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Semiologia respiratória

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K 
 
Anamnese 
Idade: Na criança, o sarampo, a coqueluche e a tuberculose primária 
não devem ser esquecidos. As pneumonias por gram-negativos não 
são frequentes em crianças e jovens, enquanto os estafilococos, 
embora acometam os adultos, têm certa predileção pela infância. As 
pneumonias, em geral, são mais graves nos idosos, nos quais podem 
evoluir com sintomatologia atípica, até mesmo sem febre. A 
bronquite crônica, o enfisema e o carcinoma brônquico incidem mais 
entre os 40 e os 60 anos. 
Sexo: Devido à maior exposição ocupacional, os homens têm maior 
risco para o desenvolvimento de pneumoconioses. Como o 
tabagismo é mais prevalente no sexo masculino, as doenças 
relacionadas com o tabaco (doença pulmonar obstrutiva crônica 
[DPOC] e câncer de pulmão) são mais frequentes nos homens 
Cor: Estatisticamente, a tuberculose e a sarcoidose predominam 
entre os negros. As colagenoses são mais comuns entre as pessoas 
de cor branca 
Procedência, profissão e ocupação: Cada continente, país, estado ou 
região tem sua nosologia prevalente. Nos países mais industrializados, 
as pneumoconioses são mais frequentes, em oposição àqueles 
agrícolas, onde o leque das doenças é outro. 
Antecedentes pessoais e familiares: Infecções pulmonares graves e 
extensas na infância ou juventude podem, no futuro, reduzir as 
reservas respiratórias em razão da proliferação de tecido cicatricial 
(fibrose pulmonar). Na infância, uma pneumonia acompanhada de 
impetigo, otite, sinusite ou de outro foco supurativo faz pensar na 
possibilidade de a afecção pulmonar ser de natureza estafilocócica. 
Os diabéticos são muito vulneráveis às infecções, particularmente à 
tuberculose, cujas formas clínicas fogem aos padrões clássicos de 
localização, isto é, preferindo as bases, e não os ápices. 
Doenças preexistentes, medicamentos e imunizações: Deve-se 
indagar sobre as doenças preexistentes, pois, se tiverem relação 
com a doença atual, produzem um contexto clínico que torna 
possível associar uma à outra. Os medicamentos em uso devem ser 
anotados pela possibilidade de a doença atual do indivíduo ser 
consequência de efeitos colaterais ou de pneumopatia induzida por 
fármaco 
Carga tabágica Se o paciente for tabagista, deve-se coletar uma história 
detalhada para determinar o grau de dependência e obter informações que 
possam ajudá-lo a parar de fumar. Sempre indagar quantos cigarros ele 
fuma por dia, quando iniciou o hábito, se já interrompeu o uso e por quanto 
tempo parou. Para o cálculo da carga tabágica (anos/maço), multiplique o 
número de cigarros fumados por dia pelo tempo de tabagismo em anos e 
divida por 20. Em pacientes que fumam cigarro artesanal, recomenda-se 
considerar que seis cigarros artesanais correspondem a 20 cigarros 
industrializados 
Sinais e sintomas 
Dor torácica 
A isquemia do miocárdio manifestada pelo quadro de angina do peito 
ou de infarto do miocárdio, as pleurites, as alterações 
 
