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resumo (específico) de direito tributário 1 - av1.

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Caso concreto 1 - Determinado governador do Estado do Acre está em forte debate com a Assembleia Legislativa. Apesar de ter sido eleito em primeiro turno com uma expressiva maioria de votos, sua Assembleia é hoje composta em maioria considerável pela oposição, ressentida por não ter reeleito o antigo governador, candidato da situação. Diante deste conflito político, o governador não consegue aprovar a lei orçamentária que se manifesta compatível com suas propostas. Sendo assim, decide baixar o orçamento por medida provisória. Deputados da oposição se recusam a votar a medida provisória e levantam argumentos tecnicamente adequados. Pergunta-se: 
a) Quais seriam estes argumentos? É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares. Há somente uma exceção a regra dita anteriormente, qual seja: Guerra, comoção interna e calamidade pública; créditos extraordinários e urgentes, as quais podem ser instituídos por adoção de MEDIDA PROVISÓRIA.
b) Pode o governador editar medida provisória? Sim, desde que sejam em casos de relevância e urgência; além de tal instrumento estar previsto na CF estadual e em consonância com as imposições feitas pela CRFB/88, sendo aplicadas as mesmas limitações contidas nesta. (PR da simetria)
c) Cabe medida provisória em Direito Financeiro?
Sim, somente diante de casos de situações relevantes e de urgência. 
Caso concreto 4 - Ao dispor sobre o plano de custeio da Seguridade Social, a União cuidou de regular a cobrança de várias contribuições cujos fatos geradores dizem respeito à atividades do contribuinte como a remuneração paga ou creditada aos segurados que prestem serviço às empresas, dos empregadores domésticos, dos trabalhadores (incidentes sobre o seu salário de contribuição), incidentes sobre o faturamento e lucro das empresas e sobre a receita de concursos de prognósticos. Estas contribuições são, por lei, designadas de contribuições sociais. A mesma lei que as institui estabelecia um prazo de dez anos para a apuração e constituição dos créditos da seguridade social. 
Sabendo que normas gerais do Direito Tributário são reservadas pela Constituição para lei complementar, identifique e analise o dispositivo, tendo para tanto a compreensão da natureza da cobrança realizada e, portanto, o ordenamento jurídico específico ao qual está submetida.
Mediante a análise do conceito de tributo expresso no art.3 do CTN, “pode se concluir que as contribuições sociais são contribuições especiais”, previstas no art.149 e 195 da CRFB/88. Portanto, trata-se de espécie tributária submetida ao regime jurídico de direito tributário, que é o CTN - (art.146, III, CRFB/88); sendo assim, suas normas serão reguladas mediante lei complementar, prevendo o prazo de “cinco anos” para apuração e constituição dos créditos da seguridade social. 
Caso concreto 5 - A União, através de lei ordinária, isenta tributo do Estado sob o fundamento de que deve fomentar o desenvolvimento das microempresas e empresas de pequeno porte. Comente a legalidade e a Constitucionalidade da referida lei.
A referida lei é inconstitucional. Visto que, lei ordinária federal não pode dispor sobre matéria reservada a lei complementar, de acordo com o (art.151, III, CRFB/88). Trata- se de hipótese de violação ao princípio da vedação de isenção heterônoma. 
Caso concreto 6 - Servidor estadual ingressa com ação de repetição de indébito contra o Estado respectivo em função de uma retenção na fonte de imposto de renda retido na fonte pelo órgão ao qual pertencia a servidora. O Estado alega ilegitimidade passiva tendo em vista que a competência tributária para legislar sobre o imposto de renda é da União. Comente se procede a alegação do Estado.
O STF firmou o entendimento no sentido de que o Estado é parte legítima para figurar no polo de ação de restituição de I.R, por pertencer a este o produto da arrecadação do imposto da União sobre a renda e proventos de qualquer natureza incidente na fonte sobre os pagamentos dos seus servidores. 
Caso concreto 7 - Governador de um Estado da Federação propõe Ação Direta de Inconstitucionalidade contra emenda constitucional que cria um imposto sobre toda e qualquer movimentação financeira, inclusive as realizadas por pessoas jurídicas de direito público e que entraria em vigor imediatamente. Inicialmente, os argumentos da afronta a duas limitações constitucionais ao poder de tributar, a saber, a imunidade recíproca (vedação à imposição de impostos entre os entes federativos) e anterioridade (obrigatoriedade de aguardar até o exercício financeiro para que se possa cobrar o tributo) parecem corretas. Mas há uma preliminar questionada: a possibilidade de se questionar a constitucionalidade de dispositivo constitucional. Analise a questão e indique o posicionamento do Supremo Tribunal Federal.
O governador, legitimado especial, poderá contestar a inconstitucionalidade de lei, mediante ADI, caso está viole o interesse do Estado que este representa. Sobre a referida emenda, visto que está decorre do poder constituinte derivado, poderá ser objeto de controle, pois confronta diretamente com norma elaborada pela assembleia nacional constituinte. 
TRIBUTO É RECEITA PÚBLICA DERIVADA, INSTITUIDO EM LEI E COBRADO MEDIANTE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA COMPULSÓRIA AO CONTRIBUINTE. ALÉM DISSO, NÃO CONSTITUI SANÇÃO DE ATO ÍLICITO. 
“A LEI DESCREVE SITUAÇÕES EXPRESSAS OU TÁCITAS QUE, AO OCORREREM NO MEIO SOCIAL DE DETERMINADO CIDADÃO, FAZ COM QUE ESTE FIQUE SUBORDINADO À OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA; PASSANDO, COMPULSORIAMENTE, A SER “CONTRIBUINTE”“. 
QUANTO À COMPETÊNCIA DOS TRIBUTOS 
1- PRIVATIVA – Ocorre quando apenas determinado ente político possui legitimidade para instituir certo tributo, não alcançando os demais entes. 
OS IMPOSTOS SÃO EXEMPLOS DE TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA PRIVATIVA A CERTOS ENTES. ***
EXS: 
Privativos a União – I.R, I.E, I.I, IOF, PIS, CONFINS, CFLL, CIDE***, EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO*** E IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS. 
Privativos aos Estados – ICMS, IPVA E ITCMD. 
Privativos aos Municípios – IPTU, ITBI E ISS. 
2 – COMUM – Ocorre quando mais de um ente político pode cobrar e exigir os mesmos tributos. AS TAXAS e a CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA podem ser cobradas e exigíveis de mais de um ente político. 
Obs. tributos vinculados; há contraprestação. 
3 – RESIDUAL – Instituídos por “LEI COMPLEMENTAR”. A nova contribuição NÃO PODE estar discriminada na (CRFB/88); NÃO PODE ter FATO GERADOR com base de cálculo já estabelecida em lei complementar anterior ou prevista na CRFB/88. 
4 – CUMULATIVA – A União pode, cumulativamente, exigir o recolhimento de tributos de competência dos Estados e Municípios, caso esses sejam criados; e se não forem divididos entre os Municípios, a União será competente para instituir impostos Municipais. 
“O Distrito Federal detém competência cumulativa por excelência”, podendo instituir impostos dos Estados e dos Municípios. O referido texto legal faz referência somente a nomenclatura de “IMPOSTOS”, mas o entendimento majoritário é que tal dispositivo legal se aplica a todos os TRIBUTOS. 
5 – EXTRAORDINÁRIA – O referido IMPOSTO poderá ser instituído mediante situações específicas, como : GUERRA EXTERNA, CALAMIDADE PÚBLICA E INVESTIMENTO DE RELEVANTE INTERESSE NACIONAL. Instituído através de lei ordinária e permissível “por exceção” quanto às hipóteses de BITRIBUTAÇÃO E BIS IN IDEM. 
A distinção quanto a esses dois institutos em regra, inconstitucionais, se definirá a seguir:
 
