Prévia do material em texto
Síndromes respiratórias: Síndromes respiratórias: Podem ser divididas de duas formas, sendo uma a anatômica e a outra por meio do que causa! Iremos falar da segunda divisão, e nele contém: Síndromes obstrutivas: São aquelas que o paciente apresenta dificuldade de expiração, diante da obstrução das vias aéreas inferiores. Temos como principais: ASMA: É uma síndrome com apresentação e evolução crônica, caracterizada por uma obstrução reversível, hiper-responsividade e inflamação das vias aéreas. Essa patologia, faz com que o indivíduo possua alguns picos de dificuldade de fluxo respiratório, caso não tratado, como apresentado no gráfico abaixo: Quando um paciente em crise de asma chega ao PA, seus principais sinais e sintomas são: • Queixa de tosse noturna ou matinal (nesse período temos uma queda endógena de corticóides, o que influencia no quadro); • Sensação de peito cheio; • Queixa de chiado (na ausculta podemos perceber a presença de sibilos respiratórios); • Tempo de expiração maior que o de inspiração (ocorre devido à dificuldade do indivíduo em colocar o ar para fora); • Aumento da frequência respiratória; • Redução do frêmito tóraco-vocal (FTV); • Expansibilidade diminuída (paciente já está em quadro de hiper insuflação, diante da dificuldade de expiração); Atenção: Pacientes graves podem apresentar pulso paradoxal, que é a diminuição do pulso, ou até mesmo o desaparecimento, diante da diferença acentuada de pressão sistólica entre a inspiração e a expiração. **IMPORTANTE SABER QUE: Peack flow = Fluxo mais elevado, que um indivíduo consegue gerar diante de um esforço expiratório iniciado após uma inspiração máxima! Com ele podemos observar a resistência aérea para a saída do fluxo no indivíduo. Como ele é realizado: Em um paciente asmático, o valor do pico de fluxo sofrerá aumento maior que 15% após a inalação de broncodilatador oral -> DIAGNÓSTICO! **Além do pico de fluxo, temos o volume expiratório no 1º segundo em que é o volume de ar expirado no segundo após a manobra de controle do funcionamento vital (nesse, tampamos o nariz do paciente para que não tenha saída de ar por ele e o paciente assopra e podemos medir a intensidade da asma do paciente)! Nesse caso, também temos aumento da dilatação brônquica, quando inalado o broncodilatador! DPOC: É uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores, que normalmente é silenciosa (paciente se adapta aos sintomas -> tosse crônica matinal) e quando o indivíduo chega a buscar ajuda ele já está em estado grave. O DPOC é muito comum em tabagistas de longa data e pode apresentar-se de 2 formas: Faculdade Ciências Médicas MG // Semiologia médica Luísa Trindade Vieira (@medstudydalu) – 72D • Bronquítico: Paciente “tossidor” -> presença de secreções densas; • Enfisematoso: Destruição dos alvéolos pulmonares (não contém muita secreção, sendo comum, nesse caso, pacientes emagrecidos e com tosse seca). Os pacientes, costumam chegar ao PA apresentando os seguintes sinais e sintomas: • Dispneia -> Paciente com dificuldade de expiração e de realizar troca gasosa; • Hemoptise -> Presença de sangue no escarro (CUIDADO!! PACIENTE TABAGISTA TAMBÉM TEM GRANDE PROPENÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DE NEOPLASIAS PULMONARES, ENTÃO SEMPRE AVALIAR SE ELA COEXISTE COM A SÍNDROME!) • Tórax em tonel -> pulmões estão hiper inflados! Com isso o tórax do paciente tem aparência de tonel (se torna maior na parte anterior e superior – inflado); • Diminuição difusa do FTV -> Paciente com maior quantidade de ar do que o comum no tórax, levando a diminuição da propagação da vibração da onda sonora; • Na ausculta, podemos encontrar roncos, sibilos, crepitações/estertores -> todos variáveis com a tosse; O diagnóstico de DPOC é baseado na clínica do paciente, além de oximetria de pulso (indivíduo apresenta saturação diminuída), laboratorial (paciente com > quantidade de hemácias no sangue, diante de uma tentativa de compensar a hipóxia, devido a dificuldade de respiração e destruição das vias aéreas inferiores e da superfície de troca gasosa) e exame de imagem (no raio-x conseguimos perceber o paciente hiper-insulflado, impressão de coração menor e > transparência na imagem, diante da extensa presença de ar nos pulmões). Síndromes restritivas: São caracterizadas pelo engessamento da expansibilidade torácica (perda da capacidade de inspiração), e podem ser divididas em dois tipos: • Intrínsecas: