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jusbrasil.com.br
4 de Março de 2018
O surgimento da bioética no Brasil
INTRODUÇÃO
Em meio à sociedade moderna em que vivemos surge uma vasta gama de produtos
devido ao grande desenvolvimento científico e tecnológico, o que aumenta, cada
vez mais, a sede das pessoas por consumo. Junto com esse contexto aparece a
biociência, que traz consigo a biotecnologia. Esta por sua vez, tende a trazer
melhorias para o modo de vida atual com suas grandes invenções, uma vez que
costumes e pensamentos da população giram em torno do ponto central da
tentativa de melhoria e extensão da vida. Assim, o uso de organismos vivos ou
parte deles, em relação ao desenvolvimento da biotecnologia, divide fortemente as
opiniões. Assim, surge a bioética que mede até que ponto deve-se aproveitar esse
tipo de matéria-prima em produtos industriais e científicos.
A Bioética começou a surgir no Brasil em meados da década de 90 como um novo
campo de conhecimento, além de se desenvolver, consideravelmente, como uma
corrente de pensamento. Possui uma abordagem religiosa, muito associada com a
moral, porém esta não é a única. Ela pode ser global na medida em que inclui
tomadas de decisões por parte de profissionais da saúde, do paciente e da família,
construindo-se, então, uma relação médico-paciente.
Apesar de estar em constante mudança e evolução, assim como a sociedade em um
todo, a bioética visa garantir o respeito, conservação e valorização da dignidade da
pessoa humana.
Em razão disto, este artigo irá buscar compreender os motivos de sua criação, de
modo que seu desenvolvimento acelerado explique a sua importância na época a
qual foi criada, bem como nos dias de hoje.
1. SURGIMENTO
1.1 SURGIMENTO NO MUNDO
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A bioética surgiu pela primeira vez em 1927, quando Fritz Jahr utilizou, pela
primeira vez, a palavra “bioética” (bio+ethik) publicando um artigo em em
periódico alemão chamado “Kosmos”. Fritz deu o conceito desta palavra como
sendo o reconhecimento de obrigações éticas, não apenas com relação ao ser
humana, mas para com todos os seres vivos.[1] No fim de seu artigo, Fritz propõe
um “interativo bioético”: respeita todo ser vivo essencialmente como um fim em si
mesmo e trata-o, se possível, como tal. Esse texto foi encontrado por Rolf Löther,
da Universidade de Humboldt, de Berlim, e divulgado por Eve Marie Engel, da
Universidade de Tübingen, Alemanha[2], o que antecipou o surgimento deste
termo em 47 anos.
Antes do artigo supracitado ser encontrado por Rolf Löther, quem recebia o título
de criador do termo bioética era à Van Rensselaer Potter, quando, em 1970,
publicou um artigo, o qual caracteriza-a como a ciência da sobrevivência. Ele
qualificou a bioética como sendo Ponte[3], na acepção de estabelecer uma interface
entre as ciências e as humanidades que garantiria a possibilidade do futuro.
“Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar os dois componentes
mais importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão
desesperadamente necessária: conhecimento biológico e valores humanos.”.
(Potter V. R., Bioethics. Bridge to the future. 1971).
Ao mesmo tempo, em 1970 nos Estados Unidos, a bioética surgiu quando André
Hellegers, ao criar o Instituto Kennedy de Ética, utilizou este termo para
denominar novos estudos que vinham sendo propostos na área de reprodução
humana.
Com o objetivo de ampliar, e não restringir, no fim de 1980, Potter, quis
reestabelecer o foco original de bioética, assim incluiu discussões e reflexões sobre
questões de medicina e saúde, aplicando-as aos novos desafios ambientais. Dessa
forma, enfatizou a característica interdisciplinar e abrangente deste termo,
denominando-a de global.
Em 1988, Potter deu uma nova definição para a bioética, sendo esta a “bioética
profunda”, a qual é “a nova ciência ética”, que combina com humildade,
responsabilidade e competência interdisciplinar, intercultural, que potencializa o
senso de humanidade.
