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Fisiologia do sistema digestório

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Fisiologia Gastrointestinal
Introdução
O trato gastrointestinal é constituído de elementos desde a boca até o ânus. As partes
internas dos órgãos que constituem o TGI são consideradas um meio externo do corpo,
ou seja, que estão fora do organismo.
➔ Constituintes do trato gastrointestinal
Temos, sequencialmente, os seguintes elementos no trato gastrointestinal: Cavidade
oral, glândula salivar,esôfago,estômago,duodeno,intestino
delgado,ceco(apêndice),intestino grosso e reto (ânus).
↪ Ceco: O ceco, conhecido como apêndice na medicina humana, pode ter ou não uma
função dependendo de cada espécie e seu hábito alimentar.
- Roedores e equinos: O ceco é muito desenvolvido pois é utilizado para a
fermentação de fibras, gerando ácidos e carboidratos.
- Onívoros e carnívoros: O ceco é atrofiado pois não fermenta as fibras. As fibras
nestes animais tem função de dar volume, fornecer vitaminas, diminuir o tempo
de absorção da glicose e auxílio da flora bacteriana natural.
↪ Glândulas salivares: Os animais possuem 3 glândulas, a parótida,submandibular e a
sublingual.
1
Mecanismos de controle do TGI
Os mecanismos de controle do TGI tem como objetivo permitir que este trato trabalhe
só quando necessário, além de possibilitar que os diferentes segmentos se comuniquem.
Isto posto, existem 3 mecanismos de regulação da função do trato gastrointestinal:
1- Controle central: É um controle geral do trato, possuindo o envolvimento do
sistema nervoso autônomo parassimpático para realizar a regulação. Este sistema
recebe estímulos sensitivos que levam a possíveis reações dele, tais como a estimulação
da motilidade e da secreção de enzimas digestivas.
obs: O sistema simpático não é utilizado posto que, em situações de luta e fuga, não é
necessário a funcionalidade do trato gastrointestinal. Contudo, se por algum motivo
houver um estímulo simpático durante a digestão, ele se sobressai ao parassimpático,
piorando a digestão.
2- Controle periférico: Controle baseado em uma rede neuronal local pois, na parede
do tubo digestivo, há muitos neurônios, que controlam o ambiente naquele pedaço.
Dessa maneira, quando o alimento entra os neurônios contraem, estimulando a parede
do tubo de quem está recebendo este alimento, dilatando o tubo digestório. Logo, este
sistema controla funções conforme o ambiente local.
↪ Constituição na rede neuronal: A rede neuronal é formada pelo plexo mioentérico
(Auerbach), que se localiza entre as camadas musculares, e pelo plexo submucoso
(Meissner), que se localiza na camada submucosa. Nesta rede neuronal há diversos
mecanoceptores e quimioceptores, que permitem o envio de informação.
3- Controle endócrino intrínseco: Células do
tubo digestivo produzem hormônios que
estimulam ou inibem células próximas ou
iguais a ela, fazendo uma comunicação entre
elas, o que confere uma sincronia do tubo
digestivo. Estes hormônios secretados vão
para todo o TGI, contudo, alguns órgãos
possuem receptores, tendo ação mais efetiva.
Desta maneira, existem diversos hormônios
secretados, sendo os mais importantes a CCK,
secretina e gastrina. Outros hormônios
importantes, contudo de maneira
diferente,são a motilina, que limpa o
intestino, o GIP e GLP, que fazem o vínculo
entre sistema endócrino e o TGI.
Movimentos do TGI
Os movimentos do TGI levam o alimento da boca ao intestino grosso, e tem como
função o movimento do alimento/nutriente para a frente, sendo um movimento de
propulsão, posteriormente este movimento permite a retenção, a quebrar e a mistura
do alimento por intermédio de enzimas para que possa haver um bom aproveitamento
dos nutrientes e formar um bolo alimentar. Por fim, os movimentos também permitem
2
uma limpeza de todo o trato gastrointestinal. O tempo para a ocorrência de todos estes
movimentos depende do alimento ingerido pois, quanto mais líquidos houver na
ingestão, mais rápido é o trânsito. Além disso, quanto maior a quantidade de fibras deste
alimento, maior a motilidade, posto que o tubo dilata e os neurônios contraem mais.
