Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Vanessa Balan Julio | @vet.nessa Medicina de Cães e Gatos A hemostasia é descrita como uma série de mecanismos que mantêm a fluidez do sangue. Ela também responde pelo reparo inicial da lesão endotelial, quando há dano à parede dos vasos sanguíneos. Diante disso, ela compõe o processo de coagulação, impedindo o sangramento excessivo. Falhas nesse processo podem culminar em duas principais condições: 1. 2. As células endoteliais são o principal elemento envolvido na ativação de fatores anticoagulantes ou pró-coagulantes: Fonte: Robbins, Patologia Básica – 9ª Edição Falha na formação do plug hemostático hipocoagulabilidade HEMORRAGIA Formação excessiva e/ ou desnecessária do plug hipercoagulabilidade TROMBOEMBOLIA Vanessa Balan Julio | @vet.nessa Medicina de Cães e Gatos Doenças Adquiridas - Tromboembolismo Pulmonar: presença de trombos na circulação pulmonar, cuja principal causa de base é o hiperadrenocorticismo. - Tromboembolismo Aórtico: Mais prevalente em felinos. Ocorre frente a problemas cardíacos e obstrui parcial ou totalmente o fluxo de sangue da artéria aorta. Fonte: Equalis Tromboembolismo Pulmonar Tromboembolismo Aórtico Etiologia Hiperadrenocorticismo Cardiopatias Sinais Clínicos Hemoptise, dispneia, tosse, cianose. Dor excessiva, arrastar de membros pélvicos Diagnóstico Diferencial Outras doenças cardiorrespiratórias Pulso femoral fraco ou ausente, membros pélvicos cianóticos e isquêmicos. Quando suspeitar? - Hematomas extensos - Sangramentos externos intensos - Pacientes com diátese hemorrágica (tendência ao sangramento). - Sangramento intenso após a punção venosa - Magnitude de sangramento não condizente com o grau da lesão. - Efusão de origem desconhecida Vanessa Balan Julio | @vet.nessa Medicina de Cães e Gatos Após uma lesão no vaso, acontece vasoconstrição a fim de reduzir o diâmetro vascular e diminuir o sangramento ativo. Em seguida, a partir de estímulos quimiotáticos advindos do endotélio lesado, são recrutadas plaquetas, que formam o plug plaquetário durante a etapa de hemostasia primária. ▪ A lesão promove exposição de colágeno e elastina. ▪ Plaquetas são ativadas e se aderem através do fator de Von Willebrand, um componente proteico. Os eventos seguintes constituem a etapa de hemostasia secundária, que consiste na formação do plug de fibrina, mais resistente em relação ao tampão plaquetário. ▪ A adesão e agregação plaquetárias ativam a cascata de coagulação. ▪ Ao final da cascata, forma-se a fibrina, que se adere ao tampão plaquetário dando origem ao coágulo. ▪ A maior parte dos fatores de coagulação são sintetizados no fígado. O processo de dissolução do coágulo é designado como hemostasia terciária, quando não se é mais necessário o tamponamento da lesão. ▪ A fibrina é degradada por macrófagos e é transformada em produtos de degradação da fibrina. Cascata de coagulação Via Intrínseca: fatores VIII, IX, XI e XII Via extrínseca: fator VII Via comum: fatores I, II, V e X. Vanessa Balan Julio | @vet.nessa Medicina de Cães e Gatos SANGRAMENTO ANORMAL - Sangramento prolongado após uma lesão óbvia (ex: feridas cirúrgicas em pós- operatório); - Sangramento espontâneo em locais pouco comuns (ex: epistáxis) Alterações na Hemostasia Primária – problemas plaquetários - Sinais de sangramento superficial (ex: petéquias, púrpura e equimoses em pele) Alterações na Hemostasia Secundária – fatores de coagulação - Sangramentos profundos e espontâneos em cavidades (ex: hemartrose, hematomas, hemoptise, formação de “bolsas de sangue”, hemotórax, hemoabdome sem ruptura de órgãos). Sinais Inespecíficos - Epistaxis - Sangramento em trato gastrointestinal (hematêmese, hematoquezia, melena) - Sangramento em trato urinário (hematúria) - Hemorragia prolongada - Hemorragia espontânea Sinais secundários à perda de sangue: depressão, anorexia, hipertermia ou hipotermia, mucosas hipocoradas, letargia. O QUE QUESTIONAR NA ANAMNESE? ▪ Cor da urina? ▪ Claudicação intermitente: Indício de hemartrose e sangramento intrarticular ▪ Cor e aspecto das fezes: sangue vivo, sangue digerido, melena, hematoquezia ▪ Histórico de sangramento excessivo pós-cirúrgico? ▪ Uso de medicamentos? ▪ Ambiente do animal: acesso a rua (ingestão de substâncias anticoagulantes, picada de cobra etc.) ▪ História clínica detalhada! AVALIAÇÃO DAS PLAQUETAS Devem ser avaliadas quanto ao número e à função. Coleta e armazenamento em tubo com EDTA. - Trombocitopenia: diminuição quanto à contagem total de plaquetas (significância clínica: < 100.000; hemorragia espontânea: < 50.000) - Trombocitopatia: desordem quanto à função plaquetária. Valores Normais de Plaquetas 200.000-500.000/ mm³ Vanessa Balan Julio | @vet.nessa Medicina de Cães e Gatos Teste de Função Plaquetária - Tempo de Sangramento: Útil quando a contagem plaquetária está normal, porém o paciente apresenta sinais clínicos relacionados a distúrbios da hemostasia. Pode-se fazer uma incisão em mucosa oral ou pele auricular e ativar um cronômetro, para mensurar o tempo em que o animal permanece sangrando. Normal: < 5 min. Prolongado: > 5 min. AVALIAÇÃO DOS FATORES DE COAGULAÇÃO Coleta de sangue e armazenamento em tubo com citrato de sódio (azul). Testes de TP (Tempo de Protrombina - via extrínseca e comum) e TTPA (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada - via intrínseca e comum). PDFs (Produtos de Degradação da Fibrina) Aumento: CID, fibrinólise excessiva, pós-cirúrgico. Valores Normais: Cão: < 40 ug / mL Gato: < 8 ug / mL
Compartilhar