BITRIBUTAÇÃO – Se dá quando dois ou mais entes políticos instituem dois ou mais tributos ao mesmo contribuinte e diante do mesmo fato gerador. 
Ex: cobrança de IEG união e ICMS estadual, incidindo sobre o mesmo contribuinte e diante do mesmo fato gerador. O fato gerador em questão se dá pela aquisição da “disponibilidade financeira”. Dúvida quanto ao F.G
BIS IN IDEM - Se dá quando o mesmo ente político institui dois ou mais tributos ao mesmo contribuinte e diante do mesmofato gerador. 
Ex: cobrança de IEG união e I.R união, pelo mesmo ente ao mesmo contribuinte e diante do mesmo fato gerador. “O fato gerador em questão se dá pela aquisição da disponibilidade financeira”.
CTN - Lei nº 5.172 de 25 de Outubro de 1966
Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo FATO GERADOR da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Obs. Tal artigo denota as hipóteses tributárias como: impostos, contribuição de melhoria e taxas, TRIBUTOS VINCULADOS. 
Entretanto, “as contribuições sociais e o empréstimo compulsório” terão que ser analisados a partir da DESTINAÇÃO DA ARRECADAÇÃO DE TAL TRIBUTO para que possa se especificar com exatidão a sua natureza. 
 