➔ Musculatura lisa
As células musculares lisas da parede do trato gastrointestinal são as responsáveis pela
motilidade de todo o tubo digestivo. Isto posto, elas são formadas por uma camada de
feixes de células musculares unidas por junções gaps. Esta conformação forma um
sincício funcional, onde diversas células trabalham como se fossem uma só, ou seja, se
uma célula contrai, todas irão contrair. Desta maneira, o principal movimento produzido
por elas é o movimento peristáltico.
➔ Movimento peristáltico
É um movimento fisiológico produzido pelo corpo no sentido aboral (boca ao
ânus). Este movimento varia de intensidade conforme o estímulo que recebe,
produzindo ondas lentas, e é regulado por 3 controladores.
- Ondas lentas: É uma propriedade intrínseca da musculatura lisa, sendo
o potencial de repouso das células musculares lisas. Estas ondas
ocorrem pois o marcapasso promove um impulso fraco, fazendo com
que pouco sódio entre e a contração seja muito fraca. Alguns
neuroreguladores atuam na musculatura lisa pré excitando ela, e,
quando está pré excitada, ela irá responder ao estímulo gerado pelo
marcapasso.
↪ Neuroreguladores das ondas lentas: Temos o estímulo parassimpático, o do plexo
neural e o endócrino.
- Sem estímulo: 0 contrações por minuto.
- Marcapasso: Produz um estímulo de contração de 20
impulsos/minuto.
- Somente estímulo parassimpático: Gera em média mais
5 contrações/minuto.
- Estímulo parassimpático + estímulo plexo neural: Gera
em média mais 10 contrações/minuto.
- Estímulo parassimpático+plexo neural+endócrino: Gera
em média 20 contrações/minuto.
Dessa maneira, podemos concluir que o estímulo do
marcapasso é sempre fixo, o que irá mudar o nível do peristaltismo é o grau de
excitação que a musculatura lisa se encontra, grau esse regulado/promovido pelos
neuroreguladores.
Preensão, Mastigação e Deglutição
- Preensão: Possui como função prender os alimentos. Em equinos e humanos, o
lábio tem essa função,em ruminantes, a língua e, em carnívoros, o dente.
- Mastigação: Influenciam na motilidade pelo grau de trituração. Este processo é
feito pela língua e dentes.
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- Deglutição: A língua realiza a deglutição quando o grau de trituração está
adequado.
Diante destes conceitos, a preensão e a mastigação são voluntárias, tendo um controle
nervoso delicado e altamente coordenado. Alguns nervos envolvidos nestes processos
são: nervos cranianos, facial, vago, hipoglosso, glossofaríngeo e ramo motor do
trigêmeo. Já a deglutição, pode ser voluntária, quando a língua dirige o alimento até a
orofaringe contudo, a partir da orofaringe é involuntária já que o corpo promove uma
parada respiratória por meio do fechamento da epiglote visando o encaminhamento do
alimento para o esôfago, que é um tubo circular fechado que dilata quando entra
comida,fazendo com que os neurônios se contraiam, produzindo um peristaltismo de
musculatura circular e longitudinal para encaminhar o alimento ao estômago.
Estômago
O estômago é um tubo único dividido fisiologicamente em 2 partes em detrimento das
diferentes contrações: região proximal e região distal. Ademais, a
principal substância degradada no estômago são as proteínas.
- Região proximal: Está próxima do esôfago, esta região tem como
função armazenar o alimento, regulando a liberação para o
duodeno. Para isso, esta região possui uma baixa taxa de
contratilidade contínua e uma alta dilatação adaptativa.
