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Resumo Clínica de Pequenos III (ciru)

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CAROLINE ROMUALDO - 2019 1 
 
PROFILAXIA DA INFECÇÃO – SÍNTESE, DIÉRESE E HEMOSTASIA 
Fatores determinantes para ocorrer uma infecção: 
• Estado geral. 
• Ambiente tecidual local. 
• Mecanismo de defesa. 
• Virulência. 
• Técnica cirurgia, tempo de exposição. 
Fontes de contaminação: 
1. Via exógena – equipe cirúrgica, instrumental, paciente. 
2. Via endógena – pele, trato respiratório, gastrointestinal, urogenital → do próprio paciente. 
CLASSIFICAÇÃO DA CIRURGIA POR POTENCIAL DE INFECÇÃO: 
A) Cirurgia limpa – realizada em técnicas estéreis, ausência de processo inflamatório ou técnica asséptica. Ex.: esplenectomia, cardíaca. 
B) Cirurgia potencialmente contaminada – flora microbiana pouco numerosa, ocorre penetração em trato digestório, respiratório e urinário → sem 
contaminação significativa. Ex.: enterectomia, piometra. 
C) Cirurgia contaminada – flora bacteriana abundante, mas sem supuração local. Ex.: fratura exposta. 
D) Cirurgia infectada – lesão local causada pela proliferação bacteriana. Ex.: enterectomia com peritonite. 
PROFILAXIA DA INFECÇÃO: 
• Esterilização – destruição de todos os microrganismos em objetos inanimados. Ex.: Materiais cirúrgicos. 
• Desinfecção – destruição de maior parte dos microrganismos patogênicos. Ex.: Piso, calha, parede. 
• Antissepsia – destruição da maioria dos microrganismos presentes na pele → refere-se a preparação cutânea para intervenção cirúrgica. 
• Assepsia – técnicas cirúrgicas e procedimentos adequados para prevenir a contaminação durante a intervenção cirúrgica. 
Diérese: é a abertura da via para acesso cirúrgico. Hemostasia: é o conjunto de técnicas utilizadas em 
cirurgia para prevenir e controlar o sangramento. 
Síntese: é o fechamento da via para acesso 
cirúrgico. 
Bisturi, tesoura Matzembau, tesoura Mayo, 
tesoura standard, tentacânula. 
Pinça Kelly, pinça halstead (mosquito), pinça crille, 
pinça kosher, 
Porta agulha Mayo, pinça dente de rato, 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 2 
 
Laparotomia e Afecções do Sistema Reprodutor Feminino: Piometra e OSH 
LAPAROTOMIA: procedimento cirúrgico para obter acesso ao abdômen, mais indicada pela linha média ventral (linha alba), mas pode ser feita paracostal 
(paralela a costela). 
Laparotomia paracostal – animal em decúbito lateral, utilizada para ter acesso a glândula adrenal. 
Laparotomia pela linha média ventral – animal em decúbito dorsal, utilizada para visualização dos 2 rins, fígado, pâncreas, baço, intestino. 
• Laparotomia pré-umbilical: usada para acesso somente ao fígado. 
• Laparotomia retro umbilical: usada para acesso a bexiga, OSH – incisão depois da cicatriz umbilical. 
• Laparotomia pré retro umbilical: usada para acesso ao baço, OSH – incisão cranial e caudal a cicatriz umbilical. 
A laparotomia serve como uma cirurgia curativa, quanto como uma cirurgia diagnóstica/exploratória. 
Indicações para laparotomia: CE, OSH, torção, piometra, fecaloma, intuscepção, esplenectomia, neoplasias em órgãos abdominais, cálculo em vesícula e rins. 
Técnica cirúrgica: preparo (jejum + MPA + tricotomia + posicionamento do animal) → antissepsia → incisão da pele com bisturi → divulsão → incisão da linha 
alba com bisturi → exploração do abdômen. A sutura deve ocorrer nos 3 planos: fáscia, subcutâneo e pele. 
NÃO se retira o intestino da cavidade, porque ele resseca e tem maior chance de contaminação, pode perder também sua motilidade e ficar congesto. 
 
