Buscar

TUTORIA I

Prévia do material em texto

O TEMPO PASSA. . . 
1. CONHECER OS MECANISMOS BIOQUÍMICOS E CELULARES DO ENVELHECIMENTO 
 
ULTIMATE: enfoca as questões resultantes do envelhecimento e justifica o porque do processo. Explica também 
as variações da velocidade do envelhecimento entre as espécies e entre os indivíduos. 
PROXIMATE: questões imediatas do envelhecimento e investiga os mecanismos que descrevem como acontece o 
processo 
TEORIA SISTÊMICA: estaria relacionado com o declínio dos sistemas orgânicos desencadeado pela inabilidade de 
comunicação e adaptação inter e intracelular do ser vivente com o ambiente em que ele vive 
TEORIA METABÓLICA: longevidade e metabolismo estariam ligados por um nexo casual em que taxas metabólicas 
elevadas promoveriam ou estariam associadas a um tempo de vida curto. 
TEORIA GENÉTICA: modificações na expressão genica seriam responsáveis pelas alterações observadas nas células 
senescentes. O foco da abordagem seria em três mecanismo básicos: defesa antioxidante, sistemas de controle 
da síntese proteica e mudanças na expressão genica induzidas pela restrição calórica 
TEORIA NEUROENDÓCRINA E IMUNOLÓGICA: o envelhecimento seria decorrente de alterações ocorridas nas 
funções neurais e endócrinas, notadamente no sistema hipotálamo-hipófise-adrenal. Este sistema alterado 
limitaria a integração das funções orgânicas especificas, levando á degradação das funções homeostáticas. 
EPIGENÉTICA: é conceituada como um conjunto de modificações no genoma que são herdadas pelas gerações 
subsequentes, mas que não alteram a sequência de DNA. 
APOPTOSE: foram identificadas células que morriam em momentos bem demarcados ao longo de seu curso de 
vida. 
Bioquímica do envelhecimento 
O processo do envelhecimento é motivo de debates e discussões com argumentos extremos, contestando 
até mesmo a existência do processo “em si”. Em nível biológico, pode-se afirmar que o envelhecimento normal é a 
soma de vários mecanismos que operam nos níveis molecular, celular, tissular e dos órgãos. 
 AUMENTO DOS RADICAIS LIVRES 
 GLICAÇÃO DE PROTEÍNAS: reação não enzimática na qual moléculas de carboidrato adere a 
proteína, lipídeos e ácidos nucleicos e desencadeiam entrelaçamento das moléculas. 
 ALTERAÇÕES METABÓLICAS DA MITOCRÔNDIA: relaciona a redução da integralidade funcional 
e consequentemente aumento da produção de radicais livres e espécies reativas. 
 DEFEITOS NO DNA: por conta da perda de telômeros 
 DECLÍNIO HORMONAL: redução do GH 
 ESTRESSE OXIDATIVO 
 RESTRIÇÃO CALÓRICA, HORMONESE E LONGEVIDADE 
Muitos sinais e sintomas observados em idosos, como astenia, fraqueza muscular, alteração na composição 
corporal e osteoporose são similares ao que é descrito em deficiências hormonais específicas. A perda da função 
ovariana, por exemplo, é comum a todos os mamíferos na meia-vida e reflete alterações no eixo hipotálamo-hipófise-
Ovário. O gênero masculino também está sujeito a transformações nesse eixo, com resultante redução da 
testosterona e aumento dos hormônios luteinizante e foliculestimulante. Na adrenal existe declínio da 
deidroepiandrosterona (DHEA), cujo significado é ainda motivo de debate, e na hipófise a redução (não uniforme) 
dos níveis do hormônio do crescimento (GH). 
Mecanismos bioquímicos e celulares 
Além do declínio funcional e cognitivo, o envelhecimento é caracterizado por alterações na expressão gênica e maior 
estresse oxidativo, que causa mutações e encurtamento dos telômeros. Além do encurtamento telomérico, os 
radicais livres danificam o DNA, sendo que o envelhecimento caracteriza-se por aumento do acúmulo de danos 
genéticos e redução dos reparos genômicos. O envelhecimento induz um maior estresse oxidativo, que aumenta a 
quantidade de proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucléicos oxidados, especialmente quando há declínio do 
metabolismo mitocondrial de ATP e aumento da produção de radicais livres e espécies reativas. 
