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Enfermagem em Cardiologia(1)

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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ENFERMAGEM EM CARDIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ENFERMAGEM EM CARDIOLOGIA 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
1 O SISTEMA CIRCULATÓRIO 
1.1 CIRCUITO PULMONAR E SISTÊMICO 
1.2 AS CIRCULAÇÕES 
1.3 LOCALIZAÇÃO DO CORAÇÃO 
1.4 FORMA DO CORAÇÃO 
1.5 ÁTRIOS 
1.6 VENTRÍCULOS 
1.7 CORAÇÃO DIREITO 
1.8 CORAÇÃO ESQUERDO 
1.9 FLUXO SANGUÍNEO E VÁLVULAS 
1.10 VÁLVULAS 
1.11 PAREDES DO CORAÇÃO 
1.12 AS ARTÉRIAS CORONÁRIAS 
1.13 TERRITÓRIOS VASCULARES DAS CORONÁRIAS 
1.14 CÉLULAS MUSCULARES CARDÍACAS 
1.15 SISTEMA DE CONDUÇÃO ELÉTRICA 
1.16 O CICLO CARDÍACO 
1.17 DÉBITO CARDÍACO E ÍNDICE CARDÍACO 
2 MEIOS DIAGNÓSTICOS EM CARDIOLOGIA 
2.1 HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO DO PACIENTE CARDIOPATA 
2.2 EXAME FÍSICO/CARDIOLOGIA 
2.2.1 Inspeção do Tórax 
2.2.2 Palpação do Tórax 
2.2.3 Percussão do Tórax 
2.2.4 Ausculta Cardíaca 
2.3 PACIENTE SEM ALTERAÇÕES AO EXAME CARDIOVASCULAR 
2.4 EXAMES DIAGNÓSTICOS EM CARDIOLOGIA 
2.4.1 Creatino Kinase (CK) 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
2.4.2 CK-MB 
2.4.3 CK-MB Massa 
2.4.4 Troponina T 
2.4.5 Colesterol Total 
2.4.6 Colesterol Total e Frações 
2.4.7 TGO - Transaminase Glutâmico Oxaloacética 
2.4.8 TGP - Transaminase Glutâmica Pirúvica 
2.5 EXAMES DIAGNÓSTICOS 
2.5.1 Teste de Esforço 
2.5.2 Eletrocardiografia 
2.5.3 ECG: Interpretação das Ondas 
2.5.4 Eletrocardiografia Ambulatorial Contínua (Holter) 
2.5.5 Testagem Eletrofisiológica 
2.5.6 Exames Radiológicos 
2.5.7 Tomografia Computadorizada 
2.5.8 Fluoroscopia (Radioscopia) 
2.5.9 Ecocardiografia 
2.5.10 Ressonância Magnética 
2.5.11 Estudos com Radionuclídeos 
2.5.12 Tomografia por Emissão de Pósitrons 
2.5.13 Cateterismo Cardíaco 
2.5.14 Angiografia Coronariana 
 
MÓDULO II 
3 DOENÇAS ASSOCIADAS AOS PROBLEMAS CARDÍACOS E DOENÇAS 
CARDÍACAS I 
3.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL 
3.2 DIABETES MELLITUS (DM) 
3.3 FISIOPATOLOGIA DA CIRCULAÇÃO CORONÁRIA 
3.4 A PLACA ATEROSCLERÓTICA 
3.5 FATORES DE RISCO PARA ATEROSCLEROSE 
3.6 SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS (SCA) 
3.6.1 A Dor Torácica Típica 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
3.6.2 A dor torácica não coronariana 
3.6.3 Estratificação da Dor no Atendimento 
3.6.4 Estratificação dos Pacientes quanto à Probabilidade de Síndrome Coronariana 
Aguda 
3.6.5 Dor Torácica Cardíaca de Causa Isquêmica 
3.6.6 Dor Torácica Cardíaca de Causa Não Isquêmica 
3.6.7 Dor Torácica de Causa Não Cardíaca 
3.6.8 Atendimento Imediato na Sala de Urgência 
3.7 ANGINA 
3.8 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 
3.9 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
3.10 EDEMA AGUDO DE PULMÃO 
3.11 O CHOQUE E O CHOQUE CARDIOGÊNICO 
 
MÓDULO III 
4 DOENÇAS CARDÍACAS II 
4.1 ENDOCARDITES 
4.2 MIOCARDIOPATIAS 
4.2.1 Miocardiopatia Congestiva Dilatada 
4.2.2 Miocardiopatia Hipertrófica 
4.2.3 Miocardiopatia Restritiva 
4.3 VALVULOPATIAS 
4.3.1 Insuficiência Mitral 
4.3.2 Prolapso da Válvula Mitral 
4.3.3 Estenose Mitral 
4.3.4 Insuficiência Aórtica 
4.3.5 Estenose Aórtica 
4.3.6 Insuficiência Tricúspide 
4.3.7 Estenose Tricúspide 
4.3.8 Estenose Pulmonar 
4.4 FEBRE REUMÁTICA 
4.5 PERICARDITES 
4.5.1 Pericardite Aguda 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
4.5.2 Pericardite Viral 
4.5.3 Pericardite Tuberculosa 
4.5.4 Pericardite Urêmica 
4.5.5 Pericardite Neoplásica 
4.5.6 Pericardite Pós-Radiação 
4.5.7 Pericardite Pós-Infarto do Miocárdio 
4.5.8 Pericardites Mais Raras 
4.5.9 Pericardite Constritiva 
4.5.10 Tamponamento Cardíaco: a Complicação da Pericardite 
4.6 TUMORES CARDÍACOS 
4.6.1 Mixomas 
4.6.2 Outros Tumores Primários 
 
MÓDULO IV 
5 CARDIOPATIAS CONGÊNITAS 
5.1 CIRURGIA CARDÍACA INFANTIL 
5.2 ANOMALIAS CARDÍACAS CIANÓTICAS 
5.2.1 Tetralogia de Fallot 
5.2.2 Tronco Arterioso 
5.2.3 Atresia Tricúspide 
5.2.4 Transposição das Grandes Artérias 
5.2.5 Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo 
5.2.6 Anomalia do Septoventricular (Comunicação Interventricular – CIV) 
5.2.7 Anomalia do Septoatrial (Comunicação Interatrial – CIA) 
5.2.8 Persistência do Canal Arterial (PCA) 
5.2.9 Coarctação da Aorta (CoAo) 
5.2.10 Estenose Pulmonar 
5.2.11Estenose Aórtica 
5.3 PROCEDIMENTOS HEMODINÂMICOS EM CARDIOPATIAS CONGÊNITAS 
5.4 PAPEL DO ENFERMEIRO NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA 
INFANTIL 
5.5 CIRURGIAS CARDÍACAS NO ADULTO 
5.5.1 Pré-Operatório de Cirurgia Cardíaca – Cuidados de Enfermagem 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
5.5.2 Revascularização Miocárdica 
5.5.3 Substituição Valvar 
5.6 CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA 
5.7 COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO 
5.8 TRANSPLANTE CARDÍACO 
5.8.1 Recepção do Paciente na UTI no Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca pelo 
Enfermeiro 
5.9 PROTOCOLO DE ORIENTAÇÃO PÓS ALTA HOSPITALAR PARA PACIENTES 
ADULTOS Submetidos à Cirurgia Cardíaca 
 
MÓDULO V 
6 DROGAS UTILIZADAS EM CARDIOLOGIA 
6.1 DROGAS QUE ATUAM SOBRE AS PLAQUETAS 
6.2 DROGAS QUE ATUAM SOBRE A TROMBINA 
6.3 BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO 
6.4 BETABLOQUEADORES 
6.5 OS NITRATOS 
6.6 DROGAS VASOATIVAS 
6.7 FARMACOLOGIA NA REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA 
7 ARRITMIAS CARDÍACAS 
7.1 ACOMPANHANDO A VIA ELÉTRICA DO CORAÇÃO 
7.2 VIA ELÉTRICA 
7.3 SINTOMAS 
7.4 DIAGNÓSTICO 
7.5 PROGNÓSTICO E TRATAMENTO 
7.6 CRITÉRIOS ELETROCARDIOGRÁFICOS PARA CARACTERIZAÇÃO DAS 
ARRITMIAS SEGUNDO A SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 
7.6.1 Ritmo Sinusal e Arritmias Cardíacas 
7.6.2 Outras Arritmias de Origem Supraventricular 
7.6.3 Arritmias Ventriculares 
7.6.4 Condução Atrioventricular 
7.6.5 Alterações no Segmento ST e Onda T 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 O SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
 
O coração é o órgão central do sistema circulatório. O sangue é o meio que 
fornece às células nutrientes, oxigênio, hormônios e recebe os produtos finais do 
metabolismo (gás carbônico). Os vasos sanguíneos são tubos pelos quais o sangue 
circula e é representado pelas artérias, veias e capilares. 
 
 
FIGURA 1 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/11/sistema-
venoso.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
1.1 CIRCUITO PULMONAR E SISTÊMICO 
 
 
Circuito Pulmonar: transporta o sangue pobre em oxigênio do coração para os 
pulmões e traz o sangue oxigenado de volta ao coração. 
 
