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Introdução a Fonoaudiologia (1)

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INTRODUÇÃO A 
FONOAUDIOLOGIA
EAD
DIRIGENTES
EDIÇÃO: JANEIRO/2021
| PRESIDÊNCIA
Prof. Dr. Clèmerson Merlin Clève
| REITORIA
Profa. Dra. Lilian Pereira Ferrari 
| DIRETORIA ACADÊMICA EAD
Profa. Me. Daniela Ferreira Correa
| DIRETORIA ACADÊMICA PRESENCIAL
 Profa. Me. Márcia Maria Coelho
| DIRETORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO
 Profa. Dra. Liya Regina Mikami
| DIRETORIA EXECUTIVA
 Profa. Esp. Silmara Marchioretto
| COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE GRADUAÇÃO EAD
 Prof. Me. João Marcos Roncari Mari
| COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE PÓS-GRADUAÇÃO EAD
 Prof. Me. Marcus Vinícius Roncari Mari
| AUTORA
 Profª Ma. Débora Cristina Przybysz
| COORDENAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MATERIAIS EAD
 Esp. Janaína de Sá Lorusso
| PROJETO GRÁFICO
 Esp. Janaína de Sá Lorusso 
 Esp. Cinthia Durigan
| DIAGRAMAÇÃO
 Marcelo Winck
| REVISÃO
 Esp. Ísis C. D’Angelis 
 Esp. Idamara Lobo Dias
| PRODUÇÃO AUDIO VISUAL
 Eudes Wilter Pitta Paião 
 Esp. Rafael de Farias Forte Canonico 
 Estúdio NEAD (Núcleo de Educação a Distância) - 
 UniBrasil
| ORGANIZAÇÃO
 NEAD (Núcleo de Educação a Distância) - 
 UniBrasil
| IMAGENS
 shutterstock.com
FICHA TÉCNICA
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UNIDADE 01 - HISTÓRIA DA FONOAUDIOLOGIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM .........................................................06
INTRODUÇÃO ......................................................................................07
1. DEFINIÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA, HISTÓRIA, LEIS E REGULAMENTA-
ÇÕES .............................................................................................07
1.1 História da Fonoaudiologia no Brasil .............................................09
1.2 História da Fonoaudiologia no mundo ..........................................11
1.3 Conselhos da classe de Fonoaudiologia: Conselho Federal e Conse-
lhos Regionais ...............................................................................12
1.4 Leis e resoluções que regulamentam a Fonoaudiologia .................14
1.5 História dos símbolos da Fonoaudiologia ......................................16
1.6 Fonoaudiologia e o mercado de trabalho ......................................18
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................19
UNIDADE 02 - ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM .........................................................20
INTRODUÇÃO ......................................................................................21
1. ÁREAS DE COMPETÊNCIA DO FONOAUDIÓLOGO ..........................21
1.1 Realizar avaliação fonoaudiológica ...............................................22
1.2 Realizar diagnóstico de Fonoaudiologia ........................................23
1.3 Executar terapia (habilitação/reabilitação) ...................................24
1.4 Orientar pacientes, clientes externos e internos, familiares e cuida-
dores ............................................................................................25
1.5 Monitorar o desempenho do paciente ou cliente (seguimento) ......26
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1.6 Aperfeiçoar a comunicação humana .............................................27
1.7 Efetuar diagnóstico situacional .....................................................27
1.8 Desenvolver ações de saúde coletiva nos aspectos fonoaudiológicos ....27
1.9 Exercer atividades de ensino .........................................................28
1.10 Desenvolver pesquisas..................................................................28
1.11 Administrar recursos humanos, financeiros e materiais ................28
1.12 Comunicar-se ................................................................................29
1.13 As competências pessoais e habilidades .......................................29
2. FONOAUDIOLOGIA E SUA RELAÇÃO COM A MULTIDISCIPLINARIDADE ... 30
3. ÁREAS DE ESPECIALIDADE E LOCAIS DE ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA ..... 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................32
UNIDADE 03 - CONHECENDO AS ÁREAS DE ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓ-
GICA (1)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM .........................................................34
INTRODUÇÃO ......................................................................................35
1. FONOAUDIOLOGIA EM LINGUAGEM .............................................35
2. FONOAUDIOLOGIA EM VOZ ..........................................................39
3. FONOAUDIOLOGIA E MOTRICIDADE OROFACIAL ...........................41
4. DISFAGIA ......................................................................................43
5. FONOAUDIOLOGIA EDUCACIONAL ................................................44
6. NEUROFUNCIONAL .......................................................................47
7. NEUROPSICOLOGIA ......................................................................47
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UNIDADE 04 - CONHECENDO AS ÁREAS DE ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓ-
GICA (2)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM .........................................................49
INTRODUÇÃO ......................................................................................50
1. FONOAUDIOLOGIA EM AUDIOLOGIA ............................................50
2. FONOAUDIOLOGIA DO TRABALHO ................................................53
3. SAÚDE COLETIVA ..........................................................................54
4. GERONTOLOGIA ...........................................................................55
5. FLUÊNCIA ......................................................................................58
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................60
REFERÊNCIAS ......................................................................................61
UNIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
VÍDEOS DA UNIDADE
http://bit.ly/38qr9GS http://bit.ly/2MJq58t http://bit.ly/2MJq1FL
01
HISTÓRIA DA 
FONOAUDIOLOGIA
 » Definir a Fonoaudiologia;
 » Conhecer aspectos e principais marcos da história da Fonoaudiologia no Brasil 
e no mundo;
 » Descrever as leis e regulamentações da Fonoaudiologia no Brasil;
 » Conhecer a atuação dos Conselhos de Classe da Fonoaudiologia; 
 » Identificar diferenças entre o Conselho Federal e os Regionais de Fonoaudiologia;
 » Conhecer a história a respeito dos símbolos da Fonoaudiologia; 
 » Identificar a situação da Fonoaudiologia diante do mercado de trabalho atual.
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INTRODUÇÃO
A disciplina de Introdução à Fonoaudiologia abordará a história da fonoaudiologia, as leis e 
regulamentações da profissão, a formação profissional do fonoaudiólogo, as áreas de atuação, o 
mercado de trabalho na área da Fonoaudiologia, bem como a inter-relação da Fonoaudiologia com 
as áreas afins. 
Nesta primeira Unidade, serão abordados os temas relacionados a definição, regulamentações, 
história da Fonoaudiologia no mundo, contexto da Fonoaudiologia no Brasil, conhecimentos a res-
peito dos Conselhos da classe de Fonoaudiologia – Conselho Federal e Regionais. Também serão 
apresentadas discussões a respeito das leis e resoluções que regulamentam a Fonoaudiologia, os 
símbolos da Fonoaudiologia, bem como o contexto da Fonoaudiologia e o mercado de trabalho.
1. DEFINIÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA, HISTÓ-
RIA, LEIS E REGULAMENTAÇÕES
Fonoaudiologia é a ciência da saúde, estudada em diversas universidades em todo o mundo, 
que atua com os diferentes aspectos da comunicação humana, linguagem oral, escrita, audição, 
voz, fluência, e com funções estomatognáticas relacionadas a deglutição, respiração, mastigação e 
sucção, temática na qual nos aprofundaremos no decorrer deste material. O fonoaudiólogo atuarádesde os processos de prevenção, de habilitação até a reabilitação. De modo que a atuação desse 
profissional pode acontecer desde com bebês ao nascerem até o atendimento de pacientes idosos.
O Conselho Federal de Fonoaudiologia (2005, p. 1) define o fonoaudiólogo como: 
A atuação complexa da carreira fonoaudiológica é destacada na Campanha do Dia do Fonoau-
diólogo, lançada pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia em 2017.
PROFISSIONAL DA SAÚDE DE ATUAÇÃO AUTÔNOMA E INDEPENDENTE, QUE EXERCE 
SUAS FUNÇÕES NOS SETORES PÚBLICO E PRIVADO. É RESPONSÁVEL PELA PROMOÇÃO 
DA SAÚDE, AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO, ORIENTAÇÃO, TERAPIA (HABILITAÇÃO E REABI-
LITAÇÃO) E APERFEIÇOAMENTO DOS ASPECTOS FONOAUDIOLÓGICOS DA FUNÇÃO AUDI-
TIVA PERIFÉRICA E CENTRAL, FUNÇÃO VESTIBULAR, LINGUAGEM ORAL E ESCRITA, VOZ, 
FLUÊNCIA, ARTICULAÇÃO DA FALA, SISTEMA MIOFUNCIONAL OROFACIAL, CERVICAL E 
DEGLUTIÇÃO. EXERCE TAMBÉM ATIVIDADES DE ENSINO, PESQUISA E ADMINISTRATIVAS.
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FIGURA 1 – CAMPANHA DO DIA DO FONOAUDIÓLOGO
Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia (2017).
A respeito do processo de formação do fonoaudiólogo, a formação em Fonoaudiologia é gene-
ralista e, após a graduação, o profissional poderá realizar aprimoramentos, residências, especia-
lizações, mestrado, doutorado e pós-doutorado, com objetivo de aprofundar os conhecimentos 
obtidos durante a graduação. 
Em geral, a graduação em Fonoaudiologia tem duração de 4 anos. No Brasil, existem cursos 
matutinos, noturnos ou integrais. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC apud QUE CUR-
SO?, 2019), as principais temáticas abordadas no curso de Fonoaudiologia são: 
• Anatomia;
• Fisiologia;
• Relações Sociais;
• Psiquiatria e Psicologia;
• Linguagem;
• Fala;
• Voz;
• Audição;
• Introdução à Fonoaudiologia;
• Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem e Alterações da Comunicação;
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• Órgãos do Sistema Estomatognático e de Deglutição;
• Métodos Clínicos de Prevenção;
• Aperfeiçoamento, Avaliação, Diagnóstico e Tratamento dos Distúrbios de Linguagem, Fala, 
Voz e Audição;
• Física Acústica;
• Ética e Bioética;
• Ética e Meio Ambiente;
• Relações Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS);
• Entre outras, conforme a especificidade de cada faculdade.
1.1 HISTÓRIA DA FONOAUDIOLOGIA NO BRASIL
A História da Fonoaudiologia no Brasil relaciona os estudos de Fonoaudiologia com a Educação 
Especial. O marco da história da Fonoaudiologia no Brasil é o ano de 1854, época do Império, 
período de criação do Colégio Imperial e Colégio Nacional destinado ao ensino de surdos, pos-
teriormente conhecido como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Nesse período, 
começaram as reflexões a respeito da habilitação e/ou reabilitação de fala e linguagem de surdos 
(Conselho Federal de Fonoaudiologia, 2005). 
Em 1912, estudos do Dr. Augusto Linhares, importante nome na história da Fonoaudiologia o 
Brasil, indicavam a preocupação desse estudioso com a reabilitação dos distúrbios de voz e fala, 
assim como a relação entre comunicação humana e a educação (GOULART et al., 1985).
Na década de 1930, estudiosos observaram a necessidade de uma profissão que trabalhasse 
com temáticas relacionadas a medicina e educação, inicialmente focada na reabilitação das dificul-
dades de linguagem apresentadas por crianças em idade escolar. Posteriormente foi identificada 
a importância da reabilitação de aspectos gerais da comunicação humana e de patologias que in-
fluenciam na comunicação, a fonação, articulação de fala e voz. Nessa época, os profissionais que 
atuavam nessa área eram chamados de ortofonistas. Conforme o relato do Conselho Federal de 
Fonoaudiologia (2005): “A idealização da profissão de Fonoaudiólogo no Brasil data da década de 
1930, oriunda da preocupação da Medicina e da Educação com a profilaxia, bem como a correção 
de erros de linguagem apresentados pelos escolares”.
