenos enfraquecidos para que o sistema imune possa elaborar uma resposta imune contra ele.
Imunidade é o estado especifico de proteção que se desenvolve no organismo em consequência de um contatoprévio de um agente infeccioso. 
Antígenos as substancias que entram no organismo e induzem a resposta imune. Podem ser patógenos ou corpos estranhos. 
Patógeno qualquer organismo capaz de causar uma doença. Para que o patógeno cause uma infecção é preciso que ele atravesse as principais barreiras físicas do organismo: a pele e as mucosas. 
Infecção: Implantação, crescimento e multiplicação de MO nos tecidos de hospedeiros, altamente organizados, causando certo dano ao hospedeiro.
TIPOS DE RESPOSTA IMUNE
O sistema imune pode ser dividido, do ponto de vista funcional.
IMUNIDADE INATA atua como primeira linha de defesa contra os agentes infecciosos, podendo na maioria dos casos controlar e evitar infecção. É inespecífica, e atua sobre qualquer agente agressor.
Componentes: Barreiras físicas como os epitélios e Barreiras químicas como substancias antimicrobianas produzidas pelas células epiteliais. 
Macrófagos e neutrófilos que realizam o processo da fagocitose, células dendríticas e células NK.
Sistema Complemento cascata de reações enzimáticas produzidas por proteínas plasmáticas desencadeadas pela presença do patógeno. 
Citocinas proteínas produzidas por diversos tipos celulares que regulam as atividades das células da imunidade inata. 
IMUNIDADE ADQUIRIDA OU ADAPTATIVA é representada pelas células T e B, mas envolve outros componentes, como o sistema complemento e as citocinas, também presentes na resposta inata. 
A imunidade adquirida possui caráter discriminatório e capacidade de memória, podendo responder prontamente ao patógeno quando o organismo for exposto a ele repetidas vezes. Após o contato com o patógeno, o organismo vai gerar uma resposta imune especifica, produzindo anticorpos, denominados imunoglobulinas (IgA, IgE, IgG, e IgM).
Tanto a imunidade inata quanto a adquirida, interagem entre elas com o propósito final de conseguir a defesa eficaz do organismo. Não existem barreiras entre esses sistemas de defesa. 
Ambas se complementam células da imunidade inata estimulam a produção da resposta adquirida, que utiliza os recursos da resposta inata para auxiliar na eliminação do agente intruso no organismo.
CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE
As células de defesa que compõem o sistema imune são as produzidas pela medula óssea e derivam de um precursor comum, a célula-tronco hematopoiética.
MEDULA ÓSSEA encontrada no interior dos ossos, contém as células-tronco hematopoiéticas. Células hematopoiéticas produzem:
· Componentes do sangue – hemácias ou glóbulos vermelhos.
· Componentes do sistema de defesa – os leucócitos ou glóbulos brancos. 
· Componentes da coagulação – as plaquetas. 
Mieloides irão originar: células polimorfonucleares, células dendríticas, mastócitos e monócitos/macrófagos
Linfoides originarão os linfócitos ou células B e T e as células NK
Os leucócitos são células de formas esférica quando estão em suspensão no sangue ou ainda quando ativos na defesa do organismo. São classificados em granulócitos ou agranulócitos. 
Os granulócitos ou polimorfonucleares (PMN) apresentam grânulos citoplasmáticos e núcleo com vários lóbulos. Os leucócitos PMN são os eosinófilos, basófilos/mastócitos, e os neutrófilos.
Os agranulócutos não apresentam grânulos no citoplasma e tem núcleo simples. São: monócitos e linfócitos.
Neutrófilos: principais células encontradas na imunidade inata. Essas células pertencem à família dos leucócitos ou glóbulos brancos e circulam pelo sangue e são atraídos para o local de infecção por quimiotaxia.
Os neutrófilos circulam pelo sangue e migram para os locais de infecção rapidamente. Após cerca de 6 horas, são eliminados naturalmente por um processo denominado apoptose (morte celular programada), quando são fagocitados por macrófagos do fígado ou do baço.
Basófilos/Mastócitos: são os leucócitos menos abundantes (,05 a 1%), que não realizam fagocitose. Liberam histamina ou heparina por meio da degranulação em processos alérgicos.
Eosinófilos: (2 a 4% dos leucócitos do sangue) apresentam núcleo com dois lóbulose grânulos citoplasmáticos que são liberados contra patógenos grandes, como os vermes, e em reações alérgicas.
