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Seminario_II_REVISÃO_FIBRA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIBRA: CONCEITOS E EFEITOS NA ALIMENTAÇÃO E DESEMPENHO DE 
PEQUENOS RUMINANTES 
 
 
 
 
 
 
 Victor Henneg Campelo de Lima 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macaíba/RN 
Dezembro/2017 
ii 
 
VICTOR HENNEG CAMPELO DE LIMA 
 
 
FIBRA: CONCEITOS E EFEITOS NA ALIMENTAÇÃO E DESEMPENHO DE 
PEQUENOS RUMINANTES 
 
 
Revisão de literatura apresentada ao 
PPGPA/UFRN-UFERSA em cumprimento a 
parte dos requisitos exigidos pela disciplina 
de Seminários II. 
 
 
Comitê de orientação: 
Prof.ª Dr.ª Stela Antas Urbano 
Prof.º Dr. Marcelo de Andrade Ferreira 
Prof.º Dr. Luciano Patto Novaes 
 
 
 
 
 
 
Macaíba - RN 
Dezembro/2017 
 
______________________________ 
O artigo que segue foi redigido segundo as normas vigentes para publicação no periódico “Ciência Rural”.
Ciente e de acordo com o conteúdo deste 
manuscrito. 
 
 
___________________ 
Stela Antas Urbano 
(Orientadora) 
1 
 
Fibra: conceitos e efeitos na alimentação e desempenho de pequenos ruminantes 1 
Victor Henneg Campelo de Lima¹ 2 
¹Mestrando do Programa de Pós-graduação em Produção Animal/ PPGPA-UFRN 3 
Resumo: A capacidade de digerir as frações fibrosas dos alimentos constitui a mais 4 
importante característica evolutiva dos animais ruminantes. A relação simbiótica 5 
estabelecida entre microrganismos e hospedeiro é eficiente em degradar os carboidratos 6 
fibrosos da dieta e prover AGV’s e células microbianas ao animal ruminante em 7 
quantidades que suprem boa parte de seus requerimentos proteicos e energéticos. Além 8 
disso, a manutenção da saúde do rúmen também é mérito do fornecimento dietético de 9 
fibra. No contexto da nutrição de ruminantes, a “fibra” pode ser bem conceituada como 10 
a fração do alimento que não é bem digerida por enzimas de mamíferos e engloba 11 
principalmente, segundo o sistema de detergentes, a celulose, hemicelulose, pectina e 12 
lignina. A degradabilidade da fibra, que é significativamente influenciada pelo grau de 13 
lignificação, tem influência direta sobre o enchimento do rúmen e, consequentemente, 14 
sobre o consumo de matéria seca e desempenho animal. Dessa forma, encontrar a 15 
relação volumoso : concentrado ou, mais especificamente, FDN : CNF que maximize a 16 
digestibilidade da fibra, e o consumo de matéria seca, são metas constante no estudo da 17 
nutrição e produção de ruminantes. Por tanto, o presente trabalho possui o objetivo de 18 
revisar os principais conceitos relacionados à fibra e seus efeitos da alimentação dos 19 
animais, com ênfase em pequenos ruminantes. 20 
Palavras-chave: carboidrato, consumo de FDN, degradabilidade, repleção ruminal. 21 
Fiber: concepts and effects on small ruminant feeding and performance 22 
Abstract: The ability to digest the fibrous fractions of food is the most important 23 
evolutionary feature of ruminant animals. The established symbiotic relationship 24 
between microorganisms and host is efficient in degrading the fibrous carbohydrates of 25 
2 
 