-Região distal: Está próxima do intestino, esta região funciona como
um moedor/triturador/peneira pois, por meio do esfíncter
pilórico, ela regula a passagem do alimento para o intestino posto
que apenas substâncias com menos de 2mm passam pelo esfíncter e
vão para o intestino. Substâncias que são maiores retornam a região
distal até serem dissolvidas e alcançarem o tamanho adequado para
que possam ser absorvidas pelo duodeno. Este processo só é possível pois a região distal
possui uma contração muito elevada quando está na presença de alimento.
Obs: Quando a região distal está com alimento, ela se encontracom uma contratilidade
muito elevada, logo, a região proximal não consegue mandar mais alimento,
armazenando-o. Quando a comida presente no distal sai, há uma diminuição na
contração, fazendo com que o alimento armazenado na região proximal consiga entrar.
4
Além dos movimentos na região proximal e distal, o estômago pode produzir mais 2
movimentos:
- Motilidade interdigestiva: Dado que o alimento só pode ficar no estômago em média
1h30 pois, após esse período, ele não será digerido, o organismo possui um mecanismo
de limpeza do estômago, a motilidade interdigestiva. Esta motilidade ocorre entre as
digestões e faz com que o esfíncter pilórico se abra e tudo que está no estômago saia,
independente de sua forma e tamanho.
- Êmese: Conhecido como “vômito”, a êmese é um processo contrário ao fisiológico,
sendo controlado pelo tronco cerebral (centro do vômito) e é dependente de uma série
de eventos contráteis cronológicos, sendo eles:
- 1º: Há um relaxamento da musculatura gástrica e do esfíncter esofágico inferior.
- 2º: Há o fechamento do esfíncter pilórico.
- 3º: Há uma contração abdominal que irá “espremer” o estômago.
- 4º: Há uma expansão da cavidade torácica, que gera um vácuo para que o
conteúdo estomacal consiga sair.
- 5º: O esôfago se dilata e o esfíncter superior se abre, fazendo com que o alimento
saia.
obs- Refluxo gástrico: O refluxo gástrico ocorre devido a três fatores:
- O estômago cresce e não muda seu ângulo com o esôfago, fazendo com que o
alimento saia com facilidade.
- O esfíncter gastroesofágico não é tão eficiente, não fechando adequadamente.
-Alterações no tônus parassimpático, fazendo com que a região proximal não responda
adequadamente aos estímulos do marcapasso.
Intestino delgado
O intestino delgado possui duas fases de motilidade: a fase digestiva e a fase
interdigestiva.Isto posto, o intestino contrai de acordo com o estímulo do movimento
peristáltico. Logo, se não há estímulo o intestino não se movimenta, no entanto, quando
o organismo sofre uma agressão, seja ela pelo alimento ou por microorganismos, por
exemplo, há um estímulo do plexo neural, que gera um aumento do movimento
peristáltico e, por consequência, o barulho intestinal que ouvimos chamado de
barburido.
- Fase digestiva: Subdivida em propulsiva e não propulsiva , esta fase tem duração de
aproximadamente 1h30 minutos.
↪Propulsiva: Realiza contrações em segmentos ordenada, ou seja, uma contração
seguida da outra por ordem respectiva do tecido. Esta fase tem como função mandar o
bolo alimentar para outro segmento.
↪ Não propulsiva: Realiza contrações em segmentos porém de forma desorganizada,
ou seja, não sequencial. Nesta fase há a mistura dos alimentos, contando com o auxílio
de enzimas para absorção dos nutrientes.
5
- Fase interdigestiva: Há a presença de ondas peristálticas potentes conhecidas como
complexo de motilidade migratória visando a limpeza do intestino.