Circuito Sistêmico: conduz o sangue rico em oxigênio do coração para as partes 
do corpo, exceto os pulmões, e traz esse de volta ao coração. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
 
 
FIGURA 2 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://biofis.hd1.com.br/arquivos/circulacao.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
1.2 AS CIRCULAÇÕES 
 
 
As funções básicas do sistema cardiovascular são transportar oxigênio e 
outros nutrientes para as células do corpo, remover produtos do metabolismo celular 
e carregar substâncias de uma parte para outra do corpo. O funcionamento do 
coração é extraordinariamente complexo, sendo a resposta integrada de 
propriedades intrínsecas do miocárdio sob muitas influências extrínsecas, tais como: 
fatores do sistema nervoso, fatores humorais, o volume de sangue e o retorno 
venoso, e também as impedâncias instantâneas da vasculatura periférica. 
Chama-se circulação o movimento que o sangue realiza ciclicamente dentrodo sistema vascular. Esse sistema compreende uma extensa rede de condutos ou 
tubos especialmente preparados para que o sangue circule em seu interior. As 
artérias são os vasos que levam o sangue do coração para os órgãos, músculos, 
ossos, enfim, para cada célula do nosso organismo. A parede das artérias é 
composta de três camadas: a camada adventícia, que é a camada mais externa; a 
camada média, formada por musculatura lisa e a camada íntima, que é um 
revestimento de endotélio. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
As artérias têm a propriedade especial de se contraírem assim que recebem 
o estímulo de substâncias contidas no próprio sangue (hormônios), produzindo o 
efeito que se chama de pressão arterial. O pulso arterial é produzido pela ejeção de 
sangue do ventrículo esquerdo dentro da aorta e grandes vasos. Essa pressão faz 
com que o sangue seja empurrado para frente, chegando aos órgãos e às células. 
As veias são os vasos que trazem o sangue de volta ao coração. Diferem 
das artérias por ter uma camada média menos espessa, isto porque a pressão de 
retorno do sangue para o coração é menor do que a de saída. O retorno do sangue 
ocorre devido ao pulso venoso gerado pela contração dos músculos e pela 
contração da própria veia. A isso se soma a ação das válvulas contidas no interior 
das veias que ajudam a vencer a força da gravidade. Além disso, o próprio átrio 
direito gera uma força ou pressão negativa, sugando o sangue na direção do 
coração. 
A grande circulação ou circulação sistêmica é o movimento do sangue 
que sai pela aorta e retorna pelas veias cavas, inferior e superior de volta ao átrio 
esquerdo. A pequena circulação ou circulação pulmonar é o movimento do 
sangue que sai do ventrículo direito através da artéria pulmonar, passando pelos 
capilares pulmonares (local onde o sangue entra em contato com o leito alveolar e é 
oxigenado). Depois de oxigenado o sangue retorna para o átrio esquerdo através 
das veias pulmonares, seguindo para o ventrículo esquerdo e a grande circulação. 
A terceira circulação ou circulação coronariana é o movimento do sangue 
a partir dos seios coronarianos localizados na raiz da aorta. Estes seios dão origem 
à artéria coronária direita e tronco da coronária esquerda. Assim que o miocárdio é 
irrigado, o sistema venoso coronariano traz de volta o sangue para o átrio direito. 
 
 
1.3 LOCALIZAÇÃO DO CORAÇÃO 
 
 
Situa-se na porção mediana da cavidade torácica, encontrando-se separado 
pelo diafragma. Projeta-se na coluna vertebral, nas vértebras dorsais, estando 
separado dessas pelo esôfago e aorta torácica. Localiza-se na face interna dos 
pulmões, em um local denominado mediastino. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
FIGURA 3 
 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.classe.es/salud/img/d_mediastino.jpg>. Acesso em: 21 mar. 
2012. 
 
 
1.4 FORMA DO CORAÇÃO 
 
 
FIGURA 4 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-
cardiovascular/imagens/anatomia-do-coracao.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
O coração é um órgão muscular oco em forma de cone, contendo quatro 
câmaras internas e que fica posicionado dentro do saco pericárdico e abrigado 
bilateralmente pelos pulmões. Normalmente sua posição é inclinada a mais ou 
menos 30 graus para a esquerda e para baixo. É envolvido externamente pelo 
pericárdio e dentro deste envoltório é secretado um fluido que tem a finalidade de 
evitar o atrito do coração dentro do saco pericárdico. O coração é do tamanho 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
aproximado de um punho fechado e com peso em média de 400 g, tem 
aproximadamente 12 cm de comprimento por 8 a 9 cm de largura. 
 
 
1.5 ÁTRIOS 
 
 
Os átrios são as câmaras cardíacas superiores. Ambos os átrios são 
constituídos por uma camada miocárdica de espessura fina. Uma camada muscular 
chamada de septo divide o átrio direito do átrio esquerdo. O átrio direito comunica-se 
lateralmente com as veias cavas inferior e superior. Inferiormente liga-se com o 
ventrículo direito, sendo separado pela válvula tricúspide. Na porção posterior 
superior do átrio direito está localizado o nodo sinoatrial, que é o marca-passo 
natural, estrutura que rege os batimentos normais do coração. O átrio esquerdo 
comunica-se posteriormente com as quatro veias pulmonares e inferiormente com o 
ventrículo esquerdo, sendo separado pela válvula mitral. A função dos átrios é 
receber o sangue e conduzi-lo para os ventrículos. 
 
 
1.6 VENTRÍCULOS 
 
 
Os ventrículos são as câmaras cardíacas inferiores. Como os átrios, são 
em número de dois. No lado direito o ventrículo se comunica com o átrio direito 
através da válvula tricúspide e com o tronco da artéria pulmonar através da válvula 
pulmonar. A parede muscular no ventrículo direito (VD) é mais espessa do que a 
parede dos átrios. Isso se deve ao esforço que o ventrículo realiza durante a 
contração. A cada contração o VD tem que vencer a resistência apresentada pela 
artéria pulmonar; essa resistência é traduzida por uma pressão. Uma camada 
muscular chamada de septo interventricular separa os dois ventrículos. 
O ventrículo esquerdo (VE) se comunica com o átrio esquerdo através da 
válvula mitral e com a aorta através da válvula aórtica. A parede do VE é duas vezes 
mais espessa que a parede do VD porque a pressão de resistência encontrada pelo 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
VE na aorta é muito mais alta. O trabalho ventricular é diferente em cada lado. No 
lado direito o VD irriga os pulmões e no lado esquerdo o VE irriga todos os órgãos. 
De dentro dos ventrículos surgem as fibras tendinosas, onde se inserem as 
cordoalhas das válvulas de entrada, do lado direito à válvula tricúspide e do lado 
esquerdo a válvula mitral. Durante a contração ventricular estas fibras se distendem 
e dão a sustentação necessária para segurar os folhetos das válvulas, evitando o 
retorno do sangue para os átrios. 
 
FIGURA 5 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: < http://3.bp.blogspot.com/_nA9lxvp6dXI/THvrwpdrN5I/AAAAAAAAABs/RM-
XtH2K65o/s1600/coracao1.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
1.7 CORAÇÃO DIREITO 
 
 
É constituído pelo átrio direito e ventrículo direito, que se comunicam entre si 
pelo orifício atrioventricular. O átrio direito é uma câmara de parede fina que recebe 
o sangue venoso. O ventrículo direito se liga à artéria pulmonar que leva o sangue 
pobre em oxigênio para os pulmões. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
 
 
 
1.8 CORAÇÃO ESQUERDO 
 
 
FIGURA 6 
 
FONTE: Disponível em: < http://4.bp.blogspot.com/-
HQBUAc3OU_E/TjxB0ODlzeI/AAAAAAAAAOA/QmNHacy51ik/s1600/Cardiovascular.jpg>. Acesso 
em: 21 mar. 2012. 
 
 
O átrio esquerdo apresenta uma espessura maior que o direito, assim como 
o ventrículo esquerdo é mais desenvolvido que o direito. O átrio esquerdo recebe as 
quatro veias pulmonares que trazem o sangue arterial vindo dos pulmões. O 
ventrículo esquerdo bombeia o sangue arterial para a artéria aorta e desta o sangue 
é encaminhado para todas as partes do corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
 
 
 
 
1.9 FLUXO SANGUÍNEO E VÁLVULAS 
 
 
FIGURA 7 
 
 
 
FONTE: Disponível em: < http://fotos.sapo.pt/EOMFVGfNCbnPQETTV9M0/>. Acesso em: 21 mar. 
2012. 
 
 
A existência de quatro válvulas cardíacas assegura o funcionamento do 
coração e o modo unidirecional como o sangue se desloca. As válvulas além de 
determinarem o sentido do fluxo sanguíneo, evitam o retrocesso de sangue no 
sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
 
 
1.10 VÁLVULAS 
 
 
Válvulas átrio – ventriculares (AV) 
 
 
Asseguram a saída do sangue dos átrios para os ventrículos. São as 
válvulas TRICÚSPIDE e MITRAL. 
 
 
FIGURA 8 
 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.auladeanatomia.com/cardiovascular/valvas.jpg>. Acesso em: 
21. mar. 2012. 
 
 
Válvulas Semilunares 
 
 
Permitem a saída desangue dos ventrículos para as artérias. São as 
válvulas PULMONAR e AÓRTICA. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
 
 
FIGURA 9 
 
 
 
FONTE: Disponível em: < 
http://4.bp.blogspot.com/_XcHiZ9Ui6Lk/SYNK49vrGBI/AAAAAAAAADk/yFpOD0E2AAE/s400/Valvulas
1.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
As válvulas cardíacas são estruturas de material fibroso posicionadas na 
entrada e saída de ambos os ventrículos. As válvulas cardíacas são assim 
denominadas: 
 
Válvula Tricúspide: é uma válvula posicionada entre o átrio e o ventrículo 
direito. Possui três folhetos que se fecham no início da contração ventricular, 
evitando que o sangue retorne do ventrículo ao átrio direito. Os folhetos são 
sustentados em forma de um guarda-chuva pelas cordoalhas tendinosas. As 
cordoalhas são fibras miocárdicas altamente resistentes que se originam do interior 
do VD. 
 
Válvula Pulmonar: é a válvula posicionada na saída do fluxo sanguíneo do 
VD para o tronco da artéria pulmonar. Seus folhetos se fecham no final da contração 
ventricular, evitando que o sangue que atingiu a AP retorne para o VD. O diâmetro 
dessa válvula é menor do que a válvula tricúspide. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
 
Válvula Mitral: é a válvula posicionada entre o átrio e o ventrículo esquerdo. 
Sua função é a de evitar o refluxo de sangue do ventrículo para o átrio esquerdo. 
Como acontece no lado direito com a válvula tricúspide, a válvula mitral se fecha no 
início da contração ventricular. A sustentação dos folhetos se dá graças às 
cordoalhas tendinosas que se originam no interior do VE. 
 
Válvula Aórtica: é a válvula posicionada na saída do VE para a aorta. O 
fechamento dos folhetos desta válvula ocorre no final da contração ventricular com a 
função de evitar que o sangue que foi para a aorta retorne para o VE. 
 
 
FIGURA 10 
 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.umm.edu/graphics/images/es/18093.jpg>. Acesso em: 21 mar. 
2012. 
 
 
1.11 PAREDES DO CORAÇÃO 
 
 
Endocárdio - Uma fina membrana serosa que forra o órgão interiormente e 
cobre a superfície das válvulas cardíacas. É formado por um tecido epitelial de 
revestimento interno que nas artérias e veias chama-se endotélio. Esse tecido 
permite a não coagulação do sangue; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
 
Miocárdio - Uma camada média, e mais espessa, da parede do coração, 
formada por músculo anatomicamente estriado (vermelho) e fisiologicamente liso. 
Forma o coração; 
 
Epicárdio - (mais externa) Fina camada visceral que reveste diretamente o 
coração. É uma víscera serosa: membrana que deriva do revestimento da primitiva 
cavidade celomática; 
 
Pericárdio - É um saco seroso de parede dupla, está localizado no 
mediastino médio, envolvendo o coração. Externamente é constituído por uma 
espessa lâmina de tecido fibroso denso – pericárdio fibroso. Internamente por uma 
membrana transparente chamada pericárdio seroso; fluido pericárdico no interior 
diminui a fricção entre as camadas. 
 