the diet and providing AGVs and microbial cells to the ruminant animal in quantities 26 
that supply a good part of their protein and energy requirements. In addition, 27 
maintaining the health of the rumen is also merit of the dietary supply of fiber. In the 28 
context of ruminant nutrition, "fiber" can be well-regarded as the fraction of food that is 29 
not well digested by mammalian enzymes and mainly comprises, depending on the 30 
detergent system, cellulose, hemicellulose, pectin and lignin. The degradability of the 31 
fiber, which is significantly influenced by the degree of lignification, has a direct 32 
influence on the rumen filler and, consequently, on the dry matter consumption and 33 
animal performance. Thus, to find the voluminous: concentrate ratio or, more 34 
specifically, NDF: CNF that maximizes fiber digestibility, dry matter intake and, 35 
consequently, animal performance is a constant goal in the study of nutrition and 36 
ruminant production. Therefore, the present work aims to review the main concepts 37 
related to fiber and its effects of animal feeding, with emphasis on small ruminants. 38 
Key words: carbohydrate, degradability, NDF consumption, ruminal repletion. 39 
INTRODUÇÃO 40 
A produção de ruminantes compõe umas das mais importantes atividades 41 
agropecuárias difundidas no mundo e, dentre as principais espécies exploradas, se 42 
destacam as bovinas, ovinas, bubalinas e caprinas, principalmente na pecuária de corte e 43 
de leite desenvolvida no Brasil. 44 
 Os ruminantes são animais herbívoros que possuem uma particularidade em 45 
relação a outros da mesma classe: a capacidade de digerir alimentos fibrosos. O 46 
processo de fermentação, que só é possível graças à simbiose estabelecida entre os 47 
microrganismos que colonizam o rúmen e o hospedeiro (OLIVEIRA et al., 2013), 48 
garantiu o sucesso evolutivo da subordem em questão, que mais tarde se traduziria em 49 
eficiência na produção de proteína de origem animal voltada ao consumo humano. 50 
3 
 
A natureza nutritiva dos carboidratos depende da quantidade de açucares em sua 51 
composição, das suas ligações químicas, além de outros fatores de características físico-52 
químicas, podendo ser classificados como carboidratos não fibrosos (CNF) e 53 
carboidratos fibrosos (CF). Os CF estão presentes em maior abundância nas plantas 54 
forrageiras, sendo a principal componente da dieta dos ruminantes, podendo chegar a 55 
70-80% da dieta total desses animais (BERCHIELLI et al., 2001; KOZLOSKI, 2002; 56 
HALL, 2014). 57 
As fibras são importantes no metabolismo energético dos ruminantes por serem 58 
convertidas, via fermentação microbiana, em ácidos graxos voláteis (AGV), 59 
principalmente o acético, propiônico e butírico, os quais podem corresponder de 60 a 60 
80% das necessidades energéticas dos ruminantes (MERTENS, 1997). A importância 61 
de se manter teores mínimos de fibra na dieta dos animais também é essencial para a 62 
conservação e saúde do rúmen, proporcionando um maior crescimento e eficiência dos 63 
microrganismos e consequentemente um maior aproveitamento dos carboidratos 64 
estruturais, que pode ser associado à manutenção do pH e a estimulação dos 65 
movimentos peristálticos do aparelho digestório (OLIVEIRA et al., 2016). 66 
Devido à importância da fibra na alimentação dos ruminantes, e os fatores que 67 
interferem no seu aproveitamento e, consequentemente, na produtividade animal, o 68 
presente trabalho tem o objetivo de revisar os principais conceitos relacionados à fibra e 69 
seus efeitos da alimentação dos animais, com ênfase em pequenos ruminantes. 70 
DESENVOLVIMENTO 71 
Conceitos e Determinação da Fibra 72 
 Fibra, segundo WEISS (1993), pode ser conceituada como sendo o componente 73 
estrutural das plantas (parede celular), a fração menos digestível dos alimentos, a fração 74 
do alimento que não é digerida por enzimas de mamíferos, ou a fração do alimento que 75 
4 
 