Linfócitos: as células que representam a resposta Imune adquirida são os linfócitos T e B, que apresentam moléculas de superfície capazes de reconhecer especificamente diferentes antígenos, por quantas vezes penetrarem no organismo. Possui capacidade de especificidade e de memória. São células pequenas de núcleo simples, não sendo possível distinguir morfologicamente os linfócitos T dos B. 
Os Linfócitos T são produzidos no timo, e produz o seu próprio sistema de defesa liberando nas células estranhas. Existem dois tipos: os citotóxicos e os auxiliares.
Linfócitos T auxiliares: secretam citocinas que ajudam a ativar outros tipos de células do sistema imune e respondem a antígenos peptídicos apresentados a eles. 
Linfócitos T citotóxicos (CTLs) apresentam em seu citoplasma grânulos com enzimas que lisam vírus e outros patógenos intracelulares, ou seja degradam as células infectadas com vírus ou outro patógeno intracelular, impedindo a replicação do patógeno.
Os linfócitos B, na medula óssea, onde se diferenciam para adquirir a capacidade de reconhecer os antígenos, e ajudam na criação de anticorpos nos vasos.
Os linfócitos B secretam imunoglobulinas (Igs) que se fixam na membrana e atuam como receptores específicos de antígenos.
Após o reconhecimento do antígeno, as células B se diferenciam em plasmócitos + células de memória que produzem Igs específicas ao antígenos que as ativou.
MODIFICAÇÕES DAS CÉLULAS IMUNES NO TEC. CONJUNTIVO
De linfócito para plasmócito, célula produtora de anticorpos.
De monócito para macrófago ou célula dendrítica.
Monócitos são leucócitos com núcleo em forma de ferradura com citoplasma rico em grânulos e lisossomas.
Macrófagos originam-se dos monócitos, que são células derivadas da medula óssea e circulam no sangue. Quando o monócito atravessa os vasos sanguíneos se diferenciam em macrófago nos tecidos. 
Linfócitos NK além das células T e B, existe uma linhagem de linfócitos denominada de natural killer (NK). Com maior tamanho e com grânulos em seu interior, com capacidade de lisar vírus e células tumorais sem especificidade, durante a atuação da imunidade inata. 
LOCAL CELULAR HUMORAL
Dividido em 3 componentes. Da interação destes resulta o mecanismo protetor desejado.
A imunidade adquirida e específica é responsável pelo reconhecimento de substancias estranhas, ou antígenos, por meio de receptores funcionais localizados e a superfície dos linfócitos B e T.
Defesa celular: linfócitos T
Defesa Humoral: linfócitos B – Igs
Existem 5 classes de Igs presentes no organismo humano e cada uma destas tem características químicas e biológicas distintas.
IgG, IgM, IgA, IgE e IgD são as classes de Igs atualmente conhecidas.
Defesas Humoral: a IgG existe em maior quantidade no ser humano. São componentes importantes da defesa do hospedeiro contra agentes infecciosos. 
IgA o mediador humoral mais importante na imunidade oral é a imunoglobina IgA secretora. Presente em vários mecanismos de defesa imunológica na cavidade oral. A IgA é uma classe de anticorpos encontrado na saliva, lágrimas, secreções respiratórias e gástricas, além do leite materno. 
Sistema Complemento faz parte também da defesa humoral. Este sistema é constituído por um grupo de proteínas específicas, que produzem mediadores próprios, induzindo a reação inflamatória e regulante a atividade fagocitica. 
Defesas locais não específicas na região oral
Camada epitelial da mucosa
Substancias químicas antimicrobianas produzidas nas superfícies epiteliais e secreção de saliva.
A camada epitelial da mucosa é constituída por células epiteliais protegidas por uma superfície queratinizada. 
A função mecânica da barreira epitelial está representada pela capacidade de proteger as células da mucosa oral através de uma camada de queratina depositada sobre estas, pela capacidade secretora de enzimas especificas e de drenagem mediante a ajuda ciliar e de movimentos peristálticos. 
Nasuperfície da mucosa oral verifica-se também a existência em determinadas regiões de orifícios próprios de ductos por onde é segregada a saliva. 
É uma secreção complexa em que 99% é agua e SALIVA
1% é de composto por moléculas orgânicas e inorgânicas.