TÉCNICA OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA (OSH): é a técnica de castração de fêmea, onde ocorre a retirada de ovários, útero e tronco (trompas). 
Técnica cirúrgica: técnica das 3 pinças. 
• Laparotomia pré retro umbilical. 
• Após a exposição do útero, corpos uterinos, ligamento largo e ovários, utiliza-se a técnica de 3 pinças hemostáticas, a 1° pinça é colocada o mais proximal 
possível do ovário, a 2 ° pinça é colocada acima da 1° e a 3° pinça é colocada o mais distal possível do ovário. É feita a secção do tecido entre a 3° e a 2° 
pinça, ficando assim a 1° e a 2° pinças presas e a 3° vai embora junto com o ovário retirado. É feita uma ligadura embaixo da 1° pinça, depois a mesma 
é retirada, ficando apenas a 2° pinça, sendo assim é feita outra ligadura mais para cima e depois é retirada a 2° pinça. 
Indicações para OSH: esterilização, combater/prevenir infecção (piometra), neoplasias, prevenção de algumas patologias (piometra, neoplasia de mama). 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 3 
 
A cérvix deve ser deixada pós-OSH, pois ela da sustentação a bexiga no abdômen, sem a cérvix a vesícula urinária poderia ir para o espaço pélvico, gerando 
uma incontinência urinária. 
 PIOMETRA: presença de coleção e secreção purulenta dentro do útero, sendo uma infecção uterina. Acomete mais cães do que gatos. Essa infecção é 
ocasionada porque o animal entra no cio, ocorrendo então a abertura da cérvix, deixando o canal do útero aberto, logo entram algumas bactérias, quando se 
tem o término do cio a cérvix se fecha, ficando então as bactérias dentro do útero. O útero é um ambiente propício para proliferação bacteriana, logo se 
proliferam, e produzem secreção dentro do útero. Os sinais clínicos e sintomas aparecem 2 meses após o cio. 
A piometra acomete animais de idade média a avançada (7 a 8 anos), mais frequente em cães do que gatos. 
Fisiopatologia: O organismo nota a presença MO estranhos, começando a formação do complexo antígeno anticorpo, indo para a corrente sanguínea, se 
depositando então nos rins e diminuindo a filtração renal, ocorre acúmulo de creatinina no sangue (azotemia pré renal), desenvolvendo uma insuficiência renal, 
a creatinina no sangue leva o animal a êmese. 
Sinais e sintomas: poliúria, polidipsia, secreção vaginal, dor abdominal, distensão abdominal, febre, prostração, apatia, desidratação, êmese. A piometra pode 
ocorrer de 2 formas: com secreção vaginal (piometra aberta) e sem secreção vaginal (piometra fechada) – a piometra aberta que possui o melhor prognóstico. 
Diagnóstico: US (cornos uterinos aumentados com presença de coleção líquida, paredes espessas), hemograma (leucocitose com desvio a esquerda), função 
renal (ureia e creatinina aumentados). 
Clínica de suporte: não tem indicação de tratamento clínico. 
• Fluidoterapia + antibiótico (amoxic + clavulanato) + analgésico opioide + antiemético + protetor gástrico. Após esse tratamento o animal deve ser 
encaminhado para a intervenção cirúrgica. 
A única coisa que impede a cirurgia é o animal estar em situação de choque séptico, onde deve ser entrado com suporte clínico e depois de uma estabilidade 
do paciente deve ser encaminhado para cirurgia. 
Pós-operatório: antibiótico + analgésico + produtos tópicos na ferida cirúrgica + antiemético + protetor gástrico + internação para exame de controle. 
Complicações pós OSH-eletiva ou Piometra: hemorragia (a ligadura não foi feita corretamente), ligadura errônea dos ureteres e vasos renais (por algum 
instante ocorreu o escape da pinça do pedículo, o veterinário no desespero de pinçar novamente o pedículo, acaba pinçando junto os ureteres e vasos renais), 
granuloma e fístula por fio de sutura, deiscência (abertura dos pontos), eventração (abertura da incisão e órgãos abdominais ficam fora da cavidade, apenas 
protegidos pela pele), evisceração (quando a pele se rompe e os órgãos ficam totalmente expostos). 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 4 
 
