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São doenças que afetam um dos três principais componentes do sistema cardiovascular: coração, sangue ou vasos sanguíneos. A hemostasia é um equilíbrio dinâmico do sangue. A saúde das células e tecidos dependem de: - Circulação intacta; - Hemostasia normal de líquidos. Hidrodinâmica vascular: - Pressão hidrostática: pressão que os líquidos exercem nas paredes dos vasos; *O aumento excessivo da pressão hidrostática é comum que ocorra o extravasamento do líquido que encontra-se dentro do vaso. - Pressão oncótica: pressão relacionada as proteínas plasmáticas presentes no sangue. *Redução da quantidade de proteínas plasmáticas provoca a redução da pressão oncótica. Pressão osmótica diminuída causa edema. Distúrbios que afetam as funções cardiovascular, renal ou hepática que são marcadas pelo acúmulo de líquido nos tecidos ou nas cavidades corporais fechadas. Ocorre com a saída de líquido (transudado ou exsudato) do vaso para o interstício. Principais causas: - Aumento da pressão hidrostática (obstrução venosa); - Pressão oncótica dos vasos diminuída (hipoproteinemia, desnutrição, disfunção hepática); Permeabilidade vascular alterada (inflamação aguda, reações alérgicas); A pressão hidrostática aumentada ou a pressão osmótica diminuída causa o edema. *Na inflamação aguda ocorre aumento da permeabilidade vascular juntamente com aumento da pressão hisdrostática. - Obstrução da drenagem linfática; - Retenção de água/sódio. Composição do edema: - Transudato: baixa densidade e com permeabilidade vascular preservada; líquido transparente e pode ou não relacionar-se com a inflamação aguda. EDEMA NÃO-INFLAMATÓRIO: RICO EM TRANSUDATO (pobre em proteínas). - Exsudato: alta densidade e com permeabilidade vascular alterada; está sempre relacionado com a inflamação aguda; extravasamento de proteínas plasmática. EDEMA INFLAMATÓRIO: RICO EM EXSUDATO. (rico em proteínas). Localização do edema: - Quando é localizado, recebe o nome do local onde está edemaciado (hidrotórax, hifropericárdio, hidroperitôneo); - Quando é sistêmico é chamado de anasarca. Ascite: acúmulo anormal de líquidos dentro da cavidade abdominal. - Não é uma doença, mas é uma condição associada a algumas doenças. (Exemplo: esquistossomose, tuberculose, alguns tipos de câncer, algumas pancreatites). Consequências do edema: - Obstrução vascular; - Dificuldade nas trocas gasosas; - Benéficas: diluição das toxinas, dispersão de colônias bacterianas- facilitando a fagocitose, edema de tecido subcutâneo é um importante sinal de uma doença de base em potencial. DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS EDEMA Ocorrem devido a um aumento do volume sanguíneo; Hiperemia ativa: processo ativo que resulta da dilatação arterial, levando a um aumento do fluxo sanguíneo. O tecido afetado torna-se vermelho vivo. - Hiperemia ativa fisiológica: modificação circulatória adaptativa à hiperatividade funcional. Durante o exercício físico: musculatura esquelética; Durante a digestão: mucosa gastro-intestinal; Durante o trabalho mental (estudando/trabalhando): encéfalo; Durante a perda de calor (sudorese): pele; - Hiperemia ativa patológica: associada à agressão tecidual. Causado pela modificação circulatória consequente de processos mórbidos. Durante a inflamação aguda, durante as reações de hipersensibilidade do tipo I, durante a injúria pelo calor (queimadura), durante o traumatismo no setor arterial. - Hiperemia passiva/congestão: resultante da diminuição da drenagem, com aumento do sangue venoso. A cor característica é de vermelho-escuro ao azul (cianose) devido à estase dos glóbulos vermelhos e ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada. - Hiperemia passiva local: circunscrita em um determinado território. É resultado da obstrução ou compressão. (ex: obstrução venosa isolada). - Hiperemia passiva geral: associada à agressão tecidual. Afeta todo o organismo e depende da insuficiência cardíaca ou circulatória. A hemostasia normal é os processos que acontecem para que o sangue continue líquido, fluído e livre de coágulo- em caso de vasos normais, ou que haja formação do tampão hemostático- em casos de lesão do vaso. O tampão hemostático