 
musculoesqueléticas, as disfunções do esôfago e as afecções 
pericárdicas são as causas mais comuns 
Tosse 
A tosse é um mecanismo de defesa das vias respiratórias, as quais 
reagem aos irritantes ou procuram eliminar secreções anormais, 
sempre com o objetivo de se manterem permeáveis. 
Resulta de estimulação dos receptores da mucosa das vias 
respiratórias. Os estímulos podem ser de natureza inflamatória 
(hiperemia, edema, secreções e ulcerações), mecânica (poeira, 
corpo estranho, aumento ou diminuição da pressão pleural como 
ocorre nos derrames e nas atelectasias), química (gases irritantes) e 
térmica (frio ou calor excessivo). 
Sua investigação clínica inclui as seguintes características: frequência, 
intensidade, tonalidade, existência ou não de expectoração, relações 
com o decúbito, período do dia em que é maior sua intensidade. 
A tosse pode ser produtiva ou úmida, quando se acompanha de 
secreção, não devendo nesses casos ser combatida; ou seca, 
quando é inútil, causando apenas irritação das vias respiratórias 
Tipo de tosse 
A tosse quintosa caracteriza-se por surgir em acessos, geralmente 
pela madrugada, com intervalos curtos de acalmia, acompanhada de 
vômitos e sensação de asfixia. Embora seja característica da 
coqueluche, ocorre também em outras afecções broncopulmonares 
A tosse seca pode ter origem em áreas fora da árvore brônquica, 
como o canal auditivo externo, a faringe, os seios paranasais, o palato 
mole, a pleura e o mediastino. Inibidores da enzima conversora da 
angiotensina (IECA) podem ser causa de tosse 
Denomina-se tosse-síncope aquela que, após crise intensa, resulta 
na perda de consciência. 
A tosse rouca é própria da laringite crônica, comum nos tabagistas 
Tosse associada a beber ou comer está relacionada com doença 
do esôfago superior (divertículo, doença neuromuscular). 
Expectoração 
Suas características semiológicas compreendem volume, cor, odor, 
transparência e consistência. 
 As características do escarro dependem de sua composição 
 Seroso contém água, eletrólitos, proteínas e é pobre em 
células; 
 Mucoide, embora contenha muita água, proteínas, 
inclusive mucoproteínas, eletrólitos, apresenta celularidade 
baixa; 
 Purulento é rico em piócitos e tem celularidade alta; 
 Hemoptoico, observam-se “rajas de sangue”. 
Correlação clínica: A expectoração no edema pulmonar agudo é 
bem característica, tendo aspecto seroso espumoso. 
Ocasionalmente apresenta coloração rósea. A presença de 
Semiologia respiratória 
expectoração é importante para diferenciar as lesões alveolares 
(pneumonias bacterianas) das intersticiais (pneumonias virais). No 
início das pneumonias bacterianas, não existe expectoração ou é 
discreta. Após algumas horas ou dias, surge uma secreção 
abundante, amarelo-esverdeada, pegajosa e densa. Nesta fase pode 
aparecer escarro hemoptoico vermelho-vivo ou cor de tijolo 
Hemoptise 
A hemoptise é a eliminação de sangue pela boca, passando através 
da glote 
As hemoptises podem ser devidas a hemorragias brônquicas ou 
alveolares. Nas hemoptises de origem brônquica, o mecanismo é a 
ruptura de vasos previamente sãos, como ocorre no carcinoma 
brônquico, ou de vasos anormais, dilatados, neoformados, como 
sucede nas bronquiectasias e na tuberculose. Nas hemorragias de 
origem alveolar, a causa é a ruptura de capilares ou transudação de 
sangue, sem que haja solução de continuidade no endotélio. 
Vômica 
A vômica é a eliminação mais ou menos brusca, através da glote, 
de uma quantidade abundante de pus ou líquido de outra natureza. 
As causas mais frequentes são o abscesso pulmonar, o empiema, 
as mediastinites supuradas e o abscesso subfrênico 
Dispneia 
A dispneia é a dificuldade para respirar, podendo o paciente ter ou 
não consciência desse estado. 
Será subjetiva quando só for percebida pelo paciente, e objetiva 
quando se fizer acompanhar de manifestações que a evidenciam ao 
exame físico 
 Relacionando a dispneia com as atividades físicas, podes e classificala 
em dispneia aos grandes, médios e pequenos esforços. A dispneia 
pode acompanhar-se de taquipneia (frequência aumentada) ou 
hiperpneia (amplitude aumentada). 
 Ortopneia é a dispneia que impede o paciente de ficar 
deitado e o obriga a sentar-se ou a ficar de pé para obter 
algum alívio. 
 Trepopneia é a dispneia que aparece em determinado 
decúbito lateral, como acontece nos pacientes com 
derrame pleural que se deitam sobre o lado. 
 A platipneia (contrário da ortopneia) é a dispneia que 
aparece quando o paciente passa da posição deitada para 
sentado ou em pé. As causas mais frequentes são 
malformação arteriovenosa pulmonar, síndrome 
hepatopulmonar, forame oval patente ou um defeito no 
septo atrial (shunt direitaesquerda intracardíaco) 
Sibilância 
Chiado ou “chieira“ é como o paciente se refere a um ruído que ele 
pode perceber, predominantemente na fase expiratória da 
respiração, quase sempre acompanhado de dispneia.Seu timbre é elevado e o tom é musical, sendo comparado ao miado 
de um gato A sibilância é frequentemente referida durante o 
período noturno 
 