AFECÇÕES DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO: HIPERPLASIA E CISTOS PROSTÁTICA BENIGNA, TECNICAS DE ORQUIECTOMIAS 
Anatomia: testículo, epidídimo, ducto deferente, próstata, uretra, túnica albugínea (revestimento), células de sertoli, células de leydig e rede testicular. 
Descida dos testículos: 
1. Evasão da região abdominal - 30 a 60 dias. 
2. Passada pelo anel inguinal. 
3. Fase extra-abdominal (abrigar escroto). 
Função dos testículos: produção de gametas masculinos (diariamente), uma vez produzidos vão para o epidídimo onde vão ser maturados e desenvolvidos. Na 
cabeça e corpo doepidídimo ocorre a maturação (infértil), quando esse gameta chega na cauda do epidídimo ele já esta desenvolvido e é fecundante. 
 
*CRIPTORQUIDISMO: ocorre a formação do testículo, mas não se tem a migração de um ou ambos testículos até o escroto. 
Para um animal ser considerado um criptorquídico, a literatura da um prazo de 6 meses após o nascimento para que o testículo desça para o escroto. 
• Anomalia congênita e hereditária → mais comum. 
• Acomete mais cães do que gatos – Yorkshire, poodle (raças pequenas tem riscos 3x maior). 
Consequências: maior risco de neoplasias e torções. Com o tempo 100% dos animais criptorquídicos desenvolvem câncer testicular – o testículo atrofia. 
Localização ectópica: subcutâneo pré escrotal (fica no subcutâneo, é palpável), entre o anel inguinal e o escroto (por ser atrofiado se mistura com as partes 
moles e caso não procure direito pode achar que o animal não possui testículo, por isso, é necessário localizar o ducto deferente e ir seguindo), inguinal, 
abdominal (retido próximo a bexiga). 
Diagnóstico: US + palpação (após 6 meses de idade). 
Tratamento: orquiectomia bilateral 
• Extra-abdominal = incisão na região pré-escrotal. 
• Intra-abdominal = laparotomia exploratória retroumbilical. 
• NUNCA reposicionar o testículo na bolsa, pois é uma alteração sexual hereditária. 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 5 
 
ORQUITES: é um processo inflamatório nos testículos, pouco frequente em pequenos animais, podendo ser uni ou bilateral. 
Ocasionada por: trauma testicular, como por exemplo, perfurocortante. Podem apresentam uma dermatite associada a lambedura frequente, levando a 
desenvolvimento de um quadro inflamatório. 
A orquite pode estar associada a uma epididimite. 
Sinais e sintomas: 
1. Orquite aguda – dor, edema escrotal, fístulas (acúmulo de pus liberados ao meio externo), dificuldade para andar e sentar, aumento de temperatura. 
2. Orquite crônica – atrofia, aspecto irregular, firme e aumento de volume do epidídimo – afuncional (infértil). 
- Orquite unilateral apresenta assimetria dos testículos, quando é bilateral apresenta um grande edema ocorrendo perda da referencia anatômica. 
Diagnóstico: hemograma (leucocitose com desvio a esquerda), cultura de sêmen (para determinar qual melhor antibiótico), US, urinálise (orquite aguda: 
densidade normal, pH mais ácido, presença de sedimentos, hemácias, células descamativas e de transição), urocultura. 
Tratamento: antibiótico (ciprofloxacino) + analgésicos e AINES (maxicam) → Orquiectomia em casos crônicos ou agudos que possuam pus entre as túnicas, 
aumento de testículo e fístulas. 
 
NEOPLASIAS TESTICULARES: 
- Maior ocorrência em cães de meia idade e idosos, criptorquídicos, que possuam hérnia inguinal. 
Sinais e sintomas: dor, aumento de volume e sinais de feminização. 
Tratamento: Orquiectomia + quimioterapia (QT). 
As neoplasias podem acometer as seguintes células: 
1. SERTOLINOMA: é a neoplasia mais comum, derivada das células de Sertoli e tem 10-20% de metástase com caráter maligno. Ocorre devido ao aumento 
da temperatura dos testículos (ex: em casos de criptorquidismo onde o retículo retido sofre pelo calor corporal). 
- Geralmente são unilaterais e acomete testículos intra ou extra-escrotais. 
• Apresentação – alopecia simétrica bilateral, pele adelgaçada com pigmentação, ginecomastia, atrofia peniana. 
• Tratamento – Orquiectomia + quimioterapia (QT). 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 6 
 
2. SEMINOMAS: neoplasia derivada das células germinativas, tem caráter benigno (não gera metástase). É a neoplasia que tem maior efeito de massa (são 
as maiores). Ocorrência em testículos ectópicos. 
- Pode ser uni (mais comum) ou bilateral. 
- No US: testículos apresentam heterogêneos e grosseiros. 
• Apresentação – grande aumento de volume. 
• Tratamento – Orquiectomia + quimioterapia (QT). 
 