Funções: lubrificação dos tecidos orais; Manutenção da integridade das mucosas; Efeito tampão; auxilio na digestão dos alimentos através de enzimas; ação antimicrobiana; e auxilio no paladar e na fonação.
Como barreira física, desempenha um papel muito importante na defesa do hospedeiro contra inúmeros agentes agressores. A ação antimicrobiana inespecífica é um aspecto muito importante, pois permite estabelecer um equilíbrio no ecossistema oral 
Não só protege as superfícies dentárias do efeito ácido das bactérias (efeito tampão) como também control a ação e metabolismo de muitas das bactérias da cavidade oral. Os constituintes responsáveis por esta ação são proteínas como lisozima, lactoferrina e glicoproteínas ricas em prolina.
A lisozima tem a capacidade de hidrolisar a camada peptideoglicana da parede das células bacterianas. A lactoferrina tem ação bacteriostática, sendo capaz de inibir o desenvolvimento bacteriano.
Defesas locais na região oral
As atividades mucos-ciliares, salivares e peristálticas da região orofaríngea permitem uma proteção oral eficaz, remoendo grande quantidade de MO e mantendo um equilíbrio da microbiologia oral. O aparelho mucociliar tem como principal função a remoção de partículas ou substancias potencialmente agressivas ao trato respiratório através do transporte pelos cílios, ou alternativamente, pela tosse e espirro. 
Microbiota da Cavidade Bucal
As superfícies do nosso organismo são habitadas por MO, mesmo quando em estado de saúde. Esses MO presentes na cavidade bucal, trato digestivo, trato geniturinário e demais regiões do organismo são bastante distintos devido às características biológicas e propriedades de cada local.
As condições ambientais das diferentes regiões do organismo selecionam e determinam as espécies de MO capazes de colonizar, crescer e tornar-se membro da comunidade microbiana de uma determinada região.
ECOSSISTEMA BUCAL
Ecossistema é o conjunto formado pelos seres vivos + elementos ambientais. Portanto, o ecossistema bucal = MO + habitat natural.
Os ecossistemas são espaços naturais constituídos por 2 fatores: 
Fatores Bióticos: formados pelos MO que vivem no habitat
Fatores Abióticos: constituídos pelo habitat. Na cavidade bucal o habitat = estruturas anatômicas da região, como mucosas de revestimento, dentes e sulco gengival. Entre os fatores abióticos incluem-se: temperatura, umidade, pontencial hidrogênio-iônico (ph) e potencial de oxidorredução (Eh)
Os ecossistemas microbianos são inicialmente colonizados por um nº limitado de espécies (comunidade pioneira), porque o habitat representa determinadas condições que seletivamente as favorece.
A presença de algumas espécies altera o habitat, proporcionando, ou até impedindo, a colonização por outras espécies bacterianas.
ECOLOGIA BUCAL
É estudo da influência do ambiente bucal sobre os MO. É a inter-relação dos seres vivos com o ambiente. A ecologia microbiana estuda as atuações dos MO em ecossistemas. 
MICROBIOTA DO ORGANISMO
As superfícies das mucosas e da pele do organismo humano são colonizadas por uma microbiota característica.
Regiões do organismo que não apresentam MO: laringe e cérebro. 
De acordo com a permanência em cada local do organismo, a microbiota pode ser classificada em 3 grupos: 
Consideradas endógenas:
Microbiota Residente: Permanente. Autóctone ou normal. Representada por um grupo relativamente fixo de MO encontrados numa área em determinada idade e que, quando alterada, prontamente se recompõe.
Compreende aquelas espécies que estão presentes em números elevados (+1%) em cada sítio especifico. 
Em cada local do organismo existe uma microbiota típica em decorrência de fatores abióticos – superfícies adequadas à adesão, estruturas específicas dos MO, temperatura, umidade, presença de fatores nutritivos e substâncias inibitórias.
Microbiota Suplementar: São espécies bacterianas que estão sempre presentes, porém em bai baixo número (-1%),e que podem aumentar, caso ocorram alterações no ambiente.
Os Lactobacilos (grupo de bactérias relacionadas com a cárie dental) por exemplo, que são encontrados em pequeno número no biofilme dentário, caso ocorram alterações como acidificação do meio, aumentam em número tornando-se predominantes. 