Segundo Cavalheiro (1997), os profissionais ortofonistas tratavam a emissão correta dos fone-
mas da língua, área de atuação relacionada à linguística, uma vez que se direcionava a observar os 
traços fonológicos na fala. 
Voltando da Europa, ainda na década de 1930, estudiosos, como Sylvio Bueno Teixeira, criaram 
a Escola de Canto e Ortofonia, em Campinas, e realizaram pesquisas a respeito da voz e fala do 
surdo, assim como debateram temáticas sobre problemas de voz e fala. 
Já na década de 1950, surgiram pesquisas a respeito da habilitação para “Terapia da Palavra”, 
período em que havia estudos no âmbito educacional sobre linguagem, e, por outra frente, na 
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área do teatro, estudos a respeito dos aspectos de voz, fala e importação vocal. Nessa época, 
a atuação desse profissional era conhecida como “Logopedia”, ou “terapia de fala” (CONSELHO 
FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2005). A formação acadêmica em Fonoaudiologia no Brasil teve 
início na mesma década, com a criação do Curso de Logopedia, na cidade do Rio de Janeiro/RJ.
Apenas na década de 1960 foi iniciado o primeiro curso de Fonoaudiologia, na Universidade de 
São Paulo (em 1961). Os primeiros cursos de Fonoaudiologia eram tecnólogos, sendo que o currí-
culo mínimo envolvendo disciplina e carga horária foi regulamentado pela Resolução nº 54/76, do 
Conselho Federal de Educação. 
No ano de 1963, foi criado no Rio de Janeiro o primeiro centro de “Terapia da Palavra”, ideali-
zado pela Secretaria de Educação do Estado. Na época, as terapias eram também realizadas nas 
escolas municipais e estaduais. 
As atividades para reconhecimento do curso de Fonoaudiologia aconteceram na década de 
1970, período em que deixou de ser curso tecnólogo para se tornar bacharelado. A primeira auto-
rização do Ministério da Educação (MEC) aconteceu em 1976, para o curso da Universidade de São 
Paulo (CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2005).
Conforme Cavalheiro (1997), quando reconhecido, o currículo da graduação em Fonoaudiolo-
gia era direcionado especificamente para a reabilitação relacionada a aspectos educacionais, visto 
que contava com a disciplina de “Pedagogia Didática Especial”.
A Lei nº 6.965, de 9 de dezembro de 1981, data a comemoração nacional do Dia do Fonoaudió-
logo, regulamenta a profissão e inicia a criação dos Conselhos Federais e Regionais de Fonoaudio-
logia, que, dentre suas atribuições, fazem a fiscalização do exercício profissional de Fonoaudiologia 
seguindo os preceitos éticos previamente estabelecidos no primeiro Código de Ética da Fonoau-
diologia, em 1984 (CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2005).
Desde sua regulamentação, a Fonoaudiologia é uma profissão que vem crescendo, conforme 
indicam os dados do Conselho Federal de Fonoaudiologia com o quantitativo de fonoaudiólogos 
no país (Figura 2). 
A história da Fonoaudiologia é marcada por aspectos da Educação Especial, mas será que de fato 
existe relação entre essas duas áreas? 
Observando não só a história, mas também o perfil da atuação fonoaudiológica, é importante 
constatarmos que essas áreas em muitas frentes teóricas apresentam inter-relação. Um dos gran-
des campos de atuação fonoaudiológica é em escolas especiais, atuando em APAE (Associação de 
Pais e Amigos dos Excepcionais), clínicas e hospitais de reabilitação neurológica, consultórios com 
foco em reabilitação na área de neurologia, entre outros.
REFLITA
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FIGURA 2 – NÚMERO DE FONOAUDIÓLOGOS NO BRASIL
Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia (2020). 
1.2 HISTÓRIA DA FONOAUDIOLOGIA NO MUNDO
Demóstenes, político grego de Atenas, em meados de 330 a.C., tinha gagueira e realizava trei-
nos de fluência, associados a exercícios respiratórios para melhorar sua oratória. Ele utilizava pe-
drasentre os dentes enquanto recitava poemas. 
Um dos marcos iniciais da história da Fonoaudiologia e que também marca a otorrinolaringolo-
gia é a invenção do laringoscópio, pelo cantor Manuel Garcia, em 1854. 
Em 1900, foi fundada na Hungria a primeira faculdade de Fonoaudiologia do mundo, sendo 
esse o país que primeiro reconheceu a Fonoaudiologia como profissão. 
Sequencialmente, no período de 1911 a 1916, foram criadas a primeira clínica de fala na Inglater-
ra e serviços clínicos de terapia de fala na Suécia e na Dinamarca. De modo que, nos anos seguintes, 
aos poucos, cursos e clínicas na área de fala, voz e audição foram se espalhando pelo mundo. 
Em 1922, na Universidade de Michigan, Estados Unidos, foi fundada a primeira faculdade de Speech 
Pathology – Patologia de Fala –, com áreas de estudo a respeito de patologias vocais, de fala e audição. 
O mesmo ano marca a fabricação do primeiro audiômetro comercial, também nos Estados Unidos. 
Em 9 de dezembro de 1981, por meio do Deputado Otacílio de Almeida, houve a aprovação dos 
projetos e a Lei nº 6965/81 foi homologada pelo Presidente da República. Assim, o dia 9 de de-
zembro ficou conhecido como o “Dia do Fonoaudiólogo”.
SAIBA MAIS
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O ano de 1925 marca a criação da importante associação americana ASHA – American Speech 
and Hearing Association, ou Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição, anteriormente 
conhecida como American Academy of Speech Correction – Academia Americana de Correção de 
Fala. Atualmente a ASHA tem como associados 197.856 fonoaudiólogos, audiologistas e estudio-
sos da fala, linguagem e audição, sendo composta por profissionais norte-americanos e de diver-
sas outras partes do mundo (ASHA, 2020). 
Com o avanço dos estudos na área, em 1929 Troubetzkoy e Jakobson publicaram estudos a 
respeito da fonética fisiológica articulatória e passaram a aprofundar pesquisas nessa temática. Já 
em 1936, foi lançado o primeiro volume do Journal of Speech and Hearing Disorders – a Revista 
de Distúrbios de Fala e Audição. 
A Índia teve seu marco na Fonoaudiologia no ano de 1966, estimando, na época, que 6 milhões 
de pessoas no país apresentavam algum tipo de dificuldade de fala. Foi então criado o AII Institute 
of Speech and Hearing – Instituto de Fala e Audição, na Universidade de Mysore.
Na década de 1970, a Fonoaudiologia já estava regulamentada como profissão em diversos 
países do mundo. Iniciando pela citada Hungria, em 1900, seguiram-se os seguintes países: Nova 
Zelândia – 1939; Estados Unidos – 1940; Inglaterra – 1945; Noruega – 1946; Suíça – 1946; Iugos-
lávia – 1946; Alemanha Oriental – 1947; África do Sul – 1950; Argentina – 1950; Austrália – 1953; 
Suécia – 1960; México – 1960; Áustria – 1961; Finlândia – 1964; França – 1964; Alemanha Ociden-
tal – 1964; Índia – 1965; Dinamarca – 1965; Israel – 1970; Polônia – 1970; Espanha – 1971; Canadá 
– 1975; e Egito – 1975. 
Os diversos nomes dados ao profissional de Fonoaudiologia também marcam a história da pro-
fissão, que já teve como nomenclatura Logopedista, Ortofonista, Speech Pathologist – Patologista 
da Fala – e Speech Therapist – Terapeuta da fala. 
O sobrenome Bell também marcou a Fonoaudiologia, pela história de Alek Bell, criador do te-
lefone, Charles Bell, professor de elocução, e Neville Bell, professor de elocução e fonética, estu-
dioso da análise visual da onda sonora. Assim como Alexandre Graham Bell, que dedicou anos de 
estudo sobre a comunicação dos surdos. 
O reconhecimento da Fonoaudiologia como profissão em alguns países foi realizado pelo Minis-
tério da Saúde, pelo Ministério da Educação ou pelo trabalho conjunto entre ambos os ministérios, 
uma vez que a Fonoaudiologia engloba temáticas de saúde e educação. 
1.3 CONSELHOS DA CLASSE DE FONOAUDIOLOGIA: CONSE-
LHO FEDERAL E CONSELHOS REGIONAIS
O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Fonoaudiologia têm como atribuição principal re-
gistrar, regulamentar, fiscalizar e orientar profissionais, além de atividades de ensino e pesquisa, sendo 
esses órgãos autarquias federais. A fiscalização envolve orientação e autuação, com objetivo principal 
de garantir a atividade profissional dentro dos preceitos da lei e respeitando o Código de Ética da classe. 
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As principais diferenças entre os Conselhos são com relação às suas funções. O Conselho Federal 
tem função normativa, com a incumbência de definir normas que irão conduzir o exercício profis-
sional. Conforme atribuições descritas pelo Código de Ética (2016, p. 4), “Compete ao Conselho Fe-
deral de Fonoaudiologia (CFFa) zelar pela observância dos princípios deste código, funcionar como 
Conselho Superior de Ética Profissional, além de firmar jurisprudência e atuar nos casos omissos”. 
Já os Conselhos Regionais têm a responsabilidade de cumprir a Lei nº 6965/81, expedir docu-
mentação profissional, bem como demais atribuições descritas no Código de Ética:
Atualmente os profissionais de Fonoaudiologia contam com nove Conselhos Regionais, con-
templando todas os estados do Brasil. 
• CRFa 1ª Região: composto pelo Estado do Rio de Janeiro;
• CRFa 2ª Região: composto pelo Estado de São Paulo;
• CRFa 3ª Região: composto pelos Estados do Paraná e Santa Catarina;
• CRFa 4ª Região: composto pelos Estados de Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Sergipe;
• CRFa 5ª Região: composto pelo Distrito Federal e Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, 
Mato Grosso e Tocantins;
• CRFa 6ª Região: composto pelos Estados do Espírito Santo e Minas Gerais;
• CRFa 7ª Região: composto pelo Estado do Rio Grande do Sul;
• CRFa 8ª Região: composto pelos Estados do Ceará, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte;
• CRFa 9ª Região: composto pelos Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima.
A respeito dos aspectos de regulamentação e normatização, o Conselho de Fonoaudiologia 
criou, em 2004, o Código de Ética profissional. Em 2016, o novo Código foi publicado, substituindo 
a versão anterior. 
O atual Código de Ética (2016) é a quarta versão lançada. Elaborado por diversos membros dos 
Conselhos de Fonoaudiologia, aborda temáticas como cuidado com o planeta, defesa aos pluralis-
mos, diversidade cultural, social e econômica. Foi aprovado na 145ª Sessão Plenária Ordinária de 
18 de fevereiro de 2016, regulamentado pela Resolução CFFa nº 490/2016 e publicado no Diário 
Oficial da União, Seção 1, páginas 196 a 198, em 7 de março do mesmo ano.