são as que causam uma anormalidade internamente ao tórax, levando a redução da expansão pulmonar! Temos como exemplo principal, a FIBROSE PULMONAR (diminuição da elasticidade pulmonar, diante do depósito de colágeno no pulmão, fazendo com que o órgão se torne uma cicatriz). • Extrínsecas: São causadas por uma alteração de estruturas que formam a caixa torácica, levando a perda de expansibilidade pulmonar. Dentre elas temos: CIFOESCOLIOSES, INDIVÍDUOS COM TÓRAX INFUNDIBILIFORME E CARINIFORME (alterações na estrutura óssea e consequentemente nos órgãos torácicos, o que leva a diminuição da expansibilidade torácica), HÉRNIAS (órgãos que entram na cavidade torácica, comprimindo os pulmões e não permitindo com que eles se expandam de maneira adequada) E DOENÇAS DEGENERATIVAS (perda da movimentação respiratória por comprometimento muscular) Cifoescolioses, infundibilidade e cariniforme Herniação Doença degenerativa Essa síndrome apresenta com os seguintes sinais e sintomas: • Dispneia -> problemas com a entrada do ar, logo paciente tem a sensação de falta de ar; • Esforço respiratório -> paciente apresenta dificuldade de inflar os pulmões, logo tem que fazer um esforço grande para a inspiração; • Tosse crônica -> geralmente uma tosse seca; • Perda ponderal -> Perda de peso, ocasionada pelo esforço respiratório; • Dor torácica -> músculos da respiração passam por grande esforço, além de, nos casos de herniação o paciente pode sentir dor pelo deslocamento de estruturas; • Fadiga -> esforço respiratório cansa o indivíduo; • Exaustão extrema. Síndromes parenquimatosas: São problemas no parênquima pulmonar. As principais patologias dessa divisão são: CONSOLIDAÇÕES: Processo inflamatório agudo que leva ao comprometimento das vias aéreas. As pneumonias bacterianas são extremamente comuns de serem diagnosticadas em pronto atendimento e por isso, focaremos nelas. Em pacientes com esse quadro, podemos perceber ao raio-x áreas de opacidade maior que a normal (presença de secreções -> edemas, muco...) e um broncograma aéreo (brônquios com fluxo de ar normal, logo transparência normal). Além disso, é sempre importante solicitar que o raio-x seja feito em 2 incidências, pois em perfil, podemos perceber as consolidações por meio de uma opacidade maior que a normal, nas vértebras (normalmente elas tendem a ir ficando mais transparentes à medida que vamos indo para a região inferior do corpo, e, em casos de consolidações, elas ficam mais opacas em regiões que deviam estar com maior transparência). Os pacientes com esse quadro, tendem a apresentar os seguintes sinais e sintomas: • Tosse; • Dispneia; • Dor torácica; • Taquipneia -> Paciente tenta compensar seu quadro de hipoxemia, aumentando assim as incursões respiratórias por minuto; • Expansibilidade diminuída -> parênquima pulmonar está afetado (processo inflamatório), logo, diante da dor, e desse processo, a expansibilidade pulmonar fica diminuída; • FTV aumentado -> As vibrações das ondas sonoras estão um meio melhor para atravessar, logo, ocorre o aumento das vibrações; • Na percussão podemos perceber sons submaciços ou maciços; • Na ausculta podemos ouvir crepitações, • Na ausculta podemos ouvir crepitações, sopro tubário e sons brônquicos; • Ficar atento, pois o paciente pode apresentar febre e calafrios, o que indica que a infecção se tornou sistêmica. O diagnóstico para esse tipo de patologia se dá,por meio da clínica, e da radiologia! **LEMBRE-SE DE BUSCAR SEMPRE PELA ETIOLOGIA DA INFECÇÃO! ATELECTASIAS: É caracterizada pelo desaparecimento do espaço alveolar, sem que haja ocupação por células ou edema exsudato (ocorre o colapso parcial do pulmão). Os pacientes nesse quadro, tendem a apresentar os seguintes sinais e sintomas: • Dispneia -> perda de parte do pulmão (colabou); • Tosse seca; • Retração do hemitórax; • NA percussão encontramos sons de submacicez ou macicez; • FTV abolido ou diminuído -> Perda de meio propício para a transmissão das vibrações da onda sonora; • Redução do murmúrio vesicular -> pode apresentar sons brônquicos ou broncovesicular. O diagnóstico se dá por análise clínica e radiológica (paciente apresentará opacidade – normalmente apresenta uma linha demarcando o local da atelectasia). BRONQUIECTASIAS: Caracteriza-se por uma dilatação brônquica irreversível, ocasionada por uma um processo infeccioso com infiltrado inflamatório (neutrófilos), levando ao quadro de reação mucopurulenta associada a tosse e a produção