 
1.12 AS ARTÉRIAS CORONÁRIAS 
 
 
As artérias do coração têm origem nas Artérias Coronárias, uma esquerda e 
outra direita. Têm origem na porção inicial da Aorta, constituindo os primeiros ramos 
colaterais desta artéria. A Artéria Coronária Esquerda nasce ao nível da parte média 
do Seio de Valssalva esquerdo. A Artéria Coronária Direita nasce ao nível do Seio 
de Valssalva direito. 
 
Artéria Coronária Esquerda 
 
O seu tronco de origem mede aproximadamente 1 cm. Dirige-se para frente, 
para baixo e para a esquerda. O tronco de origem divide-se depois em dois ramos 
terminais: a Artéria Interventricular Anterior ou Artéria Descendente Anterior e a 
Artéria Auriculoventricular Esquerda ou Ramo Circunflexo. 
 
Artéria Interventricular Anterior 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
 
A também denominada Artéria Descendente Anterior desce ao longo do 
Sulco Interventricular Anterior, contorna o Bordo direito do coração à direita da 
ponta, terminando na face posterior do coração. Ao longo do seu trajeto a Artéria 
Interventricular Anterior dá origem a 3 classes de Ramos Colaterais: a) Ramos 
Direitos, que irrigam o Ventrículo Direito; b) Ramos Esquerdos, que irrigam o 
Ventrículo Esquerdo e c) Ramos Septais (que irrigam o septo interventricular). 
 
Artéria Auriculoventricular Esquerda 
 
Essa artéria, também denominada Ramo Circunflexo, pois contorna o bordo 
esquerdo do coração, seguindo o Sulco Coronário, termina na face posterior do 
Ventrículo esquerdo, a uma distância variável do Sulco Interventricular Posterior, 
não atingindo, na maior parte dos casos, o referido sulco. Dirige-se horizontalmente 
até a parte esquerda do Sulco Coronário e atinge a face esquerda do coração. A 
Artéria Auriculoventricular Esquerda dá: a) Ramos Ascendentes ou Auriculares e b) 
Ramos Descendentes ou Ventriculares (que irrigam as respectivas regiões do 
coração esquerdo). 
 
Coronária Direita 
 
A Artéria Coronária Direita percorre o Sulco Auriculoventricular Direito e o 
Sulco Interventricular Posterior. Ao longo do seu trajeto tem três segmentos: o 1º 
estende-se desde a origem até o bordo direito do coração e no órgão in situ tem 
inicialmente um trajeto oblíquo de trás para frente, tornando-se em seguida 
descendente; o 2º segmento desde o bordo direito do coração até à parte superior 
do Sulco Longitudinal Posterior, no ponto denominado Cruz do Coração e por último 
o 3º segue a parte esquerda do Sulco Interventricular Posterior. 
 
Ramos Colaterais 
 
Os Ramos Colaterais da Coronária Direita são de 2 tipo: a) Ascendentes ou 
Auriculares e b) Descendentes ou Ventriculares. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
 
Ramos Ascendentes ou Auriculares 
 
São 3 ou 4 (que são responsáveis majoritariamente pela irrigação da 
aurícula direita) dos quais 2 são principais: a) a Artéria Auricular Direita Anterior, 
responsável pela irrigação do nódulo sinusal e b) a Artéria Auricular do Bordo Direito. 
 
Ramos Descendentes ou Ventriculares. 
 
Existem nos três segmentos da artéria e são responsáveis pela irrigação do 
ventrículo direito. 
 
Ramo Terminal 
 
O ramo terminal da Coronária Direita é a Artéria Interventricular Posterior. 
Há numerosas variações na terminação da Artéria Coronária Direita, podendo dizer-
se que está tanto mais desenvolvida quanto menos estiver a terminação da 
Coronária Esquerda. 
A Artéria Interventricular Posterior tem Ramos Direitos para a parede 
posterior do Ventrículo direito, Ramos Esquerdos para a parede posterior do 
Ventrículo esquerdo e por fim as Artérias Septais Posteriores. As Artérias Septais 
Posteriores são menos desenvolvidas que as Anteriores e o seu território resume-se 
ao 1/3 posterior do Septo Interventricular. É de realçar que o grupo inferior das 
septais posteriores tem frequentemente origem na terminação da Artéria 
Interventricular Anterior. 
 
 
1.13 TERRITÓRIOS VASCULARES DAS CORONÁRIAS 
 
 
Em geral podemos considerar que: 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
A Coronária Esquerda distribui-se pelo coração esquerdo e 2/3 Anteriores do 
Septo; 
A Coronária Direita distribui-se pelo coração direito e 1/3 Posterior do Septo; 
Cada uma das duas Coronárias contribui para a irrigação da outra metade 
do coração. 
 
FIGURA 11 
 
FONTE: Disponível em: < 
http://2.bp.blogspot.com/_74WATF33sFg/S8uuGWWT07I/AAAAAAAAAIo/GvHyZL8lpFE/s1600/coron
arias.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
1.14 CÉLULAS MUSCULARES CARDÍACAS 
 
 
99% são células musculares contráteis 
1% são células cardíacas especializadas do sistema de condução, não contráteis, 
com despolarização espontânea. 
- O Miocárdio é composto por fibras musculares cardíacas em espiral; 
- Células ramificadas e uninucleadas; 
- Células adjacentes unidas por discos intercalares. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
 
 
Discos intercalares contêm desmossomas e junções de hiato. 
 
- Desmossomas: conferem resistência mecânica.- Junções de hiato: permitem a propagação de potenciais de ação entre as 
células adjacentes. 
 
Tecido fibroso não condutor separa células musculares dos átrios das células 
musculares dos ventrículos. 
 
 
1.15 SISTEMA DE CONDUÇÃO ELÉTRICA 
 
 
O estímulo elétrico para a contração do miocárdio se origina em um pequeno 
agrupamento de células especiais, localizado na junção da veia cava superior com o 
átrio direito, na região chamada seio venoso. Esse conjunto de células é o NÓDULO 
SINUSAL. As células do nódulo sinusal por meio das reações químicas no seu interior 
geram o impulso elétrico que se propaga pelos átrios e produz a contração do 
miocárdio atrial. O estímulo elétrico se propaga pelos átrios, em ondas e através de 
vias preferenciais chamadas vias internodais. O estímulo das vias internodais é 
captado em outro nódulo, localizado junto ao anel da válvula tricúspide, próximo ao 
orifício do seio coronário, chamado NÓDULO ATRIOVENTRICULAR, ou simplesmente 
nódulo A-V. 
Deste nódulo A-V parte um curto feixe das células especiais, o feixe 
atrioventricular ou FEIXE DE HISS, que atravessa o esqueleto fibroso e se divide em 
dois ramos, direito e esquerdo. O ramo esquerdo, por sua vez se subdivide em 
outros dois feixes, um anterior e um posterior. Os feixes principais, direito e 
esquerdo, vão se ramificando, como uma árvore, no interior da massa miocárdica, 
constituindo um emaranhado de células condutoras, chamado REDE DE PURKINJE. 
As células do nódulo sinusal, por mecanismos químicos, geram o próprio 
impulso elétrico, a intervalos regulares, o que garante a automaticidade e a 
ritmicidade da estimulação cardíaca. O estímulo gerado no nódulo sinusal se 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
propaga pelos átrios e alcança o nódulo A-V e o feixe de Hiss, onde sofre um 
pequeno retardo. Do feixe de Hiss, o estímulo rapidamente alcança os feixes direito 
e esquerdo e as fibras terminais de Purkinje, que por sua vez estimulam o miocárdio 
ventricular. No adulto, o nódulo sinusal produz aproximadamente 80 impulsos 
elétricos por minuto, constituindo-se no marca-passo do próprio coração. 
O nódulo sinusal, o nódulo atrioventricular e o feixe de Purkinje recebem 
terminações nervosas simpáticas e parassimpáticas. Quando há estimulação 
simpática, liberam-se as catecolaminas adrenalina e noradrenalina, que produzem 
aumento da frequência dos impulsos elétricos do nódulo sinusal. A estimulação 
parassimpática ou vagal se faz pela acetilcolina e tem o efeito oposto, reduzindo a 
frequência dos impulsos. Na eventualidade de secção das fibras nervosas 
simpáticas e parassimpáticas cessa a influência nervosa sobre o coração, que, 
contudo, mantém a automaticidade e ritmicidade pelo nódulo sinusal. 
 
FIGURA 12 
 
 
FONTE: Disponível em: < 
http://2.bp.blogspot.com/_DghxTsJuAG0/S2MWU49pWrI/AAAAAAAAAB8/11DDcyt2ynw/s320/sistema
_conducao_cardiaco.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
 
 
Atividade Elétrica das Células 
 
 
A concentração de íons no interior de uma célula é diferente da 
concentração no seu exterior, o que propicia a geração de uma diferença de 
potencial denominada “potencial de membrana”. Simultaneamente, o gradiente de 
concentração iônica está associado ao aparecimento de forças elétricas de difusão. 
Quando não há condução de impulsos elétricos o potencial de repouso da 
membrana é de cerca de – 70mVolt em relação ao líquido extracelular. Esse valor se 
modifica devido a uma excitação externa, quando ocorre uma tendência de inversão 
do potencial de membrana. Por exemplo, com a entrada maciça de íons sódio (Na+) 
na célula, essa começa a se despolarizar, isto é, o potencial negativo no interior da 
célula desaparece, tornando-se positivo no interior da fibra e negativo no exterior. 
Quando há um grande gradiente de concentração de íons, tanto fora quanto 
dentro da célula, as forças de difusão elétrica fazem com que os íons positivos se 
desloquem para regiões cujo potencial é predominantemente negativo, enquanto 
que os íons negativos se deslocam para regiões cujo potencial é 
predominantemente positivo. Quando as cargas positivas e negativas se igualam há 
um equilíbrio da energia potencial, não ocorrendo, portanto, nenhuma movimentação 
de íons. Para que a membrana permaneça no estado de repouso, é necessário 
manter o potencial elétrico por meio da diferença de concentração de íons entre o 
meio intracelular e o meio extracelular. No corpo humano, tal gradiente de 
concentração ocorre por transporte ativo, com gasto de energia na forma de ATP 
(adenosina trifosfato), proveniente do metabolismo celular. Esse processo ativo 
denomina-se “bomba de sódio-potássio”. 
A atividade elétrica do coração é o resultado do movimento de íons 
(partículas ativadas, como sódio, potássio e cálcio) através da membrana celular. As 
alterações elétricas registradas no interior de uma única célula resultam no que se 
conhece como potencial de ação cardíaco. No músculo cardíaco existem três tipos 
de canais iônicos importantes na produção da variação de voltagem da membrana; o 
potencial de ação nessas fibras se dá como no esquema abaixo: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
O potencial de repouso de membrana da fibra muscular cardíaca é de 
aproximadamente -90 mV. Quando um impulso despolarizante chega a ela, ocorrem 
os seguintes eventos: 
0 - Abertura dos canais rápidos de Na+ (o Na+ entra rapidamente na célula, 
elevando o potencial de membrana); 
1 - Abertura dos canais de K+ (o K+ sai da célula, repolarizando-a); 
2 - Os canais lentos de Ca+2, que começaram a se abrir lentamente em -60 a 
-50 mV abrem-se por completo, permitindo a saída do íon cálcio e interrompendo a 
queda do potencial causada pela saída de íons K+; 
3 - Os canais lentos de Ca+2 se fecham e a saída de K+ leva o potencial de 
volta ao valor normal de repouso; 
4 - Os canais de K+ se fecham e a membrana permanece no seu potencial 
de repouso. 
Nos nós sinoatrial e atrioventricular encontramos outro tipo de curva de 
potencial de ação: 
 