COMPETE AOS CONSELHOS REGIONAIS, NAS ÁREAS DE SUAS RESPECTIVAS JURISDI-
ÇÕES, ZELAR PELA OBSERVÂNCIA DA LEI Nº 6.965, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1981, DO 
DECRETO Nº 87.218, DE 31 DE MAIO DE 1982, DAS NORMATIVAS EXPEDIDAS PELO 
CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA E DESTE CÓDIGO, FUNCIONANDO COMO 
ÓRGÃO ORIENTADOR E JULGADOR DE PRIMEIRA E SEGUNDA INSTÂNCIAS DOS PRO-
CESSOS ÉTICOS. (CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2016, P. 4)
Conheça na íntegra o Código de Ética da Fonoaudiologia. Disponível para leitura em: https://bit.
ly/3oubKvi. Acesso em: 8 jun. 2020. 
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1.4 LEIS E RESOLUÇÕES QUE REGULAMENTAM A FONOAU-
DIOLOGIA
Neste item abordaremos as leis que regulamentam a Fonoaudiologia no Brasil. Iniciando com a 
lei de reconhecimento da Fonoaudiologia, que se tornou um marco como a data de comemoração 
do dia do Fonoaudiólogo no país: 
• Lei 6.965, de 9 de dezembro de 1981 – Regulamentação da profissão de Fonoaudiólogo. 
Cabe tratar também a respeito da lei que incluiu a Libras (Língua Brasileira de Sinais) como dis-
ciplina no curso de graduação em Fonoaudiologia. Lei de suma importância, objetivando estimular 
o ensino e o aprendizado de Libras, língua fundamental para a atuação fonoaudiológica com foco 
nas necessidades específicas de cada paciente. 
• Lei 10.436, de 24 de abrilde 2002: Inclusão da disciplina de Libras na graduação de Fonoaudiologia. 
Sequencialmente, a lei que dispõe a respeito do Dia Nacional da Voz, focado na importância 
e conscientização da prevenção com os cuidados vocais, enfatizando a relevância da busca por 
atitudes de prevenção. 
• Lei 11.704, de 18 junho de 2008: “Art. 1º É instituído o Dia Nacional da Voz, a ser celebrado 
anualmente no dia 16 de abril, com o objetivo de conscientizar a população brasileira sobre a im-
portância dos cuidados com a voz” (BRASIL, 2008). 
Em 2010, a lei do Teste da Orelhinha também é considerada um marco, visto que estabelece 
o acesso de todas as crianças nascidas em hospitais no território nacional à avaliação precoce de 
Emissões Otoacústicas Evocadas. 
• Lei Federal 12.303, de 2 de agosto de 2010 – Teste da Orelhinha: “Art. 1º É obrigatória a rea-
lização gratuita do exame denominado Emissões Otoacústicas Evocadas, em todos os hospitais e 
maternidades, nas crianças nascidas em suas dependências” (BRASIL 2010). A realização do exame 
em todos os neonatos possibilita a identificação e intervenção precoce em bebês com deficiência 
auditiva, possibilitando a estes um melhor desenvolvimento.
ART. 1º É RECONHECIDO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL O EXERCÍCIO DA PROFIS-
SÃO DE FONOAUDIÓLOGO, OBSERVADOS OS PRECEITOS DA PRESENTE LEI. 
PARÁGRAFO ÚNICO. FONOAUDIÓLOGO É O PROFISSIONAL, COM GRADUAÇÃO PLENA 
EM FONOAUDIOLOGIA, QUE ATUA EM PESQUISA, PREVENÇÃO, AVALIAÇÃO E TERAPIA 
FONOAUDIOLÓGICAS NA ÁREA DA COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA, VOZ E AUDIÇÃO, 
BEM COMO EM APERFEIÇOAMENTO DOS PADRÕES DA FALA E DA VOZ. (BRASIL, 1981) 
ART. 4º O SISTEMA EDUCACIONAL FEDERAL E OS SISTEMAS EDUCACIONAIS ESTA-
DUAIS, MUNICIPAIS E DO DISTRITO FEDERAL DEVEM GARANTIR A INCLUSÃO NOS 
CURSOS DE FORMAÇÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, DE FONOAUDIOLOGIA E DE MA-
GISTÉRIO, EM SEUS NÍVEIS MÉDIO E SUPERIOR, DO ENSINO DA LÍNGUA BRASILEIRA 
DE SINAIS - LIBRAS, COMO PARTE INTEGRANTE DOS PARÂMETROS CURRICULARES 
NACIONAIS - PCNS, CONFORME LEGISLAÇÃO VIGENTE (BRASIL, 2002).
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No ano de 2014, foi aprovada a lei da obrigatoriedade da realização do Protocolo de Avaliação 
do Frênulo Lingual em bebês. Mais uma vez, uma lei voltada ao cuidado preventivo, buscando 
identificar e encaminhar precocemente casos de alterações em frênulo lingual. 
 • Lei 13.002, de 20 de junho de 2014: “Art. 1º É obrigatória a realização do Protocolo de Avalia-
ção do Frênulo da Língua em Bebês, em todos os hospitais e maternidades, nas crianças nascidas 
em suas dependências” (BRASIL, 2014). 
Além das leis, as resoluções a seguir apresentadas tratam a respeito das áreas de atuação do fo-
noaudiólogo e de situações específicas importantes para o dia a dia do profissional fonoaudiólogo.
• Resolução 218/1998: “Dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo, de acordo com a Portaria nº 
19 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, e dá outras providências”;
• Resolução 231/199: “Altera a redação da Resolução CFFa nº 218, de 20 de dezembro de 1998, 
que dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo de acordo com a Portaria nº 19, da Secretaria de 
Segurança e Saúde no Trabalho, e dá outras providências”;
• Resolução 234/199: “Dispõe sobre condições para funcionamento de clínicas e consultórios 
de Fonoaudiologia, e dá outras providências”; 
• Resolução 260/2000: “Dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo em Triagem Auditiva Neonatal”; 
• Resolução 274/2001: “Dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo frente à triagem auditiva escolar”;
• Resolução 309/2005: “Dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo na educação infantil, ensino 
fundamental, médio, especial e superior, e dá outras providências”; 
• Resolução 337/2006: “Dispõe sobre regulamentação dos procedimentos fonoaudiológicos 
clínicos no âmbito domiciliar e dá outras providências”; 
• Resolução 352/2008: “Dispõe sobre a atuação profissional em Motricidade Orofacial com 
finalidade estética”; 
• Resolução 357/2008: “Dispõe sobre a competência técnica e legal do fonoaudiólogo para atu-
ar na prevenção, avaliação e reabilitação dos transtornos do processamento auditivo”; 
• Resolução 382/2010: “Dispõe sobre o reconhecimento das especialidades em Fonoaudiologia 
Escolar/Educacional e Disfagia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, e dá outras providências”; 
• Resolução 384/2010: “Dispõe sobre a competência técnica e legal do fonoaudiólogo para re-
alizar avaliação vestibular e terapia fonoaudiológica em equilíbrio/reabilitação vestibular”; 
• Resolução 387/2010: “Dispõe sobre as atribuições e competências do profissional especialista 
em Fonoaudiologia Educacional reconhecido pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, altera a 
redação do artigo 1º da Resolução CFFa nº 382/2010, e dá outras providências”;
 • Resolução 414/2012: “Dispõe sobre a competência técnica e legal específica do fonoaudió-
logo no uso de instrumentos, testes e outros recursos na avaliação, diagnóstico e terapêutica dos 
distúrbios da comunicação humana, e dá outras providências”; 
• Resolução 427/2013: “Dispõe sobre a regulamentação da Telessaúde em Fonoaudiologia e dá 
outras providências”; 
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• Resolução 428/2013: “Dispõe sobre a atuação do fonoaudiólogo na saúde do trabalhador e 
dá outras providências”; 
• Resolução 453/2014: “Dispõe sobre o reconhecimento, pelo Conselho Federal de Fonoaudio-
logia, da Fonoaudiologia Neurofuncional, Fonoaudiologia do Trabalho, Gerontologia e Neuropsico-
logia como áreas de especialidade da Fonoaudiologia e dá outras providências”; 
• Resolução 466/2015: “Dispõe sobre as atribuições e competências relativas ao profissional 
Fonoaudiólogo Especialista em Neuropsicologia, e dá outras providências”; 
• Resolução 467/2015: “Dispõe sobre as atribuições e competências relativas ao profissional 
fonoaudiólogo Especialista em Fonoaudiologia do Trabalho, e dá outras providências”; 
• Resolução 493/2016: “Dispõe sobre perícia em Fonoaudiologia e dá outras providências”; 
• Resolução 505/2017: “Dispõe sobre a atuação do fonoaudiólogo na seleção, indicação e adap-
tação de aparelho de amplificação sonora individual (AASI)”;
• Resolução 507/2017: “Dispõe sobre as atribuições e competências relativas ao fonoaudiólogo 
especialista em Fluência, e dá outras providências”; 
• Resolução 541/2019: “Disposição sobre o uso do recurso de Laser de Baixa Intensidade – LBI 
por fonoaudiólogos”;
• Resolução 526/2019: “Dispõe sobre a competência técnica e legal do fonoaudiólogo para re-
alizar avaliação e reabilitação da função vestibular e do equilíbrio corporal humano”;
• Resolução 543/2019: “Dispõe sobre o uso de Eletroterapia para fins fonoaudiológicos”;
• Resolução 546/2019: “Dispõe sobre a atuação do fonoaudiólogo na seleção, indicação e adap-
tação de aparelho de amplificação sonora individual (AASI)”;
• Resolução 568/2020: “Dispõe sobre a atuação do fonoaudiólogo em Triagem Auditiva Neona-
tal Universal”. 
1.5 HISTÓRIA DOS SÍMBOLOS DA FONOAUDIOLOGIA
O primeiro símbolo conhecido da Fonoaudiologia foi criado entre 1940 e 1950, constituído por 
bastão, serpente, pena e ramos de café. O brasão foi composto por simbologias das mitologias 
grega e romana e marcos da história do Brasil. 
Para conhecer mais a respeito de legislações da área da Fonoaudiologia, assim como novas reso-
luções, acesse o conteúdo disponível no site do Conselho Federal de Fonoaudiologia, em: https://
bit.ly/2HDmeqW. Acesso em: 8 jun. 2020.
SAIBA MAIS
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FIGURA 2 – SÍMBOLO DA FONOAUDIOLOGIA (1940-1950)
Fonte: CREFONO1 (2020). 
A inspiração para o ramo foi em Asclépio, que é conhecido como deus da medicina e da cura 
nas mitologias grega e romana. Segundo a mitologia, Asclépio aprendeu sobre a cura utilizando 
plantas, banhos e terapias. Em váriossímbolos gregos e romanos, ele aparece segurando um bas-
tão com uma serpente.
 Nesse brasão, a serpente, com coloração amarela, representa a sabedoria, prudência e vitalida-
de. O bastão colorido em marrom simboliza a assistência à saúde, as forças da natureza, os segre-
dos da vida na Terra e o poder da ressurreição. A pena branca representa a comunicação humana 
por meio da escrita. O ramo de café é um símbolo da história do Brasil, evidenciando essa riqueza 
nacional que foi um marco para a economia brasileira. 
Os símbolos da serpente e do bastão são utilizados como simbologia em diversas profissões da 
área da saúde. 
