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Enterobius vermicularis

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Parasitologia – Laís Nunes [3º semestre] 
 
 
Enterobius Vermicularis 
 
Introdução 
 A enterobíase, também conhecida como oxiuríase é 
uma enfermidade parasitária causada pelo 
nematoide Enterobius vermicularis; 
 É comum em crianças na faixa etária de 5 a 10 anos; 
 O ser humano é o único hospedeiro natural; a 
infecção pelo patógeno ocorre em todas as classes 
socioeconômicas; 
 Alta incidência em países de clima temperado; 
 É um parasito monóxeno; 
 Habita o lúmen intestinal humano, e a infecção, 
quando sintomática, é responsável por causar 
prurido anal de caráter intenso e produzir 
complicações locais e/ou em sítios ectópicos; 
 Dimorfismo sexual (se diferenciam um do outro). 
 
Taxonomia 
 Domínio: Eukaryota 
 Filo: Nematoda 
 Classe: Secernentea 
 Ordem: Ascaridida 
 Família: Oxyuridae 
 Gênero: Enterobius 
 Espécie: Enterobius vermicularis 
 
Morfologia 
 São encontrados aderidos à mucosa ou livre e 
comumente na região cecal, no íleo e no cólon; 
alimentam-se de microrganismos e materiais 
existentes nestes locais; 
 Em mulheres pode-se encontrar esse parasito na 
vagina, útero e bexiga; 
 São cilindros de coloração branca; os adultos, 
apresentam na extremidade anterior, lateralmente a 
boca, uma dilatação da cutícula, formando duas 
expansões (asas cervicais) 
 Os machos medem de 2-5 mm, possui a parte 
posterior enrolada terminando em ponta romba, com 
espiculo (órgão de copula) presente; seu aparelho 
genital é composto por somente um testículo, um 
canal deferente e um canal ejaculador; 
 As fêmeas são maiores que os machos medem de 
8-12 mm, são fusiformes, região posterior do corpo 
retilínea ou ligeiramente encurvada; possuem dois 
úteros, dois ovários biformes (vão se unir em uma 
vagina) que se abrem na porção média anterior da 
vulva, e um oviduto; 
 O intestino retilíneo da fêmea abre-se para o 
exterior por meio do orifício anal, que se localiza em 
sua cauda de forma alongada. 
Macho (cima) e 
Fêmea (baixo) 
 
 
 
Ovos 
 São incolores ovoides; mede cerda de 50 cm de 
comprimento; 
 Apresenta o aspecto de um D, pois um dos lados é 
sensivelmente achatado e o outro é convexo; 
 Quando sai da fêmea, já apresenta em seu interior 
uma larva; O ovo torna-se infectante poucas horas 
após a postura. 
 Possui membrana dupla, lisa e transparente e casca 
tripla; 
 Externa: albuminosa, conferindo adesão à 
mucosa do hospedeiro 
 Intermediária: quitinosa 
 Interna: lipoide 
 Pode resistir até 3 semanas em ambiente doméstico; 
 A fêmea gravida é chamada de “saco de ovos”; 
 Após o acasalamento os machos são liberados nas 
fezes e as fêmeas se deslocam para o reto do 
hospedeiro, principalmente no período noturno 
(devido à temperatura mais baixa, nesse local, 
durante a noite) e lança seus ovos na região perianal. 
 Parasitologia – Laís Nunes [3º semestre] 
 
 
 
Transmissão 
 Os mecanismos de transmissão que podem ocorrer 
são: 
 Heteroinfecção: quando ovos presentes na 
poeira ou alimentos atingem novo hospedeiro; 
 Indireta: quando ovos presentes na poeira ou 
alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os 
eliminou; 
 Autoinfecção externa ou direta: o indivíduo 
leva os ovos da região perianal à boca. É o 
principal mecanismo responsável pela 
cronicidade dessa verminose; 
 Autoinfecção interna: as larvas eclodem 
ainda dentro do reto e depois migram até o 
ceco, se transformando em vermes adultos 
 Reinfecção: as larvas eclodem na região; 
perianal (externamente), penetram pelo ânus e 
migram pelo intestino grosso chegando até o 
ceco, onde se transformam em vermes 
adultos. 
 
Ciclo biológico 
 Seu ciclo é monogênico, ou seja, possui um único 
hospedeiro; 
 Os ovos já embrionados, adquiridos após a 
deglutição, eclodem (L1 rabtóide) no intestino 
delgado; tornam-se infectantes em poucas horas; 
 No intestino grosso, especificamente no ceco, as 
larvas se transformam em adultas (fazem duas 
mudas no trajeto intestino – ceco); 
 As fêmeas migram para o cólon e o reto, saindo pelo 
esfíncter anal, depositando ovos na região anal e 
perianal; os machos morrem logo após a cópula, 
sendo eliminados nas fezes; 
 As fêmeas não fazem ‘’ovipostura’’, os mesmos 
seriam eliminados devido a algum traumatismo ou 
dessecamento; 
 As larvas migram pela mucosa intestinal até o ceco e 
o intestino grosso, onde atingem a maturidade 
 O período pré-patente dura entre 1 – 2 meses, 
provocando poucas lesões significativas na mucosa; 
na região perianal e períneo, pode haver laceração 
da pele, com hemorragia, dermatite e infecções 
secundárias, podendo manifestar-se como uretrite e 
vaginite em localizações ectópicas; 
 