FIGURA 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Arquivo Pessoal do Autor. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
 
 
Fibras do nó Sinoatrial 
 
FIGURA 14 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-
bio/trab2000/cardiovasc/sinusal1.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
Fibras do nó Atrioventricular 
 
FIGURA 15 
 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-
bio/trab2000/cardiovasc/sinusal1.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
Como podemos observar, a frequência de despolarização e deflagração de 
potenciais de ação no nó sinoatrial é maior que nos demais tecidos especializados. 
Por isso, o nó sinoatrial é o marca-passo normal do coração. Como o nó sinoatrial 
despolariza mais rapidamente seu impulso é gerado e conduzido através do átrio até 
alcançar o nó A-V, que ainda não se despolarizou o suficiente para deflagrar seu 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
potencial de ação independentemente; com o impulso despolarizante vindo do nó 
sinoatrial o nó A-V atinge seu limiar e transmite o impulso elétrico aos ventrículos. 
Temos então que o coração possui uma ritmicidade sinusal, porém, em 
situações onde o nó sinoatrial está danificado, o nó A-V assume o controle da 
ritmicidade e passamos a ter o chamado ritmo infrassinusal, mais lento (bradicardia 
nodal) devido ao nó A-V ter uma frequência de impulsos menor. Em casos em que 
ocorre a falência desses dois tecidos, o próximo a assumir o controle da ritmicidade 
seriam as fibras de Purkinge, porém a frequência de impulsos dessas é muito baixa 
e não é suficiente para manter os níveis normais de pressão arterial necessário. 
Nesse caso são implantados os chamados marca-passos artificiais. 
O nó A-V possui uma importante função no que diz respeito ao retardo da 
transmissão do impulso elétrico do átrio aoventrículo, sincronizando assim a 
contração dos miocárdios atrial e ventricular de forma que os átrios se contraiam um 
pouco antes da contração ventricular. A parte do sistema nervoso que regula a 
frequência cardíaca automaticamente é o sistema nervoso autônomo, constituído 
pelos sistemas nervoso simpático e parassimpático. O sistema nervoso simpático 
aumenta a frequência cardíaca, enquanto o sistema nervoso parassimpático a 
diminui. O sistema simpático supre o coração com uma rede de nervos, o plexo 
simpático. O sistema parassimpático preenche o coração por um único nervo, o 
nervo vago. A frequência cardíaca também é influenciada pelos hormônios 
circulantes do sistema simpático – a epinefrina (adrenalina) e a norepinefrina 
(noradrenalina) –, os quais são responsáveis por sua aceleração. 
O hormônio tireoidiano também influencia a frequência cardíaca: quando em 
excesso, essa se torna muito elevada; quando há deficiência do mesmo, o coração 
bate muito lentamente. Geralmente a frequência cardíaca normal em repouso é de 
60 a 100 batimentos por minuto. Entretanto, frequências muito baixas podem ser 
normais em adultos jovens, particularmente entre aqueles que apresentam um bom 
condicionamento físico. Variações da frequência cardíaca são normais. 
A frequência cardíaca responde não só ao exercício e à inatividade, mas 
também a estímulos como, por exemplo, a dor e a raiva. Apenas quando a 
frequência cardíaca é inadequadamente elevada (taquicardia) ou baixa (bradicardia) 
ou quando os impulsos elétricos são transmitidos por vias anormais é que se 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
considera que o coração apresenta um ritmo anormal (arritmia). Os ritmos anormais 
podem ser regulares ou irregulares. 
 
 
1.16 O CICLO CARDÍACO 
 
 
Um batimento cardíaco completo é chamado ciclo cardíaco. O ciclo cardíaco 
vai do final de uma contração cardíaca até o final da contração seguinte e inclui 
quatro eventos mecânicos principais, a saber: contração atrial ou sístole atrial, 
relaxamento atrial ou diástole atrial, contração ventricular ou sístole ventricular e 
relaxamento ventricular ou diástole ventricular. 
Um batimento cardíaco se inicia com a sístole atrial. A seguir, durante a 
diástole atrial, ocorrem sucessivamente a sístole e a diástole ventricular. O sangue 
flui de modo contínuo, das grandes veias para os átrios e cerca de 70% desse 
volume flui diretamente dos átrios para os ventrículos. A contração dos átrios produz 
um enchimento ventricular adicional de 30%. Os átrios funcionam como bombas de 
ativação, que aumentam a eficácia do bombeamento ventricular. Durante a sístole 
ventricular, o sangue se acumula nos átrios, porque as válvulas atrioventriculares 
estão fechadas. Ao terminar a sístole ventricular, a pressão nos átrios faz com que 
as válvulas atrioventriculares se abram, permitindo que os ventrículos se encham 
rapidamente. 
Esse período é seguido por outro curto período de enchimento mais lento 
dos ventrículos, com o sangue que continuou a fluir para os átrios durante o período 
anterior. Na fase final do enchimento ou diástole ventricular, ocorre a sístole atrial. 
Ao se iniciar a contração ou sístole ventricular, a pressão no interior do ventrículo se 
eleva muito rapidamente, pelo retesamento das suas fibras, fechando as válvulas 
atrioventriculares. Logo após uma pequena fração de segundo, o ventrículo ganha 
pressão suficiente para abrir as válvulas semilunares (aórtica ou pulmonar) e iniciar 
a ejeção do sangue para as grandes artérias. 
Cerca de 60% do volume de sangue do ventrículo é ejetado nessa primeira 
fase da sístole ventricular e os 40% restantes, logo a seguir, um pouco mais 
lentamente. Ao final da sístole, pouco sangue passa às grandes artérias. A pressão 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
ventricular começa a cair rapidamente pelo início do relaxamento da musculatura 
miocárdica, o que fecha as válvulas aórtica e pulmonar. A continuação do 
relaxamento ou diástole ventricular, logo a seguir, permite a abertura das válvulas 
atrioventriculares e se inicia um novo período de enchimento ventricular. 
 
 
1.17 DÉBITO CARDÍACO E ÍNDICE CARDÍACO 
 
 
Durante a diástole ocorre o enchimento ventricular que, ao final, atinge um 
volume de aproximadamente 120 ml, chamado volume diastólico final. À medida que 
a sístole ventricular ejeta sangue para as grandes artérias, o volume ventricular cai, 
sendo de aproximadamente 50 ml ao final da sístole (volume sistólico final). A 
diferença entre o volume diastólico final e o volume sistólico final é chamada de 
volume de ejeção ou volume sistólico e corresponde ao volume de sangue 
impulsionado a cada batimento cardíaco. Em um adulto, o volume sistólico médio é 
de cerca de 70 ml de sangue. O volume sistólico varia com os indivíduos, sendo 
menor nas crianças. No coração normal é o mesmo para ambos os ventrículos. 
Quando o coração se contrai com mais força o volume sistólico final pode 
cair para apenas 20 ml. Quando grandes quantidades de sangue fluem para os 
ventrículos durante a diástole, o volume diastólico final pode atingir 200 ml. Em 
ambas as circunstâncias, o volume de ejeção ou volume sistólico estará aumentado 
e, portanto, estará majorado o débito do ventrículo, a cada batimento. 
O débito cardíaco sistêmico corresponde à quantidade de sangue lançada 
pelo ventrículo esquerdo na aorta, a cada minuto. Essa é a forma habitual de 
expressar a função de bomba do coração. Em cada batimento o volume ejetado pelo 
ventrículo esquerdo na aorta é a diferença entre o volume diastólico final (VDF) e o 
volume sistólico final (VSF). O débito cardíaco (DC) será igual àquela diferença 
multiplicada pelo número de batimentos a cada minuto (frequência cardíaca, FC). 
O débito cardíaco pode ser expresso pela seguinte equação: 
 
DC = (VDF - VSF) x FC em que: 
DC = débito cardíaco, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
VDF = volume diastólico final, 
VSF = volume sistólico final e, 
FC = frequência cardíaca. 
 
O volume sistólico de um adulto médio é de aproximadamente 70 ml e a 
frequência cardíaca é de 80 batimentos por minuto. O débito cardíaco desse 
indivíduo será de 70 x 80 = 5.600ml/min. (5,6 litros/ minuto). O débito cardíaco é 
habitualmente expresso em litros por minuto (l/min.). Se, em uma criança, por 
exemplo, o volume diastólico final é de 60 ml, o volume sistólico final é de 25 ml e a 
frequência cardíaca é de 100 batimentos por minuto, o seu débito cardíaco será: 
 
DC = (60 - 25) x 100 = 35 x 100 = 3.500 ml/min ou 3,5 l/min. 
 
O débito cardíaco na criança é inferior ao débito calculado para os adultos, o 
que nos mostra a dificuldade de comparar o débito cardíaco de diferentes indivíduos, 
em face das variações de seu peso e massa corporal, dos quais dependem os 
volumes diastólico e sistólico finais. Para permitir a comparação do débito cardíaco 
entre diferentes indivíduos, usa-se dividir o valor do débito cardíaco pela superfície 
corpórea (SC), expressa em metros quadrados. Esse novo indicador da função de 
bomba do coração tem maior significado que o anterior e é chamado de Índice 
Cardíaco (IC). Se a superfície corpórea do adulto do exemplo anterior é de 1,8 m2 e 
a superfície corpórea da criança é de 1,1 m2, teremos os seguintes índices da 
função ventricular: 
 
IC = DC/SC = 5,6/1,8 = 3,1 l/min/m2 
IC = DC/SC = 3,5/1,1 = 3,1 l/min/m2 
 
O índice cardíaco de ambos os indivíduos é o mesmo, de 3,1 litros de 
sangue por minuto, por cada metro quadrado de superfície corporal. O índice 
cardíaco é o indicador mais importante da função do sistema cardiovascular, porque 
expressa a quantidade de sangue que o coração impulsiona cada minuto, para o 
transporte dos elementos essenciais à função celular em todos os tecidos do 
organismo. O índice cardíaco varia com a idade. Nas crianças, é de 2,5 l/ min/m2, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
desde o nascimento, para atingir pouco maisde 4 l/min/m2 aos 10 anos de idade. 
Na velhice, o índice declina, alcançando os 2,4 l/min/m2, em torno dos oitenta anos. 
O índice cardíaco normal, para os indivíduos de todas as idades, em repouso, varia 
de 2,5 a 3,75 l/min/m2 atinge cerca de 120mmHg. 
 