No ano de 1996, foi organizado um concurso entre os fonoaudiólogos para escolha do novo 
símbolo da profissão. O símbolo que usamos atualmente foi criado pela fonoaudióloga e professo-
ra Letícia Caldas Teixeira, de Minas Gerais.
FIGURA 3 – SÍMBOLO ATUAL DA FONOAUDIOLOGIA 
Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia (2020). 
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Esse símbolo emblemático foi oficialmente reconhecido pelo Conselho Federal de Fonoaudiolo-
gia em 7 de julho de 2001, por meio da Resolução nº 278. É composto pela letra “F” em referência 
à Fonoaudiologia, em plano heráldico, como uma alusão ao despertar da serpente e à emissão e 
recepção do som pelo corpo humano. 
Esse movimento da serpente significa a sabedoria oriental, levando o ser humano a uma com-
preensão ampla da vida e do universo, assim como a força da cura (CONSELHO FEDERAL DE FONO-
AUDIOLOGIA, 2020). 
Conforme descrição do Conselho Federal de Fonoaudiologia (2020), o símbolo é constituído por:
1.6 FONOAUDIOLOGIA E O MERCADO DE TRABALHO
O fonoaudiólogo atua desde a atenção a recém-nascidos e a mães no período de amamenta-
ção, até a reabilitação de idosos. Por isso, a profissão é ampla e abrange diversas áreas. 
Vários são os possíveis locais de trabalho, entre eles, instituições públicas ou privadas, clínicas, 
escolas especiais e regulares, consultórios, hospitais, universidades, empresas, emissoras de tele-
visão, centros de reabilitação auditiva, clínicas de repouso e maternidades. 
O Conselho Federal de Fonoaudiologia reconhece as especialidades de Audiologia, Disfagia, Ge-
rontologia, Fonoaudiologia Educacional, Fluência, Fonoaudiologia Neurofuncional, Fonoaudiologia 
do Trabalho, Neuropsicologia, Linguagem, Motricidade Orofacial, Voz e Saúde Coletiva.
As últimas áreas a serem incluídas foram as de Fonoaudiologia do Trabalho, Gerontologia, Neu-
ropsicologia e Fonoaudiologia Neurofuncional. Essas especialidades foram aprovadas durante a 
138ª Sessão Plenária Ordinária, em 2014, por meio da Resolução nº 453/2014, com o entendimen-
to de que essas áreas de atuação são necessárias e fortalecem fortalece o trabalho da Fonoaudio-
logia nos âmbitos de prevenção, recuperação e promoção da saúde. 
Muitos são os questionamentos a respeito do mercado de trabalho, mas, tomando como base 
as próprias informações do Conselho Federal de Fonoaudiologia (2014) a respeito do tipo e das 
áreas de atuação do fonoaudiólogo, fica evidente que se trata de uma profissão com amplo campo 
de ação, em diferentes locais, o que possibilita um bom cenário de mercado para o novo profissio-
nal da área.
UM CÍRCULO CONTENDO EM SUA PARTE SUPERIOR O NOME DA PROFISSÃO – “FO-
NOAUDIOLOGIA” EM COR AZUL ROYAL; AO CENTRO A LETRA “F” ESTILIZADA, NA COR 
VERMELHA; AO FUNDO E AO REDOR DA LETRA “F” DUAS FIGURAS GEOMÉTRICAS, DE 
FORMA CÔNCAVA, RAIADAS E EM SUA PARTE INFERIOR, LOSANGOS NA COR VERMELHA, 
CONFORME MATRIZ À DISPOSIÇÃO NA SEDE DOS CONSELHOS DE FONOAUDIOLOGIA. A 
FORMA ESTILIZADA NO CENTRO DO HERÁLDICO TEM DUPLA SIGNIFICAÇÃO E REFEREN-
CIA-SE À EMISSÃO E RECEPÇÃO DO SOM PELO CORPO HUMANO. O “F”, DE FONOAUDIO-
LOGIA, EM PRIMEIRO PLANO NO HERÁLDICO, LEMBRA O DESPERTAR DA SERPENTE EM 
MOVIMENTO ASCENSIONAL. ESSE MOVIMENTO NAS PRÁTICAS DERIVADAS DA SABEDO-
RIA ORIENTAL DESPERTA O HOMEM PARA A COMPREENSÃO MAIS AMPLA DA VIDA E DO 
UNIVERSO. NESSE SENTIDO É TAMBÉM FORÇA DE CURA, DE VIVIFICAÇÃO E OS RAIOS DO 
OUTRO REFERENCIANDO-SE À EMISSÃO E RECEPÇÃO DO SOM PELO CORPO HUMANO. 
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Outro ponto que merece atenção é a atuação fonoaudiológica em Gerontologia, área de suma 
importância na saúde do idoso e que está em amplo crescimento, tendo em vista que pesquisas 
indicam que a expectativa de vida da população vem aumentando cada vez mais (CALDANA, 2014). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta Unidade, as discussões foram direcionadas ao conhecimento da história da Fonoaudiolo-
gia, assim como das leis que regulamentam a profissão e a condição atual de atuação do fonoau-
diólogo no mercado de trabalho.
O conhecimento a respeito da história, das leis e regulamentações da Fonoaudiologia, assim 
como sobre o mercado de trabalho, possibilita que você, futuro fonoaudiólogo, compreenda a 
origem e o contexto da profissão, entendendo como essa trajetória aconteceu e evoluiu ao longo 
dos anos. Esse histórico da Fonoaudiologia é relevante pois, com esse embasamento, você pode 
entender aspectos determinantes da sua futura profissão.
Assista a um vídeo do Conselho Federal de Fonoaudiologia, importante para o conhecimento a 
respeito da atuação do fonoaudiólogo, que pode acontecer com pacientes em diferentes etapas 
da vida. Disponível em: https://bit.ly/3otsMcS. Acesso em 20 de jun. 2020.
VÍDEO
ANOTAÇÕES
UNIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
VÍDEOS DA UNIDADE
http://bit.ly/35pQwH4 http://bit.ly/3nwoXBM http://bit.ly/38u4GJ6
02
ATUAÇÃO 
FONOAUDIOLÓGICA
 » Definir as competências do fonoaudiólogo; 
 » Identificar a relação entre Fonoaudiologia e multidisciplinaridade;
 » Conhecer os locais de atuação fonoaudiológica;
 » Conhecer as áreas de atuação da Fonoaudiologia.
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INTRODUÇÃO
Nesta segunda Unidade da disciplina de Introdução à Fonoaudiologia, serão abordadas temá-
ticas a respeito das áreas de competência do fonoaudiólogo, locais de atuação fonoaudiológica, 
a relação da Fonoaudiologia com a multidisciplinaridade e áreas de trabalho do profissional de 
Fonoaudiologia. 
Serão apresentados o documento Áreas de competência do fonoaudiólogo no Brasil, publicado 
pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia e, na sequência, alguns aspectos sobre as especializa-
ções nas quais o fonoaudiólogo pode atuar. Atualmente, são doze as grandes áreas reconhecidas 
pelo Conselho Federal e que serão destacados ao longo desta Unidade.
1. ÁREAS DE COMPETÊNCIA DO 
FONOAUDIÓLOGO
Ao longo dos anos após o reconhecimento da Fonoaudiologia como profissão, diversos foram 
os avanços na história da carreira fonoaudiológica, entre eles, o reconhecimento das áreas de atu-
ação do fonoaudiólogo. Em 2002, o Conselho Federal de Fonoaudiologia apresentou o documento 
Exercício profissional do fonoaudiólogo no Brasil – caracterização das ações inerentes ao exercício 
profissional do fonoaudiólogo.
Posteriormente, em 2007 esse documento foi revisado e nomeado como Áreas de competência 
do Fonoaudiólogo no Brasil. Documento esse realizado com o objetivo de elencar as grandes áreas 
de competência profissional, além de competências pessoais, habilidades, recursos, instrumentos 
de trabalho e locais de atuação. Todos esses aspectos são necessários à plena ação fonoaudiológica.
A respeito da competência de atuação, o Conselho Federal de Fonoaudiologia (2007, p. 8) 
aponta que o fonoaudiólogo, em suas atribuições, pode:
Realizar avaliação fonoaudiológica; estabelecer diagnóstico de fonoaudiologia; executar terapia 
(habilitação/reabilitação); orientar pacientes, clientes internos e externos, familiares e cuidadores; 
monitorar desempenho do paciente ou cliente (seguimento); aperfeiçoar a comunicação huma-
na; efetuar diagnóstico situacional; desenvolver ações de saúde coletiva dos aspectos fonoau-diológicos; exercer atividades de ensino; desenvolver pesquisas; administrar recursos humanos, 
financeiros e materiais e comunicar-se. Listaram-se, também, competências pessoais facultativas 
e habilidades, favorecendo o exercício profissional.
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FIGURA 1: ÁREAS DE COMPETÊNCIA DO FONOAUDIÓLOGO
Fonte: A autora (2020).
Essas temáticas e discussões serão apresentadas nos próximos subitens.
1.1 REALIZAR AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
A realização da avaliação fonoaudiológica do paciente será iniciada por meio da anamnese, que 
é uma entrevista direcionada realizada pelo profissional de saúde, com objetivo de conhecer a 
história do paciente e direcionar os aspectos diagnósticos.
Durante a anamnese e coleta de dados direcionada e o processo de avaliação do paciente, po-
dem ser utilizados questionários ou instrumentos de anamnese específicos. Em geral, na prática 
clínica a anamnese para cada queixa/área de atuação é direcionada e terá questionamentos rela-
cionados à queixa principal.
ÁREAS DE COMPETÊNCIA 
DO FONOAUDIÓLOGO
ADMINISTRAR RE-
CURSOS HUMANOS, 
FINANCEIROS E 
MATERIAIS
COMUNICAR-SE
COMPETÊNCIAS 
PESSOAIS E 
HABILIDADES
AVALIAÇÃO
FONOAUDIOLÓGICA
DIAGNÓSTICO DE
FONOAUDIOLÓGICA
TERAPIA:
HABILITAÇÃO
REABILITAÇÃO ORIENTAR PACIEN-
TES, FAMILIARES E 
CUIDADORES MONITORAR 
DESEMPENHO 
DO PACIENTE
APERFEIÇOAR A 
COMUNICAÇÃO 
HUMANA
EFETUAR DIAGNÓS-
TICO SITUACIONAL
AÇÕES DE
SAÚDE COLETIVAATIVIDADES
DE ENSINO
DESENVOLVER
PESQUISAS
A AVALIAÇÃO DO PACIENTE É REALIZADA POR MEIO DE EXAME CLÍNICO E/OU PELA 
OBSERVAÇÃO DE COMPORTAMENTOS RELACIONADOS À LINGUAGEM ORAL E ESCRI-
TA, VOZ, FLUÊNCIA DA FALA, ARTICULAÇÃO DA FALA, FUNÇÃO AUDITIVA PERIFÉRICA 
E CENTRAL, FUNÇÃO VESTIBULAR, SISTEMA MIOFUNCIONAL OROFACIAL E CERVICAL, 
DEGLUTIÇÃO E SEUS TRANSTORNOS. O EXAME CLÍNICO COMPREENDE, ENTRE OU-
TRAS AÇÕES, A REALIZAÇÃO DE PROVAS, TESTES, EXAMES ESPECÍFICOS, ANÁLISES 
E PESQUISAS MINUCIOSAS, ASSIM COMO A DESCRIÇÃO DE PARÂMETROS E COM-
PORTAMENTOS, OBJETO DA AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA. CABE, AO FONOAUDIÓ-
LOGO, ANALISAR E INTERPRETAR OS DADOS PROVENIENTES DOS PROCEDIMENTOS 
DE AVALIAÇÃO POR ELE REALIZADOS. QUANDO NECESSÁRIO, SOLICITA E ANALISA 
PROVAS, TESTES, PARECERES E EXAMES COMPLEMENTARES A FIM DE ESTABELECER 
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DE AÇÕES FONOAUDIOLÓGICAS. (CONSELHO FEDERAL 
DE FONOAUDIOLOGIA, 2007, P. 9)
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Uma das atribuições do profissional de Fonoaudiologia é a responsabilidade de analisar e in-
terpretar os dados tanto da anamnese quanto das avaliações realizadas com o paciente. Essa é 
uma parte fundamental da atuação fonoaudiológica, que possibilitará o diagnóstico adequado e, 
consequentemente, a melhor conduta terapêutica.