Rouquidão ou disfonia 
Rouquidão ou mudança do timbre da voz traduz alteração na 
dinâmica das cordas vocais. Quando for aguda, de curta duração, 
não tem maior significado, ocorrendo com frequência nas laringites 
virais. Em contrapartida, quando se prolonga é necessária 
investigação detalhada. 
Cornagem 
A cornagem é a dificuldade inspiratória por redução do calibre das 
vias respiratórias superiores, na altura da laringe, e que se manifesta 
por um ruído (estridor) e tiragem. 
O paciente, para facilitar a entrada do ar, desloca a cabeça para trás, 
em extensão forçada. 
As causas mais comuns são: laringite, difteria, edema da glote e 
corpos estranhos 
Exame físico respiratório 
Linhas e regiões do tórax 
 
Linhas e regiões da caixa torácica: face anterior. LE: linha esternal; 
L3: linha que passa pela terceira articulação condroesternal; L6: 
linha que passa pela sexta articulação condroesternal; 1 – região 
esternal; 2 – região supraesternal; 3 – região supraclavicular; 4 – 
região infraclavicular; 5 – região mamária; 6 – região inframamária. 
 
 
Linhas e regiões da caixa torácica: face posterior. LES: linha 
escapular superior; LEI: linha escapular inferior; LE: linha escapular; 
LV: linha vertebral; 7 – região supraescapular; 8 – região escapular; 
9 – região interescapulovertebral; 10 – região infraescapular 
 
 
 
Linhas e regiões da caixa torácica: face lateral. LAA: linha axilar 
anterior; LAM: linha axilar média; LAP: linha axilar posterior; 11 – 
região axilar; 12 – região infra-axilar. 
 
Inspeção estática 
Pele 
Observam-se a coloração e o grau de hidratação, bem como se há 
lesões elementares sólidas, correlacionando-as com as doenças 
pulmonares. Quanto às lesões de conteúdo líquido, isto é, vesículas, 
bolhas, pústulas e abscessos, estabelecer suas correlações: impetigo 
com pneumonia estafilocócica (principalmente na criança); abscesso 
frio com tuberculose 
Deve-se observar a coloração da pele do paciente, destacando-se a 
cianose e a palidez, lembrando-se de que nem sempre há cianose, 
mesmo na hipoxemia grave. Para que haja cianose, é preciso que o 
paciente tenha, pelo menos, 5% de hemoglobina reduzida. Pesquisá 
la na pele, nas unhas, nos lábios e na mucosa oral. 
Deve ser observada tambe ́m a presenc ̧a de cicatrizes 
(principalmente de toracotomia, drenagem de to ́rax e mastectomia) 
e de fi ́stulas. 
Tecido celular subcutâneo 
Avaliar a distribuição, a presenc ̧a de edema e deformidades que 
possam sugerir a presença de enfisema subcuta ̂neo; verificar e 
anotar a existe ̂ncia de circulac ̧ão venosa colateral. 
Musculatura 
O sistema muscular deve ser examinado de maneira comparativa, a 
fim de que se possa surpreender alterações tróficas de grupos 
musculares. 
A contratura da musculatura paravertebral torácica unilateral constitui 
o sinal de Ramond, que denuncia o comprometimento pleural 
inflamatório homolateral. 
O sinal de Lemos Torres, caracterizado pelo abaulamento dos 
espaços intercostais durante a expiração, é sinal de derrame pleural. 
Alterações ósseas 
Nas partes ósseas, deve-se procurar retrações e abaulamentos 
difusos ou localizados 
 
Forma do tórax 
 O tórax normal é aquele sem qualquer anormalidade; 
 O tórax em tonel ou globoso caracteriza-se pelo aumento 
exagerado do diâmetro anteroposterior, horizontalização 
dos arcos costais e abaulamento da coluna dorsal, o que 
torna o tórax mais curto. A forma globosa, em geral, 
decorre da hiperinsuflac ̧ão pulmonar que acompanha 
algumas patologias como a doenc ̧a pulmonar obstrutiva 
cro ̂nica 
 
 Tórax em peito de pomba (pectus carinatum): é a 
deformidade que decorre do deslo- camento do esterno 
e cartilagens costais para a frente, associado a arcos 
costais mais horizontalizados; pode ser conge ̂nita ou 
adquirida 
 
 Tórax escavado (pectus excavatum): há deslocamento do 
esterno para trás, de tal maneira que os arcos costais 
anteriores se projetam mais anteriormente do que o 
próprio esterno, causando depressa ̃o na parte inferior do 
esterno e da regia ̃o epiga ́strica. E ́, em geral, deformidade 
conge ̂nita 
 