Esfíncter Ileocecal
O esfíncter ileocecal é uma prega de tecido que separa o intestino delgado do intestino
grosso, estando localizado na junção destes órgãos. O esfíncter impede que o alimento
volte do intestino grosso para o delgado por meio de um retalho de tecido e quando a
pressão cólica aumenta, o esfíncter contrai-se. Esta ação é de extrema importância
posto que, o ceco, é banhado por bactérias que impedem a proliferação de bactérias
patogênicas e dão forma às fezes. Quando há um excesso de cultivo desta microbiota
natural há a formação de gases devido a alta fermentação.
obs- Diarréia: A diarréia ocorre pela retirada das bactérias do ceco. Quando isto ocorre,
é comum o uso de pré e probióticos, que alimentam e cultivam estas bactérias,
restituindo a flora intestinal.
Cólon - Intestino grosso
O cólon realiza a absorção de água e eletrólitos, armazena fezes e realiza a fermentação
da matéria orgânica. Estas funções são possíveis
devido ao antiperistaltismo e ao movimento de
massas que ocorrem nesta região.
-Antiperistaltismo: Na junção transversal e
descendente do cólon há um marcapasso, que é
responsável por gerar o estímulo antiperistáltico.
Este estímulo faz com que as fezes fiquem paradas
em uma região.
-Movimento de massas: O movimento de massas
“vence” o antiperistaltismo posto que, com a
produção fecal, um bolo fecal vai empurrando o
outro fazendo com que o movimento das fezes continue até chegar no reto.
Após estes processos de movimentação e absorção, há a fase final: a defecação.
- Defecação: Para que haja a defecação é necessário a ocorrência do reflexo
retoesfínctérico. Este reflexo percebe quando há um aumento na quantidade de fezes e
faz com que o esfíncter anal interno relaxe, o que ocorre involuntariamente onde o
sistema simpático o contrai e o
parassimpático o relaxa. No entanto,
o esfíncter anal externo precisa
relaxar também para que haja a
defecação, contudo, ele possui um
controle pelas fibras somáticas, ou
seja, um controle voluntário. Logo, o
reflexo retoesfínctérico pode ser
inibido voluntariamente pelo
indivíduo.
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obs- Reflexo gastroentérico: Este reflexo estimula a defecação quando entra alimento,
sendo muito mais forte em animais. O conhecimento dele ajuda em técnicas de manejo.
Secreções do TGI
Na parte luminal do TGI existem secreções que realizam a quebra parcial do alimento,
sendo elas: glândula salivares, secreção gástrica, pâncreas e secreção biliar.
➔ Glândulas salivares
- Saliva: A saliva atua em pH maior ou igual a 7, ou seja, em meio neutro a básico. Neste
contexto, quando há muito alimento, parte dele ainda não está ácido na região proximal
do estômago, fazendo com que a saliva consiga atuar na região proximal do estômago
nesse período. Logo, as funções da saliva são:
↪ Função digestiva: Por meio da amilase salivar e, em bovinos, pela lipase lingual.
↪ Função antibacteriana: Devido a sua constituição de lisozima e anticorpos. A saliva
não chega a esterilizar a região, contudo, auxilia na redução de microorganismos.
↪ Função lubrificante: Possui mucopolissacarídeos que envolvem o alimento e abrem
espaço no esôfago, não permitindo a agressão a este órgão na passagem do alimento.
- Glândulas: Existem três glândulas salivares, as parótidas, mandibulares e linguais.
Neste contexto, estas glândulas são organizadas em ácinos , que são estruturas que
produzem a saliva através de água, eletrólitos e muco e a armazenam. Desta maneira,
quando não há estímulo para sua liberação há uma reabsorção do Na+ da saliva para o
sangue, atraindo, por consequência, a água, fazendo com que a saliva fique com muito
muco e muito concentrada. Ademais, o estímulo para a liberação desta saliva ocorre por
meio do sistema nervoso parassimpático e, o bloqueio da liberação, por estímulo do
sistema nervoso simpático.
obs - Caso clínico: Em casos de picada de cobra, é vital sabermos que o seu veneno
segue o mesmo processo da saliva, ou seja, no período de hibernação das cobras
(inverno) o veneno vai ficando mais concentrado já que não há estímulo para sua
liberação, fazendo com que uma picada na primavera (período que despertam) tenha
mais risco pois o veneno estará altamente concentrado.
