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ESTRIDOR E HEMOPTISE ❖ ESTRIDOR O estridor é um sintoma e sinal – pode ser relatado pelo paciente e facilmente identificado ao exame físico – que, de modo geral, se correlaciona com obstrução ao fluxo aéreo em vias respiratórias de grande calibre, frequentemente, laringe, traqueia e brônquios principais. É um ruído adventício mais facilmente detectado na inspiração. Pode ocorrer nas síndromes infecciosas agudas, sobretudo em crianças (laringite aguda, crupe), porém, como sintoma isolado, com frequência, está relacionado a um dos seguintes diagnósticos: discinesia de pregas vocais (muitas vezes, de difícil diferenciação com crises de asma pela sua característica intermitente e súbita), estenose de traqueia (causa mais comum e pós-trauma de intubação prolongada), tumores endobrônquicos e obstrução por corpo estranho. O principal cuidado que se deve ter é com a sua evolução rápida para insuficiência respiratória aguda e necessidade de intubação orotraqueal na unidade de emergência. ❖ HEMOPTISE A hemoptise consiste na expectoração de sangue originário do trato respiratório, na forma de sangue vivo, ou como estrias de sangue (hemoptoicos). Existem classificações na literatura para estimar a gravidade, geralmente com base no volume expectorado. Uma das mais aceitas considera sangramentos superiores a 600 mL em 24 horas ou 30 mL/hora como maciços e ameaçadores à vida. Com isso, a mortalidade aumenta quanto maior a intensidade do sangramento. A principal causa de morte é a asfixia produzida pelo próprio sangramento. A hemoptise deve ser diferenciada, na investigação inicial, dos sangramentos oriundos das vias aéreas superiores e do trato gastrintestinal alto. As causas da hemoptise, bem como suas características, são temas sempre vistos em questões de concursos médicos. Os diagnósticosmais frequentemente associados em questões de prova são as doenças necrotizantes do parênquima pulmonar: tuberculose, carcinoma brônquico, tromboembolismo com infarto pulmonar e vasculites pulmonares (síndrome pulmão-rim). Principais causas No Brasil, a principal causa de hemoptise é a tuberculose pulmonar, seja ela na sua forma ativa ou devido a sequelas. Outras causas também se destacam: infecções do trato respiratório, bronquite, pneumonia, infecção por fungo Aspergillus, principalmente, colonizando cavitações pulmonares conhecida como bola fúngica ou micetoma, abscessos pulmonares, bronquiectasias, insuficiência cardíaca, estenose da válvula mitral e síndrome de Goodpasture. Outras: malformações arteriovenosas, corpo estranho nas vias aéreas, distúrbios hemorrágicos, trauma, lesão durante procedimento médico, embolia pulmonar e tumor, tosse paroxística – pelo esforço repetitivo. Os tumores são responsáveis por cerca de 20% dos casos, destacando-se o carcinoma pulmonar. Essa hipótese deve ser cuidadosamente investigada em indivíduos com mais de 40 anos e tabagistas. Deve-se lembrar que, na ICC com edema alveolar, pode haver tosse com secreção espumosa rosada; esta, por sua vez, pode ser confundida com hemoptise, portanto, deve-se caracterizar bem o quadro, a expectoração e possíveis comorbidades.
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