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AP1 2020 2 História na Educação I

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Nome: 
Matrícula: Polo: 
 
História na Educação I 
Coordenação: Priscilla Leal Mello 
AP1 – 2020.2 
 
Questão 1) Leia atentamente o texto-base a seguir, trecho no qual o professor da 
USP Noberto Guarinello analisa as operações que o historiador – seja pesquisador 
de arquivo, seja professor de sala de aula, ou ambos – realiza no trato com os seus 
temas de trabalho: 
 
A História, portanto, nunca se debruçou sobre a história humana como um todo, mas 
sobre histórias particulares, histórias de ALGO. Sempre estudou histórias específicas 
inseridas dentro de unidades de sentido (os ALGOS) que conferiam coerência a um 
corpo de documentos e a uma narrativa, descrição, explicação ou interpretação. 
Entender o modo como se definiram essas unidades, ou seja, os objetos particulares da 
História, é crucial para compreender os impasses contemporâneos da disciplina. Mas 
não é tarefa fácil! Tais unidades foram construídas como grandes objetos virtuais, 
grandes contextos, nos quais temas específicos podem adquirir sua razão de ser. Desde 
o século XIX algumas unidades maiores têm predominado como os grandes contextos 
da História: um povo, uma nação, uma civilização e, sobretudo, um estado-nacional, 
geralmente como termos coincidentes, ou cuja coincidência seria "desejável". A 
História se repartiu, assim, por objetos que não são uniformes, nem equivalentes, e que 
mudam de abrangência ou de sentido de acordo com os interesses de quem financia, 
produz ou consome seus relatos. 
 
Guarinello, Norberto Luiz. História científica, história contemporânea e história cotidiana. Revista Brasileira de 
História. São Paulo, v. 24, nº 48, p.13-38 – 2004. Disponível em: 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882004000200002&lng=pt&tlng=pt (Acesso 
em 11/08/2020) 
 
 
Discuta, a partir desse texto e do conteúdo de nossas aulas, a SUBJETIVIDADE presente 
na construção do conhecimento histórico. (2,0) 
Questão 2) Como professores em uma cidade específica, em uma comunidade 
escolar determinada, vocês devem operacionalizar, como sugere Guarinello, 
SUBJETIVIDADES para que o ensino de História resulte em aprendizagem 
significativa. Sua tarefa é: 
(a) Apresente uma realidade escolar de sua cidade: (0,5) 
(b) Eleja uma SUBJETIVIDADE relevante para uma aula de História nessa unidade 
escolar, indicando uma questão que norteará a sua aula. (1,5) 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882004000200002&lng=pt&tlng=pt
Questão 3) A partir da complexidade da categoria TEMPO para a produção 
da narrativa histórica - seja no texto escrito, seja no texto oral (a aula) -, 
discuta a assertiva de Michel de Certeau: Toda História é Contemporânea. 
(2,0) 
 
Questão 4) Cite duas razões para ensinarmos História, hoje e sempre! (1,0 – 0,5 
cada) 
 
Questão 5) Segundo a perspectiva de uma educação emancipatória, por que 
o ensino com base em oficinas revela-se mais coerente do que um ensino de 
base exclusivamente conteudista? (1,0) 
 
Questão 6) Um autor importante para aprofundarmos os estudos acerca das 
problemáticas entre História e Memória é Michael Pollack. Uma das questões com 
as quais o pesquisador trabalha é justamente a relação entre as subjetividades e as 
elaborações da narrativa histórica a partir de dados da Memória. 
Afinal, quem não se lembra de nossa brincadeira de infância: “quem conta um 
conto, aumenta um ponto”? 
Vamos ler um pouco de Pollack, no texto a seguir: 
 
 
Poucos períodos históricos foram tão estudados como o nazismo, incluindo-se aí sua 
política antissemita e a exterminação dos judeus. Entretanto, a despeito da 
abundante literatura e do lugar concedido a esse período nos meios de comunicação, 
frequentemente ele permanece um tabu nas histórias individuais na Alemanha e na 
Áustria, nas conversas familiares e, mais ainda, nas biografias dos personagens 
públicos. Assim como as razões de um tal silêncio são compreensíveis no caso de 
antigos nazistas ou dos milhões de simpatizantes do regime, elas são difíceis de 
deslindar no caso das vítimas. 
 
Nesse caso, o silêncio tem razões bastante complexas. Para poder relatar seus 
sofrimentos, uma pessoa precisa antes de mais nada encontrar uma escuta. Em seu 
retomo, os deportados encontraram efetivamente essa escuta, mas rapidamente o 
investimento de todas as energias na reconstrução do pós-guerra exauriu a vontade 
de ouvir a mensagem culpabilizante dos horrores dos campos. A deportação evoca 
necessariamente sentimentos ambivalentes, até mesmo de culpa, e isso também nos 
países vencedores onde, como na França, a indiferença e a colaboração marcaram a 
vida cotidiana ao menos tanto quanto a resistência. Não vemos, desde 1945, 
desaparecerem das comemorações oficiais os antigos deportados de roupa listrada, 
que despertam também o sentimento de culpa e que, com exceção dos deportados 
políticos, se integram mal em um desfile de ex-combatentes? "1945 organiza o 
esquecimento da deportação, os deportados chegam quando as ideologias já estão 
colocadas, quando a batalha pela memória já começou, a cena política já está 
atulhada: eles são demais." A essas razões políticas do silêncio acrescentam-se 
aquelas, pessoais, que consistem em querer poupar os filhos de crescer na lembrança 
das feridas dos pais. Quarenta anos depois convergem razões políticas e familiares 
que concorrem para romper esse silêncio: no momento em que as testemunhas 
oculares sabem que vão desaparecer em breve, elas querem inscrever suas 
lembranças contra o esquecimento. E seus filhos, eles também, querem saber, donde 
a proliferação atual de testemunhos e de publicações de jovens intelectuais judeus 
que fazem "da pesquisa de suas origens a origem de sua pesquisa". Nesse meio 
tempo, foram as associações de deportados que, mal ou bem, conservaram e 
transmitiram essa memória. 
POLLACK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, 
vol. 2, n. 3, 1989, p. 3-15. P.4-5. 
 
 
Identifique no texto de Pollack as dificuldades que um historiador enfrenta 
para estudar o Nazismo a partir das memórias dos que vivenciaram esse que 
foi um dos maiores dramas humanitários de nossa História. (2,0) 
 
Boa prova!

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