promove a ruminação e a saúde do rúmen. Já MERTENS (1997) afirmou que a fibra é 76 
um agregado de compostos e não uma unidade química distinta, conceituação que 77 
retrata a importância de se aplicar um método analítico eficiente em determinar as 78 
características da fibra. 79 
Os métodos para determinação da fibra evoluíram desde EINHOF’S (1806) 80 
citado por VAN SOEST (1965), passando por MEYER & LOGFGREEN (1959), até 81 
chegar ao sistema de detergentes desenvolvido por VAN SOEST (1967) e VAN SOEST 82 
& WINE (1967). Neste modelo analítico a fibra é dividida em fração solúvel e 83 
insolúvel, onde a fração solúvel é constituída pela porção totalmente ou parcialmente 84 
disponível e a fração insolúvel pelas porções de lenta disponibilidade ou até mesmo de 85 
disponibilidade incompleta. A fibraem detergente neutro (FDN) acaba isolando a 86 
celulose, hemicelulose e a lignina, com alguma contaminação de proteína e cinzas, 87 
posteriormente a fibra em detergente ácido (FDA) solubiliza a hemicelulose, isolando a 88 
celulose e a lignina. A celulose e a lignina restantes podem ser mensuradas através da 89 
oxidação do FDA com permanganato de potássio e queima do resíduo na mufla (VAN 90 
SOEST & WINE, 1967). 91 
A determinação da fibra por meio dos detergentes foi rapidamente aceita pelos 92 
pesquisadores. Porém, foram constatados que para algumas categorias de alimentos, 93 
principalmente os ricos em amido, a metodologia de determinação de FDN e FDA 94 
apresentava baixa eficácia, o que gerou algumas modificações de acordo com o tipo de 95 
alimento avaliado, como por exemplo, o tratamento com alfa amilase para os alimentos 96 
ricos em amido (VAN SOEST et al., 1991). 97 
Dos métodos analíticos utilizados para quantificar a fibra (FDN, FDA, FB), 98 
apenas a FDN mensura os três maiores componentes indigestíveis ou incompletamente 99 
digestíveis das plantas: hemicelulose, celulose e lignina (MERTENS, 1997). Por este 100 
5 
 
motivo, a FDN vem sendo utilizada para caracterizar os alimentos (VAN SOEST, 1994) 101 
e estabelecer limites de inclusão de ingredientes nas dietas de ruminantes (MERTENS, 102 
1994). 103 
Carboidratos fibrosos 104 
De maneira geral, os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na 105 
natureza e têm função estrutural ou energética, quimicamente são classificados como 106 
poli-hidroxicetonas (cetoses) ou poli-hidroxialdeídos (aldoses). Constituídos por 107 
monômeros, os hidratos de carbono, possuem ligações covalentes, denominadas 108 
glicosídicas do tipo alfa ou beta, e podem ser classificados em monossacarídeos, 109 
dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos (NELSON & COX, 2002; HALL, 110 
2014; OLIVEIRA et al., 2016). 111 
A fibra normalmente constitui a parede celular dos vegetais e os principais 112 
polímeros que a compõe são: celulose, hemicelulose, lignina, proteínas, minerais e 113 
outros compostos minoritários. Nos animais monogástricos há pouca ou nenhuma 114 
digestibilidade de tais componentes, mas os ruminantes, se valendo da relação 115 
simbiótica microrganismos-hospedeiro, aproveitam boa parte da celulose e 116 
hemicelulose contida nos alimentos (OLIVEIRA et al., 2016). 117 
A celulose é um polissacarídeo constituído por unidades de glicose, ligadas entre 118 
si por ligações glicosídicas β-1,4, que formam longas cadeias lineares com alto grau de 119 
polimerização (8000 a 15000 unidades) e elevado peso molecular. Além disso, os 120 
polímeros de celulose estão distribuídos paralelamente entre si, formando camadas de 121 
cobertura da célula vegetal. Esta disposição confere maior resistência à célula e dificulta 122 
a degradação em nível de rúmen por obstruir o ataque dos microrganismos, fazendo 123 
com que a celulose tenha degradação lenta e parcial e ocupe espaço no trato 124 
6 
 