de escarro. Nessa patologia podemos observar o espessamento brônquico (principalmente na radiografia de tórax e na TC): O paciente com esse quadro, apresenta como sinais e sintomas: • Tosse MUITO PRODUTIVA; • Dispneia; • Broncoespasmo -> pode vir a ocorrer, piorando o quadro de dispneia (secreção + broncoespasmo); • Dor torácica; • Hemoptise; • Halitose -> Hálito forte e característico; • Cianose -> hipóxia diante do prejuízo na entrada de ar e na troca; • Na ausculta podemos ouvir crepitações finas e grosseiras, além de sibilos. O diagnóstico desse tipo de paciente é clínico e radiológico. CAVITAÇÕES: É o resultado da eliminação de um parênquima que sofreu necrose. Temos como exemplo de cavitações a tuberculose e abcessos (podem se encontrar em regiões próximas à pleura e levar ao quadro de pleurite). Pacientes com esse quadro costumam apresentar os seguintes sinais e sintomas: • Tosse seca; • Expectoração purulenta; • Expansibilidade diminuída; • FTV aumentado APENAS EM CASOS COM SECREÇÕES NO INTERIOR DA CAVITAÇÃO; • Som na percussão pode ser claro pulmonar ou hipersonoridade ou timpânico (nível hidroaéreo); • Além disso, podemos auscultar som broncovesicular, brônquico e sopro. O diagnóstico é de acordo com a clínica e o exame radiológico (no raio-x de pacientes com esse tipo de síndrome, podemos observar um círculo bem delimitado). CONGESTÃO PASSIVA: É caracterizada pelo acúmulo de líquido nos alvéolos pulmonares, diante de um edema, por problema cardiovascular! Nesses pacientes, podemos observar vasos no raio-x, que antes não eram visualizados. Os principais sinais e sintomas desse paciente são: • Dispneia de decúbito -> Quando o paciente se deita o edema se espalha por todo o pulmão e o quadro de falta de ar piora; • Dispneia paroxística noturna -> paciente acorda a noite diante do quadro de falta de ar; • Tosse seca -> pode ocorrer quadros de tosse espumada e com secreção rosada (ATENÇÃO PARA ESSES QUADROS, POIS ELES SÃO GRAVES); • Crepitações finas nas bases dos pulmões; • Sibilância. O diagnóstico do paciente se dá por meio da clínica e dos exames radiológicos. Síndromes pleurais: São elas as pleurites, os derrames pleurais e o pneumotórax. PLEURITES: Deslizamento dos folhetos pleurais com atrito, levando ao quadro inflamatório da pleura. Ao se analisar o raio X desse paciente, podemos perceber diminuição do ângulo costofrênico: Os principais sinais e sintomas de um paciente com pleurite são: • Dor torácica -> Pleura é inervada, logo o paciente sente dor, principalmente ao respirar (ATENÇÃO, UM PACIENTE COM PLEURITE E DERRAME, A DOR TORÁCICA PODE DESAPARECER, DIANTE DO ACÚMULO DE LÍQUIDO NA CAVIDADE TORÁCICA GERAR ALÍVIO DO ATRITO DOS FOLHETOS); • FTV normal -> não há nada no meio, impedindo ou melhorando a passagem das vibrações da onda sonora; • Expansibilidade diminuída; • Percussão pode estar normal ou com macicez; • Na ausculta podemos escutar o som característico de atrito pleural -> Som de velcro se despregando. O diagnóstico desse tipo de paciente é clínico e radiológico. DERRAME PLEURAL: É o cúmulo anormal de líquido entre os folhetos pleurais (diante da presença de líquido, não há atrito, logo o som característico tende a desaparecer). Os principais sinais e sintomas de pacientes com essa patologia são: • Dispneia -> pulmão não consegue expandir, diante da presença de líquido o comprimindo; • Tosse seca; • Dor torácica -> diante da compressão de outros órgãos e do rompimento pleural, ocasionando o derrame; • Expansibilidade diminuída; • FTV abolido ou reduzido; • Percussão podemos ouvir som maciço. O diagnóstico desse tipo de paciente é clínico e radiológico. PNEUMOTÓRAX: Presença de ar no espaço pleural, sendo comum no pronto atendimento. Ele se divide em espontâneo (não relacionado a qualquer tipo de trauma) e hipertensivo (relacionado ao trauma). No raio-x de tórax desse paciente, podemos observar uma opacidade maior que a normal, diante da entrada de ar, sendo que o indivíduo pode apresentar deslocamento de órgãos para o outro hemitórax: Pacientes com esse quadro tendem a apresentar como sinais e sintomas: • Dispneia aguda -> pneumotórax hipertensivo; • Dor torácica súbita -> principal sintoma do espontâneo; • Abaulamento dos espaços intercostais; • Som timpânico; • FTV diminuído -> Ar diminui a propagação das vibrações causadas pela onda sonora; • Murmúrio diminuído ou abolido. O diagnóstico do paciente com pneumotórax é clínico e radiológico.