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musculo esqueletico em crianças e adolecentes

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Disfunções musculoesqueléticas 
em crianças e adolescentes
Professor Jonathan Galvão Tenório Cavalcante
Displasia do quadril
Displasia do quadril
 Termo abrangente para designar anormalidades no quadril de recém-
nascidos e crianças jovens resultantes do crescimento e desenvolvimento 
anormal do quadril.
 Etiologia: 
Mal posicionamento uterino
 Espaço intrauterino reduzido
 Frouxidão ligamentar, genética
 Sexo feminino
 Apresentação podálica/pélvica
Displasia do quadril
Desenvolvimento acetabulofemoral
 Desenvolvimento fetal inicial: 
 acetábulo profundo + cabeça femoral esférica → ESTABILIDADE
 Durante o crescimento fetal: 
 acetábulo ↑ em diâmetro e se torna mais raso + cabeça femoral menos arredondada + anteversão femoral → 
INSTABILIDADE NO NASCIMENTO
 Período pós-natal imediato e durante os primeiros 18 meses
 ↑ profundidade do acetábulo em relação ao diâmetro → ESTABILIDADE
 Forças de modelamento dependem dos movimentos do RN
 Pouco crescimento acetabular após os 3 anos, o crescimento mais significante ocorre até os 18 meses de idade
Displasia do quadril: causas
 Interferência do crescimento e desenvolvimento normal do quadril: 
 Forças anormais resultantes do posicionamento no útero, 
 Restrição aos movimentos de chute no período pós-natal
 Contração muscular ausente ou anormal no útero e após o 
nascimento
 Alterações decorrente de mal posicionamento no último trimestre 
têm melhor prognóstico do que aquelas decorrentes do 
desenvolvimento anormal no início da gestação
Displasia do quadril: classificação
Normal
Displasia
Subluxação
Deslocamento
Displasia do quadril: classificação
Classificação do quadril do recém-nascido
Classificação Crítério
Normal Sem instabilidade na articulação do quadril
Subluxável Cabeça femoral dentro do acetábulo, mas pode ser parcialmente deslocada 
para fora do acetábulo
Deslocável Cabeça femoral dentro do acetábulo, mas pode ser totalmente deslocada 
usando a manobra de Barlow
Subluxado A cabeça do fêmur repousa parcialmente fora do acetábulo, mas pode ser 
reduzida
Deslocado A cabeça femoral está completamente fora do acetábulo
Displasia do quadril: avaliação e diagnóstico 
Teste de Ortolani Manobra de Barlow
Displasia do quadril: avaliação e diagnóstico 
Displasia do quadril: tratamento 
 Objetivo: manter o quadril no posicionamento correto, ou seja, retornar a cabeça femoral a 
sua relação normal dentro do acetábulo, para que o corpo se adapte ao novo 
posicionamento.
 Quanto mais nova a criança, melhor o prognóstico
 Observação: independente do diagnóstico, o fisioterapeuta deve avaliar a estabilidade do 
quadril. 
Displasia do quadril: tratamento
0 a 6 meses:
 Órtese (correia, suspensório) de Pavlik: quadril em flexão de 90º (o que 
mantém o bom posicionamento acetabulofemoral) e abdução
 Com a criança em posição supina, o quadril pode ser abduzido, o que 
alonga os adutores e permite que a cabeça femoral deslize 
posteriormente para dentro do acetábulo
 As correias permitem o movimento ativo do quadril em flexão e abdução, 
mas limitam a extensão e a adução um componente ativo importante 
para o modelamento do quadril
Displasia do quadril: tratamento
 Tiras anteriores: limitam 
extensão
 Tiras posteriores: limitam 
adução
 Usar por 24h até que a 
estabilidade seja alcançada. 