gastrointestinal dos animais (GIGER-REVERDIN, 1995; CABRAL et al., 2002; 125 
CAMPOS et al., 2002; KOZLOSKI, 2002; CARVALHO & PIRES, 2008). 126 
Já as hemiceluloses, que são constituídas por polissacarídeos com grau de 127 
polimerização inferior ao da celulose (50 a 250) (VAN SOEST, 1994), podem ser 128 
classificadas em xilanas, â-glicanas, xiloglicanas e as mananas, contribuindo com 129 
aproximadamente 20-25% dos constituintes da parede celular da planta. As xiloglicanas 130 
se ligam à celulose, à pectina e à lignina por meio de pontes de hidrogênio, formando 131 
ligações cruzadas que dão estabilidade à parede celular (PAIVA et al., 2009; 132 
WAKABAYASHI, 2000). Comparada à celulose, as hemiceluloses possuem menor 133 
resistência à degradação ruminal, principalmente devido à disposição cruzada das 134 
ligações dos polímeros que formam a celulose (OLIVEIRA et al., 2016). Contudo, é 135 
importante destacar que em células maduras, as hemiceluloses encontram-se mais 136 
associadas à lignina por ligações covalentes, do que os outros polissacarídeos, tornando-137 
se indisponíveis à solubilização (MACEDO JÚNIOR, 2007). 138 
Em relação à lignina, um biopolímero incomum devido à sua heterogeneidade 139 
química e falta de uma estrutura primária definida, é sabido que além de sustentação do 140 
tecido vegetal, é responsável pela condução da água dentro das hastes das plantas 141 
(MOREIRA et al., 2013). Segundo OLIVEIRA et al. (2016), a lignina é considerada a 142 
parte indigestível da fibra, não sendo considerada um carboidrato, e sim o composto 143 
fenólico que complexa principalmente a pectina e a hemicelulose, tornando-as 144 
indisponíveis. 145 
Para os ruminantes, os carboidratos fermentados por meio da ação dos 146 
microrganismos (bactérias, fungos e protozoários) no rúmen, produzem principalmente 147 
ácidos graxos voláteis (AGV) que são utilizados como a principal fonte de energia pelo 148 
hospedeiro para manutenção e produção animal, como carne e leite (ALVES et al., 149 
7 
 
2009). Entretanto, a quantidade de microrganismos presentes no rúmen, sofre influência 150 
direta das características do substrato oferecido na dieta animal, justamente devido à 151 
especificidade de cada grupo de microrganismos por substratos diferentes 152 
(VALADARES FILHO & PINA, 2006). 153 
As bactérias são consideradas os microrganismos de maior importância na 154 
degradação da fibra, podendo ser classificadas em dois grandes grupos: as celulolíticas e 155 
as hemicelulolíticas, onde as principais espécies foram destacadas na Tabela 1. 156 
De modo geral, a degradação da fibra através das bactérias acontece por meio da 157 
ação de enzimas extracelulares produzidas pelas bactérias que estão aderidas ao 158 
substrato, consumindo os componentes da parede celular dos vegetais, e possui como 159 
principais produtos desta degradação: o acetato, propionato, butirato o CO2 e H2 160 
(DEHORITY, 1986). Porém KOZLOSKI (2002) relata que as bactérias fibrolíticas 161 
possuem taxa de crescimento mais lento, quando comparada às bactérias fermentadoras 162 
de carboidratos não fibrosos, além disso, são dependentes de uma fonte de amônia e 163 
ácidos graxos de cadeia ramificada para síntese de proteína. 164 
Tabela 1. Principais espécies bacterianas responsáveis pela degradação da fibra. 165 
Celulolíticas Hemicelulolíticas 
Ruminococcus albus Butyrivibrio fibrisolvens 
Ruminococcus flavefaciens Prevotella ruminicola 
Bacterioides succinogenes Bacterioides ruminicola 
Butyrivibrio fibrisolveins Eubacterium xylanophilum 
Clostridiun lochheadii E. uniformis 
Cillobacterium cellulosolvens 
Clostridun longisporum 
Fonte: OLIVEIRA et al. (2007). 166 
 Para os protozoários, são destacados dois grupos ciliados: os entodiniomorfos e 167 
os holotrichas, que devido ao seu maior tamanho, quando comparado às bactérias e 168 
fungos, podem representar de 40 a 60% da biomassa ruminal (RUIZ, 1992). Destes dois 169 
8 
 