Consideradas exógenas (provem de habitats externos) 
Microbiota Transitória Adventícia. São MO não patogênicos, ou potencialmente patogênicos, que habitam a pele ou a mucosa durante horas, dias ou semanas.
São originários do meio ambiente, não produzem doenças e não se estabelecem de modo permanente na superfície do organismo.
São geralmente de pouca importância, desde que a microbiota residente permaneça íntegra. Se a microbiota for alterada, MO transitórios podem proliferar e produzir doença.
MICROBIOTA CAVIDADE ORAL
							
A cavidade bucal é um sistema de crescimento aberto. Os nutrientes e os MO são repetidamente introduzidos e removidos desse sistema.
Somente se estabelece o MO que possuir capacidade de aderência as superfícies da cavidade bucal que, de alguma outra maneira, fique retido. 
Algumas bactérias podem conseguir um refúgio nos sulcos, fissuras ou espaços interproximais dos dentes.
A cavidade bucal compreende diversos locais distintos. Cada local mantém o crescimento de uma comunidade microbiana característica.
A microbiota da boca é dividida em 4 nichos principais: Filme Dentário, Sulco Gengival, Dorso da Língua e Mucosa da boca. 
AQUISIÇÃO DA MICROBIOTA
O feto normalmente é asséptico e o ambiente bucal estéril ao nascimento permite a implantação de MO do trato genital da mãe. Mais adiante, no 3 mês de vida já existe microbiota na boca de todas as crianças.
A erupção dos dentes introduz outros hábitats como as superfícies lisas, fóssulas e fissuras dos dentes e sulco gengival. Na idade escolar a microbiota é igual a do adulto. Há números mais elevados de MO durante a puberdade seguindo-se decréscimo nas contagens totais de bactérias no término deste período. Na adolescência já se pode considerar a microbiota bastante completa e semelhante à da idade adulta. 
Se ocorrer a perda dos dentes, observa- se a diminuição de estreptococos, lactobacilos, espiroquetas e anaeróbicos.
Na colocação de próteses e aparelhos ortodônticos a microbiota aumenta novamente.
SUCESSÃO MICROBIANA
É a troca de um tipo de comunidade por outra em resposta a modificações no meio que afetam o hábitat, levando ao estabelecimento final de uma microbiota madura ou comunidade clímax.
Clímax é o último estágio alcançado por comunidades ecológicas ao longo da sucessão ecológica. E caracterizado por compreender espécies que são as melhores competidoras da comunidade local. São dois tipos de sucessão microbiana:
ALOGÊNICA Substituição de um tipo de comunidade por outra porque o habitat foi alterado por fatores não microbianas. 
Alterações nas condições locais do meio ou por modificações no hospedeiro. No nascimento é o primeiro dos eventos ambientais que influenciam a sucessão microbiana no interior da boca. Ex.: erupção e perda de dentes, restaurações dentárias e aparelhos, mudanças nos hábitos alimentares, higiene bucal, moléstias nos tecidos moles ou duros da boca, doenças sistêmicas, mudanças hormonais e uso de fármacos. 
AUTOGÊNICAS: Ocorre quando a comunidade residente altera o meio, sendo substituída por outras espécies mais adaptadas ao habitat modificado.
Os pioneiros criaram um meio que é mais favorável para a proliferação dos invasores secundários ou que resulta num hábitat que se torna cada vez mais desfavorável a eles próprios pela remoção de nutrientes ou pela formação de ácidos ou outros produtos inibitórios. EX.: biofilme ou placa bacteriana.
POTENCIAL PATOGÊNICO DOS MOS BUCAIS
MECANISMOS DE ADERÊNCIA DOS MOS BUCAIS
Paraque os MO se tornem parte da microbiota residente, precisam ser retidos em algum local da cavidade bucal. Mecanismos de retenção pode ser dividido em 2 grupos:
Retenção Adesiva: Os MO usam mecanismos que possibilitam que as bactérias se tornem aderidas a superfície dos tecidos bucais. 
Mecanismos de retenção: glicocálice bacteriano, presença de pili ou fímbrias, adesinas, camada de hidratação, formação de polímeros bacterianos extracelulares, polímeros salivares e a aderência entre MO de mesma espécie ou de espécies diferentes.
Retenção Não Adesiva: Ocorre por retenção mecânica nas fossas, fissuras de dentes, lesões de cárie, sulco gengival ou bolsa periodontal. Outra forma de retenção mecânica é através de partículas alimentares como veículos. 
