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DIVERTICULITE INTESTINO GROSSO também conhecido como cólon, representa a última parte do trato gastrointestinal. Ele se estende por toda a cavidade abdominal e pélvica, e possui um comprimento de aproximadamente 1,5 metros. O intestino grosso é o local onde as fezes são formadas através da reabsorção da água presente no conteúdo intestinal. Além de seu papel na formação, armazenamento e subsequente eliminação das fezes, o intestino grosso abriga ainda uma extensa microbiota, que é essencial para a nossa sobrevivência. Para dar uma perspectiva, o microbioma do intestino pesa aproximadamente 1,2 kg. PARTES: Ceco, apêndice cecal, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide, reto, canal anal. FUNÇÃO: Absorção de eletrólitos e água, propulsão do conteúdo intestinal, formação e armazenamento temporário das fezes e defecação. ➤ HAUSTRAÇÕES, TÊNIAS E APÊNDICE EPIPLÓICOS DIVERTÍCULO pequenas bolsas protuberantes É uma saliência parecida com a ponta de um dedo de luva, que pode localizar-se em diferentes áreas do trato gastrintestinal, mas se manifesta com mais frequência entre as fibras musculares das paredes do intestino grosso. No divertículo, uma pequena quantidade de fezes pode penetrar e ficar retida. A presença de vários divertículos é chamada de diverticulose. Caso algum dos divertículos inflame ou infeccione, o quadro é chamado de diverticulite. Classificação DA DIVERTICULOSE Forma hipertônica. Em geral ocorre em indivíduos mais jovens, abaixo dos 50 anos de idade, constipados e com baixa ingestão de líquidos e fibras na dieta, o que acarreta a formação de bolos fecais pouco volumosos, exigindo do cólon contrações hipertônicas para o deslocamento de fezes para o reto. O sigmoide é o segmento do intestino grosso mais comumente afetado. Estes divertículos complicam na maioria das vezes com inflamação – diverticulite. Forma hipotônica. Acomete em geral pessoas acima dos 60 anos de idade, sendo decorrente da fraqueza (hipotonicidade) da parede intestinal. É uma patologia natural decorrente da degeneração e hipotonicidade que se instala nos tecidos musculares corporais. São estruturas que possuem base larga, oscilando de 0,5 a 2,0 cm de diâmetro. A complicação mais frequente é a hemorragia digestiva baixa. Forma mista. Quando as duas formas acima descritas estão presentes. Ocorre geralmente em indivíduos acima dos 60 anos de idade. EPIDEMIOLOGIA É comum, à divertivulite é mais incomum A maioria dos pacientes com divertículos é assintomática, o que dificulta a estimativa de sua prevalência. A prevalência da diverticulose colônica aumenta com a idade. Parece inferior a 10% para a população com menos de 40 anos, atinge um terço da população acima dos 45 anos e está estimada entre 50% e 66% para os indivíduos com mais de 80 anos, podendo atingir até 80% dessa população idosa. Não existe evidente correlação com o sexo. Estima-se que entre 10% e 25% dos indivíduos com diverticulose evoluirão com diverticulite. ETIOLOGIA Falta de Fibras Alimentares A falta de fibras na dieta foi inicialmente descrita como um possível fator etiológico no desenvolvimento da DD por Painter e Burkitt no final da década de 60. - A teoria atual: Fibras insolúveis causam a formação de fezes mais volumosas, que levam a uma efetividade reduzida nos movimentos de segmentação do cólon. O resultado disso é que a pressão intraluminal permanece próxima à normal durante a peristalse do cólon. Carne vermelha e gordura Um risco aumentado de desenvolvimento de doença diverticular associado à dieta rica em carne vermelha e gordura. Este risco pode ser reduzido por uma dieta rica em fibras, especialmente se forem derivadas de celulose. FISIOPATOLOGIA ●DIVERTICULOSE: A pressão relativamente alta dentro da camada muscular do cólon - faz com que as artérias nutrientes, ou vasos retos, penetram na muscular própria, resultando em uma falha na integridade da parede do cólon. Assim, as contrações de maior amplitude( aumento da pressão), combinadas com as fezes endurecidas e ricas em gorduras dentro do lúmen sigmoide em uma área de fraqueza da parede colônica, resultam na formação desses divertículos. Como consequência, os vasos retos são comprimidos ou sofrem erosão, resultando em perfuração ou sangramento. - causando DIVERTICULITE ●DIVERTICULITE: O mecanismo de desenvolvimento da diverticulite está centrado na perfuração do divertículo, seja ela micro ou macroscópica. O antigo conceito de obstrução do óstio do divertículo provavelmente só ocorre raramente. A pressão intraluminal aumentada ou partículas de