3. LEYDIGOMAS: neoplasia derivada das células de leydigomas, possui caráter benigno (não gera metástase). Pode estar associada a hiperplasia prostática 
benigna, hérnias perineais e adenomas perineais. 
• Apresentação – aumento na produção de testosterona, adenomas perineais e atrofia testicular. 
• Tratamento – Orquiectomia. 
 
*TÉCNICA DE ORQUIECTOMIA: a orquiectomia é uma incisão na pele, que expõe o testículo que está envolto pela túnica vaginal. 
A) Orquiectomia aberta – retirada apenas do testículo, a incisão ocorre na túnica vaginal com exposição do tecido. 
B) Orquiectomia fechada – retirada dos testículos e da túnica vaginal, sem incisão na túnica. 
→ A técnica das 3 pinças, é realizada após retirada dos testículos, usada em plexos/vasos nervosos. Segurar as pinças no funículo espermático e fazer o corte 
entre a 2 e 3 pinças, assim não ocorre extravasamento de sangue no campo operatório. A ligadura é realizada entre a 1 pinça e o animal, soltar a 1 pinça após 
o primeiro nó da sutura, depois fazer uma outra ligadura mais para cima e soltar a pinça 2. 
 
VASECTOMIA: é um procedimento de esterilização, que impedem uma gravidez futura – gera infertilidade, mas sem interferir na libido e comportamento. 
- Geralmente não é recomendada e é pouco realizada na veterinária → Geralmente é realizada em grandes animais ou silvestres (ex.: leão). 
- Pós vasectomia: espermatozoides podem permanecer no ejaculado por até 3 semanas. 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 7 
 
FIMOSE: inabilidade de expor o pênis através do orifício prepucial, isso ocorre porque o orifício prepucial é estreito ou fechado. 
Consequência: balanopostite – porque o animal não consegue expor o pênis na hora de urinar, tendo um acúmulo de urina no interior do prepúcio. 
Pode ocorrer de maneira congênita ou adquirida. 
Sinais e sintomas: baixa eliminação de urina, distensão prepucial por urina, não visualização do orifício prepucial, balanopostite, corrimento prepucial purulento 
ou hemorrágico e odor característico – animal fica inquieto e ocorre lambedura por repetição na região, podendo gerar um quadro infeccioso. 
Tratamento: reconstrução (aplastia) do orifício prepucial e combate a infecção secundária com antibiótico. 
- Incisão circular ou triangular + sutura a mucosa na pele com fio absorvível e ponto simples separado. 
 
TVT (TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL): são tumores cutâneos que margeiam o pênis. 
- Geralmente aparecem na base do pênis e tem aspecto de couve-flor, a medida que ele cresce, vai se projetando fora do prepúcio e forma parafimose, tendo 
um sangramento intermitente, laceração do pênis por lambedura. 
Diagnóstico: citologia aspirativa. 
Tratamento: responde bem a QT: 7 aplicações de vincristina com intervalo de 1 semana entre elas + corticoide. 
 
PARAFIMOSE: inabilidade de retrair o pênis para o interior do prepúcio. 
Causas: hiperatividade sexual, discopatias, constrição do orifício prepucial, lambedura constante, trauma e neoplasias. 
Sinais e sintomas: pênis edemaciado, exposto e dolorido, traumatismos e sangramentos – pode ocorrer alteração na coloração = enegrecido (pode levar a 
necrose). 
Tratamento: compressas geladas – lavar e tentar reposicionar o pênis. → passados 30 minutos, se não tiver uma diminuição significativa, vai anestesiar e entrar 
com processo cirúrgico = orquiectomia; correção cirúrgica do orifício prepucial; amputação de pênis + uretrostomia. 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 8 
 
*HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB): é o aumento do número de células, onde são aumentadas frente ao estímulo da testosterona. 
- Mais comum em cães e raras em gatos → adultos a idosos (>9 anos) 
- Não possui efeito metastático ou infiltrativo – uma vez tratado e castrado o animal, o problema se resolve → após a castração demora de 2 a 3 semanas para 
a próstata ter uma diminuição. 
- NÃO acomete cães castrados. 
Anatomia se mantem preservada, porém a qualidade da secreção prostática diminui. 
Sinais e sintomas: disúria, iscúria, polaquiúria, cistite + hematúria, tenesmo → faz tanto esforço para urinare defecar que acaba desenvolvendo uma hérnia 
perineal. 
Diagnóstico: RX, palpação retal, US e biópsia guiada por US. 
Tratamento: Orquiectomia 
• Para diminuição da prostata = FINASTERIDA (usado em casos em que o animal não pode operar e deve recorrer a medicamentos). 
 
*ABSCESSOS PROSTÁTICOS: é o acúmulo de material purulento no parênquima prostático ou extra parenquimatoso. 
- Acomete machos idosos não castrados com HPB ou cistos prostáticos. 
Fatores predisponentes: prostatites, orquites, infecção urinária, cistite ou uretrite de base. 
Sinais e sintomas: dor abdominal, disúria, iscúria, disquesia, hipertermia, depressão, êmese, corrimento uretral (sanguinolento ou purulento). 
Diagnóstico: RX (pouco usado), US (aumento assimétrico por estruturas císticas, aspecto heterogêneo, parênquima grosseiro), hemograma, bioquímico, 
cultura e antibiograma do líquido prostático – pode apresentar anemia, leucocitose por neutrofilia com desvio a esquerda, neutrófilos tóxicos. Na urinálise 
apresenta sedimentos, células descamativas, alteração de pH. 
Tratamento: Antibioticoterapia (betalactamicos, quinolonas, cefalosporina) + AINE’s e Analgésico - Correção cirúrgica: Drenos prostáticos e Omentalização = 
devem ser usados caso não aconteça melhora clinica no animal. 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 9 
 
CISTOS PROSTÁTICOS: cavidade não séptica preenchida por líquido/transudato. 
- Comum em cães machos inteiros, raças grandes e associado a HPB ou metaplasia prostática. 
Sinais e sintomas: depressão, estrangúria, incontinência, corrimento peniano, dor devido a compressão dos órgãos adjacentes, massa abdominal palpável – 
ausência de febre. 
Diagnóstico: RX e US ( cisto aspirativo), hemograma e bioquímico (sem alterações), análise do fluído prostático (presença de células epiteliais, raros leucócitos 
e bactérias). 
Tratamento: 
• Cistos pequenos – orquiectomia. 
• Cistos grandes – omentalização (retrair o cisto e suturar o omento). 
 
NEOPLASIAS PROSTÁTICAS: 
- Pouco frequentes → comete mais animais idosos, castrados ou não. 
Tipos: carcinomas indiferenciados ou adenocarcinomas, sarcomas e hemangiossarcomas. 
Tratamento: prostatectomia + radioterapia. 
Prognóstico: reservado a mal – (baixa sobrevida, devido a complicações metastáticas). 
 
 
 
 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 10 
 
NEOPLASIA DE MAMA: 
É uma nova transformação da célula da glândula mamária, que pode ser benigna ou maligna. 
A glândula mamária é forrada por células epiteliais, além delas há células do ducto. As células mioepiteliais, localizadas na glândula, contraem-na para que o 
leite desça para o ducto. A neoplasia mais comum é a transformação maligna das células epiteliais/mioepiteliais. 
• Carcinoma = neoplasia maligna de células epiteliais. 
• Sarcoma = neoplasia maligna de células do subcutâneo. 
Características das neoplasias malignas: 
• Multiplicação/proliferação descontrolada do novo tipo celular. 
• Perda da função. 
• Invasão dos tecidos vizinhos. 
• Capacidade de promover metástase – principalmente nos pulmões. 
• Produção de novos vasos ao seu redor = produção de substâncias angiogênicas. 
Ocorrência: 
• Ocorre com maior incidência em cães do que em gatos – prevalência em fêmeas. 
• Geralmente animais de meia idade: cães (10 e 11 anos), gatos (10 e 14 anos). 
Localização: 
• Cães – maior prevalência em M4 e M5. 
• Gatos – maior prevalência em M1 e M2. 
M1: mama torácica cranial. 
M2: mama torácica caudal. 
M3: mama abdominal cranial. 
M4: mama abdominal caudal. 
M5: mama inguinal. 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 11 
 