CLASSIFICAÇÃO DOS MO QUANTO À ATIVIADE FUNCIONAL
Os micro-organismos bucais são classificados de 
OS MO bucais são classificados de acordo com sua atividade funcional: 
ACIDOGENICOS: MO que elaboram ácidos a partir de carboidratos. Frequentemente associadas com a etiologia da cárie dentária, pois a lesão de cárie consiste na desmineralização dos tecidos duros dentários por ácidos orgânicos. EX.: lactobacilos e alguns estreptococos
ACIDÚRICOS: MO que sobrevivem em pH ácido. Também estão relacionados com cárie dentária. Esses MO toleram pH inferior a 5,5, que é próprio do ecossistema da cárie. EX.: lactobacilos, cestos estreptococos e leveduras. 
PROTEOLÍTICOS: MO que utilizam proteínas para seu metabolismo. Degradam proteínas, podendo levar à destruição tecidual. Estão geralmente associados com doença periodontal. EX.: provotella melaninogenica.
REGULAÇÃO E CONTROLE DA MICROBIOTA ORAL
Vários fatores influenciam a composição, atividade e estabilidade da microbiota bucal residente.
FATORES ENDÓGENOS RELACIONADOS COM O HOSPEDEIRO 
1- Presença ou não de dentes: 
· Interfere significativamente na microbiota bucal. 
· Nas crianças desdentadas- microbiota aeróbica. 
· No adulto e nas crianças com dentes- microbiota mista.
Quando os dentes irrompem, numerosas áreas aparecem, principalmente as superfícies interproximais, o sulco gengival e as fissuras do esmalte. Favorece o crescimento dos anaeróbios e das espiroquetas .
Quando os dentes são extraídos, ocorre a redução do número total de MO e desaparecem as bactérias com afinidade para os dentes e periodonto, voltando ao predomínio das formas aeróbicas. 
MO anaeróbicos voltam a se instalar quando uma prótese total é colocada, devido à presença de regiões com baixa oxigenação na base interna da prótese. Ex.: a presença de dentes leva a colonização por lactobacilos e estreptococos que desaparecem quando eles são extraídos. Quando a PT é colocada, os lactobacilos voltam a se instalar. 
2- Alteração nos dentes e mucosas:
Nos processos de cárie ocorre aumento de lactobacilos, que se aproveitam das condições ácidas e da retentividade existente no interior da lesão de cárie. Outro exemplo, nos casos de aprofundamento do sulco gengival(bolsa), há aumento de MO anaeróbicos, devido à baixa tensão de oxigênio (1ª2%) presente na profundidade da bolsa. 
Em caso de inflamação, a temperatura local pode aumentar até 2 graus na bolsa periodontal, alterando a microbiota.
3- Descamação epitelial:
As células desamadas carregam os MO aderidos à sua superfície, em maior ou menor número. Células epiteliais descamam e carregam MO. 
4- Fluído gengival:
É um exsudato originário do plasma que atravessa o epitélio juncional e alcança o sulco gengival. Em indivíduos saudáveis- há um aumento significativo induzido pelo acúmulo de biofilme dentário. 
Função:
*Limpeza: remove bactérias não aderidas e partículas do sulco gengival para a cavidade bucal.
*Defesa: contém vários fatores antimicrobianos, como imunoglobulinas (IgM, IgG, IgA), componentes do sistema complemento e leucócitos. 
5- Saliva:
Participa efetivamente na mastigação, fala, deglutição, sensibilidade gustativa, lubrificação dos tecidos, proteção das mucosas contra penetração de diversas substâncias, regulação do PH bucal e na formação do biofilme dentário.
Fator protetivo da saliva: No balanço ecológico da boca pela remoção mecânica dos resíduos; Agregação e redução da aderência de MO; Atividade antibacteriana, antifúgica e antivirótica.; Maturação pós-eruptiva do esmalte; Regulação do balanço iônico nos processos de remineralização do esmalte; Deposição da película adquirida e limitação da difusão de ácidos.
Fluxo Salivar: Carrega consigo bactérias e outros MO; Controla a microbiota através de ação mecânica; Em média, o fluxo salivar em 24h é de 1.200Ml; É maior durante o período de atividade > durante o sono; Só cerca de 10ml são produzidos à noite.