NATUREZA DOS TRIBUTOS 	
IMPOSTOS – É uma espécie de TRIBUTO NÃO VINCULADO, sem fim especifico. É uma obrigação imposta, que ADVÉM DA SITUAÇÃO DE VIDA DO CONTRIBUINTE RELACIONADA AO SEU PATRIMÔNIO. Fato gerador
“Incidem a partir do momento em que o cidadão pratica O FATO GERADOR ESTABELECIDO EM LEI, passando a ser obrigatoriamente contribuinte”.
Obs. O TRIBUTO NÃO VINCULADO é o qual o contribuinte compulsoriamente paga e sua receita derivada será utilizada de forma generalizada, conforme a vontade dos entes que os arrecadam.
 
Ex: IPVA estadual - (F.G) – Possuir veículo automotor. 
Logo, se uma pessoa tiver a propriedade de tal veículo, será obrigatoriamente contribuinte de tal imposto. 
TAXAS – É uma espécie de TRIBUTO VINCULADO, atende a certa finalidade especifica, não beneficiando toda a coletividade. Tem como FATO GERADOR o exercício regulador do PODER DE POLICIA, ou a utilização, efetiva e potencial, de SERVIÇO PÚBLICO ESPECÍFICO E DIVISÍVEL, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição. 
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA – É uma espécie de TRIBUTO VINCULADO. É devido sempre que ocorrer a VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA decorrente de “OBRA PÚBLICA”. Fato gerador
Obs: O TRIBUTO VINCULADO é aquele que é exigível por conta de uma contraprestação específica. Ou seja, “um serviço que já foi determinado”, tal tributo será destinado apenas a tal atividade. 
Exemplos: taxa de vigilância sanitária; taxa de licenciamento de veículo; taxa de emissão de CNH; taxa de lixo; contribuição decorrente de valorização imobiliária pós-obra pública. 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO UNIÃO - É uma espécie de TRIBUTO ESPECIAL VINCULADO, instituído através de lei complementar, que tem como FATO GERADOR causas excepcionais, como: “guerra externa, calamidade pública ou investimento público de caráter relevante”. Conclui-se que este é vinculado por conta de ter seus recursos vinculados a despesa que fundamentou sua instituição. 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS – É uma espécie de TRIBUTO MISTO vinculado, pois tem DESTINAÇÃO ESPECIFICA A “MAIS DE UM FIM”. Tem fins sociais, interventivos e corporativos. 
Exemplos: CPMF – contribuição que tinha como destinação a manutenção da saúde pública e CIP – contribuição de iluminação pública. 
Obs. A regra de competência das C.E é da UNIÃO. Entretanto, há exceções, entre as quais: A CIP – que pode ser instituída pelos Municípios e DF; além da RPPS – Regime próprio de previdência social, a qual é de “COMPETÊNCIA COMUM”, regime próprio de cada ente federativo, e poderá ser instituída pelos Estados e Municípios. 
Segunda Obs. Caso o servidor se enquadre no regime RGPS - Regime geral de previdência social (AUTARQUIA FEDERAL - INSS ), a qual é de “COMPETÊNCIA PRIVATIVA”, será instituída somente pela UNIÃO.

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