1.2 REALIZAR DIAGNÓSTICO DE FONOAUDIOLOGIA
No sentido da realização de diagnóstico fonoaudiológico, o Conselho Federal sugere:
O olhar clínico do fonoaudiólogo é imprescindível para o diagnóstico preciso. É fundamental 
que todas as avaliações sejam realizadas com o maior detalhamento possível, buscando uma aná-
lise integrada do paciente.
Para essa avaliação integrada é primordial que o fonoaudiólogo, em sua prática clínica, não se 
limite exclusivamente à queixa apresentada pelo paciente ou por sua família, mas, sim, realize uma 
avaliação completa no âmbito fonoaudiológico, utilizando-se de instrumentos direcionados de ava-
liação. Com uma avaliação completa e detalhada, o profissional poderá dar o diagnóstico adequado.
Durante esse processo, a aplicação de diferentes instrumentos e testes direcionados é essen-
cial, visto que isso possibilitará uma avaliação detalhada. 
Importante enfatizar que a determinação do teste ou dos instrumentos a serem aplicados cabe 
ao fonoaudiólogo. Essa definição deve ser embasada em preceitos técnicos e científicos, com base 
na necessidade específica de cada paciente.
Nas figuras a seguir, apresentam-se exemplos de testes utilizados frequentemente pelo fonoau-
diólogo como instrumentos de avaliação de fala e linguagem.
FIGURA 2: ABFW – TESTE DE LINGUAGEM INFANTIL
Fonte: Andrade et al. (2009).
PARA CONCLUIR O DIAGNÓSTICO FONOAUDIOLÓGICO, DEVE-SE LEVANTAR HIPÓTESES 
DE FATORES CORRELATOS ÀS MANIFESTAÇÕES OBSERVADAS E DEFINIR A CONDUTA 
E O PROGNÓSTICO FONOAUDIOLÓGICO. AO ESTABELECER A CONDUTA FONOAUDIO-
LÓGICA, CABE INDICAR TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA E REALIZAR OUTROS ENCAMI-
NHAMENTOS E AÇÕES NECESSÁRIAS DECORRENTES DA CONCLUSÃO DO PROCESSO 
DIAGNÓSTICO. (CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2007, P. 9-10)
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FIGURA 3: ADL – AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
Fonte: Menezes (2019).
Com base nos dados da avaliação fonoaudiológica é estabelecida a conduta, que indicará a 
necessidade ou não de terapia. A avaliação também apontará a necessidade de encaminhamentos 
para equipe multidisciplinar. O diagnóstico ocorre após a avaliação, antecedendo a conduta fono-
audiológica e o direcionamento da terapia.
1.3 EXECUTAR TERAPIA (HABILITAÇÃO/REABILITAÇÃO)
Conforme o Código de Ética profissional, o fonoaudiólogo tem como uma de suas competências 
a autonomia para selecionar, indicar, aplicar métodos, técnicas e procedimentos terapêuticos com 
base na necessidade clínica de cada paciente.
Durante a terapia fonoaudiológica, habilitar ou reabilitar dependerá da demanda e do caso clí-
nico de cada paciente. Reabilitar seria recuperar ou reestabelecer uma habilidade ou função que 
era anteriormente executada, mas que, por diversos motivos clínicos, deixou de ser realizada. Já a 
habilitação significa tornar possível a realização de determinada função ou atividade.
Considere a seguinte situação: Um fonoaudiólogo recebe um paciente com queixa de trocas de 
grafemas na escrita. Durante a avaliação de fato, fica evidente que essas trocas de escrita aconte-
cem. Entretanto, na avaliação fonoaudiológica também é observado que esse paciente apresenta 
troca fonológica.
Desse modo, a avaliação detalhada foi fundamental para identificar que, além da queixa principal 
apresentada pela família, o paciente apresenta trocas fonológicas associadas. Tal situação é fre-
quente na prática clínica e, por isso, a anamnese cuidadosa e a interpretação adequada dos dados 
obtidos são fundamentais para a conduta terapêutica.
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Com relação à área de competência de executar a terapia fonoaudiológica, o Conselho Federal 
de Fonoaudiologia destaca:
 
1.4 ORIENTAR PACIENTES, CLIENTES EXTERNOS E INTERNOS, 
FAMILIARES E CUIDADORES
Durante a orientação para pacientes, familiares e cuidadores, é primordial uma explicação cla-
ra, orientando sobre os objetivos terapêuticos e técnicas utilizadas para alcançar tais objetivos. 
Além disso, é importante a orientação sobre cuidados a serem tomados em casa para auxiliar 
no processo terapêutico. As orientações podem acontecer no próprio local de atendimento do 
paciente, como consultório e hospitais, ou pode ser necessário o agendamento de reuniões com 
cuidadores ou no ambiente escolar, por exemplo.
ESTA ÁREA REFERE-SE À COMPETÊNCIA PARA REALIZAR TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA 
DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA, VOZ, FLUÊNCIA DA FALA, ARTICULAÇÃO DA FALA, FUN-
ÇÃO AUDITIVA PERIFÉRICA E CENTRAL, FUNÇÃO VESTIBULAR, SISTEMA MIOFUNCIONAL 
OROFACIAL E CERVICAL E DEGLUTIÇÃO, TANTO NO QUE DIZ RESPEITO À HABILITAÇÃO, 
COMO À REABILITAÇÃO DE PACIENTES/CLIENTES. A GRANDE ÁREA EM QUESTÃO É 
CONSTITUÍDA POR UMA SÉRIE DE AÇÕES QUE ENVOLVEM TANTO A SELEÇÃO, COMO A 
INDICAÇÃO E APLICAÇÃO DE MÉTODOS, TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS, 
ADEQUADOS E PERTINENTES ÀS NECESSIDADES E CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE/
CLIENTE. AO FONOAUDIÓLOGO, CABE, PORTANTO, A SELEÇÃO À ADAPTAÇÃO DE ÓRTE-
SES, PRÓTESES E TECNOLOGIAASSISTIVA EM AUDIÇÃO, EM COMUNICAÇÃO HUMANA E 
DEGLUTIÇÃO, ALÉM DE INTRODUZIR FORMAS ALTERNATIVAS DE COMUNICAÇÃO. TAM-
BÉM FAZEM PARTE DESTAS AÇÕES DEFINIR OS PARÂMETROS DE ALTA E DAR A ALTA 
PROPRIAMENTE DITA. (CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2007, P. 10)
Um exemplo prático de reabilitação x habilita-
ção seria o caso de pacientes com perda auditi-
va profunda, com indicação de implante coclear. 
O primeiro paciente tem perda auditiva profun-
da aos 25 anos, é oralizado, mas apresentou 
dificuldades de fala após a alteração auditiva e 
teve indicação de realizar a cirurgia de implante 
coclear. Nesse caso, após a cirurgia de implante, 
a terapia de fala será direcionada à reabilitação, 
uma vez que esse paciente já falava antes da 
perda auditiva. 
O segundo paciente é um menino de 1 ano que nasceu com uma perda auditiva profunda e, por 
isso, não desenvolveu a fala; foi indicada a cirurgia de implante coclear e também terapia fono-
audiológica. Após a cirurgia, a fonoterapia estará direcionada à habilitação de fala e auditiva, uma 
vez que essa criança não era oralizada antes da cirurgia.
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Tomando por base a importância do olhar integral em relação ao paciente, a orientação à família, à 
escola ou a cuidadores é de grande relevância no tratamento e na evolução da terapia fonoaudiológica.
A participação da família no tratamento fonoaudiológico é crucial para a evolução terapêutica, 
uma vez que a adesão dos familiares, assim como a estimulação das habilidades trabalhadas em 
terapia, possibilitarão um melhor prognóstico para o paciente. Do mesmo modo, a escola tem 
papel fundamental no desenvolvimento infantil global e na evolução terapêutica, visto que ao esti-
mular no ambiente escolar as habilidades trabalhadas em terapia, tanto o desempenho de apren-
dizagem da criança quanto o desempenho na fonoterapia serão melhorados. No mesmo sentido, 
a orientação para cuidadores é importante e necessária.
Refletindo de tal forma, o trabalho conjunto entre fonoaudiólogo, escola, família e cuidador é 
primordial para a evolução terapêutica. 
FIGURA 5: IMPORTÂNCIA DO ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA 
Fonte: A autora (2020).
1.5 MONITORAR O DESEMPENHO DO PACIENTE OU CLIENTE 
(SEGUIMENTO)
O objetivo principal do monitoramento do paciente é a verificação da efetividade da terapia. 
Após a ação de monitorar, pode haver necessidade de reformular condutas, rever métodos e 
técnicas, visando ao melhor prognóstico ao paciente.
O monitoramento do paciente é uma competência e responsabilidade do fonoaudiólogo, assim 
como realizar a continuidade do tratamento e monitorar a evolução terapêutica do seu paciente. 
A respeito disso, o Conselho Federal de Fonoaudiologia (2007, p. 11) destaca: 
O FONOAUDIÓLOGO REALIZA O SEGUIMENTO DO PACIENTE/CLIENTE E MONITORA SEU 
DESEMPENHO. AO MONITORAR, ESTIMULA E VERIFICA A ADESÃO, A CONTINUIDADE, A 
EFETIVIDADE E O GRAU DE SATISFAÇÃO DO PACIENTE/CLIENTE QUANTO AO TRATAMENTO 
E/OU ORIENTAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA E QUANTO À ADAPTAÇÃO DAS ÓRTESES, PRÓTE-
SES E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS. É DA COMPETÊNCIA DO FONOAUDIÓLOGO A VERIFICA-
ÇÃO DE RISCOS E DANOS DAS FUNÇÕES AUDITIVA E VOCAL, ASSIM COMO DAS CON-
DIÇÕES AMBIENTAIS PARA MELHOR DESEMPENHO DO PACIENTE/CLIENTE. TAIS AÇÕES 
IMPLICAM REAVALIAR E REFORMULAR CONDUTAS, MÉTODOS, TÉCNICAS, TERAPIAS E 
PROCEDIMENTOS, COMPARAR RESULTADOS DE AVALIAÇÕES E DISCUTIR PROGNÓSTICO.