 
 O tórax chato ou plano é o que perde a convexidade 
normal da parede anterior, havendo por isso redução do 
diâmetro anteroposterior. As costelas aumentam sua 
inclinação, os espaços intercostais se reduzem e o ângulo 
de Louis torna-se mais nítido. As clavículas são mais 
oblíquas e salientes, e as fossas supra e infraclaviculares, 
mais profundas. 
 Tórax cônico ou em sino é aquele que tem sua parte 
inferior exageradamente alargada, lembrando um tronco 
de cone ou um sino. É encontrado nas 
hepatoesplenomegalias e ascites volumosas. 
 O tórax cifótico tem como característica principal a 
curvatura da coluna dorsal, formando uma gibosidade. Pode 
ser de origem congênita ou resultar de postura defeituosa. 
 O tórax cifoescoliótico apresenta, além da cifose, um 
desvio da coluna para o lado (escoliose). As formas leves 
dessas duas últimas deformidades são comuns e 
desprovidas de significado patológico 
 
Inspeção dinâmica 
Batimentos das asas do nariz sugerem pneumonia grave, e não 
processo pulmonar obstrutivo. 
Quando não houver sincronismo entre os movimentos respiratórios 
abdominais e torácicos (movimento paradoxal abdominal), suspeitar 
de fadiga muscular diafragmática As fossas supraclaviculares e os 
espaços intercostais se retraem, durante a inspiração, em 
decorrência da contração dos músculos respiratórios acessórios. 
Movimentos respiratórios torácicos paradoxais (retração do gradil 
costal), durante a inspiração, são observados nos casos de 
traumatismo torácico 
Frequência respiratória 
A freque ̂ncia respiratória normal do indivi ́duo adulto é de 12 a 20 
movimentos respiratórios por minuto. 
Ritmo respiratório 
Durante a respirac ̧ão normal, os movimentos respirato ́rios são 
regulares, não existindo pausa entre eles; inspirac ̧ão e expirac ̧ão têm 
durac ̧ões iguais 
 
Ritmo de Cheyne-Stokes: consiste em peri ́odos em que ocorrem 
movimentos respirato ́rios, alternando com peri ́odos de apneia, com 
periodicidade de 15 a 30 segundos . A amplitude dos movimentos 
respiratórios aumenta e diminui gradualmente em crescendo e 
decrescendo. É observado na presenc ̧a de insuficie ̂ncia circulatória 
e principalmente em doenc ̧as vasculares cerebrais 
 
Ritmo de Kussmaul: é o ritmo em que os movimentos 
respiratórios sa ̃o rápidos, profundos e regulares; ocorre na acidose 
metabólica. 
Ritmo de Biot: os movimentos respirato ́rios são totalmente 
irregulares em freque ̂ncia e amplitude, podendo haver peri ́odos de 
apneia. Ocorre em presenc ̧a de grave sofrimento cerebral. 
s 
Respiração suspirosa: Na respiração suspirosa, o paciente executa 
uma série de movimentos inspiratórios de amplitude crescente 
seguidos de expiração breve e rápida. Outras vezes, os movimentos 
respiratórios normais são interrompidos por “suspiros” isolados ou 
agrupados. Traduz tensão emocional e ansiedade. 
 
Palpação 
 
A palpação permite examinar lesões superficiais quanto a forma, 
volume e consistência. 
A sensibilidade superficial e profunda, a dor provocada e espontânea 
ou qualquer outra manifestação dolorosa podem ser avaliadas pela 
palpação. 
Processos inflamatórios pleuropulmonares determinam uma zona de 
maior sensibilidade na área torácica correspondente. 
Com o dorso das mãos, verifica-se a temperatura cutânea, 
comparando-a com a do lado oposto. 
Edema e enfisema subcutâneos são mais bem observados nas 
fossas supraclaviculares e espaços intercostais. O primeiro, como 
sinal precoce de obstrução da veia cava superior, o segundo, 
facilmente identificado na palpação por sua crepitação, indicativode 
pneumotórax. 
Os grupos de linfonodos regionais devem ser palpados 
cuidadosamente. Adenomegalias mais ou menos fixas, de 
consistência média, com tendência a se fundirem para depois 
fistulizarem, são mais comuns na tuberculose. 
Expansibilidade torácica 
Normalmente, a expansibilidade e ́ simétrica e igual nos dois 
hemitórax. 
Qualquer patologia que afete a caixa tora ́cica, sua musculatura, o 
diafragma, a pleura ou o pulma ̃o de um lado pode ser precocemente 
percebida pela assimetria dos movimentos ventilato ́rios, ao se 
compararem ambos os hemito ́rax. A assimetria e ́ mais facilmente 
reconhecida quando o paciente realiza inspirac ̧ão profunda. Seja qual 
for a estrutura doente, o hemito ́rax comprometido move-se menos. 
 