Então usar por 23h até que a 
normalidade seja alcançada
Displasia do quadril: tratamento
Displasia do quadril: tratamento
Complicações:
 Necrose avascular da cabeça femoral
 Paralisia do nervo femoral
 Deslocamento inferior
Displasia do quadril: tratamento 
6 a 12 meses:
 Nessa fase, é mais difícil relocar o quadril
 Pode ser tentado um período de tração e então iniciar a 
órtese de Pavlik
 Redução fechada ou aberta sob anestesia pode ser 
necessária, seguida da imobilização do quadril em espica
Displasia do quadril: tratamento
Displasia do quadril: tratamento 
> 12 meses:
 Intervenção cirúrgica mais provável
 Os métodos utilizados entre 6-12 meses podem ser 
tentados
Doença de Legg-Calvé-Perthes
 Doença auto-limitante do quadril iniciada por necrose avascular da cabeça femoral
 Causa desconhecida
 Ocorre entre 4 e 12 (pico 6 – 8) anos de idade
 Homens:Mulheres⟶ 4-5:1
 Apresentação bilateral ocorre em 10% a 20% dos casos
Doença de Legg-Calvé-Perthes: clínica
 Marcha antálgica e dor por semanas a meses
 Piora com a atividade física
 Limitação para abdução e rotação interna
 Contratura em flexão e adução
 Atrofia muscular
 Discreto encurtamento
Doença de Legg-Calvé-Perthes: estágios
Doença de Legg-Calvé-Perthes: 
tratamento
Objetivos: 
 ↓ dor
 ↓ espasmo muscular
 Prevenir ou minimizar deformidade da cabeça femoral
 Estabilizar o quadril enquanto o remodelamento ocorre
 Restaurar a ADM passiva e ativa de quadril
Doença de Legg-Calvé-Perthes: 
tratamento
Intervenções: 
 Medicações anti-inflamatórias
 Considerar fatores psicológicos (1,5x mais chance de desenvolver déficit de atenção)
 Tração
 Descarga de peso parcial com muletas
 Órteses (1-2 anos de uso)
 Cirurgia (crianças mais velhas, diagnóstico tardio)
 Exercício terapêutico com foco na mobilidade e força do quadril
Doença de Legg-Calvé-Perthes: 
tratamento
Deformidades rotacionais dos MMII
Deformidades rotacionais dos MMII
Alinhamento normal do joelho
Varo até os 2 anos de idade
O alinhamento muda para valgo, alcançando angulação 
máxima em torno dos 3 anos de idade
Ângulo tibiofemoral: 12º
Aos 7 anos, a criança alcança o alinhamento adulto normal
Homens: 7º de valgo
Mulheres: 8º de valgo
Deformidades rotacionais dos MMII
Geno varo
Desvio lateral (arqueamento) dos MMII resultando em afastamentos dos joelhos 
Causa comum: defeito medial do disco epifisário tibial 
Consequências: frouxidão do ligamento colateral lateral; compressão do menisco medial
Deformidades rotacionais dos MMII
Geno varo
O grau da deformidade é 
mensurado pela distância 
intercondilar
Mais de 6 cm indica 
deformidade importante
Deformidades rotacionais dos MMII
Geno varo: tratamento
Geralmente, nenhum tratamento é necessário, por ser uma variante anatômica normal em 
crianças pequenas, mas está indicado:
Quando persiste além dos 3 anos e meio de idade
Apresentação unilateral
Piora progressiva da deformidade (> 1 ano idade)
Quando decorre de algum processo patológico, as órteses são benéficas
No adulto, a educação postural e o trabalho muscular específico está indicado
Deformidades rotacionais dos MMII
Geno valgo
Desvio medial (membros em tesoura ou em X) dos membros inferiores resultando em 
aproximação dos joelhos 
Causa comum: está associada a problemas como obesidade, hipotonia, pé plano
Consequências: tensionamento do ligamento colateral medial; compressão do menisco 
lateral
Deformidades rotacionais dos MMII
Deformidades rotacionais dos MMII
Geno valgo: tratamento
Educação postural
Evitar posições que estirem o LCM
Exercícios terapêuticos
Deformidades rotacionais dos MMII
Deformidades rotacionais dos MMII
Deformidades rotacionais dos MMII
Deformidades rotacionais dos MMII
Deformidades rotacionais dos MMII
Torcicolo congênito
 Torcicolo: do latim, significa pescoço rodado
 Encurtamento unilateral do 
esternocleidomastóideo (ECM)
 Apresentação: flexão cervical ipsilateral e rotação 
contralateral ao lado afetado. 
 Secundariamente, ocorre encurtamento dos 
escalenos, elevador da escápula e do trapézio 
superior
Torcicolo congênito
Quando o quadro é 
persistente, há 
consequências:
Assimetria fascial
Plagiocefalia (achatamento 
do crânio)
Torcicolo congênito: tratamento
Conservador (idade < 12 meses):
 Alongamento prolongado do ECM
 Exercícios ativos para melhorar a ADM cervical
 Exercícios com simetria corporal
 Estimular a posição prona
 Educação dos pais e cuidadores
 Exercício domiciliar

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