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1.6 APERFEIÇOAR A COMUNICAÇÃO HUMANA
Uma das áreas de ação da Fonoaudiologia é a comunicação humana, área essa de grande im-
portância e que engloba outros domínios de atuação fonoaudiológica. No aperfeiçoar da comuni-
cação humana, o fonoaudiólogo atua com prevenção e reabilitação. 
Quanto a isso, o Conselho Federal de Fonoaudiologia (2007, p. 11) orienta:
1.7 EFETUAR DIAGNÓSTICO SITUACIONAL 
O diagnóstico situacional leva em conta aspectos diversos, entre eles, perfil epidemiológico, as-
sistencial, de infraestrutura e socioeconômico da população avaliada. Além disso, para realização 
desse diagnóstico é importante identificar comportamentos, hábitos e atitudes do paciente. 
Com relação à competência do fonoaudiólogo no diagnóstico situacional, a análise de indica-
dores de saúde com fins de definição das estratégias para implantação de políticas públicas é de 
suma importância, levando em conta os preceitos de prevenção e promoção à saúde humana.
1.8 DESENVOLVER AÇÕES DE SAÚDE COLETIVA NOS ASPEC-
TOS FONOAUDIOLÓGICOS
A Fonoaudiologia tem papel importante quanto aos estudos e ações de prevenção e promoção 
na saúde coletiva no Brasil. A atuação em saúde coletiva envolve ações de interdisciplinaridade, 
prevenção primária, secundária e terciária.
As ações de prevenção primária são voltadas a impedir a ocorrência das patologias antes que 
elas se desenvolvam no organismo dos pacientes. A prevenção secundária objetiva propiciar me-
lhor evolução clínica após o paciente já ter a patologia, e a prevenção terciária acontece quando a 
patologia trará consequências ao paciente em longo prazo.
Além das ações e prevenção primária, secundária e terciária, uma das atuações fonoaudiológi-
cas no âmbito da saúde coletiva é em ações de baixa, média ou alta complexidade.
Sobre tal atuação, o Conselho Federal de Fonoaudiologia (2007, p. 11) descreve: 
TENDO EM VISTA A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO HUMANA, É DA COMPETÊNCIA 
DO FONOAUDIÓLOGO DESENVOLVER PROGRAMAS DE APERFEIÇOAMENTO E APRI-
MORAMENTO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA, DAS FUNÇÕES COGNITIVAS E DOS 
ASPECTOS MIOFUNCIONAIS OROFACIAIS E CERVICAIS. É AINDA DE ATRIBUIÇÃO DO 
FONOAUDIÓLOGO, APRIMORAR E APERFEIÇOAR A COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO, A CO-
MUNICAÇÃO OCUPACIONAL, OU PROFISSIONAL E ORIENTAR AS POSSIBILIDADES DE 
MELHORA DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS, FAVORECENDO A COMUNICAÇÃO HUMANA. 
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1.9 EXERCER ATIVIDADES DE ENSINO
Uma das áreas de competência do fonoaudiólogo é a área de ensino. Nesse âmbito, as ações 
são voltadas ao planejamento de cursos, proposição de atividades didáticas, ministração de cursos 
de graduação ou pós-graduação (stricto e lato sensu), além de treinamentos e supervisões. 
1.10 DESENVOLVER PESQUISAS
Uma das áreas de grande contribuição fonoaudiológica é o desenvolvimento de pesquisas, algo fun-
damental para a Fonoaudiologia, possibilitando a produção científica de qualidade na área. Nessa com-
petência, além da produção técnica, o fonoaudiólogo também orienta e aprecia trabalhos científicos.
No âmbito das pesquisas, as competências do Fonoaudiólogo são as de eleger, desenvolver e 
implementar linhas de pesquisa e metodologias científicas. Atua também na elaboração projetos, 
desenvolvimento e validação de métodos, técnicas e instrumentos para avaliação e diagnósticos 
que delineiam a terapia fonoaudiológica.
1.11 ADMINISTRAR RECURSOS HUMANOS, FINANCEIROS E 
MATERIAIS
Com relação aos aspectos da competência do fonoaudiólogo na administração de recursos hu-
manos, financeiros e materiais, o Conselho Federal de Fonoaudiologia (2007, p. 13) aponta: 
A INTERVENÇÃO NESTA ÁREA DIZ RESPEITO À COMPETÊNCIA PARA DESENVOLVER 
AÇÕES DE SAÚDE COLETIVA, TAIS COMO PROGRAMAS E CAMPANHAS DE PROMOÇÃO 
DOS ASPECTOS FONOAUDIOLÓGICOS, O QUE ENVOLVE A IDENTIFICAÇÃO E NECESSI-
DADES DA POPULAÇÃO ALVO, POR LEVANTAMENTO DA PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA 
DE QUALQUER TIPO DE OCORRÊNCIA QUE NECESSITE DE INTERVENÇÃO FONOAU-
DIOLÓGICA; IDENTIFICA TAMBÉM OS RECURSOS QUE VIABILIZEM ESTA AÇÃO, TENDO, 
COMO REFERENCIAIS ANALÍTICOS, A EPIDEMIOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, PLANE-
JAMENTO E GESTÃO. O FONOAUDIÓLOGO PARTICIPA DA ORGANIZAÇÃO E DESENVOL-
VIMENTO DE SERVIÇOS DE FONOAUDIOLOGIA, PROGRAMAS, CAMPANHAS E AÇÕES 
DIRIGIDAS À SAÚDE, À CONSERVAÇÃO AUDITIVA E VOCAL, BEM COMO PARTICIPA DE 
PROJETOS POLÍTICO-PEDAGÓGICOSE CAMPANHAS EDUCATIVAS SOBRE ASPECTOS 
DA COMUNICAÇÃO HUMANA, ASPECTOS MIOFUNCIONAIS OROFACIAIS E CERVICAIS E 
DA DEGLUTIÇÃO, QUANTO DE SEUS TRANSTORNOS. O FONOAUDIÓLOGO, A PARTIR DO 
DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES VOLTADAS PARA A SAÚDE COLETIVA, IMPLEMENTA, 
COORDENA, ADAPTA E GERENCIA AÇÕES, PROGRAMAS E CAMPANHAS DE PREVEN-
ÇÃO EM SAÚDE, SENDO DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA À ADAPTAÇÃO E VERIFICA-
ÇÃO CONSTANTE DE TAIS PROGRAMAS E CAMPANHAS.
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1.12 COMUNICAR-SE
A competência que tange os aspectos de comunicação refere-se a todas as competências des-
critas anteriormente.
Quanto à comunicação, cabe ao fonoaudiólogo divulgar a profissão, dar entrevistas à mídia 
quando convidado, organizar e ministrar eventos científicos, elaborar materiais de divulgação, ma-
nuais, relatórios, registros de procedimentos em prontuários fonoaudiológicos, emitir laudos, dis-
cutir casos clínicos, além de criar de materiais e conteúdos para produção e publicação científica.
Com relação ao preenchimento de prontuário, o Código de Ética de Fonoaudiologia afirma que 
o fonoaudiólogo deve fazer o registro dos atendimentos em prontuário. De modo que, além de 
uma competência, esse também é um dever. Conforme descrito no Código de Ética:
1.13 AS COMPETÊNCIAS PESSOAIS E HABILIDADES
Quanto às competências pessoais, foram elencadas habilidades que favorecem a atuação do 
profissional de Fonoaudiologia, conforme descritas a seguir:
É ATRIBUÍDO AO FONOAUDIÓLOGO ADMINISTRAR, ORÇAR, SELECIONAR, INVENTA-
RIAR E VERIFICAR O FUNCIONAMENTO DE EQUIPAMENTOS, MATERIAIS E RECURSOS 
TECNOLÓGICOS, ALÉM DE ALOCAR RECURSOS FINANCEIROS E CONTROLAR CUSTOS. 
ADMINISTRAR RECURSOS HUMANOS PERTINENTES AO FONOAUDIÓLOGO: DEFINIR 
PERFIL E QUADRO DE PESSOAL, REGRAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, HONORÁRIOS 
PROFISSIONAIS, CRONOGRAMA, ESCALA DE TRABALHO E ORGANOGRAMA, ASSIM 
COMO SELECIONAR, CONTRATAR, REQUALIFICAR, TRANSMITIR INSTRUÇÕES, SUPER-
VISIONAR PESSOAL E EQUIPES DE APOIO, ASSIM COMO OUTRAS ATIVIDADES PERTI-
NENTES AO FONOAUDIÓLOGO.
ART. 10. CONSTITUEM DEVERES DO FONOAUDIÓLOGO NA RELAÇÃO COM O CLIENTE:
I – REGISTRAR EM PRONTUÁRIO TODOS OS ATENDIMENTOS E PROCEDIMENTOS FO-
NOAUDIOLÓGICOS, ASSIM COMO FALTAS JUSTIFICADAS OU NÃO, E DESISTÊNCIA;
[...]
XI – PERMITIR O ACESSO DO CLIENTE OU DE SEU(S) REPRESENTANTE(S) LEGAL(IS) AO 
PRONTUÁRIO, RELATÓRIO, EXAME, LAUDO OU PARECER ELABORADOS PELO FONOAU-
DIÓLOGO, DE MODO A FORNECER A EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA À SUA COMPREENSÃO, 
MESMO QUANDO O SERVIÇO FOR CONTRATADO POR TERCEIROS. (CONSELHO FEDE-
RAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2016, P. 11,12)
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2. FONOAUDIOLOGIA E SUA RELAÇÃO COM 
A MULTIDISCIPLINARIDADE
Multidisciplinaridade é a perspectiva de diferentes áreas ou disciplinas a respeito de uma mes-
ma situação ou de uma mesma temática. De modo que cada especialista, com base na sua área de 
atuação, dá seu parecer a respeito do paciente, buscando avaliá-lo de modo completo e integral.
A interdisciplinaridade é uma abordagem integral; conforme destaca Fazenda (1994, p. 70),
A Fonoaudiologia como ciência tem estreita vinculação com a multidisciplinaridade, uma vez 
que historicamente está relacionada a preceitos da educação e saúde. Para uma atuação clíni-
O DESENVOLVIMENTO DE TAIS HABILIDADES DEVE SER ALMEJADO. DENTRE ESTAS, 
RESSALTAMOS QUE O FONOAUDIÓLOGO PODE PRESTAR ASSESSORIA TÉCNICA E 
CONSULTORIA; PARTICIPAR DE PROJETOS POLÍTICO-PEDAGÓGICOS, DE SOCIEDADES 
CIENTÍFICAS, ENTIDADES DE CLASSE, CONSELHOS, COMITÊS, COMISSÕES, ÓRGÃOS 
GESTORES E PROCESSOS DE SELEÇÃO; PARTICIPAR DE GRUPOS DE PESQUISA E BAN-
CAS EXAMINADORAS; ATUAR EM EQUIPES INTRA E INTERDISCIPLINARES; REALIZAR 
PERÍCIAS E AUDITORIAS TÉCNICAS E NORMATIZAR AÇÕES EM FONOAUDIOLOGIA. O 
FONOAUDIÓLOGO DEVE TRABALHAR COM SEGURANÇA, ADOTAR MEDIDAS DE PRE-
CAUÇÃO PADRÃO E SABER OPERAR INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS DA ÁREA. 