Os cães possuem ligação entre as cadeias mamárias, M1, M2 e M3 se ligam e M3, M4 e M5 se ligam, logo no caso de acometimento de M5, o tratamento é a 
mastectomia unilateral, porque M3 se liga a M1 e M2, além da retirada dos linfonodos axiliares e inguinais. 
• Poodles. 
As gatas possuem ligação entra a cadeia esquerda e a direita. Por isso, em caso de neoplasia mamária, o tratamento é a mastectomia total (bilateral). 
• Siameses. 
→ Quando se castra um animal mais jovem as chances de tumores de mama são menores, pois a glândula ainda é pequena, tendo poucas células mamárias – 
porque não possui pico hormonal de estrógeno e progesterona ainda, que estimulam o crescimento da glândula. 
Prevenção: 
• Cadelas – 
- OSH antes do 1° cio → 0,5% de chances de neo mamária. 
- OSH entre o 1° e o 2° cio → 8% de chances de neo mamária. 
- OSH após o 2° cio → 26% de chances de neo mamária. 
 
• Gatas – é melhor castrar antes dos 6 meses, mais tardar 1 ano, passou disso não há mais diferença no momento da castração. 
Etiologia: 
• Causas hormonais. 
• Diabéticos e obesidade. 
• Alterações genéticas: mutação e/ou ativação de genes. 
Sinais e sintomas: 
• Nódulos únicos ou múltiplos. 
• Pedunculadas (base menor e caída) e sésseis (base larga). 
• Ulcerados ou não ulcerados. 
• Crescimento rápido – maior chance de malignidade. 
• Aderidos ou não. 
• Sólidos ou císticos. 
Carcinoma inflamatório: é o único caso de neoplasia mamária 
que não se indica a retirada cirúrgica. Geralmente nesses casos o 
animal tem metástase cutânea. 
- Apresenta sinais de inflamação (dor, calor, tumor, rubor e perda 
de função), formação de placa, edema de membros e estado geral 
ruim → mama vermelha, grande e dura. 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 12 
 
Diagnóstico: 
• Resenha + anamnese. 
• Exame físico – nódulo, número, localização, tamanho, consistência, aderido, ulcerado, secreção... 
• Exames complementares: 
- Raio X do tórax para visualização de metástases. 
- US para visualização de metástases – em fígado, baço e linfonodos. 
- Biópsia incisional/excisional – mandar para histopatolígico. A excisão do nódulo inteiro é mais interessante, porque com apenas 1 anestesia é retirado 
toda a formação. 
- Citologia aspirativa = 60% de precisão, podendo dar um falso negativo → resultado sai mais rápido que o histopatológico. 
Tratamento: 
• Mastectomia local: retirada apenas da glândula acometida → indicado em nódulo único maior que 1cm e menor que 2cm/3cm. 
• Mastectomia regional: retirada da glândula acometida + adjacentes. 
- M1, M2, M3 + linfonodo axilar. 
- M3, M4, M5 + linfonodo inguinal. 
• Mastectomia unilateral: retirada de toda a camada mamária de um mesmo lado. 
- M1 a M5 + linfonodos axilar e inguinal, do lado acometido pela formação. 
• Mastectomia bilateral: retirada de toda a cadeia mamária de ambos os lados. 
- Cadeia esquerda e direita + linfonodos axilar/inguinal esquerdo e direito. 
Em cadelas não realizar mastectomia bilateral, pois não há pele suficiente para realização da cirurgia de uma só vez. Já em gatas, a mastectomia bilateral pode 
ser realizada, porque nesses animais há comunicação de vascularização entre as cadeias mamárias, além de possuírem mais quantidade de pele. 
Estadiamento: 
→ T = tumor primário. 
• T1: menor que 3cm. 
• T2: entre 3-5cm. 
• T3 maior que 5cm. 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 13 
 