A expansibilidade dos ápices pulmonares é pesquisada com ambas 
as mãos espalmadas, de modo que as bordas internas toquem a 
base do pescoço, os polegares apoiem-se na coluna vertebral e os 
demais dedos nas fossas supraclaviculares. 
Para avaliar a expansibilidade das bases pulmonares, apoiam-se os 
polegares nas linhas paravertebrais, enquanto os outros dedos 
recobrem os últimos arcos costais. Em ambas as manobras, o 
médico fica atrás do paciente em posição sentada, e este deve 
respirar profunda e pausadamente. Esta técnica é útil na identificação 
dos processos localizados nas bases e que reduzem a mobilidade da 
região 
 
Os mu ́sculos acessórios da respirac ̧ão são os 
esternocleidomasto ́ideos, os trapézios, os peitorais, os serratos e os 
mu ́sculos abdominais. Quando há aumento do trabalho respiratório, 
esses mu ́sculos sa ̃o ativados, e essa ativac ̧ão constitui os sinais físicos 
do esforc ̧o respiratório. 
 
 Tiragem: é a depressão inspirato ́ria dos espac ̧os 
intercostais e das regiões supraesternal e supraclaviculares 
que ocorre durante toda a inspirac ̧ão. A tiragem indica 
dificuldade na expansa ̃o pulmonar, o que leva a diminuic ̧ão 
da pressão negativa intrapleural mais acentuada do que o 
normal. 
 Sinal de Hoover: em pacientes portadores de 
hiperinsuflac ̧ão pulmonar grave, o dia- fragma se mante ́m 
retificado e rebaixado. Durante a inspirac ̧ão, a contrac ̧ão 
de suas fi- bras promove, paradoxalmente, diminuic ̧ão do 
diâmetro laterolateral do to ́rax inferior. Dessa maneira, o 
que se observa, a ̀ inspirac ̧ão, é a retrac ̧ão do terc ̧o inferior 
do tórax e não a expansa ̃o, como ocorreria normalmente. 
 
 Respirac ̧ão paradoxal: Normalmente, a expansa ̃o do 
gradeado costal, devida a ̀ ac ̧ão dos mu ́sculos inspiratórios, 
ocorre concomitantemente a ̀ expansão do abdome, 
devido a ̀ descida do diafragma.. 
Frêmito toracovocal 
 
O frêmito toracovocal (FTV) corresponde às vibrações das cordas 
vocais transmitidas à parede torácica. Estas vibrações são mais 
perceptíveis nos indivíduos cuja voz é de tonalidade grave. Como 
isto nem sempre ocorre, deve-se fazer com que o paciente 
pronuncie palavras ricas em consoantes, tendo-se consagrado em 
nosso meio as palavras “trinta e três”, mas é possível senti-lo sem 
prejuízo, mesmo que indivíduo seja solicitado a falar uma vogal por 
alguns segundos. 
Nos homens, em geral, e nos indivíduos com parede torácica 
delgada, o FTV é sempre mais nítido. A maneira correta de 
pesquisa-lo é colocar a mão direita espalmada sobre a superfície do 
tórax, comparando-se a intensidade das vibrações em regiões 
homólogas. 
O FTV é mais acentuado à direita e nas bases, e melhor sensação 
se obtém quando se coloca apenas a face palmar correspondente 
ao 2º, 3º e 4º quirodáctilos 
Para a palpação da face posterior do tórax, o médico deve colocar 
se à esquerda do paciente usando sua mão direita, que vai sendo 
deslocada de cima para baixo. Ainda estando atrás do paciente, o 
examinador pesquisa o FTV nas fossas supraclaviculares. A seguir, 
passando para diante e à direita do paciente, o médico apoia sua 
mão, alternadamente, sobre o hemitórax esquerdo e o direito, 
seguindo a linha medioesternal de cima para baixo 
OBS: De um modo geral, pode-se dizer que as afecções pleurais são 
“antipáticas” ao FTV . Isto porque os derrames pleurais líquidos ou 
gasosos, por afastarem o pulmão da parede, dificultam a transmissão 
das vibrações até a superfície, com redução ou mesmo abolição do 
FTV, sempre na dependência do volume de líquido ou de ar da 
cavidade 
 