 
2 MEIOS DIAGNÓSTICOS EM CARDIOLOGIA 
 
 
2.1 HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO DO PACIENTE CARDIOPATA 
 
 
Em primeiro lugar, interrogamos o indivíduo sobre sintomas como, por 
exemplo, dor torácica, dispneia, edema dos pés e tornozelos e palpitações, os quais 
sugerem a possibilidade de uma cardiopatia. Em seguida, deve-se perguntar se a 
pessoa tem outros sintomas como febre, debilidade, fadiga, falta de apetite e mal-
estar generalizado, que também são indícios de cardiopatia. A seguir, o paciente é 
questionado sobre infecções passadas, exposição prévia a agentes químicos, uso 
de medicações, álcool e tabaco, ambientes doméstico e profissional e atividades de 
lazer. Também questionamos a pessoa acerca de membros da família que tiveram 
cardiopatias e moléstias afins e sobre o paciente manifestar alguma outra doença 
que afete o sistema cardiovascular. 
Durante o exame físico, anotamos o peso, o estado físico e o aspecto geral 
da pessoa, verificando a presença de palidez, sudorese ou sonolência – as quais 
podem ser indicadores sutis de uma cardiopatia. Também são observados o humor 
do indivíduo e sua disposição, os quais costumam ser afetados pelas cardiopatias. A 
avaliação da cor da pele é importante, porque a palidez anormal ou a cianose 
(coloração azulada) podem indicar anemia ou deficiência do fluxo sanguíneo. Esses 
achados podem indicar que a pele está recebendo oxigênio de forma inadequada 
devido a uma doença pulmonar, à insuficiência cardíaca ou a problemas 
circulatórios. 
Verificamos o pulso de artérias do pescoço, sob os braços, nos cotovelos e 
pulsos, no abdômen, na região inguinal, nos joelhos e nos tornozelos e pés, para 
avaliar melhor se o fluxo sanguíneo é adequado e igual em ambos os lados do 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
corpo. A pressão arterial e a temperatura corpórea também são verificadas. 
Qualquer anormalidade pode sugerir uma cardiopatia. As veias no pescoço são 
então analisadas porque elas estão conectadas diretamente ao átrio direito do 
coração e fornecem uma indicação sobre o volume e a pressão do sangue que está 
entrando no lado direito do coração. 
Nessa etapa do exame a pessoa coloca-se em decúbito dorsal com a parte 
superior do corpo elevada em um ângulo de 45°. Às vezes, o indivíduo pode sentar-
se, permanecer em pé ou deitar em decúbito dorsal totalmente horizontal. A pele 
sobre os tornozelos e a perna (e, em alguns casos, sobre a região dorsal inferior) é 
pressionada, para verificar a presença de acúmulo de líquido (edema) nos tecidos 
subcutâneos. É utilizado um oftalmoscópio (instrumento que permite examinar o 
interior do olho) para a observação dos vasos sanguíneos e tecidos nervosos da 
retina (a membrana sensível à luz existente na superfície interna da parte posterior 
do olho). São comuns as anormalidades visíveis na retina em pessoas com 
hipertensão, diabetes, arteriosclerose e infecções bacterianas das válvulas 
cardíacas. 
Observamos a região torácica para determinar se a frequência e os 
movimentos respiratórios são normais e, em seguida, percute o tórax com os dedos 
para determinar se os pulmões estão cheios de ar, o que seria normal, ou se eles 
contêm líquido, condição anormal. A percussão também ajuda a determinar se a 
membrana que envolve o coração (pericárdio) ou a dupla camada membranosa que 
reveste os pulmões (pleura) contém líquido. Usando um estetoscópio, também 
auscultamos os sons respiratórios para determinar se o fluxo de ar encontra-se 
normal ou obstruído e se os pulmões contêm líquido em decorrência da insuficiência 
cardíaca. 
Uma das mãos é colocada sobre o tórax para determinar o tamanho do 
coração, o tipo e a força das contrações durante cada batimento cardíaco. Às vezes, 
um fluxo sanguíneo turbulento e anormal no interior dos vasos ou entre as câmaras 
cardíacas causa uma vibração que pode ser sentida com a ponta dos dedos ou a 
palma da mão. Com um estetoscópio, escutamos o coração (procedimento 
denominado auscultação), observando os diferentes sons produzidos pela abertura 
e pelo fechamento das válvulas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
 
 
FIGURA 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <l http://www.endocardio.med.br/wp-
content/uploads/2011/07/examcardio03.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
Anormalidades das válvulas e de estruturas cardíacas produzem um fluxo 
sanguíneo turbulento, o qual dá origem a sons característicos denominados sopros. 
Em geral, o fluxo sanguíneo turbulento ocorre quando o sangue passa por válvulas 
estenosadas (estreitadas) ou insuficientes (que permitem o refluxo). No entanto, 
nem todas as cardiopatias causam sopros, e nem todos os sopros indicam 
cardiopatia. É comum mulheres grávidas apresentarem sopros cardíacos em razão 
do aumento normal do fluxo sanguíneo. Sopros cardíacos inofensivos também são 
comuns em bebês e crianças, em virtude do rápido fluxo do sangue através das 
pequenas estruturas do coração. 
À medida que as paredes dos vasos, das válvulas e dos outros tecidos se 
enrijecem nos idosos, o sangue vai fluindo de forma turbulenta, mesmo que não 
exista cardiopatia grave subjacente. O posicionamento do estetoscópio sobre 
artérias e veias em qualquer outro ponto do corpo permite realizarmos a auscultação 
em busca de sons do fluxo sanguíneo turbulento, denominados ruídos e causados 
pelo estreitamento (estenose) dos vasos ou por conexões anormais entre vasos. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
 
FIGURA 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <l http://www.endocardio.med.br/wp-
content/uploads/2011/07/examcardio03.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
Palpamos o abdômen para determinar se o fígado está aumentado de 
volume em consequência do acúmulo de sangue nas veias principais que se dirigem 
ao coração. Um abdômen com um aumento anormal de volume em decorrência da 
retenção de líquido pode indicar insuficiência cardíaca. O pulso e o tamanho da 
aorta abdominal também são verificados. Os membros inferiores devem ser 
observados quanto à perfusão, edema e simetria dos pulsos periféricos. 
 
 
2.2 EXAME FÍSICO/CARDIOLOGIA 
 
 
2.2.1. Inspeção do Tórax 
 
 
ABAULAMENTOS 
Causas Extracardíacas 
Causas Cardíacas 
 
 
 
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 36 
RETRAÇÕES 
Cicatrizes de toracotomia 
 
PULSAÇÕES ANORMAIS 
Precordiais 
Epigástricas 
 
ICTUS CORDIS 
 
 
2.2.2 Palpação do Tórax 
 
 
1. ICTUS CORDIS: Localização; Extensão; Intensidade; Mobilidade; 
 
2. FRÊMITO CATÁREO: Sede; Tempo; Intensidade; 
 
3. CHOQUE VALVAR; 
 
4. ATRITO PERICÁRDICO; 
 
5. RITMO DE GALOPE; 
 
6. PULSAÇÕES ANORMAIS. 
 
 
2.2.3 Percussão do Tórax 
 
 
1. LIMITES NORMAIS DA ÁREA CARDÍACA; 
2. MACICEZ CARDÍACA; 
 
 
2.2.4 Ausculta Cardíaca 
 
a) FOCOS DE AUSCULTA 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
Foco Aórtico: 2º espaço intercostal direito, linha paraesternal; 
Foco Pulmonar: 2º espaço intercostal esquerdo, linha paraesternal; 
Foco Tricúspide: base apêndice xifoide; 
Foco Mitral ou Apical: 5º espaço intercostal na linha hemiclavicular à esquerda do 
esterno (sede do ictus). 
 
b) RITMO: Regular; 
 
c) FREQUÊNCIA 
Recém-nascidos: 130 a 160 bpm; 
Lactentes: 110 a 130 bpm; 
Crianças: 80 a 120 bpm; 
Adultos: 60 a100 bpm. 
 
d) BULHAS CARDÍACAS 
B1- Fechamento das válvulas mitral e tricúspide; 
B2 - Fechamento das válvulas aórtica e pulmonar; 
B3 - Presente em crianças e adultos jovens; 
B4 – Patológica. 
 
 
SOPROS (alterações das bulhas cardíacas) 
 
Avaliação 
 
 INTENSIDADE: 
+ sopro suave 
++ sopro moderado 
+++ sopro forte 
++++ sopro intenso 
 
 TIMBRE: Suave - Musical - Áspero 
 
 DURAÇÃO: 
Proto - início do ciclo;AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
Meso - parte média do ciclo; 
Tele - segunda parte do ciclo; 
Holo - todo o ciclo. 
 