comida espessadas podem causar erosão na parede diverticular, que progride para inflamação, necrose focal e perfuração (micro ou macroscópica). A manifestação clínica da perfuração depende do seu tamanho e de quão vigoroso for o seu tamponamento pelo organismo. Perfurações, se bem controladas, resultam na formação de um abscesso, enquanto que o tamponamento incompleto pode levar a perfuração livre. Diverticulite não-complicada representa aquela com peridiverticulite ou flegmão. reação inflamatória permanece contida. Diverticulite complicada é aquela que resulta em obstrução intestinal, formação de abscesso, peritonite ou fístula. DIAGNÓSTICO A avaliação inicial do paciente com suspeita de diverticulite deve ser a mesma de todo paciente com dor abdominal aguda e inclui anamnese dirigida, exame físico geral, abdominal e toque digital do reto. Ainda que cerca de 85% dos episódios de diverticulite ocorram em cólon esquerdo, mais precisamente em cólon sigmóide, divertículos e diverticulite podem ocorrer em todo o cólon. A diverticulite do cólon direito ocorre mais frequentemente em orientais asiáticos e usualmente segue curso mais benigno. A dor no quadrante inferior esquerdo ocorre entre 93% e 100% dos pacientes com diverticulite aguda e está mais comumente presente por vários dias antes do diagnóstico, o que permite diferenciá-la de outras causas de abdome agudo inflamatório. EXAME FÍSICO ➝No exame físico, a dor à palpação do quadrante inferior esquerdo é característica, frequentemente com dor à descompressão brusca localizada. ➝Massa palpável pode ser identificada em cerca de 20% dos casos. ➝Febre baixa e leucocitose são comuns, porém podem não ocorrer em até 45% dos casos. DIVERTICULITE NÃO COMPLICADA Casos em que a reação inflamatória permanece contida, responde bem a medidas clinicas e antibioticoterapia, correspondem a 75% dos casos Diverticulite complicada Presença de abscesso, perfuração, fistula ou obstrução - no momento da perfuração a ruptura pode atingir órgãos contíguos como intestino delgado, omento ou bexiga, podendo progredir e erodir originando fístulas. Perfazem 25% dos casos no momento do diagnostico, precisando conduta cirúrgica A diverticulite complicada pode ser classificada através de critérios de Hinchey: 1-o primeiro estágio corresponde a abscessos pericólicos restritos. 2- estágio dois há abscessos maiores, porém restritos à pelve; 3-estágio três ou diverticulite perfurada ocorre quando o abscesso dá origem à peritonite purulenta; 4-estágio quatro, o que carreia maior risco de mau prognóstico, se baseia na ruptura de um divertículo não obstruído ou inflamado, dando livre acesso às fezes para o peritônio . EXAMES COMPLEMENTARES Recomenda-se que, quando a apresentação deixar poucas dúvidas, não sejam realizados exames adicionais. Por outro lado, o diagnóstico clínico isolado pode estar incorreto em até um terço dos casos. Além do mais, a comprovação diagnóstica e documentação de uma crise de diverticulite são úteis ao planejamento do acompanhamento e da proposta terapêutica. Existe alguma evidência acerca da similaridade entre a ultrassonografia (US) e a tomografia computadorizada (TC) padrão ouro do abdome para o diagnóstico da diverticulite aguda, com acurácia estimada para as duas de 84%. ➤ US pode atingir até sensibilidade de 100% para o diagnóstico de complicações em mãos experientes. EXAMES CONTRAINDICADOS Endoscopia do sigmóide Devido ao risco de desbloqueiode um divertículo já perfurado ou mesmo de nova perfuração resultante da insuflação de ar ou progressão do aparelho, a endoscopia do sigmóide está historicamente contraindicada na suspeita de diverticulite aguda. No entanto, a sigmoidoscopia cuidadosa é útil para excluir a presença de câncer, colite inespecífica ou isquêmica. Ressonância Magnética Não se obteve evidência para justificar o emprego da ressonância magnética (RM) para o diagnóstico da diverticulite aguda DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL O diagnóstico diferencial da diverticulite aguda é amplo. A enterite ou colite de Crohn agudas podem se apresentar com dor abdominal, febre e leucocitose. O câncer de cólon ocorre na mesma faixa etária dos pacientes com diverticulite e representa diagnóstico diferencial importante quando contemplados emagrecimento, massa palpável, alteração significativa do hábito intestinal e hematoquezia. Afecções ginecológicas agudas devem ser lembradas em mulheres. A apendicite aguda representa a hipótese diagnóstica errônea mais frequentemente levantada para os indivíduos com diverticulite aguda. TRATAMENTO DIVERTICULITE Pacientes