Percussão 
Deve-se iniciar a percussão do tórax pela sua face posterior, de cima 
para baixo, ficando o médico atrás e à esquerda do paciente. 
Percute-se separadamente cada hemitórax. Em uma segunda etapa, 
percutir comparativa e simetricamente as várias regiões. 
A mão esquerda, com os dedos ligeiramente separados, deve 
apoiar-se suavemente sobre a parede, e o dedo médio, sobre o qual 
se percute, exerce apenas uma leve pressão sobre o tórax 
 
O movimento da mão que percute é de flexão e extensão sobre o 
punho, nunca envolvendo a articulação do cotovelo, e muito 
menos a do ombro. Os golpes dados com a extremidade distal do 
dedo médio (os demais se conservam parcialmente fletidos) serão 
sempre da mesma intensidade (suaves ou medianamente fortes). 
Um pequeno intervalo entre cada batida possibilita melhor 
avaliação do som e das vibrações 
Quatro tonalidades de som são obtidas: 
 Som claro pulmonar: som obtido nos campos pulmonares 
normais; 
 Som hipersonoro ou timpânico: som obtido quando há 
aumento de ar em relac ̧ão aos tecidos. Ocorre na 
presenc ̧a de hiperinsuflac ̧ão pulmonar ou pneumoto ́rax; 
(espaço de traube) 
 Som macic ̧o/submacic ̧o: som obtido quando ha ́ menor 
quantidade de ar em relac ̧ão aos tecidos. Normalmente, 
está presente sobre a área hepa ́tica (ao ni ́vel do quinto 
espac ̧o intercostal direito), sobre a área cardi ́aca (ao nível 
do terceiro espac ̧o intercostal esquerdo) e sobre os ossos. 
Em condic ̧ões patológicas, ocorre nas condensac ̧ões 
pulmonares, atelectasias e na presenc ̧a de derrame ou 
espessamento pleurais. Pode estar presente, nos campos 
pulmonares, em indivi ́duos obesos ou com edema intenso 
da parede tora ́cica 
 
Ausculta 
A ausculta é a principal técnica semiolo ́gica pulmonar, pois traz 
grande nu ́mero de informac ̧ões sobre as patologias pulmonares. 
Para realizar a ausculta tora ́cica, o paciente deve permanecer na 
mesma posic ̧ão das etapas anteriores e ser instrui ́do a respirar pela 
boca mais profundamente que o normal, enquanto o examinador 
muda o estetosco ́pio de lugar, percorrendo o tórax de cima para 
baixo, nas faces posterior, anterior e lateral. 
 
Sons pulmonares 
Atualmente é aceito que os sons pulmonares sa ̃o produzidos na 
traqueia, bro ̂nquios lobares e segmentares. Nesses segmentos, o 
fluxo de ar é turbulento e, assim, produz som. Nos bronqui ́olos 
respiratórios e nos alve ́olos, o ar e ́ distribui ́do por difusa ̃o, não 
havendo, portanto, gerac ̧ão de som. 
 
 
Sons normais 
Som traqueal 
No som traqueal, bem como nos outros sons pulmonares, 
reconhecem-se dois componentes – o inspiratório e o expiratório –
, cujas características estetoacústicas são específicas para cada som. 
O som brônquico corresponde ao som traqueal audível na zona de 
projeção dos brônquios de maior calibre, na face anterior do tórax, 
nas proximidades do esterno. O som brônquico assemelha-se ao som 
traqueal, dele se diferenciando apenas por ter o componente 
expiratório menos intenso 
 