é caracterizado como dentro da hemostasia norma desde que seja formado apenas quando há lesão. Tampão hemostático: - Envolve plaquetas, fatores de coagulação e o endotélio; - Serve para prevenir ou limitar a extensão do sangramento; - A ausência da formação de coágulos (que resultam no tampão) após uma lesão vascular, resulta em hemorragia. HIPEREMIA E CONGESTÃO: HEMOSTASIA NORMAL: - O sangramento pode comprometer a circulação tecidual regional (ex: corte no dedo, se não houver a coagulação correta para estancar o sangue, em alguns minutos a mão inteira vai ficando mais branca); Caso a hemorragia seja mais extensa que pode causar hipotensão (choque) e morte. - A formação de coágulos sanguíneos (trombos) em vasos que não foram danificados resulta em problemas. Assim como a formação de um trombo após uma lesão vascular leve também causa problemas. - Trombose é uma forma patológica de hemostasia. Sequência de eventos que levam à hemostasia no local da lesão vascular: - Vasoconstrição arteriolar (visando diminuir a perda de sangue naquele local); - Hemostasia primária: formação do tampão plaquetário; Estanca o sangramento. - Hemostasia secundária: deposição de fibrina (papel da cascata de coagulação). Evita o ressangramento. Essa cascata de coagulação envolve vários fatores de coagulação que resultam na formação da trombina. Essa trombina irá clivar os fibrinogênios para que ocorra a deposição de fibrina. - Estabilização e reabsorção do tampão. - Ocorre a hemostasia primária e em sequência a hemostasia secundária. Vasoconstrição arteriolar: - Ocorre imediatamente e reduz o fluxo sanguíneo; - É incrementada pela secreção local de fatores como a endotelina- que está sendo liberada pelo tecido que está sendo lesionado. Essa endotelina é um vasoconstritor derivado do endotélio. - É um efeito transitório. Hemostasia primária com formação do tampão plaquetário: - A descontinuidade do endotélio expõe algumas “estruturas” que estavam guardadas, como: fator de von Willebrand (Vwf), colágeno subendoteliais. Essas estruturas expostas promovem a aderência e a ativação das plaquetas. Hemostasia secundária: deposição de fibrina - O fator tecidual, também conhecido como fator III, ativa a cascata de coagulação (um vai ativando o outro) até que haja a formação da trombina. - A trombina cliva o fibrinogênio, criando uma malha de fibrina (tampão fibrinoplaquetário). - Essa clivagem também resulta na agregação de adicional de plaquetas. Estabilização e reabsorção do tampão: - Mecanismos contra regulatórios, mediados por ativador de plasminogênio tecidual e a trombomodulina (que inativa a cascata de ativação). Esses fatores restringem o processo hemostático ao sítio da lesão e direcionam ao reparo do tecido. A coagulação inadequada (trombose) ou a migração de coágulos (embolia) pode obstruir os vasos sanguíneos, causando potencialmente a morte celular isquêmica (infarto). Adesão plaquetária: mediada por inteações com o fator de vWF. - Doenças genéticas do vWF resultam em distúrbios hemorrágicos (não consegue promover a adesão das plaquetas para parar a hemorragia). Presença de vitaminas, presença de íons cálcio. Essa cascata de coagulação visa à formação da trombina- que é responsável por clivar o fibrinogênio em fibrina- para que possa haver a formação do tampão fibrinoplaquetário. - Esse tampão é firme/forte, que serve para evitar o ressangramento. Para que essa cascata se inicie é necessária à exposição do fator III (fator tecidual). É importante que haja regulação dessa cascata, pois: caso haja muita coagulação- trombo que pode gerar um infarto- ou pouca coagulação- hemorragia. Pró-trombina: fator 2//trombina: 2a É a trombina que cliva o fibrinogênio em fibrina. Caminhos para formação da trombina: - Via intrínseca: complexo ativável pelo contato. *Pode ser ativada até pela exposição ao colágeno. Fator 12a ativa o 11. O 11a ativa o 9. O 9a ativa o 8. 