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Estudo dirigido HEPATOGRAMA 1- Descreva quais são as principais funções do fígado e como elas podem ser relacionadas às doenças hepáticas. Majoritariamente, o fígado executa as funções metabólicas, excretoras e sintéticas. A função metabólica está relacionada com a produção de lipídios, glicose, amônia, fármacos e sais biliares; e com a detoxificação, relacionada aos xenobióticos e a amônia. A função excretora está relacionada a eliminação de substâncias do corpo, com destaque para a bilirrubina, produto da metabolização da hemoglobina, quando as hemácias antigas são destruídas, e a hemoglobina que sobra é degradada. A função sintética está relacionada com a síntese de diversas proteínas, como a albumina e fatores de coagulação. 2- Como ocorre a produção da bile, incluindo sais biliares e bilirrubina? Como o mau funcionamento desses processos pode estar envolvido em doenças hepáticas? A bile é formada pelos sais biliares e a bilirrubina. Os ácidos biliares são sintetizados a partir do colesterol, e conjugados com a glicina e taurina provenientes da cisteína, formam os sais biliares. Os sais biliares são responsáveis pela absorção de gordura, formando micelas pra diminuir as partículas de gordura pra que sejam absorvidas. Suas quantidades podem indicar lesão hepática, mas são pouco utilizados como diagnóstico. A bilirrubina é um produto de degradação do grupamento Heme e ela está relacionada a detoxificação desse grupamento, que por ser tóxico, não pode ficar circulando na corrente sanguínea. Pra que seja eliminada, ela é conjugada com uma ou duas unidades de ácido glicurônico. Essa eliminação se inicia nas hemácias, que no final da sua vida útil, são filtradas no baço e serão fagocitadas pelos macrófogos lá presentes. Dentro do baço, a hemoglobina vai ser degradada, e irá liberar cadeias proteicas, ferro, e grupamento heme, que irá sofrer uma reação pela heme-oxigenase e irá se transformar em biliverdina. Depois, através da biliverdina redutase, ela será convertida em bilirrubina não conjugada, que é insolúvel, irá se unir a albumina, podendo assim ser carreada até o fígado. Lá, será metabolizada no hepatócito, e os glicoranídeos resultantes serão eliminados pelos canalículos biliares para a vesícula biliar, de onde serão lançados na luz intestinal junto com a bile. No TGI, temos a bilirrubina conjugada que será metabolizada pela microbiota intestinal, gerando urobilinogênio, que são os responsáveis pela coloração nas fezes. Por serem hidrossolúveis, eles além de serem eliminados nas fezes, podem ser reabsorvidos e caírem novamente no sangue, onde são filtrados pelos rins e recaptados pelo fígado. Como esses pigmentos geram coloração, qualquer doença que esteja relacionada a esse processo costuma gerar nos pacientes fezes sem coloração, sendo um importante indicativo de patologias. 3- Como as enzimas hepáticas (ALT, AST, GGT, FA) podem ser utilizadas para o diagnóstico de possíveis lesões no fígado? Descreva a importância de cada uma e em que processos estão envolvidas. Como essas enzimas se encontram dentro das células, diagnosticar a presença dela indica que a célula sofreu algum tipo de lesão, logo, o tecido hepático foi lesionado de alguma forma. Apesar de poderem ser encontradas em outros locais além do fígado, quando diagnosticadas em conjunto, as chances de serem oriundas de uma lesão hepática é muito grande. A AST e a ALT são enzimas citoplasmáticas, presentes dentro do hepatócito, portanto a presença delas indica lesões onde há rompimento do mesmo. AST e ALT na corrente sanguínea são, portanto, indicativos de lesões agudas do hepatócito. A GGT e a FA estão presentes na membrana voltadas para os canalículos biliares. Quando há alguma doença que gere obstrução dos canalículos, esses sais biliares que não conseguem ser extravasados retornam ao fígado e dissolvem a membrana plasmática lipídica, fazendo com que as enzimas que ali se aderiram sejam lançadas na corrente sanguínea. Portanto, presença de GGT e FA na corrente sanguínea são indicativos de lesão colestática. 4- Fale sobre as proteínas produzidas pelo fígado que são utilizadas na avaliação da função hepática. A albumina é produzida em grande quantidade pelo fígado, e tem uma vida de cerca de 15 dias na corrente sanguínea. Por não ser específica, sua diminuição não necessariamente indica lesão hepática. Ainda assim, quando há a lesão, sua avaliação é importante para entender a gravidade e o quão crônica ela está. O método de eletroforese também é muito importante para avaliar alterações nos níveis proteicos e relacionar estas com certas patogêneses. Como por exemplo, uma diminuição da produção de albumina com aumento de imunoglobulinas são indicativos de cirrose, aumento de alfafetoproteína pode ser indicativo de carcinoma, diminuição de ceruloplasmina relacionada a doença de Wilson, dentre outras.