grupos, os protozoários podem ser classificados de acordo com a utilização do substrato 170 
em: utilizadores de açúcar, os que degradam amido e os que hidrolisam celulose 171 
(OGIMOTO & IMAI, 1981). Em relação à degradação da fibra OLIVEIRA et al. (2007) 172 
destacam os entodiniomorfos, que, aderido às fibras, possuem atividade celulolítica e 173 
hemicelulolítica, produzindo principalmente AGV, CO2 e amônia para o hospedeiro. 174 
 Os fungos que estão presentes do ambiente ruminal colonizam principalmente 175 
regiões lignificadas, sendo destacadas as espécies: Callimastix, Sphaeromonas, 176 
Oikomonas, entre outras (KOZLOSKI, 2002; OLIVEIRA et al., 2007). Estes 177 
microrganismos possuem a capacidade de romper a barreira lignificada do tecido 178 
vegetal através dos zoósporos móveis que se aderem aos fragmentos das forragens 179 
quebrando a parede vegetal por meio do desenvolvimento de rizoides, que 180 
posteriormenteformam os esporângios, dando continuidade ao ciclo reprodutivo dos 181 
fungos e colonização do material vegetal (BAUCHOP, 1989; DEHORITY, 2003). Essa 182 
quebra física, através da germinação dos rizoides, também pode facilitar a colonização 183 
do material vegetal pelas bactérias fibrolíticas, uma vez que a degradação da fibra é 184 
diminuída devido à parede lignificada, prejudicando o acesso ao material intracelular. 185 
LEE et al. (2000) encontraram incremento na digestibilidade de diferentes componentes 186 
da dieta dos animais, com a adição de células de fungos viáveis, concluindo que a 187 
introdução de microrganismos com atividade fibrolítica pode aumentar a 188 
disponibilidade de nutrientes disponíveis para os ruminantes. 189 
 Independente do seu tipo, os carboidratos são digeridos pelo processo de 190 
fermentação pelos microrganismos em: hexoses, pentoses e ácidos urônicos, que são a 191 
principal fonte de energia (ATP) para manutenção e crescimento destes. Posteriormente 192 
as hexoses são convertidas a piruvato, possuindo como via principal a glicolítica, onde 193 
são gastos dois moles de ATP e quatro ATP são formados no processo de conversão de 194 
9 
 
duas trioses-P em dois piruvatos, com rendimento final de dois ATP e dois 195 
dinucleotídeo reduzido (NADH2). Já as pentoses, possuem como rota principal de 196 
fermentação a conversão em que três pentoses-P são convertidas em duas hexoses e 197 
uma triose-P, resultando na produção líquida de 1,7 ATP. Posteriormente o piruvato 198 
produzido é rapidamente convertido em ácidos graxos voláteis (AGV), principalmente o 199 
acetado, propionato e butirato, que vão servir como a principal fonte energética para os 200 
ruminantes. Este processo também possui como subprodutos o CO2, CH4, calor e 201 
células microbianas. Esse sistema, simplificado anteriormente, pode exemplificar o 202 
resultado no mutualismo entre os microrganismos e o hospedeiro, em relação à 203 
produção de energia (BERGMAN, 1990; VALADARES FILHO et al., 2002; 204 
BERCHIELLI et al., 2011). 205 
MONTAGNE et al. (2003) ressaltaram a qualidade da fibra alimentar como o 206 
componente das dietas que mais influencia a saúde do aparelho gastrointestinal dos 207 
animais, podendo ser relacionado à qualidade fibra os efeitos sobre o ambiente ruminal 208 
e o desenvolvimento dos microrganismos benéficos e patogênicos. Todavia, no contexto 209 
da qualidade da fibra é sempre pertinente considerar a classificação feita por SNIFFEN 210 
et al. (1992) de acordo com os níveis de degradação da fibra. Nessa classificação, os 211 
carboidratos totais foram divididos nas frações: A, B1, B2 e C, em que “A” corresponde 212 
à fração solúvel, constituída de açúcares simples de rápida degradação no rúmen; “B1” é 213 
constituída pelo amido e a pectina; “B2” é a fração que possui degradação mais lenta e a 214 
parte digestível da parede celular; e “C” corresponde à fração que não é digerida no 215 
trato gastrointestinal dos ruminantes. 216 
Ainda sobre a degradabilidade, ROCHA et al. (2015) afirmaram que a FDN 217 
representa uma fração fibrosa composta fundamentalmente por hemicelulose, celulose, 218 
10 
 