“Bioética é uma nova ciência ética que combina humildade, responsabilidade e
uma competência interdisciplinar, intercultural e que potencializa o senso de
humanidade”. (Potter V. R., 1998).
1.2 SURGIMENTO NO BRASIL
A bioética surgiu no Brasil em meados da década de 1990. Assim, em 1995 foi
criada a Sociedade Brasileira de Bioética, bem como cursos de pós-graduação. Essa
criação e esta implantação foram os fatores determinantes para agregar a esse
campo de estudos profissionais, diferentes áreas do conhecimento.
Anteriormente à criação da Sociedade Brasileira de Bioética, porém no mesmo
período, o Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou o primeiro periódico na
área.
A bioética no Brasil é tratada no Brasil em diversos assuntos, contudo tem como os
principais temas abordados relacionados com termo: Aborto; Clonagem;
Eutanásia; Ética médica; Transgênicos; Células tronco; Consentimento informado.
2. PRINCÍPIOS
2.1 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA BIOÉTICA
Esses princípios foram propostos primeiro no Relatório Belmont (1978) para
orientar as pesquisas com seres humanos e, em 1979, Beauchamps e Childress, em
sua obra “Principles of biomedical ethics”, estenderam a utilização deles para a
prática médica, ou seja, para todos aqueles que se ocupam da saúde das pessoas.
Esses princípios fundamentais da bioética foram consolidados em outubro de
2005, na Conferência Geral da UNESCO, a qual adotou a Declaração Universal
sobre Bioética e Direitos Humanos. Esta visa definir e promover um quadro ético
normativo comum que possa a ser utilizado para a formulação e implementação de
legislações nacionais.
Estes princípios são também conhecidos por “mantra da bioética” e funcionam
como guias de ação normativa, não são absolutos e dependem do contexto no qual
transcorrem os conflitos. Além disso, servem para assegurar a dignidade da pessoa
humana (art. 1º, III, CF) e o direito à vida (art. 5º, CF, c/c art. 2º, CC), por
exemplo. Devem ser considerados na ordem em que serão apresentados, pois
existe uma hierarquia entre eles. Isso significa que, diante de um processo de
decisão, deve primeiro lembrar o fundamento (o reconhecimento do valor da
pessoa); em seguida, buscar fazer o bem para aquela pessoa e, então depois
respeitar suas escolhas (autonomia); e, por fim, deve haver justiça.
São eles:
2.1.1. BENEFICIÊNCIA/NÃO MALEFICIÊNCIA
Beneficência significa “fazer o bem”, e não maleficência significa “evitar o mal”.
Assim, toda vez que o profissional propuser um tratamento a um paciente, ele
deverá reconhecer a dignidade do paciente e considerá-lo em sua totalidade (todas
as dimensões do ser humano devem ser consideradas: física, psicológica, social,
espiritual), visando oferecer o melhor tratamento ao seu paciente, tanto no que diz
respeito à técnica quanto no que se refere ao reconhecimento das necessidades
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731879/inciso-iii-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731219/artigo-2-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
físicas, psicológicas ou sociais do paciente. Um profissional deve, acima de tudo,
desejar o melhor para o seu paciente, para restabelecer sua saúde, para prevenir
um agravo, ou para promove-la.
2.1.2. AUTONOMIA
De acordo com esse princípio, as pessoas têm“liberdade de decisão” sobre sua
vida. A autonomia é a capacidade de autodeterminação de uma pessoa, ou seja, o
quanto ela pode gerenciar sua própria vontade, livre da influência de outras
pessoas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi adotada pela Assembleia
Geral das Nações Unidas (1948), manifesta logo no seu início que as pessoas são
livres. Para que o respeito pela autonomia das pessoas seja possível, são
necessárias duas condições fundamentais: a liberdade e a informação. Isso
significa que, em um primeiro momento, a pessoa deve ser livre para decidir. Para
isso, ela deve estar livre de pressões externas, pois qualquer tipo de pressão ou
subordinação dificulta a expressão da autonomia. Quando a pessoa tiver
dificuldade de expressar sua liberdade, ela terá sua autonomia limitada.