 
Ação 
 Ação mecânica e irritativa: pode levar a enterite 
(inflamação no ceco), apendicite, vaginite (colpite), 
proctite (inflamação no reto) e diarreia; 
 
Imunologia 
 A eosinofilia, deve-se à resposta imunológica Th2 
provocada, na qual a interleucina-4 (IL-4) e a 
interleucina-5 (IL-5) são produzidas, estimulando 
também a produção de imunoglobulina E (IgE) pelos 
linfócitos B; 
 
Patologia 
 Os parasitos aderem à mucosa intestinal, causando 
um leve processo inflamatório, do tipo catarral, com 
possíveis pontos hemorrágicos; A infecção 
normalmente gera uma resposta imunológica 
complexa e múltipla, apesar de a maioria dos 
humanos ter um sistema imunológico capaz de 
combater a infecção, porém quando ocorre, pode 
provocar eosinofilia; 
 
 
Epidemiologia 
 Alta prevalência em crianças em idade escolar; 
 A transmissão é doméstica e também de ambientes 
coletivos fechados; 
 Ser humano é o único hospedeiro; 
 Ovos são facilmente dispersos, tornam-se 
infectantes muito rapidamente e podem resistir até 
3 semanas em poeira. 
 Parasitologia – Laís Nunes [3º semestre] 
 
 
Aspectos clínico 
 A infecção costuma ser assintomática; 
 Quando apresenta os sintomas, o mais comum é o 
prurido na região perianal com periodicidade 
regular, que pode se tornar muito intenso, 
principalmente durante a noite, ocasionando na 
dificuldade de dormir devido a migração dos 
parasitos fêmeas; 
 Irritação na região anal com proctite e 
vulvovaginite, pelo deslocamento das larvas para a 
região genital feminina, o que ocasiona prurido 
vulvar, desconforto vaginal e granulomas no útero, 
nos ovários e nas tubas uterinas. Pode ocorrer 
corrimento vaginal com características semelhantes 
a nata, além de os lábios se apresentarem 
eritematosos e edemaciados; 
 A região anal pode estar recoberta de muco, pelo 
processo inflamatório provocado, às vezes 
sanguinolento, causando pontos hemorrágicos 
também no reto; 
 O parasito pode ser responsável pela ocorrência de 
infecção do sistema urinário, pela condução para a 
região genital; 
 Pode ocorrer colite crônica, a qual causa fezes 
amolecidas ou diarreicas, emagrecimento e 
alterações do apetite; 
 Pode ocorrer também distúrbios do apêndice 
(apendicite e cólicas apendiculares) 
 
Diagnóstico 
 O diagnóstico é clínico, para a maioria dos casos, 
considerando o prurido anal como principal 
manifestação da enfermidade (quando esta é 
sintomática); 
 O diagnóstico laboratorial pode ser realizado pelo 
método da fita transparente, ou celofane, conhecido 
também como método de Graham; 
 O método de Graham deve ser realizado durante a 
manhã, antes da higiene na região anal. Quando 
presentes, os ovos irão aderir-se à fita gomada, logo 
depois a fita será preparada em uma lâmina para 
análise microscópica; 
 Além da abordagem laboratorial, pode também 
realizar: a inspeção (1) do introito anal, a fim de 
identificar os vermes móveis (as fêmeas são finas e 
brancas, semelhantes a pedaços de fios de algodão), 
ou a (2) das roupas íntimas e de cama, nas quais os 
helmintos móveis às vezes são visíveis. 
 
Tratamento 
 Pamoato de pirvínio: 5 a 10 mg/kg, VO, dose única 
 Pamoatode pirantel: 10 mg/kg (máximo 1 g), VO, 
dose única; repetir o esquema terapêutico em 2 
semanas 
 Mebendazol: 100 mg, VO, 2 vezes/dia, durante 3 
dias; repetir o esquema terapêutico em 2 semanas 
 Albendazol: 10 mg/kg, VO, dose única; repetir o 
esquema terapêutico em 2 semanas 
 
Profilaxia e prevenção 
 Adotar a prática de banhar-se, diariamente, no 
período da manhã; 
 Mudar e lavar, frequentemente, as roupas de cama e 
as roupas de uso pessoal (mormente as roupas 
íntimas); 
 Promover o arejamento dos locais; 
 Higienizar as mãos, pelo menos, antes e após as 
refeições ou após utilizar o banheiro; 
 Manter as unhas curtas e limpas; 
Evitar coçar a região perianal (em crianças, colocar 
roupas que dificultem a ação); 
 Promover tratamento das pessoas que convivem em 
mesmo domicílio ou instituição 
 Promover a educação em saúde; 
 Limpar o ambiente sem varrer, se possível utilizando 
aspiradores de pó.

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