→ N = linfonodos regionais. 
• N0: sem envolvimento neoplásico. 
• N1: com envolvimento neoplásico. 
→ M = se tem metástase nos exames complementares ou não. 
• M0: ausência de metástase. 
• M1: presença de metástase a distância. 
Estágio da doença: 
1. T1, N0, M0 = tempo mediano de sobrevida (após cirurgia) – 500 dias. 
2. T2, N0, M0 = tempo mediano de sobrevida (após cirurgia) – 420 dias. 
3. T3, N0, M0 = tempo mediano de sobrevida (após cirurgia) – 210 dias. 
4. Qualquer T, N1, M0 = tempo mediano de sobrevida (após cirurgia) – 90 dias. 
5. Qualquer T/N, M1 = só faz cirurgia se o animal estiver ulcerado ou se a formação estiver atrapalhando, o tratamento é paliativo. 
O estadiamento de maior incidência é o 3 e 4. 
A necessidade ou não de quimioterapia se da a partir do estadiamento da doença. Se acometer linfonodo, há a necessidade da realização de quimioterapia. 
Protocolo de quimioterapia:- Doxorrubicina → IV, 6 aplicações durante 4 semanas. 
 
 
 
 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 14 
 
AFECÇÕES OFTÁLMICAS 
Fisiologia ocular: 
• Olho está localizado no órbito (cavidade óssea). 
• A musculatura é resposável pela movimentação Possui anexos oculares : pálpebras, cílios, glândulas. 
• Bulbo ocular é formado por 3 camadas teciduais: 
1. Túnica fibrosa = camada mais externa composta pela esclera e córnea, fornece resistência para a pressão intra ocular, a córnea é uma lente 
importante também na refração da luz. 
2. Úvea = anterior (iris e corpo ciliar) + Posterior (coroide). 
Íris é responsável pela coloração do olho, sua abertura central é a pupila. Já o corpo ciliar, que fica atrás da íris, sustenta o cristalino que é a lente 
do órgão e produz o humor aquoso. 
A vascularização é realizada pela coroide. As câmaras anteriores (córnea e íris) e posteriores (íris) são preenchidas pelo humor aquoso e esse é 
drenado constantemente para que não ocorra aumento da pressão intraocular (glaucoma), porém também não pode haver hipotensão ocular, o 
que gera uveíte, deve haver equilíbrio na quantia de humor aquoso e funcionamento adequado de sua drenagem. 
3. Túnica Nervosa = retina, contém fotorreceptores que recebem estímulos luminosos e os transforma em impulsos nervosos no SNC e ocorre 
formação de imagem visual. Existem 2 tipos de fotorreceptores: 
A) Cones = mais sensíveis e precisos, imagem de alta definição, não funcionam no escuro. 
B) Bastonetes = funcionam no escuro, formam imagens de menor definição/qualidade. 
- Cães e gatos possuem mais bastonetes na retina, por isso suas qualidades visuais são inferiores que a do homem. Ex.: reconhecimento de cores. 
Exames clínicos nos olhos: 
I) Teste lacrimal de Schirmer: mede a quantidade de lágrima. Deve ser o primeiro teste a ser feito porque ao manipular irritamos a superfície ocular 
e a tendência é que aumente a quantidade de lágrimas. É uma tira de papel de filtro que pode ser milimetrado ou não (o melhor é milimetrado e 
estéril), na qual fazemos uma dobra de meio centímetro e colocamos na dobra conjuntival, ficando por 1 minuto, assim conseguimos ver a produção 
de lágrima que normalmente deve ser de mais de 15 milímetros em 1 minuto nos cães, já nos gatos mais que 17 milímetros. Se o teste for baixo 
sabemos que esse animal tem o olho seco (ceratoconjuntivite seca). 
II) Teste de Fluoresceína: corante que marca quando há perda de epitélio da córnea (desepitelização), onde há epitélio normal ela não fixa, onde há 
estroma exposto ela se adere. É um teste fundamental em todo paciente para avaliar integridade da córnea. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 15 
 