Além disso, o envelhecimento e os radicais livres estão associados à redução dos telômeros, fenômeno conhecido 
como encurtamento telomérico. A telomerase, enzima que catalisa a adição de bases nitrogenadas em sequências 
repetitivas nas extremidades dos cromossomos, ajuda a regenerar telômeros. Devido à ausência de ação da 
telomerase em muitas células somáticas, o comprimento do telômero vai encurtando a cada divisão celular, até a 
célula entrar em senescência. O encurtamento dos telômeros está associado a maior risco de aterosclerose, câncer 
de mama, diabetes mellitus e hipertensão arterial. Mulheres com maior estresse psicológico apresentaram maior 
estresse oxidativo e maior taxa de encurtamento dos telômeros. 
 ALTERAÇÕES METABÓLICAS DA MITOCÔNDRIA ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO 
Responsáveis pela respiração celular (fosforilação oxidativa) e manutenção da vida dos seres aeróbicos, as 
mitocôndrias também são as principais geradoras de radicais livres em mamíferos, incluindo o homem. Diversos 
estudos demonstraram que o envelhecimento celular está associado à redução da integridade funcional das 
mitocôndrias e, consequentemente, ao aumento da produção de radicais livres e espécies reativas. Alguns autores 
da teoria mitocondrial do envelhecimento sugerem que mutações ocorridas no genoma mitocondrial alteram o 
metabolismo mitocondrial, reduzindo a produção de ATP e predispondo a célula ao envelhecimento e a diversas 
doenças associadas a este, degeneração macular, progeria, ataxia telangiectasia. Ao contrário, a longevidade 
estaria associada à manutenção da estrutura e função adequadas das mitocôndrias. 
 ASSOCIAÇÃO ENTRE ENVELHECIMENTO E O ESTRESSE OXIDATIVO 
As células podem se defender frente ao estresse oxidativo devido à ação dos diferentes tipos de antioxidantes 
celulares. Justamente por causa dos eficientes sistemas antioxidantes celulares e também daqueles oriundos da 
alimentação, os organismos senescentes são protegidos e envelhecem mais lentamente. Assim, deve-se ressaltar 
que o estresse oxidativo/nitrosativo associado ao envelhecimento não é sistêmico, tampouco afeta de modo similar 
todos os tecidos e/ou órgãos. Ademais, o estresse oxidativo/nitrosativo pode estar presente em um órgão e ausente 
em vários; e, mesmo na sua presença, pode não haver alterações suficientes para induzir o envelhecimento celular. 
 RESTRIÇÃO CALÓRICA, HORMESE E LONGEVIDADE 
O estresse oxidativo/nitrosativo no envelhecimento varia de indivíduo a indivíduo, pois depende, além dos fatores 
genotípicos, do balanço na ingestão alimentar de antioxidantes (vitaminas, minerais, compostos fenólicos e outros) 
e pró-oxidantes (excesso de gorduras, etanol e carboidratos), da ingestão calórica e do nível de atividade física 
(sedentarismo x fisicamente ativo). A elevada ingestão alimentar, especialmente de dietas hipercalóricas, e o 
aparecimento da obesidade têm sido associados ao aumento da produção de espécies reativas, induzindo o 
estresse oxidativo e nitrosativo. A obesidade pode diminuir a capacidade antioxidante e aumentar a lipoperoxidação 
miocárdica. Portanto, o estresse oxidativo pode ter importante papel nas alterações metabólicas decorrentes da 
obesidade.39,40 A hiperlipidemia e a hiperglicemia estão associadas a um aumento do estresse oxidativo e 
promovem, consequentemente, a depleção de antioxidantes, modificações de proteínas e lipoproteínas, podendo 
induzir tanto a diabetes quanto a aterosclerose. 
Outro conceito bioquímico fisiológico atual e importante associado aos radicais livres e à longevidade é a hormese. 
Trata-se de um fenômeno biológico conhecido há muitas décadas, que consiste da adaptação celular a estímulos 
subpatogênicos como exposição a baixos níveis da radiação, calor, medicamentos e outras substâncias estranhas 
ao organismos ou xenobióticos 
2. COMPREENDER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO PROCESSO DO ENVELHECIMENTO 
 