 IRRADIAÇÃO 
Classificação 
 
- Sistólico: Ocupam total ou parcialmente a sístole (ejeção e/ou regurgitação); 
- Diastólico: Ocupam total ou parcialmente a diástole (regurgitação e/ou enchimento 
ventricular); 
- Contínuos: Regurgitação e obstrução. 
- Inocentes: Sopros suaves e sem frêmitos 
 
 
2.3 PACIENTE SEM ALTERAÇÕES AO EXAME CARDIOVASCULAR 
 
 
 Precórdio calmo. Ausência de abaulamentos e retrações. Ausência de pulsações 
visíveis e palpáveis nas regiões paraesternal, epigástrica, supraclaviculares e em 
fúrcula. 
 Ictus cordis visível e palpável no 5º espaço intercostal esquerdo (EICE), na linha 
hemiclavicular esquerda (LHCE) (a 10 cm da linha médio-esternal), 
normoimpulsivo, com frequência de 75 bpm, rítmico, de amplitude normal, com 
uma polpa digital de extensão, com discreta mobilidade ao decúbito de Pachón 
(deslocamento de cerca de 2 cm para esquerda). Ausência de frêmitos e de atrito 
pericárdico palpável. Bulhas cardíacas (choques valvares) impalpáveis. 
 A percussão da área cardíaca mostra limite de transição de submacicez para 
som claro pulmonar no 3º, 4º e 5º EICE a 4, 7 e 10 cm da borda esternal 
esquerda, respectivamente. 
 À ausculta observa-se ritmo cardíaco regular em 2 tempos, bulhas 
normofonéticas com desdobramento fisiológico (respiratório) da 2ª bulha no foco 
pulmonar, ausência de sopros e de atrito pericárdico. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
2.4 EXAMES DIAGNÓSTICOS EM CARDIOLOGIA 
 
 
Exames de Sangue 
 
 
2.4.1 Creatino Kinase (CK) 
 
 
É uma enzima citoplasmática e mitocondrial que cataliza a fosforilação 
reversível da creatinina com formação de ATP. A CK é composta de duas 
subunidades (M e B) que se combinam em três tipos: MM, MB e BB que são 
encontradas em maior proporção respectivamente, no musculoesquelético, cardíaco 
e nos tecidos. Elevações de MM são encontradas nas disfunções tireoideanas e BB 
nas doenças gastrointestinais, adenomas, carcinomas, doenças vasculares, 
autoimunes e cirrose. Portanto, a sua elevação não significa necessariamente Infarto 
Agudo do Miocárdio (IAM). A associação clínica com ECG e outras provas 
laboratoriais aumentam o seu valor diagnóstico no IAM. A elevação do CK Total 
ocorre 4 a 8 horas após o início da dor peitoral, tendo o seu pico máximo de 12 a 24 
horas, retornando ao normal em 3 a 4 dias. 
Os níveis aumentados podem indicar: infarto do miocárdio, lesão da 
musculatura cardíaca ou esquelética, doença muscular cardíaca congênita, acidente 
vascular cerebral, injeções intramusculares, hipotireoidismo, doenças infecciosas, 
embolia pulmonar, hipertermia maligna, convulsões generalizadas, neoplasias de 
próstata, vesícula e trato gastrintestinal. 
Considerando as limitações da CK total, o CKMB é um marcador mais 
específico para detecção de lesões no miocárdio, pois 25 a 46% da concentração 
desta enzima encontram-se no músculo cardíaco e apenas 5% no 
musculoesquelético. Elevações de CKMB ocorrem de 2 a 6 horas após as 
manifestações cardíacas, com pico máximo em torno de 24 horas, retornando ao 
normal dentro de 48 horas. Precocidade de sua detecção e maior especificidade faz 
com que ela seja o marcador de escolha em relação ao CK Total. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
 
 
2.4.2 CK-MB 
 
 
É uma isoenzima da creatina fosfoquinase (CPK) que corresponde à enzima 
liberada pelo músculo cardíaco. Esta enzima eleva-se quando ocorre isquemia em 
uma determinada região do músculo cardíaco. No infarto agudo do miocárdio os 
valores de CK-MB podem estar superiores a 16 U/L e entre 4% a 25% do valor de 
CPK total. A interpretação dos resultados pode ser a seguinte: 
Valores de CK-MB acima de 16 U/L, mas inferiores a 4% do valor do CPK 
total podem sugerir lesão de musculoesquelético; 
CK-MB acima de 25% do valor do CPK total pode indicar presença de 
isoenzima, nesse caso o indicado é dosar o CK-MB por meio de metodologias 
alternativas, como no caso do CK-MB por quimioluminescência. A interpretação 
deste exame é a seguinte: o CK-MB encontra-se predominantemente no músculo 
cardíaco, sendo responsável por aproximadamente 10 a 40% das miocardites. Os 
danos no miocárdio originam a liberação transitória de CKMB para a circulação. 
Esse aumento de CKMB atinge o auge entre 12 e 24 horas, depois regressa ao 
normal dentro de 48 a 72 horas. 
 
 
2.4.3 CK-MB massa 
 
 
Enquanto na dosagem de CK-MB é determinada a atividade da enzima, o 
teste de CK-MB massa detecta sua concentração, independentemente de sua 
atividade, o que torna o CK-MB massa mais confiável que os testes de CK-MB 
atividade. Dessa maneira, o CK-MB massa apresenta melhor sensibilidade analítica, 
pois detecta enzimas ativas e inativas. 
A sensibilidade analítica também aumenta, já que pode detectar lesões no 
miocárdio 1 a 2 horas antes do CK-MB. A menor incidência de resultados falso-
positivos ocorre devido ao fato de o teste não sofrer interferência de outras enzimas 
com atividade semelhante. Na prática laboratorial podem-se encontrar valores de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
CK-MB maiores que CK total, isso ocorre devido a formas macromoleculares da 
enzima (macro-CK), que levam a resultados falso-positivos em ensaios de CK-MB. 
Por meio de alguns exames de sangue é possível detectar tanto um risco 
para doença arterial coronariana como a presença de doença arterial coronariana. 
No primeiro caso, certas substâncias são dosadas e quando estão acima dos 
valores normais indicam um risco para desenvolver a doença arterial coronariana e, 
no segundo caso, algumas substâncias chamadas de enzimas, quando aumentadas, 
indicam dano ou isquemia no miocárdio. A seguir serão apresentados os exames 
laboratoriais mais comumente realizados na avaliação do risco para doença arterial 
coronariana. 
 
 
2.4.4 Troponina T 
 
 
É um exame que começa a ser muito utilizado no diagnóstico do infarto 
agudo do miocárdio. Esta enzima é liberada no sangue a partir de 2 a 8 horas após 
a lesão do miocárdio. Os valores se elevam por um período de 2 horas a 14 dias 
após o infarto. O resultado positivo significa que a concentração de Troponina T 
contida na amostra supera o valor de sensibilidade do teste, que é 0,1 ng/ml. 
Entretanto, o resultado negativo não permite excluir com segurança um infarto do 
miocárdio nas primeiras 8 horas após a aparição dos primeiros sintomas. Se a 
suspeita persistir, o exame deve ser repetido em intervalos apropriados. 
Pode-se utilizar uma ampla gama de exames e procedimentos para a 
realização de diagnósticos rápidos e precisos. A tecnologia inclui as mensurações 
elétricas, os estudos radiográficos, a ecocardiografia, a ressonância magnética 
(RM), a tomografia por emissão de pósitrons (TEP) e o cateterismo cardíaco. A 
maioria dos procedimentos diagnósticos cardíacos apresenta apenas um risco 
mínimo, mas esse aumenta de acordo com a complexidade do procedimento e a 
gravidade da cardiopatia subjacente. 
Nos casos do cateterismo e da angiografia cardíacos, a probabilidade de 
uma complicação grave – como acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio ou 
morte – é de 1:1.000. Os testes de esforço apresentam risco de infarto do miocárdio 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
ou de morte de 1:5.000. Virtualmente, o único risco dos estudos com radionuclídeos 
é originário da diminuta dose de radiação recebida pelo paciente, que é inferior à 
radiação recebida pelos indivíduos na maioria das radiografias. 
 
 
2.4.5 Colesterol Total 
 
 
Esse é um exame que determina a dosagem total de colesterol no sangue. A 
unidade de medida é em miligramas por decilitro de sangue (mg/dl). As frações são 
exames específicos. Abaixo estão os valores para o colesterol e as suas frações. 
 
 
2.4.6 Colesterol Total e Frações 
 
 
Colesterol Total e Frações Desejável Limite SuperiorMuito Alto 
Colesterol Total < 200 mg/dl 200-239 mg/dl > 240 
mg/dl 
LDL Colesterol < 130 mg/dl 130-159 mg/dl > 160 
mg/dl 
Triglicérides < 200 mg/dl > 200 
mg/dl 
 
 
2.4.7 TGO - Transaminase glutâmico oxaloacética 
 
 
No infarto agudo do miocárdio o aumento do TGO está ligado à necrose de 
células miocárdicas. A elevação é geralmente moderada, chegando a atingir 10 
vezes o limite superior normal. A elevação da TGO aparece entre a sexta e a décima 
segunda hora após o episódio de dor, atinge seu nível máximo em 24 a 48 horas e o 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
seu retorno ao normal se processa entre o quarto e o sétimo dia após o episódio de 
dor. 
 
 
2.4.8 TGP - Transaminase glutâmica-pirúvica 
 
 
Nos pacientes com infarto do miocárdio seus níveis de elevação sérica são 
leves ou ausentes. Entretanto, na insuficiência cardíaca ou no choque com necrose 
hepática presente pode-se ter níveis elevados. A aplicação principal da 
determinação desta enzima sérica está no diagnóstico da destruição hepatocelular. 
 
 
2.5 EXAMES DIAGNÓSTICOS 
 
 
Pode-se utilizar uma ampla gama de exames e procedimentos para a 
realização de diagnósticos rápidos e precisos. A tecnologia inclui as mensurações 
elétricas, os estudos radiográficos, a ecocardiografia, a ressonância magnética 
(RM), a tomografia por emissão de pósitrons (TEP) e o cateterismo cardíaco. A 
maioria dos procedimentos diagnósticos cardíacos apresenta apenas um risco 
mínimo, mas esse aumenta de acordo com a complexidade do procedimento e a 
gravidade da cardiopatia subjacente. 
Nos casos do cateterismo e da angiografia cardíacos, a probabilidade de 
uma complicação grave – como acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio ou 
morte – é de 1:1.000. Os testes de esforço apresentam risco de infarto do miocárdio 
ou de morte de 1:5.000. Virtualmente, o único risco dos estudos com radionuclídeos 
é originário da diminuta dose de radiação recebida pelo paciente, que é inferior à 
radiação recebida pelos indivíduos na maioria das radiografias. 
 
 
2.5.1 Teste de Esforço 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
 
A resistência dos indivíduos ao exercício fornece ao médico informações 
sobre a existência e a gravidade de uma doença arterial coronariana e de outros 
distúrbios cardíacos. Um teste de esforço, o qual permite controlar o ECG e a 
pressão arterial do indivíduo durante o exercício, pode revelar problemas que não 
são evidenciados em repouso. 
Se as artérias coronárias apresentam um bloqueio parcial, o coração pode 
apresentar uma circulação sanguínea suficiente quando o indivíduo encontra-se em 
repouso, mas não quando ele se exercita. A realização simultânea de uma prova da 
função pulmonar pode diferenciar a limitação do exercício por uma doença cardíaca 
ou pulmonar da limitação em função da ocorrência concomitante de uma patologia 
cardíaca e uma patologia pulmonar. 
Durante a prova, a pessoa pedala uma bicicleta ergométrica ou anda sobre 
uma esteira rolante em um determinado ritmo. 
 
FIGURA 18 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.centrodecardiologia.com/fotos/teste_02.jpg>. Acesso em: 21 
mar. 2012. 
 