Para garantir o respeito da autonomia das pessoas, o profissional deverá explicar
qual será́ a proposta de tratamento. Além disso, é preciso ter certeza de que o
paciente entendeu as informações que recebeu. Por isso, considera-se que a
informação não se encerra com as explicações do profissional, mas com a
compreensão, assimilação das informações pelos pacientes, desde que sejam
retomadas ao longo do tratamento.
2.1.3. JUSTIÇA
Refere-se à igualdade de tratamento e à justa distribuição das verbas do Estado
para a saúde, a pesquisa etc. O conceito de equidade que representa dar a cada
pessoa o que lhe é devido segundo suas necessidades, ou seja, incorpora-se a ideia
de que as pessoas são diferentes e que, portanto, também são diferentes as suas
necessidades, esta inserido neste.
Assim, é preciso respeitar com imparcialidade o direito de cada um.
CONCLUSÃO
É certo que o progresso intelectual avança com mais rapidez do que o processo
moral (ético). Porém, hoje em dia a bioética ampliou a sua abrangência, gerando
interesses instituições, bem como entidades governamentais. Em razão disto,
ganha uma aceitação em escala global, em parte como uma tentativa de apresentar
sinais de como lidar com os novos problemas éticos que o mundo técnico-científico
levanta ao interferir vida de todos. É possível perceber, com criações de Comissões
Nacionais de Bioética, centros de estudos, publicações na área e os congressos
realizados ou projetados são uma evidência desta amplitude.
Observa-se que a bioética tem como principais objetivos o respeito e a conservação
da dignidade da pessoa humana. Ela compreende o estudo das dimensões morais
das ciência da vida, utilizando diversas metodologias éticas em contexto mais
amplo.
No Brasil, apesar de ser mais recente do que Alemanha ou Estados Unidos, por
exemplo, já possuímos inúmeras iniciativas e estudos sobre este tema. Prova disso,
são os próprios estudos que vão de encontro aos problemas do mundo
contemporâneo, ou seja, da ciência e da vida, do pedagógico ao jurídico, do
biológico ao social.
Outrossim, surge sob vários paradigmas, que tratam das questões primordiais
ligadas ao início da vida, do desenvolvimento da pessoa, como por exemplo,
aborto, eutanásia, doação de órgãos, bem como temas relacionados com a
engenharia genética, ecologia, saúde, etc.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sites:
GOLDIM, José Roberto. “BIOÉTICA: ORIGENS E COMPLEXIDADE”. Disponível
em: http://www.ufrgs.br/bioetica/complex.pdf. Acesso em: 05/10/2015.
SCHRAMM, Fermin Roland; BRAZ, Marlene. “Introdução á bioética”. Disponível
em: http://www.ghente.org/bioetica/index.htm. Acesso em: 05/10/2015.
MACHETTO, Patrícia Borba. “A importância da bioética e do biodireito na
sociedade atual”. Disponível em: http://www.ambito-
jurídico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6606.
Acesso em: 05/10/2015.
FACCO, Fernando Alberto; SCHNAIDER, Taylor Brandão; SILVA, José Vitor. “A
BIOÉTICA: HISTÓRICO E PRINCÍPIOS” Disponível em:
http://www.conhecer.org.br/enciclop/2010c/a%20bioetica.pdf.Acesso em:
05/10/2015.
[1] JAHR, Fritz. Bio=Ethik. Eine Umschau über die ethichen Beziehung des
Menchen zu Tier und Pflanze. Kosmos 1927;24:2-4.
http://www.ufrgs.br/bioetica/complex.pdf
http://www.ghente.org/bioetica/index.htm
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6606
http://www.conhecer.org.br/enciclop/2010c/a%20bioetica.pdf.Acesso
 
[2] Engel EM. O desafio das biotécnicas para a ética e a antropologia. Veritas.
2004;50 (2):205-28.
[3] Potter VR. Bioethics: bridge to the future. Englewood Cliffs: Prentice Hall;
1971.
Disponível em: http://tabatasalatta.jusbrasil.com.br/artigos/308025152/o-surgimento-da-bioetica-no-brasil

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