• PELE 
o DERME: junção derme e epiderme mais delgada; ↓ dos melanócitos; ↓ das cél. de Langerhns; ↓ da pró-
vitamina D3 
oEPIDERME: ↓ da celularidade; ↓ da microvasculatura; ↓ dos mastócitos 
o GERAL: ↓ das glândulas sudoríparas e sebáceas; ↓ da capacidade de epitelização 
• FÂNEROS: ↓ da quantidade de pelos no corpo, ↑ da quantidade de pelos no nariz, orelha e sobrancelhas; 
espessamento das unhas 
• CARDIOVASCULAR: ↓ da complacência; ↓ do inotropismo e dromotropismo; ↓ da FC e DC; ↓ da 
barorecepção; ↑ da RVP e PA; rigidez dos vasos sanguíneos; redistribuição do fluxo sanguíneo 
• RESPIRATÓRIO: ↓ da capacidade pulmonar; ↓ da capacidade respiratória; ↑ da complacência pulmonar; 
Bronquíolos menos resistentes; ↑ do volume residual); atrofia e rigidez pulmonar; ↓ da resposta a hipercapnia. 
• OSTEOMIOARTICULAR: ↓ de comprimento, elasticidade e número de fibras; menor elasticidade dos 
tendões e ligamentos; perda da massa muscular e ganho de gordura; perda de minerais e tecido ósseo; 
discos vertebrais mais fibrosos. 
• SISTEMA NERVOSO: ↓ do número de neurônio; ↓ da velocidade de condução nervosa; ↓ da massa cerebral; 
Demora no tempo de reação; Dificuldade no controle postural e do equilíbrio; ↓ da capacidade de 
memorização; ↓ dos receptores colinérgicos. 
• GENITURINÁRIO 
• RINS: ↓ do número de néfrons; Atrofia das arteríolas aferente e eferente e redução das células tubulares; 
↓ do fluxo plasmático renal e TFG, excreção e reabsorção (IR, nefrotoxicidade); Maior limiar renal para 
glicose (glicosúria); ↓ do clearance de creatinina; Capacidade de concentrar urina reduzida; ↓ a resposta 
à deficiência de Na+. 
o BEXIGA: Fibrose, ↓do SNA e da contratilidade 
o URETRA: ↓ da resistência ao fluxo miccional; Atraso no reflexo de abertura do esfíncter externo 
o PRÓSTATA: Hiperplasia 
o VAGINA: Relaxamento excessivo da musculatura do assoalho pélvico 
• DIGESTÓRIO 
o CAVIDADE ORAL: Disfunção das glândulas salivares; Atrofia da mucosa oral; Perda do paladar. 
o ESÔFAGO: ↓ da inervação e motilidade; Refluxo gastroesofágico (esfíncter). 
o ESTÔMAGO: ↓ da motilidade e secreção do Hcl- e pepsina. 
o INTESTINOS DELGADO E GROSSO: ↓ das vilosidades e absorção; Enfraquecimento muscular e 
diverticulose. 
o RETO E ÂNUS: Espessamento; redução da força muscular e retenção fecal. 
o PÂNCREAS: Fibrose. Menor tamanho e secreção de lipase e insulina. 
o FÍGADO E VESÍCULA BILIAR: ↓ do fluxo sanguíneo e oxidação microssomal = ↑ da vida média de 
drogas; Menor metabolização de medicamentos; 
• ENDÓCRINO: ↑ da resistência à insulina e intolerância a lactose 
• IMUNE: ↓ da função das células B e T; ↓ das reservas hematopoiéticas; níveis insuficientes de eritropoetina 
• ÓRGÃOS DE SENTIDOS 
o VISÃO: ↓ do diâmetro pupilar; reações pupilares se tornam lentas; ↓ do suporte gorduroso (olhos 
fundos); disfunção do musc. Extraocular; ↓ da secreção lacrimal 
o AUDIÇÃO: Perda da audição de alta frequência; 
o TATO: ↓ da sensação de dor, vibração, temperatura, etc 
o OLFATO: ↓ da secreção nasal e da espessura do epitelio 
o PALADAR: ↓ da gustação 
 