lignina, proteína lignificada (proteína insolúvel) e sílica, mas destacaram que o grau de 219 
lignificação é o fator que mais irá influenciar na degradabilidade da fibra. 220 
Carboidratos não fibrosos 221 
Os carboidratos não fibrosos, que também podem ser classificados como 222 
polissacarídeos não amiláceos, quando excluído o amido da avaliação, são os 223 
componentes da fibra que não participam diretamente das funções estruturais da planta, 224 
dentre eles podemos destacar as gomas, mucilagens, açucares solúveis (glicose, frutose, 225 
maltose e galactose) e as frutosanas. Entretanto, apesar das pectinas e os β-glucanos 226 
estarem presentes na estrutura da parede celular da planta, não são considerados 227 
carboidratos fibrosos, por serem solúveis em água e de rápida fermentação no rúmen 228 
(BRANDI & FURTADO, 2009; GOULART et al., 2016). 229 
Fibra efetiva e Fisicamente efetiva 230 
 Na literatura são encontrados vários trabalhos que indicam que a qualidade 231 
físico-química da fibra é um fator que possui influência direta no consumo de matéria 232 
seca, manutenção do ambiente ruminal e na produtividade animal, principalmente para 233 
vacas em lactação, com mudanças significativas nas percentagens de gordura. Foi então 234 
que CLARK & ARMENTANO (1993), analisando as exigências mínimas de fibra para 235 
vacas em lactação e a relação entre o tempo de mastigação e as características de 236 
fibrosidade dos alimentos, sugeriram que a partir do tempo de mastigação poderiam ser 237 
colhidas informações importantes sobre o possível tempo de retenção do alimento no 238 
rúmen e sua capacidade de proporcionar a motilidade ruminal. 239 
Devido a essas particularidades, a fibra passou a ser conceitualmente fracionada 240 
em: fisicamente efetiva (FDNpe) e efetiva (FDNe), sendo a FDNpe relacionada com as 241 
características físicas do alimento, principalmente tamanho de partícula, que 242 
influenciam a atividade mastigatória, salivação, motilidade e sedimentação do conteúdo 243 
11 
 
ruminal. Já a FDNe foi definida como a capacidade total da FDN de um alimento em 244 
substituir a FDN de uma forragem, de maneira que a percentagem de gordura do leite se 245 
mantenha inalterada, que está intimamente relacionado com as diferentes proporções de 246 
AGV produzidos pelos microrganismos (MERTENS, 1997). 247 
Para cabras em lactação também são encontrados efeitos da fibra efetiva, além 248 
disso, HAENLEIN (2004) também encontrou efeito no perfil dos ácidos graxos da 249 
gordura do leite de cabras. O autor relacionou este efeito a qualidade do volumoso 250 
oferecido, a relação volumoso:concentrado e aos diversos regimes de suplementação 251 
alimentar para os caprinos. 252 
Segundo GONÇALVES (2009) a efetividade da fibra já é um conceito 253 
consolidado na nutrição de ruminantes e afirma a necessidade de se desenvolver mais 254 
estudos envolvendo aspectos funcionais da fibra e sua relação com a capacidade de 255 
estimular o desempenho animal. 256 
Fibra x Consumo x Desempenho 257 
 A ingestão de matéria seca, juntamente com a qualidade do alimento oferecido, é 258 
um dos principais indicadores de desempenho, justamente porque estão relacionados 259 
com a quantidade de nutrientes totais ingeridos pelo animal. HODGSON (1990) já 260 
relatava que os ruminantes possuem a capacidade de se adaptar a diferentes manejos 261 
ambientais e alimentares, modificando suas características de ingestão de alimentos que 262 
seja suficiente para equilibrar o consumo de matéria seca com as exigências 263 
nutricionais. 264 
MACEDO JÚNIOR et al. (2007) também relacionaram a composição química, a 265 
digestibilidade e a quantidade de nutrientes que o animal ingere como determinantes no 266 
desempenho animal. Entretanto, dentre estes fatores o consumo de matéria seca é 267 
destacado por NOLLER et al. (1996) como o fator que pode deprimir o desempenho 268 
12 
 
