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1 2 Operadores ortogonais e operadores simétricos Def. 2.1 Um operador linear em V é um operador ortogonal se preserva norma, isto é, se |Tv| = |v|, ∀v ∈ V. Theorem 2.2 Dado um operador linear T : V → V , as seguintes proposições são equivalentes: (a) T é ortogonal; (b) T preserva produto interno, ou seja, < Tu, Tv >=< u, v >, ∀u, v ∈ V ; (c) a matriz de T em relação a qualquer base ortonormal de V é uma matriz ortogonal; ou seja, se β é uma base ortonormal de V e A = [T ]ββ, então AA t = AtA = I. De acordo com o Teorema anterior, para saber se T é um operador linear em V , basta obter a matriz de T em relação a uma base ortonormal qualquer de V e verificar se essa matriz é ortogonal. No caso em que V = Rn, em geral é mais simples obter a matriz do operador em relação à base canônica de Rn (ver próximo exemplo). OBS 2.3 Uma matriz de ordem n× n é uma matriz ortogonal se e somente se suas linhas (ou suas colunas) formam uma base ortonormal de Rn. Exemplo 2.4 A aplicação T (x, y) = (x 2 − √ 3 2 y, √ 3 2 x− y 2 ) é um operador ortogonal em R2. De fato, escolhendo como β a base canônica de R2 e chamando de A a matriz de T na base β, temos A = ( 1 2 −√3 2√ 3 2 1 2 ) . Logo, usando a Observação 2.3, vemos que A é uma matriz ortogonal, logo, pelo Teorema 2.2, T é um operador ortogonal. Def. 2.5 Um operador linear em V é um operador auto-adjunto ou simétrico se < Tu, v >=< u, Tv >, ∀u, v ∈ V. Do modo semelhante ao que ocorre para operadores ortogonais, também para verificar se um operador é simétrico, em geral analisamos a matriz do operador, com base no resultado a seguir. Theorem 2.6 Um operador linear T : V → V é simétrico se e somente se a matriz de T em relação a qualquer base ortonormal de V é uma matriz simétrica; ou seja, se β é uma base ortonormal de V e A = [T ]ββ, então A = A t. Exemplo 2.7 A aplicação T (x, y) = (2x − y,−x + πy) é um operador simétrico em R2. De fato, escolhendo mais uma vez a base canônica de R2, a matriz de T nessa base é ( 2 −1 −1 π ) , que é uma matriz simétrica. Logo, de acordo com o Teorema 2.6, T é um operador simétrico. OBS 2.8 Ainda sobre o Teorema 2.6, se β não for uma base ortonormal, então não se pode garantir que o operador é simétrico. Por exemplo, considere em R2 o operador T (x, y) = (x − 2y,−y) e β = {(1, 0), (1, 1)}. Como T (1, 0) = (1, 0) e T (1, 1) = (−1,−1), então [T ]ββ = ( 1 0 0 −1 ) é uma matriz simétrica. No entanto, o operador T não é simétrico. Basta ver, por exemplo, que < T (1, 0), (0, 1) >=< (1, 0), (0, 1) >= 0 e < (1, 0), T (0, 1) >=< (1, 0), (−2,−1) >= −2.
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