 
O ritmo é gradualmente aumentado. O ECG é monitorizado de forma 
contínua e a pressão arterial é medida em intervalos regulares. Em geral, é 
solicitado ao indivíduo que está sendo testado que ele continue o teste até a sua 
frequência cardíaca atingir entre 80 e 90% do máximo para sua idade e seu sexo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
Se sintomas, como a dificuldade respiratória ou a dor torácica, tornarem-se muito 
desconfortáveis ou se forem detectadas anormalidades significativas no registro 
eletrocardiográfico ou da pressão arterial, a prova deve ser interrompida. 
Os indivíduos que, por alguma razão, não podem realizar exercícios, são 
submetidas ao eletrocardiograma de estresse, o qual fornece informações 
semelhantes às do teste de esforço, mas não envolve a prática de exercícios. Em 
vez disso, uma substância que aumenta o suprimento sanguíneo ao tecido cardíaco 
normal, mas diminui o suprimento ao tecido anormal, como o dipiridamol ou a 
adenosina, é injetada no indivíduo para simular os efeitos do esforço. 
O teste de esforço sugere a presença de uma doença arterial coronariana 
quando surgem determinadas anormalidades eletrocardiográficas, o indivíduo 
apresenta angina ou a sua pressão arterial diminui. Nenhum teste é perfeito. Às 
vezes eles revelam anormalidades em pessoas que não apresentam doença arterial 
coronariana (resultado falso-positivo) e, às vezes, eles não revelam anormalidades 
em pessoas que realmente apresentam angina (resultado falso-negativo). 
Para os indivíduos assintomáticos (sem sintomas), especialmente os mais 
jovens, a probabilidade de doença arterial coronariana é baixa, apesar de um 
resultado anormal do teste. Apesar disso, é frequente o teste de esforço ser utilizado 
com finalidade de controle de indivíduos aparentemente saudáveis como, por 
exemplo, antes do início de um programa de exercícios ou na avaliação para a 
realização de um seguro de vida. Os muitos falso-positivos resultantes causam uma 
preocupação considerável e despesas médicas desnecessárias. Por isso, a maioria 
dos especialistas não incentiva a utilização do teste de esforço em pessoas 
assintomáticas. 
 
 
2.5.2 Eletrocardiografia 
 
 
A eletrocardiografia é um procedimento rápido, simples e indolor, em que 
impulsos elétricos no coração são amplificados e registrados em uma fita de papel 
em movimento. O eletrocardiograma (ECG) permite que o médico analise o marca-
passo do coração, o qual dispara cada batimento, as vias de condução nervosa do 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
coração, a frequência e o ritmo cardíaco. Para obter um ECG, o examinador instala 
pequenos contatos metálicos (eletrodos) sobre a pele dos braços, das pernas e do 
tórax do indivíduo. 
Esses eletrodos mensuram o fluxo e a direção das correntes elétricas no 
coração durante cada batimento cardíaco. Os eletrodos são conectados por meio de 
fios metálicos a um aparelho que gera um traçado para cada eletrodo. Cada traçado 
representa uma “imagem” particular dos padrões elétricos do coração; essas 
imagens são denominadas derivações. Quase todas as pessoas com suspeita de 
serem portadoras de uma cardiopatia devem ser submetidas à realização de um 
ECG. 
Esse exame pode ajudar a identificar diversos problemas cardíacos, como 
ritmos cardíacos anormais, suprimento inadequado de sangue e de oxigênio ao 
coração e um espessamento (hipertrofia) exagerado do miocárdio, o qual pode ser 
decorrente da hipertensão arterial. O ECG também pode revelar o adelgaçamento 
do miocárdio ou sua ausência (em razão de sua substituição por tecido não 
muscular), condição essa que pode ser decorrente de um infarto do miocárdio. 
O eletrocardiograma (ECG) é uma representação da atividade elétrica do 
coração, refletida pelas alterações do potencial elétrico na superfície da pele. O ECG 
é registrado como um traçado sobre uma fita de papel milimetrado, onde os espaços 
entre as linhas verticais representam a amplitude e distâncias entre si 1 milímetro. 
Cada 10 milímetros corresponde a 1 milivolt (mV). A distância entre as linhas 
horizontais medem o tempo, e cada 1 milímetro corresponde a 0,04 segundos ou 
400 milissegundos. 
O ECG é particularmente útil na avaliação das condições que interferem com 
as funções cardíacas normais, como distúrbios da frequência ou ritmo, 
anormalidades da condução, crescimento das câmaras cardíacas, presença de um 
infarto do miocárdio e desequilíbrios eletrolíticos. A informação registrada no ECG 
representa impulsos elétricos do coração. Os impulsos elétricos representam várias 
etapas da estimulação cardíaca. Quando se estimula o músculo cardíaco 
eletricamente, ele se contrai. 
No estado de repouso as células do coração estão POLARIZADAS, o interior 
das células se acha NEGATIVAMENTEcarregado. Quando se estimula as células a 
contraírem-se, se tornam POSITIVAMENTE carregadas, denominando-se 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
DESPOLARIZAÇÃO. Assim uma onda progressiva de estimulação (despolarização) 
atravessa o coração, produzindo contração do miocárdio. O estímulo elétrico de 
despolarização causa contração progressiva das células miocárdicas, quando então 
a onda de cargas positivas progride para o interior das células. A onda de 
despolarização (o interior das células se torna positivo) e a repolarização (as células 
voltam a ser negativas). O impulso elétrico ao se difundir nos átrios forma a primeira 
onda positiva-onda P. 
Depois da onda P, registra-se um segmento sem ondas, porque a atividade 
elétrica é de pequena magnitude - segmento PR, que representa a despolarização 
do tecido específico (região do nódulo AV e feixe de His). Em seguida, vemos uma 
onda negativa - onda Q; uma onda positiva alta - onda R e outra negativa - onda S. 
Forma-se o complexo QRS que representa a estimulação elétrica dos ventrículos e 
não a contração mecânica das câmaras ventriculares. 
Em seguida há repouso elétrico do coração quando se inscreve outro 
segmento sem ondas - segmento ST. Finalmente, inicia-se o fenômeno espontâneo 
e mais lento da repolarização ventricular, representado por uma deflexão positiva, 
onda T. Muitas vezes, observa-se outra onda positiva (onda U), que aparece 
principalmente quando a frequência cardíaca é baixa. Para se registrar o traçado 
eletrocardiográfico algumas precauções devem ser observadas. 
 O paciente deve estar preferencialmente deitado e em absoluto 
repouso - relaxado; 
 Os eletrodos dos membros deverão ser conectados aos punhos e ao 
terço inferior das pernas. Todavia, porém podem ser colocados desde a raiz da coxa 
até o dorso do pé, ou desde o ombro até o dorso da mão, pois que na prática se 
pode considerar que um eletrodo explorador colocado além de 12 cm do coração 
capta sempre o mesmo potencial; 
 Entre a pele e o eletrodo explorador deve ser colocado um bom 
condutor de eletricidade: certas pastas (gel condutor), álcool ou mesmo água; 
 As crianças, pela sua natural inquietação, podem ou devem ser 
sedadas. 
 
O ECG consiste em 12 derivações. A informação sobre a atividade elétrica 
do coração é obtida colocando-se eletrodos sobre a superfície da pele, em posições 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
anatômicas convencionadas. As diversas posições dos eletrodos que podem ser 
monitorizadas são denominadas derivações. Para um ECG completo com 12 
derivações, o coração é analisado em cada uma das 12 posições anatômicas 
diferentes. O sistema é composto de 4 eletrodos periféricos, um em cada braço e 
cada perna e 6 precordiais, constituindo as derivações standarts (D1, D2, D3) e 3 
variáveis (aVR , aVL e aVF). 
 
 
Colocação dos eletrodos nos membros 
COR POSIÇÃO 
VERMELHO Braço direito 
AMARELO Braço esquerdo 
PRETO Perna direita 
VERDE Perna esquerda 
AZUL Precordiais 
 
 
Posição das derivações precordiais 
Derivação POSIÇÕES 
V1 4º espaço intercostal na borda direita do esterno 
V2 4º espaço intercostal na borda esquerda do esterno 
V3 Espaço intermediário entre V2 e V4 
V4 5º espaço intercostal esquerdo na linha médio clavicular 
V5 5º espaço intercostal esquerdo na linha axilar anterior 
V6 5º espaço intercostal esquerdo na linha axilar média 
 
 
2.5.3 ECG: Interpretação das Ondas 
 
 
O eletrocardiograma (ECG) representa a corrente elétrica que percorre o 
coração durante um batimento cardíaco. Cada parte do ECG é designada por uma 
letra. Cada batimento cardíaco começa com um impulso do principal marca-passo 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
do coração (nódulo sinoatrial). Esse impulso ativa primeiramente as câmaras 
superiores do coração (átrios). A onda P representa essa ativação dos átrios. Em 
seguida, a corrente elétrica flui até as câmaras inferiores do coração (ventrículos). O 
complexo QRS representa a ativação dos ventrículos. A onda T representa a onda 
de recuperação, enquanto a corrente elétrica dissemina-se de forma retrógrada 
sobre os ventrículos. 
Muitos tipos de anormalidades são revelados num ECG. As de compreensão 
mais fácil são as anormalidades do ritmo do batimento cardíaco: demasiadamente 
rápido, lento ou irregular. Em geral, ao analisar o ECG, o médico determina em qual 
parte do coração o ritmo anormal é originado e pode dar início ao processo de 
determinação de sua causa. 
 
 
2.5.4 Eletrocardiografia Ambulatorial Contínua (Holter) 
 
 
Os ritmos cardíacos anormais e o fluxo sanguíneo insuficiente ao miocárdio 
podem ocorrer apenas durante um curto período de tempo ou de maneira 
imprevisível. Para detectar esses problemas, o médico pode lançar mão da 
monitorização eletrocardiográfica ambulatorial contínua. Nesse exame, o indivíduo 
carrega consigo um pequeno aparelho movido à pilha (monitor Holter), o qual 
registra o ECG durante 24 horas. 
Enquanto estiver com o monitor, a pessoa anota em um diário o horário e o 
tipo de qualquer sintoma. Em seguida, o registro é transferido para um computador, 
o qual analisa a frequência e o ritmo do coração, verifica a ocorrência de alterações 
na atividade elétrica que possam indicar um fluxo sanguíneo inadequado ao 
miocárdio e reproduz um registro de cada batimento cardíaco ocorrido durante as 24 
horas. 
Os sintomas armazenados no diário podem então ser relacionados às 
alterações eletrocardiográficas. Caso seja necessário, o ECG pode ser transmitido 
por via telefônica a um computador localizado no hospital ou no consultório médico, 
para leitura imediata, assim que o paciente apresenta sintomas. Aparelhos 
ambulatoriais sofisticados podem registrar simultaneamente um ECG e um 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
eletroencefalograma (mensurações da atividade elétrica do cérebro) em pacientes 
que apresentam episódios de perda da consciência. Esses registros ajudam a 
diferenciar as crises convulsivas epilépticas das anormalidades do ritmo cardíaco. 
 