• CELULAR: ↑ de danos no DNA e da fibrose (acúmulo de lipofuscina) e ↓ da capacidade de reparo no DNA e 
da capacidade oxidativa 
 
 
 
3. DIFERENCIAR SENILIDADE E SENESCÊNCIA 
• SENESCÊNCIA: são alterações orgânicas, morfológicas e funcionais que ocorrem em consequência do 
processo de envelhecimento 
• SENILIDADE: são as modificações determinadas pelas afecções que frequentemente acometem os 
indivíduos idosos 
 
4. DISCUTIR OS FATORES BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO 
O envelhecimento normal reúne um declínio gradual nas funções cognitivas. A capacidade intelectual do idoso pode ser 
mantida sem danos cerebrais até os 80 anos. No entanto, dificuldades de aprendizagens e esquecimento sem 
importância podem ser incluídos, juntamente com algumas alterações que normalmente ocorrem em idosos com idade de 
até 70 anos. 
 
O declínio cognitivo com o envelhecimento varia quanto ao início e progressão, pois depende de fatores como: 
 
✓ educações, saúde, personalidade, nível intelectual global, capacidade mental específica, entre outros. 
 
Além da função cognitiva, o idoso apresenta uma série de mudanças psicológicas com o envelhecimento: 
✓ dificuldade de adaptações a novos papéis sociais, falta de motivação, baixa autoestima, dificuldade de 
mudanças rápidas, perdas orgânicas e afetivas, suicídios, somatizações, paranoia, hipocondria, depressão... 
✓ Requer rastreio ativo de comportamentos de risco suicídio 
✓ A prática de atividade física, portanto, em qualquer idade, pode reduzir os riscos de depressão e declínio 
cognitivo. 
✓ Idosos que ao longo da vida se mantêm ativos apresentam ganhos para a sua saúde, beneficiando-se com 
melhoras no campo do bem-estar psicológico e da qualidade de vida. 
✓ A associação entre condições socioeconômicas e status de saúde, onde os dados indicam que os indivíduos 
residentes em áreas com baixa cobertura social e com maiores exposições a fatores de risco, tais como: 
violência urbana, falta de higiene, desarranjo familiar, escassez de serviços de saúde, entre outros, configuram 
entre aqueles com piores indicadores de saúde. 
✓ dificuldade de se adaptar a novos papéis falta de motivação e dificuldade de planejar o futuro, necessidade de 
trabalhar as perdas orgânicas, afetivas e sociais, dificuldade de se adaptar as mudanças rápidas que tem 
reflexos dramáticos nos velhos, alterações psíquicas que exigem tratamento, depressão, hipocondria, 
somatização, paranóia, suicídios, baixas auto-estima. 
✓ O envelhecimento social da população traz uma modificação no status do velho e no relacionamento dele com 
outras pessoas em função de: crise de identidade, mudanças de papéis, aposentadoria, perdas diversas e 
diminuição dos contatos sociais

Continue navegando