 
Som brônquico 
Normalmente audi ́vel sobre as grandes vias respirato ́rias 
intratora ́cicas, colocando-se o estetosco ́pio sobre a regia ̃o 
supraesternal. 
Ausculta-se a inspirac ̧ão intensa, bem audi ́vel e rude; a seguir, uma 
pausa e, depois, a expirac ̧ão, também bastante audi ́vel e rude. A 
durac ̧a ̃o da expirac ̧ão é igual ou pouco maior do que a inspirac ̧ão. 
Lembra o som da passagem do ar por um tubo oco. 
Acredita-se que o som bro ̂nquico seja proveniente de vias 
respiratóriasmais centrais que aquelas que da ̃o origem ao murmu ́rio 
vesicular. 
Murmúrio vesicular 
O som audi ́vel em quase todo o tórax. A inspirac ̧ão tem intensidade 
e durac ̧ão maiores que a expirac ̧ão, geralmente com proporc ̧ão de 
3:1. 
O som é suave, e não ha ́ pausa entre inspirac ̧ão e expirac ̧ão. 
Acredita-se que o murmu ́rio é gerado provavelmente em vias 
respiratórias mais periféricas que os bro ̂nquios fontes e mais centrais 
que os bronqui ́olos respiratórios ou alve ́olos 
O murmu ́rio vesicular depende da ventilac ̧ão pulmonar regional; 
assim, podem ocorrer pequenas diferenc ̧as de ausculta entre os 
ápices e as bases. A alterac ̧ão mais frequente do murmu ́rio vesicular 
é a diminuic ̧ão da sua intensidade, que ocorre em presenc ̧a de 
ventilac ̧ão pulmonar diminui ́da e de barreiras a ̀ transmissa ̃o do som, 
como nos casos de condensac ̧ões, hiperinsuflac ̧ão, derrame pleural, 
atelectasia e pneumoto ́rax. 
Som broncovesicular 
Normalmente, pode ser ouvido, anteriormente, nos primeiros e 
segundos espac ̧os intercostais e, posteriormente, na regia ̃o 
interescapular. 
 É muito semelhante ao som bro ̂nquico, mas menos rude e com 
expirac ̧ão um pouco menos intensa. 
O som broncovesicular provavelmente corresponde a ̀ combinac ̧ão 
dos mecanismos de origem dos sons bro ̂nquico e vesicular. Em 
indivíduos sadios, representa a combinac ̧ão de sons transmitidos até 
o local de ausculta a partir de diferentes fontes 
Sons anormais 
Ruídos adventícios 
O fluxo de ar pelo trato respirato ́rio pode produzir, em algumas 
situac ̧ões, sons anormais, também chamados rui ́dos ou sons 
adventi ́cios. Embora os rui ́dos adventi ́cios possam ser produzidos 
transitoriamente em pulmo ̃es de indivi ́duos normais, quando 
presentes em respirac ̧ões sucessivas revelam anormalidade de base. 
Os rui ́dos adventi ́cios podem ser caracterizados como sons 
conti ́nuos e sons desconti ́nuos. 
a) Sons contínuos: 
O termo conti ́nuo na ̃o significa que o som seja conti ́nuo durante 
todo o ciclo respiratório, mas, sim, que o som dura 250 milissegundos 
ou mais dentro desse ciclo. 
Esses sons apresentam caráter musical. Os sons adventi ́cios 
conti ́nuos sa ̃o os roncos e os sibilos. 
 Os roncos são sons mais graves, semelhantes ao roncar 
ou ressonar das pessoas. São fugazes, mutáveis, surgindo 
e desaparecendo em curto período de tempo 
 Os sibilos são sons mais agudos, semelhantes a assobio ou 
chiado Os sibilos também se originam de vibrações das 
paredes bronquiolares e de seu conteúdo gasoso, 
aparecendo na inspiração e na expiração. Em geral são 
múltiplos e disseminados por todo o tórax, quando 
provocados por enfermidades que comprometem a 
árvore brônquica, como acontece na asma e na bronquite. 
Quando bem localizados em uma determinada região, 
indicam semiobstrução por neoplasia ou corpo estranho 
Esses sons podem ser intensos e obscurecer os sons normais da 
respirac ̧ão. 
Podem ocorrer na inspirac ̧ão e/ou na expirac ̧ão, ser localizados ou 
difusos e em pequena ou grande quantidade; todas essas 
caracteri ́sticas devem ser registradas. 
 
Os roncos e sibilos te ̂m o mesmo mecanismo fisiopatolo ́gico; são 
produzidos quando as vias respirato ́rias estão estreitadas quase ao 
ponto de fechamento e suas paredes vibram com a passagem do 
ar. O aparecimento dos sons conti ́nuos, como roncos ou como 
sibilos, depende da velocidade do ar. Quanto maior a velocidade 
aérea, maior o nu ́mero de vibrac ̧ões produzidas e mais agudo o 
som. 
b) Sons descontínuos 
Os sons ou rui ́dos respiratórios desconti ́nuos são explosivos, de curta 
durac ̧ão, inferiores a 20 milissegundos, e, portanto, na ̃o te ̂m qualidade 
musical. 
 