animal, pois pode limitar a ingestão de nutrientes totais e prejudicar a performance 269 
animal. DETMANN (2010) destacou a lignina como um dos principais componentes da 270 
dieta que pode limitar o consumo voluntário, como resultado de sua insolubilidade no 271 
rúmen, e em função de sua lenta utilização pelos microrganismos, quando em 272 
comparação aos demais componentes da fibra. 273 
Em relação ao tempo e a digestibilidade da fibra, muitos pesquisadores 274 
relacionam a proporcionalidade da dieta (volumoso: concentrado) com a modificação 275 
das características do rúmen e consequentemente nos aspectos que interferem em sua 276 
manutenção. Segundo VAN SOEST (1994), quanto maior a participação de alimentos 277 
volumosos na dieta dos animais maior será o tempo despendido para a digestibilidade 278desse material e maior o tempo para quebra através da ruminação. 279 
SILVA (2012) afirma que animais confinados gastam em torno de uma hora 280 
consumindo alimentos ricos em energia, como os concentrados, ou até mais de seis 281 
horas para fontes com baixo teor de energia e alto teor de FDN. Da mesma forma, o 282 
tempo despendido em ruminação pode ser influenciado pela constituição da dieta e 283 
proporcional ao teor de parede celular dos volumosos. O mesmo autor relaciona dietas 284 
com elevadas quantidades de FDN, como limitadores da capacidade ingestiva devido à 285 
repleção do retículo-rúmen, assim como dietas ricas em carboidratos de rápida 286 
degradação podem resultar em distúrbios digestivos e comprometer a saúde e 287 
desempenho animal. 288 
BEAUCHEMIN & YANG (2005) destacam a estrutura física e o tamanho da 289 
partícula, e relatam que estas características possuem influência direta sobre a 290 
quantidade e o tempo de mastigação, que podem aumentar linearmente com o aumento 291 
da FDNpe na dieta, além disso, os mesmos autores sugerem que vacas podem 292 
13 
 
naturalmente selecionar as partículas mais longas dos alimentos, se existir a necessidade 293 
da ingestão de FDNpe, especialmente quando o pH do rúmen tiver baixo. 294 
Como mencionado anteriormente, se é necessário um teor mínimo de fibra para 295 
que não se alterem a homeostase do rúmen e se mantenha a atividade ruminal constante. 296 
Porém dietas com altos teores de fibra acabam por diminuir a densidade energética das 297 
rações e possivelmente limitar as quantidades de nutrientes totais ingeridos pelos 298 
animais. Entretanto, no sistema confinado o consumo mínimo de fibra é priorizado e 299 
rações de alto concentrado e valor energético elevado são destinado aos animais, 300 
justamente com o objetivo de aumentar a disponibilidade de energia metabolizável 301 
líquida para a exigência de produção (TURINO et al., 2007). 302 
Segundo VAN SOEST (1994), quando as rações possuem baixos teores 303 
energéticos, como em rações com grandes proporções de volumoso, o que limita a 304 
ingestão de matéria seca é o FDN total da ração, porém quando as dietas possuem alto 305 
valor energético e baixas concentrações de FDN, o limitante do consumo é ajustado 306 
pelos aspectos metabólicos e pela demanda de energia consumida (MERTENS, 1997). 307 
 Estudando teores de fibra em dietas com alto concentrado para cordeiros em 308 
terminação e com FDN da forragem advindo da silagem de milho, variando de 15 a 309 
25%, BROCHADO (2016) concluiu que os valores de FDN avaliados podem ser uma 310 
alternativa para direcionar o manejo nutricional dos cordeiros, evidenciando que os 311 
animais que consumiram as dietas com menores valores de FDN tiveram desempenho 312 
superior aos animais que consumiram teores maiores, apresentando também melhores 313 
características de carcaça. 314 
Destacando a importância de se introduzir, nas rações de ruminantes, alimentos 315 
alternativos com o intuito de melhorar o desempenho animal e deixar o produto mais 316 
competitivo, SIQUEIRA et al. (2016) testaram diferentes níveis de inclusão (2, 4 e 317 
14 
 