➔ Secreção gástrica
As secreções gástricas são produzidas nas fossetas gástricas localizadas na glândula
parietal. Estas fossetas possuem as células parietais no ducto, que irão produzir HCl, as
células do cólon no final do ducto,que irão produzir o muco, e as células principais ou
ácinos, que irão produzir o pepsinogênio. Logo, a glândula parietal é responsável pela
produção das 2 principais enzimas gástricas (HCl e pepsinogênio) e, por consequência,
dos 3 elementos básicos da secreção gástrica: HCl, o pepsinogênio, que é uma enzima
que digere proteínas e o muco, que
está localizado na parede interna do
estômago, o protegendo do HCl e de
sofrer “alto-digestão” já que as
paredes do estômago são proteicas.
Além destas regiões básicas, na
secreção gástrica há também a
7
presença da região cárdica,que secreta mais muco, e da região pilórica, que produz
muco e, por meio das células G, a gastrina, um hormônio endócrino intrínsecoque
estimula o próprio estômago e parte do intestino delgado para avisar que está chegando
alimento, ou seja, a gastrina estimula a secreção de HCl e o HCl inibe a produção de
gastrina. Outro hormônio muito importante na secreção gástrica é a histamina, que
está muito associada a situações de inflamação gástrica. Além destas regiões citadas, na
mucosa gástrica há diversos outros tipos celulares com diversas funções.
obs- Pepsinogênio: Em pH ácido o pepsinogênio se transforma em sua forma ativa, a
pepsina, realizando, então, a digestão de proteínas.
obs- Caso clínico: A gastrite, que é uma lesão da parede do estômago, usualmente
ocorre devido a falha da proteção pelo muco ou pela secreção exagerada de gastrina e
histamina, que deixam o pH estomacal muito ácido.
- Secreção de HCl: A produção de ácido clorídrico é feita no lúmen da célula pois, se
fosse produzido diretamente no estômago, ele iria digerir as células estomacais. Nesse
contexto, temos que a secreção e produção de HCl ocorre da seguinte forma:
- 1º: A bomba de Na +/K + pega o potássio e o transporta para dentro do lúmen.
Nesse transporte, o K + carrega com ele cloro.
- 2º: Há a formação de H + por meio da reação: H2O + CO2 → H2CO3 → HCO3- +
H +.
- 3º: Há um acúmulo do bicarbonato formado pela reação,realizando uma troca
com a parede não luminal e gerando um aumento de sua concentração no
sangue.
- 4º: Há a união do H + e do Cl- no lúmen, formando o HCl.
obs - Maré alcalina: O acúmulo de bicarbonato gera um aumento de sua concentração
no sangue, gerando a maré alcalina, que consiste-se na basificação do sangue, fazendo
com que haja um estímulo do cérebro provocando sonolência por aproximadamente 10
minutos. Além desta maré alcalina, este bicarbonato é utilizado também na
neutralização intestinal.
➔ Pâncreas
O pâncreas é subdividido em duas partes: parte exócrina, que é responsável pela
produção de substâncias para o interior do TGI e pele, ou seja, para o meio externo, e a
parte endócrina, que é responsável pela produção de hormônios com efeitos biológicos
que irão para o sangue.
- Exócrina: Produz enzimas no suco pancreático que irão atuar somente no começo do
intestino delgado. Nesse contexto, estas enzimas são produzidas por dois tipos celulares
principais :
↪ Células de acimar: Produzem os zimógenos, que são enzimas digestivas, tais como
tripsina, quimotripsina, elastase, carboxipeptidase A e B na sua forma inativa visando a
não digestão da célula produtora. Nesse contexto, quando os zimógenos caem no
duodeno, ou seja, em um meio alcalino, eles se transformam em sua forma ativa e
digerem proteínas.