DA MESMA FORMA, VALORIZA-SE DEMONSTRAR COMPETÊNCIA VERBAL E ESCRITA, 
CAPACIDADE DE ANÁLISE E SÍNTESE, OBJETIVIDADE, PERSEVERANÇA, CRIATIVIDADE 
E CAPACIDADE DE OBSERVAÇÃO. O FONOAUDIÓLOGO DEVE AINDA TER FACILIDADE 
EM ESTABELECER RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS, TRANSMITIR SEGURANÇA, 
TOMAR DECISÕES E AUTOAVALIAR-SE FREQUENTEMENTE. (CONSELHO FEDERAL DE 
FONOAUDIOLOGIA, 2016, P. 14)
Para ampliar o conhecimento a respeito das competências do fonoaudiólogo conforme o Conse-
lho Federal de Fonoaudiologia, sugere-se a leitura na íntegra do documento Áreas de competên-
cia do fonoaudiólogo no Brasil, disponível em: https://bit.ly/35GlrOj. Acesso em: 4 jun. 2020. 
LEITURA
[...] A METODOLOGIA INTERDISCIPLINAR PARTE DE UMA LIBERDADE CIENTÍFICA, ALI-
CERÇA-SE NO DIÁLOGO E NA COLABORAÇÃO, FUNDA-SE NO DESEJO DE INOVAR, DE 
CRIAR, DE IR ALÉM E SUSCITA-SE NA ARTE DE PESQUISAR, NÃO OBJETIVANDO APE-
NAS A VALORIZAÇÃO TÉCNICO-PRODUTIVA OU MATERIAL, MAS, SOBRETUDO, POSSI-
BILITANDO UM ACESSO HUMANO, NO QUAL DESENVOLVE A CAPACIDADE CRIATIVA DE 
TRANSFORMAR A CONCRETA REALIDADE MUNDANA E HISTÓRICA NUMA AQUISIÇÃO 
MAIOR DE EDUCAÇÃO EM SEU SENTIDO LATO, HUMANIZANTE E LIBERTADOR DO PRÓ-
PRIO SENTIDO DE SER NO MUNDO. 
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ca com esse olhar integral, a parceria com médicos de diversas áreas – pediatras, neurologistas, 
otorrinolaringologistas, gastroenterologistas –, dentistas, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos, 
neuropsicólogos, professores, terapeutas ocupacionais, entre outros, faz-se necessária, de acordo 
com as especificidades de cada caso.
Ainda a respeito da interdisciplinaridade e da importância desse olhar global do fonoaudiólogo 
quanto às necessidades do paciente, Przybysz (2018, p. 19) destaca que:
Ao atender o paciente integralmente, realizando encaminhamentos para outras áreas, a reso-
lutividade do atendimento fonoaudiológico aumenta, uma vez que várias patologias do âmbito da 
Fonoaudiologia estão inter-relacionadas com outras questões de saúde. 
3. ÁREAS DE ESPECIALIDADE E LOCAIS DE 
ATUAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA
A Fonoaudiologia, conforme já discutido na Unidade I, tem atuação vasta e vários são os seus 
possíveis locais de trabalho. De modo que o Conselho Federal de Fonoaudiologia elenca, como 
ambientes de exercício profissional do fonoaudiólogo, unidades básicas de saúde, ambulatórios 
de especialidades, hospitais e maternidades, consultórios, clínicas home care, casas de repouso, 
asilos, casas de saúde, creches e berçários, escolas regulares e especiais, instituições de ensino 
superior, empresas diversas, meios de comunicação, associações, ONGs, entre outros nos quais se 
faça necessária a atuação fonoaudiológica. 
[...] POR MEIO DA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR E DA INTEGRALIZAÇÃO DE SABE-
RES DE ÁREAS DISCIPLINARES DISTINTAS, É POSSÍVEL CONSTRUIR NOVOS SABERES 
E CRIAR CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS, BEM COMO A COMPREENSÃO DA TOTALIDADE 
DAS DISCIPLINAS DE MODO A TRANSPOR OS CONCEITOS DISCIPLINARES. 
Durante a avaliação fonoaudiológica de um paciente com Transtorno do Espectro Autista (TEA), 
podem ser constatados comprometimentos nas dimensões sensoriais, habilidades sociais, inte-
ração social, aspectos linguísticos, comunicação verbal e não verbal, comportamentais, padrões 
restritivos e repetitivos de comportamento, seletividade alimentar, entre outros. 
O encaminhamento para um neurologista, psicólogo, musicoterapeuta, terapeuta ocupacional 
ou outros profissionais que se façam necessários é fundamental para a evolução desse paciente. 
Um olhar multidisciplinar possibilitará um melhor prognóstico ao paciente, visto que a atuação 
conjunta entre diversas áreas auxiliará o processo de reabilitação.
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Ainda retomando o conteúdo apresentado anteriormente, o Conselho Federal (2014) reconhe-
ce como áreas de especialidadeda Fonoaudiologia: Audiologia, Disfagia, Gerontologia, Fonoaudio-
logia Educacional, Fluência, Fonoaudiologia Neurofuncional, Fonoaudiologia do Trabalho, Neurop-
sicologia, Linguagem, Motricidade Orofacial, Voz e Saúde Coletiva. 
Até o início do ano de 2002, eram cinco as especialidades reconhecidas, sendo elas as áreas de 
Linguagem, Audiologia, Motricidade Orofacial, Voz e Saúde Coletiva. Em março daquele ano, a Re-
solução nº 383 possibilitou o reconhecimento e a descrição das atribuições da atuação fonoaudio-
lógica na especialidade de Disfagia, e a Resolução nº 387 trouxe a especialidade de Fonoaudiologia 
Escolar/Educacional (CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA, 2002). 
Posteriormente, foram reconhecidas as áreas de Fonoaudiologia do Trabalho, Gerontologia, 
Neuropsicologia e Fonoaudiologia Neurofuncional. Essas especialidades foram aprovadas durante 
a 138ª Sessão Plenária Ordinária, em 2014, por meio da Resolução nº 453/2014, com o entendi-
mento de que elas são também necessárias e fortalecem o trabalho fonoaudiológico nos âmbitos 
de prevenção, recuperação e promoção da saúde. Essas áreas foram devidamente descritas nas 
Resoluções nº 463, 464, 466 e 467, no ano de 2015. 
Por fim, no ano de 2017, na Resolução nº 507, foram dispostas as atribuições do fonoaudiólogo 
especialista em Fluência. 
As doze áreas de especialização da Fonoaudiologia revelam uma profissão ampla, com diversos 
campos e áreas de trabalho, atuando na promoção da saúde, prevenção, avaliação, diagnóstico, 
orientação e terapia, além de atividades relacionadas a ensino e pesquisa. 
Nas próximas Unidades, serão abordados aspectos específicos da atuação fonoaudiológica em 
cada uma dessas áreas reconhecidas pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante as discussões dessa unidade, foram aprendidos aspectos relacionados as competên-
cias do Fonoaudiólogo, os locais de atuação fonoaudiológica, a relação da Fonoaudiologia com a 
multidisciplinaridade e áreas de atuação do profissional de Fonoaudiologia. 
Com base nas reflexões aqui propostas, foi possível identificar a importância do desenvolvimen-
to das competências indicadas pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia para a atuação do fono-
Assista ao vídeo “Dia do Fonoaudiólogo 2015”, do Conselho Federal de Fonoaudiologia, a respeito 
da atuação fonoaudiológica. Disponível em: https://bit.ly/34xI8oH. Acesso em: 4 jun. 2020.
VÍDEO
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audiólogo, assim como a relevância do olhar integral, da multidisciplinaridade, da participação da 
família, de cuidadores e da escola no processo de evolução terapêutica.
Tais reflexões são fundamentais para que o futuro profissional de Fonoaudiologia durante o 
processo de formação acadêmica já busque o desenvolvimento de tais competências para uma 
atuação fonoaudiológica focada no bem estar do paciente, possibilitando ações de prevenção, 
promoção e recuperação de saúde. 
ANOTAÇÕES
UNIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
VÍDEOS DA UNIDADE
http://bit.ly/2JZ24JE http://bit.ly/3bpajKs http://bit.ly/2XqlOZQ
03
CONHECENDO AS 
ÁREAS DE ATUAÇÃO 
FONOAUDIOLÓGICA (1)
 » Conhecer a atuação fonoaudiológica na área de Linguagem;
 » Aprender a respeito da atuação do fonoaudiólogo em Voz;
 » Identificar e conhecer a atuação fonoaudiológica em Motricidade Orofacial;
 » Conhecer a atuação do fonoaudiólogo em Disfagia;
 » Conhecer a Fonoaudiologia Educacional;
 » Aprender a respeito da Fonoaudiologia Neurofuncional;
 » Conhecer a atuação fonoaudiológica em Neuropsicologia.
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INTRODUÇÃO
Nesta terceira Unidade de Introdução à Fonoaudiologia serão realizadas discussões a respeito 
de algumas das especialidades de atuação do Fonoaudiólogo. 
Especificamente nessa unidade, serão abordadas as atuações em Linguagem, Voz, Motricidade 
Orofacial, Disfagia, Fonoaudiologia Educacional, Neurofuncional e Neuropsicologia. 
Diversas são as patologias que podem ocasionar alterações nesses âmbitos, sendo fundamental 
que o fonoaudiólogo tenha conhecimento de tais áreas, buscando realizar uma avaliação detalha-
da, objetivando a melhor conduta terapêutica para o paciente.
É de suma importância que você, acadêmico de Fonoaudiologia, conheça a amplitude da atua-
ção fonoaudiológica, assim como a relevância da busca por conhecimentos aprofundados focados 
em uma prática completa. 
1. FONOAUDIOLOGIA EM LINGUAGEM
Linguagem é qualquer representação ou meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos, 
possibilitando a comunicação. A linguagem pode ser oral (fala), corporal (expressões faciais e cor-
porais), musical, visual, gestual, simbólica, gráfica, entre outras.
Nesse sentido, Zorzi (2000, p. 12) define linguagem da seguinte forma: 
Conforme Mota et al. (2002), a linguagem humana é composta por pragmática (a linguagem 
no contexto de seu uso), semântica (o sentido e significado de uma palavra), sintaxe (função e 
relação das palavras em uma frase), morfologia (palavras, sua formação e classificação), gramática 
(composta por regras sintáticas e morfológicas) e fonologia (sistema de fonemas de uma língua).
As teorias de aquisição de linguagem e os aspectos do desenvolvimento típico de linguagem são 
temáticas estudadas há muitos anos por profissionais das diversas áreas do conhecimento, como 
medicina, psicologia, fonoaudiologia, pedagogia, entre outros. 
A LINGUAGEM SE CONSTITUI COMO UMA FORMA DE EXPRESSÃO QUE PERMITE RE-
LAÇÕES ENTRE AS PESSOAS. SIGNIFICADOS QUE CORRESPONDEM A CONCEITOS, 
IDEIAS, SENTIMENTOS OU EXPERIÊNCIAS SÃO EXPRESSOS ATRAVÉS DE SÍMBOLOS 
CONVENCIONAIS (AS PALAVRAS), QUE SÃO OS SIGNIFICANTES. A AQUISIÇÃO DA LIN-
GUAGEM INSERE-SE NO QUADRO DE EVOLUÇÃO DO PROCESSO MAIS GLOBAL DE CO-
MUNICAÇÃO, QUE ENGLOBA SÍMBOLOS VERBAIS E NÃO VERBAIS.