7%) de copra seca extraída do coco verde, na alimentação cabritos mestiços, com o 318 
resíduo seco apresentando: 88% de MS, 17,1% de PB e elevados teores energéticos 319 
(67% EE) e entre os tratamentos variação decrescente de FDN de 60 a 48%, conforme 320 
foi introduzido o subproduto. Com isso, os autores encontraram efeito quadrático no 321 
consumo de matéria seca, e diminuição do tempo diário de ruminação, sendo 322 
relacionado a esse comportamento, a diminuição dos teores de FDN e o aumento da 323 
demanda energética com a inclusão do subproduto. Neste caso, possivelmente, a 324 
diminuição do consumo aconteceu prioritariamente devido aos teores energéticos da 325 
ração, antes mesmos dos aspectos relacionados ao enchimento do rúmen. 326 
 Sabendo da importância da pecuária de pequenos ruminantes e a necessidade de 327 
intensificação da produção nas regiões semiáridas, RAMOS et al. (2017), testaram 328 
diferentes combinações de plantas adaptadas e que participam da nutrição dos 329 
ruminantes (silagem de sorgo+ palma forrageira; feno de capim buffel+ Palma 330 
forrageira; Silagem de sorgo e capim buffel). Os autores encontraram diferença no 331 
consumo de todos os nutrientes entre os diferentes tratamentos, que possuiu maior 332 
consumo de matéria seca (CMS%PV) para os animais que consumiram a combinação 333 
feno de tiffton+ palma forrageira, sendo atribuídos esses valores principalmente pela 334 
menor quantidade de FDN na dieta. Outra característica apontada pelos autores foi uma 335 
menor ingestão de matéria seca para os tratamentos com silagens, que pode ser 336 
relacionado à maior capacidade dos caprinos em selecionar os alimentos, o que indica 337 
que a qualidade do alimento oferecido para caprinos, também possuiu influência direta 338 
na aceitabilidade do alimento e consequentemente no seu consumo (VAN SOEST, 339 
1994; OSMARI et al., 2011). 340 
COSTA (2013) também testando diferentes dietas para cabras em lactação 341 
contendo palma forrageira e utilizando o feno de tiffton como fonte de FDN advindo da 342 
15 
 
forragem (10%; 15%; 20%; 25% e 30% de FDNF na MS), constatou que as variáveis de 343 
consumo de MS, MO, PB, FDN, EE, CNF e de NDT tiveram efeito linear decrescente 344 
quando se aumentava a concentração de FDN na dieta, porém encontrou aumento da 345 
digestibilidade das mesmas variáveis conforme se procedeu ao aumento da FDN. 346 
Segundo BISPO (2007) este efeito pode ser explicado devido à alteração na taxa de 347 
passagem do material pelo rúmen, onde o alimento que possuía maiores quantidades de 348 
FDN advindo da forragem, ficou mais tempo retido no compartimento, proporcionando 349 
maior tempo para atuação dos microrganismos, ao contrário do que aconteceu com o 350 
alimento com alto teor de palma e menores teores de FDN, que possuiu a taxa de 351 
passagem mais rápida. Entretanto COSTA (2013) relata que os maiores teores de 352 
digestibilidade do alimento com as dietas com maiores tores de FDN podem não ser 353 
suficientes para suprir o efeito do menor consumo de matéria seca dos outros 354 
tratamentos. Isso reforça a importância de que aconteçam mais estudos referentes à 355 
fibra, suas características qualitativas e quantitativas, para que se chegue o mais 356 
próximo possível de uma melhor interação entre a fibra o consumo e o desempenho dos 357 
animais. 358 
CONCLUSÃO 359 
A capacidade de digerir alimentos compostos por frações fibrosas e metabolizar 360 
os produtos da fermentação constitui, sem dúvidas, a maior vantagem evolutiva dos 361 
animais ruminantes. Saber explorar esta adaptação, por sua vez, constitui um dos 362 
grandes desafios da nutrição animal, sobretudo em regiões onde os alimentos ricos em 363 
fibra participam da composição das dietas em percentuais elevados. 364 
Ainda existem inquietações em relação à definição de conceitos e aplicação de 365 
metodologias para quantificação/determinação da fração fibrosa dos alimentos, contudo, 366 
16 
 
não se negligencia a evolução alcançada através de estudos realizados desde o século 367 
XIX, dente os quais se destaca o sistema de detergentes, aplicado atualmente. 368 
Sobre o efeito da fibra na alimentação de ruminantes, maximizar o crescimento e 369 
a atividade dos microrganismos celulolíticos e, consequentemente, a digestibilidade da 370 
fibra e produção de AGV’s através da disponibilização de substrato de melhor qualidade 371 
parece ser o caminho para alcançar resultados mais expressivos. Para tanto, a condução 372 
de estudos que visam quantificar e avaliar a qualidade e degradabilidade da fibra dos 373 
diferentes ingredientes dietéticos é sempre relevante para o aperfeiçoamento das 374 
técnicas de manejo nutricional voltadas à produção de ruminantes,as quais visam 375 
otimização do desempenho e da viabilidade. 376 
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	UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

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