↪ Células centroacinar: Produzem bicarbonato realizando um tamponamento do
duodeno, ou seja, deixa o pH sanguíneo mais básico visando a melhor digestão proteica.
8
➔ Secreção biliar
A bile, que é produzida pelo fígado, é responsável pela digestão de gorduras, sendo
liberada no começo do intestino delgado pelo mesmo duto do pâncreas. Neste contexto,
a bile é uma secreção formada por ácido cólico (sais biliares), que possuem função
emulsificante de gorduras, formando pequenos fragmentos de gordura, pelo pigmento
biliar, que é provindo das hemácias mortas para ser excretado de maneira não tóxica, e
por água e eletrólitos, que deixam esta substância líquida. Neste contexto, a bile
também é responsável pela excreção de compostos lipossolúveis e de alguns
medicamentos.
obs - Ácido cólico: Possui capacidade emulsificante pois possui uma parte hidrofílica e
outra hidrofóbica, o que permite a digestão de gordura.
obs - Caso clínico: Como a bile fica armazenada quando não há a presença de gordura,
há uma perda de água dela por osmose e, por consequência, um aumento na
concentração de sais biliares. Este aumento de concentração pode gerar cristais e irem
até a vesícula biliar, gerando cálculos biliares.
- Vesícula biliar: Quando há gordura no duodeno, a parede do intestino delgado a
percebe e produz CCK. A CCK contrai a vesícula biliar e dilata o esfíncter de Oddi,
fazendo com que a bile saia e chegue ao intestino delgado.
Absorção
Para que haja a absorção de nutrientes e substâncias essenciais ao organismo, o TGI
precisa de 3 superfícies de absorção principais, sendo elas: Pregas circulares, que são
“grandes dobras”, vilosidades, que atuam como se fossem “pelos” e de microvilosidades,
que atuam como se fossem “pelinhos nos pelos”. Estas superfícies de absorção
aumentam a superfície de contato e alongam o tempo de permanência do alimento no
TGI visando o melhor aproveitamento dos nutrientes.
obs - Caso clínico : A diarreia de intestino delgado é caracterizada por ser fétida e
apresentar fezes diarreicas misturadas com sangue em alta quantidade. Nesse contexto,
usualmente as lesões de intestino delgado são ocasionadas por vírus, que irão
promover uma lesão generalizada nas pregas circulares e irão destruir as vilosidades.
Dessa forma, o plexo neural irá perceber esta lesão generalizada e aumentará o
peristaltismo visando a expulsão do que está fazendo mal, o que provoca, por
consequência, uma não absorção de nutrientes já que o peristaltismo está muito veloz
não permitindo, juntamente com a lesão, uma superfície de contato adequada por
tempo o suficiente.
obs - Caso clínico: A diarreia de intestino grosso é caracterizada por fezes com estrias
de sangue em pouca quantidade diversas vezes ao dia. Nesse contexto, usualmente as
lesões de intestino grosso são ocasionadas por parasitas. Dessa forma, o plexo neural
detecta esta lesão no intestino grosso e faz com que, assim que o bolo fecal chegue, ele
já seja eliminado. Dado que o intestino grosso é responsável pela absorção de água,
quando há uma diarréia provocada por lesão nele há uma perda excessiva de água posto
que o bolo fecal não fica tempo o suficiente para a absorção de água.
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➔ Atuação do fígado na absorção do TGI
O fígado atua como um “filtro’’ antes do sangue ir para o restante
do corpo, fazendo uma ligação TGI-Fígado por intermédio do
sistema porta. Dessa forma, temos que o sangue vai para o fígado
por meio da artéria hepática, eliminando toxinas, e pelos
capilares digestórios, que trazem para o fígado tudo que foi
absorvido para que seja filtrado, encaminhado para a veia
hepática e, em seguida, para o corpo. Logo, de forma simplificada
temos que o sangue realiza o seguinte percurso para absorção:
Sangue → TGI → Capilares do TI → Sistema porta e/ou capilares
do fígado.