8a + 9a = ativa o 10 Fator 10a cliva a pró-trombina em trombina; Trombina cliva o fibrinogênio em fibrina. - Via extrínseca (mais importante fisiologicamente): têm início após uma lesão vascular. O fator tecidual (fator 3) é exposto quando há uma lesão tecidual. Esse fator 3 ativa o fator 7 em fator 7a. Fator 7a + fator tecidual = ativação do fator 10 (em pouca quantidade) e ativação do fator 9 em fator 9a. Fator 9a ativa o fator 8 em 8a e depois se junta com ele. O fator 8a+9a é capaz de juntar vários fatores 10. Fator 10a+ fator 5a cliva a pró-trombina (fator 2) em trombina (fator 2a). - Deficiência de pró-trombina é incompatível com a vida. Trombina cliva o fibrinogênio em fibrina. - A deficiência de V, VII, VIII, IX e X estão associados com distúrbios hemorrágicos moderados a severos. - Deficiência do fator XI, hemorragias leves. Hemofilia do tipo B: deficiência do fator 9 Hemofilia do tipo A: deficiência do fator 8. Trombose: processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos. Envolve: TRÍADE DE VIRCHOW - Lesões endotelial (fator dominante); - Estase ou fluxo sanguíneo turbulento; - Hipercoagulabilidade do sangue; A lesão endotelial é o fator dominante para desencadear a trombose. Apenas ocorrendo essa lesão, com a perda do epitélio já pode desencadear a trombose. Alterações pró-coagulantes e efeitos antifibrinolíticos na lesão endotelial: - Leva à exposição da MEC (fator de vWF e fator tecidual) e adesão plaquetária. - Distúrbios que alterem o equilíbrio de atividades prótromboticas e antitrombóticas (ex: inflamação); Alterações no fluxo sanguíneo normal/estase: - Alteram o fluxo laminar, permitindo que plaquetas entrem em contato com o endotélio; - Evitam a diluição de fatores de coagulação; - Retardam a chegada dos inibidores. Trombofilia: qualquer alteração que predispõe à trombose CASCATA DE COAGULAÇÃO: TROMBOS: - Importante na trombose venosa - Desordens primárias: mutações no gene do fator V e protrombina; - Desordens secundárias: adquiridas, imobilização, câncer, infarto do miocárdio. Os trombos arteriais ou cardíacos geralmente se iniciam nos locais de turbulência ou de lesão endotelial. (artérias cerebrais, coronárias e femorais). A apresentação clínica depende do local envolvido. Trombos venosos podem causar congestão e edemas dolorosos, distais à obstrução. - Trombose venosa superficial: tem caráter benigno e os sintomas comuns são: congestão local, edema, dor e sensibilidade. Não é comum de embolizar. - Trombose venosa profunda: (veias poplíteas, femorais e ilíacas). É a causa mais comum de embolia pulmonar e não causa sintomatologia comum. A descoberta da TVP é de forma regressiva: a pessoa teve uma embolia pulmonar e daí se descobre a TVP. Problemas associados: - Oclusão de vasos importantes (artérias coronárias ou cerebrais) que causarão danos graves e até fatais; - Embolia dos trombos que pode levar até o pulmão e “ocultar” as vias aéreas ou em outros vasos que pode causar o infarto. É uma massa intravascular livre, sólida, líquida ou gasosa. Essa massa é carregada pelo sangue até um local distante do seu ponto de origem. Normalmente a associação feita é que um êmbolo é derivado de um trombo. Uma forma menos comum de embolia é gotas de gordura. Consequências: - Os êmbolos resultam na oclusão vascular parcial ou total; - Necrose isquêmica (infarto); - Os resultados dependem do local em que se alojam na circulação pulmonar ou sistêmica. É uma área de necrose isquêmica causada pela oclusão do suprimento sanguíneo arterial ou da drenagem venosa de um determinado tecido; - Isquemia e hipóxia que pela o tecido a morte. Tromboses e embolias são causas de infarto. Sempre que ocorre infarto, ocorre inflamação também. As gangrenas (necrose isquêmica das extremidades) são problemas graves na população diabética. - ex: ocorre muito em diabéticos: EMBOLIA: INFARTO: Todo infarto, inicialmente, é de característica hemorrágica. Infartos arteriais são mais comuns; Infartos venosos só são comuns em órgãos que possuem um único canal de drenagem venosa (ex: ovários e testículos). Tipos de infarto: - Infarto branco: oclusões arteriais ou em órgãos sólidos (coração, baço, rins, cérebro). - Infarto vermelho: em tecidos frouxos (permite o maior acúmulo de sangue). Características: - Necrose isquêmica de coagulação; (exceção: necrose liquefativa- cérebro) - Inflamação; - Em tecidos lábeis pode ocorrer regeneração; - Na maioria dos infartos, ocorre substituição por tecido cicatricial. Infarto séptico: - Ocorre quando há um processo infeccioso; - Pode