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Aula 02 - Teoria do Crime pt.1 - Curso Estágio MPMG

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Conceito de Crime: 
Teoria Finalista 
Crime é um fato típico e ilícito praticado por um agente culpável. 
1. FATO TÍPICO: I) Conduta; II) Resultado; III) Nexo Causal e; IV) Tipicidade. 
 Conduta: Pelo conceito da teoria Finalista, é o comportamento humano, 
consciente e voluntário, dirigido a um fim. 
Não há crime sem conduta, pois o Direito Penal, ao contrário do Sugerido por Vincenzo, 
não aceita crimes de mera suspeita. 
É composta por dois elementos: I) Um ato de vontade, dirigido a um fim e; II) 
Manifestação da vontade no mundo exterior, por meio de uma ação ou omissão 
dominada ou dominável pela vontade. 
 Formas de Conduta: 
Pode ser por ação: Consiste em um movimento corporal exterior. Um fazer 
Pode ser por Omissão: Não se constitui em um mero comportamento estático. É, sim, a 
conduta de não fazer aquilo que podia e devia ser feito. 
 Exclusão da Conduta: 
 Caso fortuito e força maior 
 Atos ou movimentos reflexos 
 Coação Física Irresistível/Vis absoluta 
 Sonambulismo e Hipnose 
RESULTADO 
 Conceito: é a consequência provocada pela conduta do agente. 
 Jurídico ou Normativo: é a lesão ou exposição a perigo de lesão do bem 
jurídico protegido pela lei penal. É a violação à lei. Está presente em todos os 
crimes. 
 Naturalístico: É a modificação do mundo exterior provocada pela conduta do 
agente. 
Existe crime sem resultado? Depende. Existe crime sem resultado Naturalístico, mas 
não existe crime sem resultado material. 
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE OU NEXO CAUSAL 
 Conceito: é o vinculo formado entre a conduta praticada por seu autor e o 
resultado por ele praticado. 
 Concausas: 
 
 Dependentes e Independes 
1. Dependentes: é a que precisa da conduta do agente para provocar o resultado, 
ou seja, não é capaz de produzi-lo por si só, razão pela qual não exclui a 
relação de causalidade. 
2. Independentes: Por sua vez, é aquele capaz de produzir por si só o resultado. 
Pode ser absoluta ou relativa a depender da sua origem. 
 Causas Absolutamente Independentes: são aquelas que não se originam da 
conduta do agente, isso é, são absolutamente desvinculadas da ação ou omissão 
ilícita. E, por serem independentes, produzem por si sós o resultado naturalístico. 
Será imputado ao agente somente os atos já praticados. 
 Causas relativamente Independentes: Originam-se da própria conduta 
efetuada pelo agente. Preexistentes e Concomitantes, o agente responde pelo 
resultado. Nas relativamente independentes supervenientes, que por si só 
produzem o resultado, exclui a imputação do resultado, mas o agente responde 
pelos atos já praticados. 
 Relevância da Omissão 
 Segundo art.13 do CP, a omissão é penalmente relevante quando o agente podia 
e devia agir para evitar o resultado, tendo em vista a adoção da teoria normativa, as 
causas de omissão devem estar previstas em lei, sendo elas: 
 Tenha por lei obrigação de cuidado proteção ou vigilância 
 De outra forma assumiu a responsabilidade de impedir o resultado 
 Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado 
TIPICIDADE 
 Formal: é o mero juízo de subsunção entre a conduta praticada pelo agente no 
mundo real e o modelo descrito pelo tipo penal. 
 Material: é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Tem relação com 
o princípio da ofensividade. 
 
 
3. ILICITUDE: 
 
Conceito: é o caráter ilícito da conduta criminosa. 
 
Excludentes de Ilicitude ( L. E. E. E ): 
 
Legítima Defesa: Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a 
direito seu ou de outrem. 
 
Considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que 
repele agressão ou risco de agressão à vítima mantida refém durante a prática de 
crimes. 
 Legítima Defesa Putativa: É aquela que ocorre apenas na mente do agente, 
que pensa estar em situação em que, se de fato existesse, tornaria legítima a ação. 
Exemplo: Um indíviduo previamente jurado de morte pelo seu desafeto, ao entrar em um 
beco escuro, tarde da noite, vê o mesmo desafeto vindo em sua direção, no momento 
em que o agente vê se desafeto levando as maõs às costas, o indíviduo saca uma arma 
e dispara tiros contra o seu desafeto, posteriormente descobre que o seu desafeto tinha 
sido acometido de uma cegueira e nem se quer o tinha visto. 
 
Estado de Necessidade: Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem 
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia 
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era 
razoável exigir-se. 
Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar 
o perigo. 
Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena 
poderá ser reduzida de um a dois terços. 
Estrito Cumprimento do Dever Legal: Por vezes, a própria lei obriga um agente 
público a realizar condutas, dando-lhe poder até de praticar fatos típicos para executar o 
ato legal. Para que o cumprimento do dever legal exclua a ilicitude da conduta, é preciso 
que obedeça aos seguintes requisitos: 
 Existência prévia de um dever legal; 
 atitude pautada pelos estritos limites do dever; 
 conduta, como regra, de agente público e, excepcionalmente, de particular. 
Exercício Regular de Direito: Todo aquele que exerce um direito assegurado por lei 
não pratica ato ilícito. Quando o ordenamento jurídico, por meio de qualquer de seus 
ramos, autoriza determinada conduta, sua licitude reflete-se na seara penal, 
configurando excludente de ilicitude: exercício regular de um direito (CP, art. 23, III). 
EM TODOS OS CASOS, SEJA QUALQUER UMA DAS EXCLUDENTES DE 
ILICITUDE, O AGENTE RESPONDERÁ PELO EXCESSO DOLOSO OU CULPOSO.

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