Digestão
A digestão é o sinônimo de hidrólise, sendo uma ação física e
química. Nesse contexto, a digestão visa uma diminuição do
alimento em fragmentos por meio da adição de moléculas de
água, tornando as substâncias hidrossolúveis e passíveis de absorção. Desta maneira,
existem dois tipos de digestão, a digestão luminal e a digestão membranosa.
- Digestão luminal: Ocorre no meio interno do TGI, sendo feita por enzimas, tais como
a saliva, suco pancreático e bile, que fazem com que o alimento sofra uma hidrólise
parcial, ou seja, o alimento fica pequeno mas não o suficiente para a absorção.
- Digestão membranosa: Ocorre na parede do intestino delgado, onde enzimas
presentes no muco deixam o alimento em sua menor porção para que seja possível a
absorção de nutrientes. Esses nutrientes se apresentam em três formas essenciais para
absorção: glicose, aminoácidos e triglicerídeos.
Nesse contexto, cada tipo de alimento (carboidrato, proteína e gordura) sofre as 2 fases
de digestão de maneira distintas para que haja a absorção dos nutrientes em sua forma
essencial.
- Digestão de carboidratos: A digestão de carboidratos consiste na digestão de açúcares
(lactose, sacarose, maltose e isomaltose), fibras e amido. Nesse contexto, temos que, na
fase luminal, há a digestão do amido, que irá formar dextrinas e isomaltose enquanto
que, na fase membranosa, há, por intermédio de enzimas tais como
lactase,sacarase,maltase e isomaltase presentes na parede do endotélio a transformação
dos açúcares em frutose e galactose, que serão absorvidas por proteínas
transportadoras. No caso específico da glicose, ela será cotransportadacom 2 Na +
para que ocorra sua absorção.
obs- Onívoros: Em onívoros, a digestão de carboidrato é a mais rápida já que este
alimento é a principal fonte de energia destes animais. Contudo, as fibras não são
quebradas nestes animais, sendo utilizadas para fornecer consistência e volume nas
fezes, estimular a produção de bile e carregar com ela algumas vitaminas. Logo,
nutricionalmente as fibras não possuem valor nestes animais.
obs- Ruminantes: Os ruminantes conseguem aproveitar as fibras devido às bactérias
ruminais que irão realizar a quebra deste alimento.
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obs- Equinos/ roedores: Nestes animais as fibras vão para o ceco e irão sofrer ação
bacteriana, podendo, então, serem digeridas e aproveitadas.
- Digestão de proteínas: Na fase luminal, enzimas tais como a pepsinase, tripsina e
peptidase, juntamente com o HCl em menor proporção, irão quebrar as proteínas em
fragmentos menores. Já na fase membranosa, por intermédio de enzimas proteolíticas
intracelulares tais como a endopeptidase e a exopeptidase, juntamente com hidrólise
intracelular por peptidases em menor proporção, irão quebrar esta proteína menor em
aminoácidos para que ela seja absorvida.
- Digestão de gorduras: Para que ocorra a digestão de gorduras é necessário a
emulsificação delas, que é feita pelo ácido biliar, transformando as gorduras em
triglicerídeos, colesterol, éster de colesterol, fosfolipídios e vitaminas lipossolúveis
visando o aumento da superfície de contato. Ademais, esta gordura também sofrerá
hidrólise com o objetivo do surgimento de micelas, que são grupos de gorduras
fragmentadas juntas. Sendo assim, para que ocorra a absorção das gorduras são
necessárias 4 fases:
↪ 1ª: Emulsificação - Realizada pelo estômago e vesícula biliar.
↪ 2ª: Hidrólise - Realizada pelo pâncreas por intermédio da lipase, fosfolipase e
esterase.
↪ 3ª: Formação de micelas
↪ 4ª: Absorção - Realizada por difusão, sendo absorvida em forma de quilomicrons pelos
vasos linfáticos intestinais → ducto torácico → veia cava.
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