ocorrer por bactérias “invadirem” um tecido necrótico; - Nesses casos o infarto é convertido em abscesso e há um processo inflamatório maior. Fatores que influenciam: - Natureza do suprimento vascular; Se há um suprimento alternativo para aquele tecido, isso minimiza a gravidade do infarto. - Velocidade de desenvolvimento da oclusão; Quanto mais lenta a velocidade de “fechação” do vaso melhor. Pois isso trás a possibilidade do desenvolvimento de uma perfusão alternativa. - Vunerabilidade à hipóxia; Os neurônios, por exemplo, são mais sensíveis à hipóxia (em 3-4 minutos já estão morrendo); - Conteúdo de oxigênio no sangue; Quanto maior a quantidade de oxigênio no sangue, melhor. Sintomatologia comum do infarto: - Febre, leucocitose, aumento plasmático de enzimas; - Dor (precordial ou abdominal); - Sinais e sintomas são associados ao órgão atingido; - Morbidade; - Mortalidade. É a morte de parte do miocárdio devido à obstrução do fluxo sanguíneo das artérias coronárias para o coração; A principal causa está relacionada à doença arterial coronariana (DAC)- deposição de placas de gordura nas paredes das artérias coronárias. Sintomas comuns: - Dor (no peito ou tórax, podendo irradiar para o braço); Diagnóstico: - É feito com base no quadro clínico; - Alterações eletrocardiográficas; - Elevação dos marcadores bioquímicos da necrose. (ex: CK-MB) Medicamentos: - Trombolíticos: medicamentos que dissolvem o trombo ou o coágulo no interior das coronárias; - Beta-bloqueadores: diminuem a sobrecarga do coração; - Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA)- controlam a pressão arterial e reduzem a tensão do músculo cardíaco; - Anticoagulantes- previnem a formação de trombos ou coágulos; - Antiagregantes plaquetários- também previnem a formação de trombos. O tratamento também pode envolver a angioplastia e/ou a cirurgia de revascularização do miocárdio. Isso vai depender do nível de entupimento das artérias. É à saída de sangue dos vasos ou do coração para o exterior (do seu organismo ou de cavidades pré- formadas dentro do organismo); Hemorragia interna: sangue fica armazenado/acumulado em alguma região do corpo. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: HEMORRAGIA: - Contusões, dor abdominal, rigidez ou flacidez nos músculos. Pode ocorrer eliminação de sangue através dos órgãos que se comunicam com o exterior. Hemorragia externa: saída do sangue para fora do corpo. - Agitação, palidez,sudorese, pele fria. Causas: - Extrínsecas: cortes, impactos- traumas; - Intrínseca: inerentes ao vaso ou ao coração e inerentes ao organismo. Classificação anatômica: - Arterial: sangue vermelho vivo, jorra sangue pulsátil, perda de sangue rápida e abundante; - Venosa: hemorragia na qual o sangue sai de forma contínua, na cor vermelho escuro. Pode ou não ser abundante; - Capilar: quando o vaso atingido é um capilar. O sangue escoa lentamente. Hematoma: qualquer acúmulo de sangue Petéquias: hemorragias diminuídas na pele, mucosa ou superfícies serosas. - Associados a aumentos localizados de pressão intravascular; - Reduz número de plaquetas; - Função plaquetária defeituosa ou deficiência de fatores de coagulação. Púrpuras: mesmo mecanismo das petéquias sendo que um pouco maior. Fatores que determinam a gravidade de uma hemorragia: - Volume de sangue perdido; - Calibre do vaso atingido; - Tipo de vaso lesado; - Velocidade da perda de sangue. É sinônimo de hiperperfusão disseminada. Uma das características do choque é a hipotensão. Características: - Hipotensão; - Pulso fraco e rápido; - Respiração curta; - Palidez; - Oligúria; - Pele fria. - Insuficiência grave do bombeamento cardíaco; - Diminuição da pressão sanguínea; - Fluxo sanguíneo inadequado. Tipos de choque: - Choque cardiogênico: defeito no coração que faz com que ele não bombeie sangue adequadamente; - Choque hipovolêmico: volume baixo de sangue - Choque séptico: vasodilatação e acúmulo de sangue na periferia. - Choque anafilático: reação de hipersensibilidade gerando a vasodilatação sistêmica com aumento da permeabilidade e edema; - Choque neurogênico: vasodilatação generalizada devido a comprometimento do controle neural. CHOQUE:
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