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O desenvolvimento de fala e linguagem perpassa diversas habilidades, que são pré-comunicati-
vas. É importante lembrar que esse desenvolvimento envolve diferentes fatores, linguísticos e não 
linguísticos. Nesse sentido, espera-se que o desenvolvimento da linguagem aconteça de forma 
constante e contínua. 
FIGURA 1: ESTIMULAÇÃO DE FALA 
O ideal é que o desenvolvimento de fala e linguagem da criança seja estimulado desde o seu nas-
cimento. Desde muito cedo, o bebê se comunica através de suas expressões faciais, do olhar, da risa-
da e do choro. Aos poucos, as expressões faciais e o choro dão lugar aos balbucios e sons emitidos, 
que posteriormente passam a representar e significar através dos sons silabados e de palavras curtas. 
Entretanto, para algumas crianças, em decorrência de fatores como alterações nas condições 
orgânicas, sensoriais, sociais, afetivas e cognitivas, o desenvolvimento de fala e linguagem pode 
ser prejudicado, sofrendo alterações e trazendo diferentes problemas e condições (ARDUINO-MEI-
RELLES et al., 2006). 
Halpern et al. (2002) afirmam que as principais causas de distúrbios nesse desenvolvimento são 
consequências de Síndrome de Down, alterações neurológicas e cognitivas, autismo, desnutrição 
e prematuridade. 
Essa temática também é abordada por Prates e Martins (2011, p. 54):
OS DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO CONSTITUEM ALGUMAS DAS DOENÇAS INFANTIS 
MAIS PREVALENTES, MANIFESTANDO-SE COMO ATRASO OU DESENVOLVIMENTO ATÍ-
PICO ENVOLVENDO COMPONENTES FUNCIONAIS DA AUDIÇÃO, FALA E/OU LINGUAGEM 
EM NÍVEIS VARIADOS DE GRAVIDADE. NA MAIORIA DAS VEZES ESSES DISTÚRBIOS 
SÃO PERCEBIDOS PELOS PAIS, QUE REFEREM QUE A CRIANÇA TEM DIFICULDADE 
PARA FALAR OU QUE NÃO FALA, É DIFICILMENTE COMPREENDIDA, INCAPAZ DE DIZER 
ALGUNS SONS CORRETAMENTE OU QUE GAGUEJA.
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A Fonoaudiologia é fundamental para evitar problemas futuros que as alteraçõesde linguagem podem 
causar, assim como para a avaliação e reabilitação das alterações de fala e linguagem. De modo que o 
diagnóstico e a intervenção fonoaudiológica precoce possibilitam um prognóstico favorável ao paciente.
Especificamente a respeito da importância da comunicação e linguagem para a vida das pesso-
as e o quanto a Fonoaudiologia contribui nessa área, Souza, Cunha e Silva (2005, p. 426) apontam:
Na área de Linguagem, o profissional de Fonoaudiologia tem como objeto de estudo o processo 
de comunicação oral e escrita, sendo fundamental conhecer o desenvolvimento normal de lingua-
gem e fala, aquisição de leitura e escrita, bem como os aspectos que podem estar alterados nesse 
processo, identificando as patologias que dificultam ou alteram esse desenvolvimento. 
Nessa especialidade, os estudos também são direcionados para a temática de neurologia, uma 
vez que os aspectos neurológicos impactam diretamente na área de linguagem. 
Vários são os distúrbios e transtornos da comunicação humana que estão diretamente ligados 
às funções do sistema nervoso, como sequelas neurológicas originadas por traumatismo cranioen-
cefálico, tumor cerebral, hidrocefalia, paralisia cerebral, acidente vascular encefálico, aneurismas, 
doenças neuromusculares, entre outros (VASCONCELOS; PESSOA; FARIAS, 2008). 
No autismo, uma das áreas de comprometimento é justamente a de lingua-
gem e fala. Como complemento ao conteúdo, sugere-se o filme Rain Man, 
que retrata o quanto a compreensão e a aceitação do autismo podem ser 
transformadoras no relacionamento e no desenvolvimento do autista. 
Sinopse: Rain Man conta a história de Charlie Babbitt (Tom Cruise), um jo-
vem que viaja a um hospital psiquiátrico para tentar descobrir quem é o be-
neficiário da fortuna que seu pai deixara ao falecer, já que para Charlie ele 
deixara apenas rosas premiadas e um carro. Ao chegar ao hospital, Charlie 
descobre que o beneficiário é Raymond (Dustin Hoffman), um irmão mais 
velho autista de quem nunca ouvira falar. Para garantir o dinheiro da herança, 
Charlie se aproxima de Raymond, disposto a brigar judicialmente pela guarda legal do irmão.
VÍDEO
A COMUNICAÇÃO, OBJETO DE ESTUDO DA FONOAUDIOLOGIA, VISTA COMO FORMA 
DE INTEGRAÇÃO SOCIAL DO INDIVÍDUO POR MEIO DAS DIVERSAS MODALIDADES DA 
LINGUAGEM, MERECE IMPORTANTE ATENÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA, UMA 
VEZ QUE POSSIBILITA AO INDIVÍDUO SE COLOCAR COMO AGENTE TRANSFORMADOR 
DA SOCIEDADE E DE SUA REALIDADE.
Indica-se a leitura da matéria da revista Comunicar, a respeito da atuação fonoaudiológica nos 
casos de microcefalia: 
JUNIOR, Maurício. Fonoaudiologia e microcefalia. Comunicar, n. 68, p. 37-41, maio 2016. Disponí-
vel em: https://bit.ly/31NHuSq. Acesso em: 13 jul. 2020.
LEITURA
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Independentemente da etiologia da alteração de linguagem, a intervenção precoce é funda-
mental para o melhor prognóstico ao paciente. Assim como nos aspectos gerais de saúde, a inter-
venção precoce é a melhor estratégia, de modo que, ao menor sinal de dificuldade em qualquer 
âmbito da linguagem, é importante que o paciente passe por uma avaliação fonoaudiológica o 
mais cedo possível, objetivando identificar se existe a necessidade de terapia fonoaudiológica, 
direcionando a melhor conduta terapêutica. 
Quanto a isso, Souza, Cunha e Silva (2005, p. 427) indicam que: 
A terapia fonoaudiológica é essencial para evitar problemas futuros que as alterações de lin-
guagem podem causar. Por meio da terapia e diagnóstico precoce, é possível reabilitar os aspectos 
alterados, além de evitar que as demais etapas do desenvolvimento de linguagem sejam prejudi-
cadas, como a leitura e escrita, por exemplo, nos casos de desvios fonéticos ou fonológicos.
FIGURA 2: CAMPANHA DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
SOBRE DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO NA INFÂNCIA
Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia (2010).
AS AÇÕES DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE DEVEM SER GA-
RANTIDAS NOS VARIADOS ASPECTOS ASSOCIADOS À COMUNICAÇÃO HUMANA EM 
TODO CICLO VITAL, UMA VEZ QUE A COMUNICAÇÃO HUMANA ABRANGE O FALAR, O 
OUVIR, O LER, O ESCREVER E OS INFORMES NÃO VERBAIS (EXPRESSÕES FACIAIS, 
GESTOS, HESITAÇÕES E O PRÓPRIO SILÊNCIO. SUA QUALIDADE É DETERMINANTE 
PARA AUTOCONFIANÇA, FELICIDADE E SEGURANÇA, PROPICIANDO UMA COMUNICA-
ÇÃO MAIS EFETIVA E FUNDAMENTAL PARA SAÚDE DO SUJEITO.
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A respeito da importância do diagnóstico precoce, Prates e Martins (2011, p. 58) enfatizam:
Nessa área, o fonoaudiólogo poderá atuar no âmbito de atrasos na fala, desvios fonéticos ou 
fonológicos, distúrbios específicos de linguagem, gagueira, síndromes, paralisia cerebral, transtor-
nos globais do desenvolvimento, transtornos do espectro autista, distúrbios de leitura e escrita, 
transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, lesões orgânicas nos órgãos fonoarticulatórios 
(língua, lábios, dentes, cavidade nasal, palato mole, palato duro, entre outros) e dislexia (LOPES-
-HERRERA; MAXIMINO, 2012). 
2. FONOAUDIOLOGIA EM VOZ 
A importância do cuidado com a voz é uma temática pesquisada muito antes da regulamenta-
ção dos cursos de Fonoaudiologia pelo mundo. 
Essa área sempre foi estudada levando-se em conta que a voz é essencial para a comunicação 
humana e é instrumento de trabalho para as mais variadas profissões. 
O fonoaudiólogo é o profissional responsável pela realização de atividades preventivas de saúde 
vocal por meio de campanhas, assessorias, cursos, palestras e orientações a respeito de higiene vocal. 
Um dos exemplos de atenção preventiva da Fonoaudiologia vocal é a campanha do “Dia Mun-
dial da Voz”, comemorado em 16 de abril. Nessa data, diversas ações são realizadas pelo país, com 
orientação sobre os cuidados vocais. Vários cantores se engajam nessa campanha, estimulando a 
população a manter cuidados preventivos com a voz. 
AS ALTERAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO DA FALA E DA LINGUAGEM PODEM CAUSAR 
SÉRIOS PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E SOCIOEMOCIONAL NA IDA-
DE ESCOLAR OU ADOLESCÊNCIA. ESTUDOS DEMONSTRAM QUE A DETECÇÃO DE TAIS 
ALTERAÇÕES AOS DOIS A TRÊS ANOS REDUZ 30% A NECESSIDADE DE ACOMPANHA-
MENTO TERAPÊUTICO (FONOAUDIOLOGIA, PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO ESPECIAL, ENTRE 
OUTROS) AOS OITO ANOS DE IDADE.
Desvio fonético refere-se a alterações de fala em decorrência de alterações orgânicas nos órgãos 
fonoarticulatórios ou no âmbito de motricidade orofacial (língua, lábios, dentes, cavidade nasal, 
palato mole, palato duro, entre outros), enquanto os desvios fonológicos acontecem na ausência de 
alterações de motricidade orofacial. O transtorno fonológico é a alteração nos padrões fonológicos 
que ocorre na ausência de alterações anatômicas dos órgãos fonoarticulatórios ou de outra ordem. 
O transtorno fonológico é a dificuldade de usar o sistema fonológico de forma correta, fonemas e 
estruturas silábicas; a criança apresenta fala com substituições, omissões ou distorção de fonemas.
SAIBA MAIS
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FIGURA 3: CAMPANHA DIA MUNDIAL DA VOZ - 2018
Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia (2018).
Os cuidados preventivos também são discutidos por Ueda, Santos e Oliveira (2008, p. 558):
Visto que a emissão vocal depende da funcionalidade preservada de diversos órgãos, na atua-
ção em Voz, o fonoaudiólogo deverá inter-relacionar conhecimentos técnicos e científicos a res-
peito de acústica, anatomia e fisiologia do aparelho fonador, sistema respiratório, sistema nervoso 
central e periférico, aspectos vocais psicológicos, bem como conhecimentos a respeito dos órgãos 
fonoarticulatórios. 
Assim como em todas as esferas saúde humana, o cuidado preventivo é a melhor estratégia. 
Nos cuidados vocais, o fonoaudiólogo realiza

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