 
FIGURA 19 
 
 
FONTE: Disponível em: < 
http://3.bp.blogspot.com/_DQE2Tfrqq3I/SoSTA4_ZgiI/AAAAAAAAAIU/1lwAx4ulnWU/s320/holter.jpg>. 
Acesso em: 21 mar. 2012. 
 
 
A pessoa utiliza um pequeno monitor, que é sustentado por um dos ombros 
por uma correia. Com os eletrodos fixados no tórax, o monitor registra 
continuamente a atividade elétrica do coração. 
 
 
2.5.5 Testagem Eletrofisiológica 
 
 
A testagem eletrofisiológica é utilizada na avaliação de alterações graves do 
ritmo ou da condução elétrica. No hospital, o médico insere diminutos eletrodos 
através das veias e, em alguns casos, através das artérias, atingindo diretamente o 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
interior das câmaras cardíacas, para obter o registro eletrocardiográfico a partir do 
interior do coração e para identificar a localização exata das vias de condução 
elétrica. 
Às vezes o médico provoca intencionalmente um ritmo cardíaco anormal 
durante a testagem para descobrir se determinado medicamento pode interromper o 
distúrbio ou se uma cirurgia irá ajudar o paciente. Em caso de necessidade, o 
médico retorna rapidamente ao ritmo normal com um choque elétrico de curta 
duração sobre o coração (cardioversão). Embora seja um procedimento invasivo e 
exija a anestesia do paciente, a testagem eletrofisiológica é muito segura e o seu 
risco de morte é de 1:5.000. 
 
 
2.5.6 Exames Radiológicos 
 
 
Qualquer pessoa com suspeita de cardiopatia deve ser submetida a 
radiografias nas incidências, frontal e de perfil. As radiografias revelam a forma e o 
tamanho do coração e delineiam os vasos sanguíneos nos pulmões e no tórax. A 
anormalidade da forma ou do tamanho do coração e alterações, como depósitos de 
cálcio no interior do coração, são imediatamente observadas. 
As radiografias torácicas também podem revelar o estado dos pulmões, 
particularmente dos vasos sanguíneos pulmonares,e a presença de qualquer líquido 
no interior ou em torno dos pulmões. Frequentemente, a insuficiência cardíaca ou 
uma alteração de uma válvula cardíaca acarreta um aumento do volume do coração. 
No entanto, o tamanho do coração pode ser normal mesmo em pessoas com 
cardiopatia grave. Nos casos de pericardite constritiva, a qual cria um envelope de 
tecido cicatricial envolvendo o coração, esse não aumenta de volume, mesmo na 
vigência de uma insuficiência cardíaca. 
O aspecto dos vasos sanguíneos nos pulmões é muitas vezes mais 
importante na confirmação diagnóstica do que o aspecto do coração em si. Por 
exemplo, a dilatação das artérias pulmonares localizadas próximas ao coração e a 
sua estenose no interior do tecido pulmonar sugerem o aumento do ventrículo 
direito. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
 
 
2.5.7 Tomografia Computadorizada 
 
 
A tomografia computadorizada (TC) comum não é frequentemente utilizada 
no diagnóstico das cardiopatias. No entanto, ela pode detectar anormalidades 
estruturais do coração, do pericárdio, dos vasos principais, dos pulmões e das 
estruturas de sustentação no tórax. Nesse exame, um computador gera imagens de 
cortes transversais de todo o tórax utilizando raios-X, revelando a localização exata 
de qualquer anomalia. A tomografia computadorizada é moderna e ultrarrápida, 
também chamada de cinetomografia computadorizada, fornece uma imagem móvel 
tridimensional do coração. Esse exame pode ser utilizado na avaliação de 
anormalidades estruturais e de movimento. 
 
 
2.5.8 Fluoroscopia (Radioscopia) 
 
 
A fluoroscopia (radioscopia) é um procedimento radiológico contínuo que 
mostra em um monitor o coração batendo e os pulmões insuflando e desinsuflando. 
Contudo, a fluoroscopia, a qual envolve uma dose relativamente alta de radiação, 
vem sendo amplamente substituída pela ecocardiografia e por outros exames. A 
fluoroscopia também é utilizada como um componente do cateterismo cardíaco e da 
testagem eletrofisiológica. Ela pode ser útil em alguns diagnósticos difíceis que 
envolvem doenças valvulares e defeitos congênitos do coração. 
 
 
2.5.9 Ecocardiografia 
 
 
É uma das técnicas mais amplamente utilizadas no diagnóstico das 
cardiopatias, por não ser invasiva, não utilizar raios-X e fornecer imagens 
 
 
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excelentes. O exame é inofensivo, indolor, relativamente barato e amplamente 
disponível. A ecocardiografia utiliza ondas de ultrassom de alta frequência, as quais 
são emitidas por uma sonda de registro (transdutor), choca-se contra as estruturas 
do coração e os vasos sanguíneos e são retornadas, produzindo uma imagem 
móvel. 
A imagem é visualizada em um monitor e é registrada em videocassete ou 
em papel. Ao variar a posição e o ângulo da sonda, o médico visualiza o coração e 
os vasos sanguíneos importantes sob vários ângulos, obtendo um retrato acurado 
da estrutura e do funcionamento do coração. Para uma maior nitidez ou para 
analisar estruturas localizadas na parte posterior do coração, pode-se passar uma 
sonda através da garganta do paciente até o esôfago, registrando os sinais a partir 
de um ponto situado logo atrás do coração. 
Esta técnica é conhecida como ecocardiografia transesofágica e pode 
detectar anormalidades de movimento da parede do coração e do volume de sangue 
que está sendo bombeado pelo coração em cada batimento, espessamentos e 
doenças da membrana que envolve o coração (pericárdio) e acúmulo de líquido 
entre o pericárdio e o músculo cardíaco (miocárdio). Os principais tipos de exames 
ultrassonográficos são: modo M, bidimensional, Doppler e Doppler colorido. Na 
ultrassonografia no modo M, que é a técnica mais simples, um feixe isolado de 
ultrassom é direcionado à parte do coração estudado. A ultrassonografia 
bidimensional, que é a técnica mais utilizada, produz imagens bidimensionais reais, 
em “cortes” gerados por computador. 
A ultrassonografia com Doppler detecta o movimento e a turbulência do 
sangue e pode produzir uma imagem colorida (Doppler colorido). As 
ecocardiografias com Doppler colorido e com Doppler simples podem determinar e 
mostrar a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo nas câmaras cardíacas e nos 
vasos sanguíneos. As imagens permitem ao médico observar se as válvulas 
cardíacas abrem e fecham adequadamente, se há escape de sangue durante 
fechamento e, em caso afirmativo, a quantidade de sangue que escapa, e ainda se o 
sangue flui normalmente. Podem ser detectadas conexões anormais entre os vasos 
sanguíneos ou entre as câmaras cardíacas e a estrutura e o funcionamento de 
vasos e câmaras cardíacas podem ser determinados. 
 
 
 
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2.5.10 Ressonância Magnética 
 
 
A ressonância magnética (RM) é uma técnica que utiliza um campo 
magnético potente para a produção de imagens detalhadas do coração e do tórax. 
Essa técnica extremamente cara e sofisticada ainda se encontra em estágio 
experimental para uso no diagnóstico de cardiopatias. O indivíduo é colocado no 
interior de um enorme ímã elétrico, o qual faz com que os núcleos dos átomos do 
organismo vibrem e emitam sinais característicos, os quais são convertidos em 
imagens bi e tridimensionais das estruturas cardíacas. Em geral, não há 
necessidade de agentes de contraste (radiopacos). 
No entanto, ocasionalmente, são administrados contrastes paramagnéticos 
pela via intravenosa, os quais ajudam na identificação de áreas de pouco fluxo 
sanguíneo do miocárdio. Uma desvantagem da RM é a demora em obter cada 
imagem, em comparação com a tomografia computadorizada (TC). Em razão dos 
movimentos cardíacos, as imagens obtidas com RM são borradas, em comparação 
com as obtidas por TC. Além disso, algumas pessoas apresentam claustrofobia 
durante a realização da RM, pois elas devem ficar imóveis em um espaço estreito 
dentro de uma máquina gigantesca. 
 
 
2.5.11 Estudos com Radionuclídeos 
 
 
Nos estudos imagenológicos com radionuclídeos, quantidades diminutas de 
substâncias radioativamente marcadas (marcadores) são injetadas em uma veia, 
mas, de qualquer modo, o exame expõe o indivíduo a uma menor radiação do que 
na maioria dos estudos radiográficos. Os marcadores distribuem-se rapidamente por 
todo o corpo, incluindo o coração. Em seguida, eles são detectados por uma câmara 
gama. A imagem é apresentada em um monitor e gravada no disco rígido do 
computador para análise posterior. Diferentes tipos de câmaras de registro de 
 
 
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radiação podem armazenar uma imagem isolada ou gerar uma série de imagens de 
cortes transversais, as quais são refinadas pelo computador – técnica conhecida 
como tomografia computadorizada por emissão de fótons isolados. 
O computador também pode gerar uma imagem tridimensional. Os estudos 
com radionuclídeos são particularmente úteis no diagnóstico de indivíduos com dor 
torácica de causa desconhecida. Nos indivíduos que apresentam estreitamento 
(estenose) de uma artéria coronária, a técnica é utilizada para a determinação da 
magnitude do efeito da estenose sobre o aporte sanguíneo e o funcionamento do 
coração. 
Os estudos com radionuclídeos também são utilizadas na comprovação da 
melhoria do fluxo sanguíneo ao miocárdio após uma cirurgia de bypass 
(revascularização miocárdica) ou um procedimento similar. Além disso, eles também 
são úteis na determinação do prognóstico de um indivíduo após um infarto do 
miocárdio. Geralmente, o fluxo sanguíneo miocárdico é examinado com o uso de 
uma injeção intravenosa de tálio-201 e por meio da obtenção de imagens enquanto 
a pessoa realiza um teste de esforço. 
A quantidade de tálio-201 absorvida pelas células do músculo cardíaco 
depende do fluxo sanguíneo. No pico do exercício, uma determinada área do 
miocárdio com irrigação sanguínea deficiente (isquemia) apresenta menor 
radioatividade (gera uma imagem menos nítida) que o músculo vizinho

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