São conhecidos como crepitac ̧ões, que podem ser grossas ou finas. 
 As crepitac ̧ões finas te ̂m menor durac ̧ão, são agudas e 
pouco intensas 
 As crepitac ̧ões grossas te ̂m maior durac ̧ão, são graves e 
mais intensas 
Os sons desconti ́nuos sa ̃o produzidos, provavelmente, por va ́rios 
mecanismos. O mecanismo mais aceito e ́ a reabertura, su ́bita e 
sucessiva, das pequenas vias respirato ́rias, isto é, daquelas com 
diâmetro menor que 2 mm, durante a inspirac ̧ão, com ra ́pida 
equalizac ̧ão de pressa ̃o, o que causa uma se ́rie de ondas sonoras 
explosivas. 
A rotura de bolhas ou de filmes li ́quidos decorrente do aumento de 
secrec ̧ão nas vias respiratórias é outro mecanis-mo, porém menos 
aceito para a ge ̂nese desses sons. 
 
São mais audi ́veis nas bases pulmonares, onde a pressão pleural, no 
indivi ́duo em posic ̧ão ortosta ́tica, e ́ menos negativa, o que se deve, 
em parte, ao peso do pulma ̃o. Essa situac ̧ão facilita o fechamento 
das vias respiratórias nessas regiões durante a expirac ̧ão. 
 
Quanto mais proximais forem as pequenas vias respiratórias 
colapsadas, mais precocemente ocorrera ̃o a sua reabertura e o 
ruído correspondente. 
As crepitac ̧ões grossas decorrem da reabertura de vias respirato ́rias 
menos distais do que as que de origem a ̀s crepitac ̧ões finas 
Ocasionalmente, crepitac ̧ões grossas podem ser auscultadas durante 
a expirac ̧ão, e sua ge ̂nese na ̃o esta ́ bem definida. Quanto maior for 
o nu ́mero de pequenas vias respirato ́rias colapsadas durante a 
expirac ̧ão, maior sera ́ o nu ́mero de crepitac ̧ões produzidas durante 
a inspirac ̧ão. 
 
Em indivi ́duos normais, a expirac ̧ão forc ̧ada, até volume residual, 
torna a pressa ̃o pleural positiva, podendo ocasionar o fechamento 
de pequenas vias respirato ́rias. A abertura dessas vias respirato ́rias, 
na inspirac ̧ão seguinte, pode dar origem a crepitac ̧ões finas. A 
inspirac ̧ão, a partir da capacidade residual funcional, na ̃o da ́ origem 
às crepitac ̧ões finas, porque a possibilidade de fechamento das vias 
respiratórias, nesse volume pulmonar, em indivi ́duos normais, é muito 
pequena. 
 
As condic ̧ões patológicas mais frequentemente associadas a ̀ 
presenc ̧a de crepitac ̧ões finas sa ̃o aquelas em que a complace ̂ncia 
pulmonar esta ́ diminuída, o que facilita o fechamento das pequenas 
vias respirato ́rias na expirac ̧ão. Exemplos: fibrose intersticial, edema 
e consolidac ̧ão pulmonar. 
 
O fechamento de pequenas vias respirato ́rias menos distais (que 
produzem crepitac ̧ões grossas) ocorre principalmente em patologias 
com lesa ̃o estrutural da via respirato ́ria, tais como bronquiectasias e 
bronquite cro ̂nica. 
Ausculta da voz 
Consiste em auscultar o tórax do paciente enquanto este repete as 
palavras “trinta e tre ̂s” em voz alta. Como ja ́ ressaltado para as outras 
técnicas, é sempre um exerci ́cio comparativo. 
Os sons de origem central, como a voz, sa ̃o atenuados quando 
transmitidos perifericamente, atrave ́s do pulma ̃o normal, o que leva 
à ausculta de sons abafados e palavras indistintas. Nessa situac ̧ão, diz-
se que a ausculta da voz é normal. A intensidade do som transmitido 
à parede tora ́cica tem a mesma distribuic ̧ão que a descrita para o 
fre ̂mito toracovocal. 
Quando ocorre consolidac ̧ão pulmonar, com via respirato ́ria pérvia, 
há melhor transmissa ̃o do som pelo pare ̂nquima consolidado. Isso 
pode dar origem a som em que cada si ́laba de cada palavra e ́ distinta 
e facilmente reconhecida ou, enta ̃o, a som anasalado. 
Ao contra ́rio, quando ha ́ derrame pleural ou pneumoto ́rax, isto é, 
uma barreira, a voz auscultada torna-se de intensidade diminui ́da ou 
até mesmo abolida 
Referência 
PORTO, CELMO C.; PORTO, ARNALDO L.. Semiologia Médica. 8ª 
edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.

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