com sintomas leves de dor abdominal, sem sinais sistêmicos (febre e queda do estado geral), com trânsito normal, e capazes de assumir dieta oral e com cognição razoável para entender as explicações sobre as indicações de sofrer reavaliação, podem ser tratados sem hospitalização. AGUDA NÃO-COMPLICADA O tratamento da diverticulite aguda não complicada é inicialmente clínico, por meio de jejum (associado ou não ao emprego de descompressão nasogástrica) ou de dieta líquida sem resíduos, associadamente ao emprego de antibióticos de largo espectro. A antibioticoterapia empírica deve ser dirigida contra bactérias gram-negativas e anaeróbias- – com quinolona e metronidazol ou sulfametoxazoltrimetropima e matronidazol. Há evidência de que a monoterapia sistêmica seja igualmente eficaz às associações de antibióticos. A antibioticoterapia é usualmente mantida por sete a 10 dias. Melhora sintomática é esperada entre dois e três dias após a introdução do tratamento, após esse período a dieta pode ser progredida. Pode ser realizado ambulatorialmente (10 a 14 dias de ciprofloxacin (500mg 2x/dia) e metronidazol (500mg 3x/dia) – para intolerantes a metronidazol, clindamicina pode ser uma alternativa) O risco de uma nova crise de diverticulite está estimado entre 26% e 30%. Aproximadamente 90% das recidivas ocorrem dentro de cinco anos após a primeira crise. Há evidência de que o emprego do antibiótico de largo espectro por via oral rifaximina, na dose de 800 mg, pelo período de uma semana a cada mês, seja superior à suplementação de fibras isoladamente na prevenção de uma nova crise de diverticulite aguda (RR = 2,4; p < 0,05) Como resultado, o tratamento cirúrgico eletivo da diverticulite está comumente indicado para pacientes após uma crise complicada (abscesso, obstrução ou fístula) e para aqueles que tiveram duas crises necessitando hospitalização. O tratamento cirúrgico eletivo, quando indicado, é realizado dentro de seis a oito semanas após crise de diverticulite aguda. - Pacientes imunossuprimidos (transplantados, com insuficiência renal e com a síndrome da imunodeficiência adquirida) e aqueles com afecções do tecido conjuntivo são mais susceptíveis a infecção, têm deficiência do processo de cicatrização e maior incidência de complicações da diverticulite aguda. Para esses pacientes, o tratamento cirúrgico eletivo está indicado após o diagnóstico de uma crise de diverticulite aguda. Para o tratamento cirúrgico eletivo, a operação de escolha tornou-se a sigmoidectomia ou colectomia esquerda com anastomose colorretal. Todo o cólon sigmóide deve ser removido. A operação pode ser realizada pela via de acesso videolaparoscópica com segurança, o que pode trazer menor dor, duração do íleo pós operatório e hospitalização mais curta AGUDA COMPLICADA O tratamento de pacientes com diverticulite aguda e abscesso depende do tamanho e localização do abscesso e das condições clínicas do paciente. O tratamento conservador para abscesso pequeno e pericólico é realizado por meio da antibioticoterapia sistêmica, podendo o tratamento cirúrgico ser realizado em condições eletivas. Para os abscessos maiores reservam-se a drenagem percutânea ou o tratamento cirúrgico. A punção percutânea habitualmente guiada por TC com colocação de cateter permite drenagem temporária da coleção e tratamento cirúrgico eletivo subsequente em tempo único em 67%39(C) a 80% dos casos. Dieta: a ingesta de altas quantidades de fibras parece diminuir a chance de desenvolver doença diverticular e também diminuir o risco de complicações em pacientes com doença diverticular não complicada. https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/diverticulite-diag nostico-e-tratamento.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/02/879424/diagn ostico-e-manejo-da-diverticulite-aguda.pdf https://www.worldgastroenterology.org/UserFiles/file/gui delines/diverticular-disease-portuguese-2007.pdf https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/diverticulite-diagnostico-e-tratamento.pdf https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/diverticulite-diagnostico-e-tratamento.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/02/879424/diagnostico-e-manejo-da-diverticulite-aguda.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/02/879424/diagnostico-e-manejo-da-diverticulite-aguda.pdf https://www.worldgastroenterology.org/UserFiles/file/guidelines/diverticular-disease-portuguese-2007.pdf https://www.worldgastroenterology.org/UserFiles/file/guidelines/diverticular-disease-portuguese-2007.pdf
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