Essa redução noturna na secreção salivar é uma das razões pelas quais as pessoas devem fazer a higiene bucal antes de dormir.
Fluxo Salivar – Xerostomia: Na xerostomia ocorre um aumento da população microbiana, provavelmente devido ao acúmulo de restos alimentares e da perda dos fatores mediadores da saliva. A capacidade de limpeza do fluxo salivar depende da velocidade de produção e da viscosidade dos fluídos. Causas: uso de alguns medicamentos (anticolinérgicos, antidepressivos, diuréticos, anti-hipertensivos, sedativos, relaxantes musculares, analgésicos e anti-histamínicos), Doenças autoimunes, radioterapia de cabeça e pescoço, diabetes melito e ansiedade e depressão.
Capacidade tampão: O pH ou concentração hidrogênio-iônica salivar é mantido próximo ao neutro, entre 6,7 a 7,3. O pH salivar pode ser alterado pelos ácidos resultantes do metabolismo bacteriano ou pela ingestão de bebidas e alimentos ácidos. 
Para manter o ph constante, a saliva dispõe de vários sistemas-tampão. Tampão é uma solução com a capacidade de manter o pH constante quando se adiciona à mesmo um ácido fraco. 
A capacidade- tampão da saliva tem papel importante na regulação da microbiota bucal de 2 maneiras:
· Remoção e tamponamento de ácidos produzidos no MO.
· Inibição da colonização de algumas espécies bacterianas patogênicas, pela manutenção de pH constante.
Propriedades antimicrobianas: A saliva tem mecanismo de defesa 
· Específicos (anticorpos) 
· Não específicos:
-Lisozima: Leva a lise bacteriana por se ligar ao peptideoglicano da sua parede celular das bactérias
-Lactoperoxidade: Enzima que transforma o peróxido de hidrogênio em hipotiocinato, altamente toxico para bactérias.
-Lactoferrina: é uma glicoproteína salivar que exerce ação antibacteriana por se ligar ao ferro, esgotando o meio desse mineral e privando os MO desse elemento essencial.
- Mucinas: são glicoproteínas que constituem o muco material viscoso na superfície das mucosas do organismo. Retem MO, impedindo a penetração dos MO no interir dos tecidos. Promove agregação bacteriana, que facilita a remoção dos MO pela saliva e dificulta sua derencia aos tecidos do hospedeiro.
FATORES EXÓGENOS RELACIONADOS COM O HOSPEDEIRO 
1- Dieta
O tipo de alimento afeta a qualitativa e quantitividade a microbiota bucal. 
Em crianças, cujo alimento básico é o leite, ocorre a predominância de MO acidogênicos, como estreptococos e lactobacilos.
Indivíduos que se alimentam basicamente de carne, já aparecem os MO proteolíticos. Indivíduos com dieta rica em sacarose tem tendência a apresentar número elevado de estreptococos do grupo mutans e lactobacilos. 
A cárie é o maior exemplo da influência da dieta sobre os MO encontrados na boca. A consistência e a textura dos alimentos produzem ações mecânicas diferentes durante a mastigação.
Um alimento mais duro acumula menos nas superfícies dentais do que alimentos ais moles ou pastosos.
2- Fatores Mecânicos 
Uma boa higiene é um fator preponderante da saúde bucal. Isso envolve o uso adequado e correto de escovas dentárias e controle do biofilme dentário e cálculo. 
3- Fatores químicos
O uso de sustâncias químicas como ATB, enzimas, antissépticos e fluoretos, interferem na microbiota bucal. As substancias químicas podem ser utilizadas no controle da microbiota de várias maneiras: aplicação profissional, colutórios, dentifrícios etc. 
FATORES RELACIONADOSCOM A MICROBIOTA 
Vários tipos de relações ecológicas entre os MO da microbiota bucal podem ser observados. 
Comensalismo Sinergismo 
Protocooperação Antibiose
Mutualismo Competição
· Sinergismo: MO produzem juntos uma reação que não podem produzir isoladamente. EX.: gengivite ulcerativa necrosante- causada por uma associação entre Treponema e Fusobacterium.
Efeito de crescimento positivo para cada bactéria.
· Antibiose ou amensalismo: Relação de antagonismo. EX.: lactobacilos atuando sobre carboidratos produzindo ácidos que inibem o crescimento de MO proteolíticos.
Bactérias 1 efeito negativo
Bactéria 2 sem efeito 
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