III) Tonometria: para mensurar pressão intraocular, colocamos um colírio anestésico para dessensibilizar a superfície ocular e usamos um tonometro, 
existem diferentes tipos de tonometros, na veterinária eles devem ser portáteis, sendo os principais os tonometros de rebote (Tonovet®) que 
possuem uma ponteira muito leve que encosta da córnea e mede a força de rebote, e os tonometros de aplanação (Tonopen®), que possui uma 
probe que consegue medir a pressão. (Costumam ser equipamentos de alto custo, por isso apenas especialistas costumam ter.) Também podemos 
fazer a digito pressão, mas isso requer capacitação do médico veterinário ao longo do tempo para melhor avaliação. 
Exames complementares: 
I) Eletrorretinografia: avalia a função da retina (na oftalmoscopia conseguimos avaliar apenas o aspecto), o quanto ela responde a estímulos 
luminosos. Colocamos eletrodos que capitam os impulsos nervosos da retina e realiza estímulos luminosos. Os animais devem primeiro ficar 
adaptados ao escuro, por isso colocamos uma venda por 20 a 30 minutos além disso a sala deve ser escura, então o aparelho pulsa uma luz e 
conseguimos primeiro avaliar os bastonetes, para depois adaptar a visão a luz e avaliar os cones. Assim o aparelho gera um gráfico dos impulsos 
(Funciona de modo muito parecido com o eletrocardiograma). 
II) Ultrassom ocular: necessita de uma probe específica (possui uma penetração mais curta), para avaliação da morfologia (tumor, aumento de volume, 
descolamento de retina,...) 
 
AFECCÇÕES DE PÁLPEBRAS 
1. ENTRÓPIO: inversão da rima palpebral. É a mais comum, nesse caso os pelos da rima palpebral tocam a superfície ocular gerando estimulo doloroso e 
causa atrito e desconforto ao paciente. Esse atrito pode levar a formação de úlceras de córnea 
Causas: entrópio de formação, ou seja, acontece durante o crescimento do animal e se estabelece em função ao um desequilíbrio entre o tamanho do olho e 
excessividade de pele na face → chow-chow, sharpei. A região afetada com maior frequência é a pálpebra inferior no canto lateral. 
Predisposição: diferentes faixas etárias, em raças pré-dispostas pode aparecer em animais muito jovens à jovens-adultos, muitos deles apresentam ulcera 
muito jovem → gatos também podem ter. 
Sinais clínicos: olhos fechados, piscando, lacrimejando, fotofobia, (muito desconforto). 
Tratamento: cirúrgico, chamado de blefaroplastia, que consiste em uma correção plástica da pálpebra retirando uma parte elíptica da pele na região afetada, 
a fim de exteriorizar a rima palpebral invertida. (Sutura com pontos simples separados). Logo após a cirurgia o alivio do animal é imediato. 
Caso haja ulcera de córnea, já é administrado um tratamento para úlcera na tentativa de ajudar na infecção e cicatrização e realizar a cirurgia rapidamente. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 16 
 
2. NEOPLASIAS PALPEBRAIS: As mais frequentes são as neoplasias que tem origem nas glândulas tarsais: adenomas e adenocarcinomas, que levam a 
formação de lesões verrugosas próximas da rima palpebral. 
Predisposição: animais idosos – bastante frequente. 
Sinais clínicos: As formações podem ser assintomáticas ou podem ter diferentes graus de desconforto dependendo do tanto que essa formação atrita com a 
superfície ocular podendo gerar úlcera de córnea, conjuntivite. 
- Pode acontecer do animal arrancar a formação com a pata ao se coçar, e como a área é bem vascularizada pode haver um sangramento excessivo. 
Diagnóstico: histopatológico → não da para fazer citológico porque pode lesionar a região. 
Tratamento: sempre indicar a excisão cirúrgica da formação mesmo que assintomática, porque as formações continuam a crescer e vão acabar incomodando 
o animal. Sempre prezar para que a cirurgia seja de menor porte → animal deve ficar 15 dias com o colar juntamente com pomada antibiótica. 
 
3. PROLAPSO DE GLANDULA DE 3° PÁLPEBRA: A glândula pode prolapsar por um defeito nos ligamentos responsáveis pela sua fixação no fundo da terceira 
pálpebra, uma vez exposta a glândula inflama causando uma conjuntivite secundária. 
- A terceira pálpebra é uma estrutura móvel presente no canto medial, ajuda na proteção e distribuição da lágrima, possui em sua base uma glândula lacrimal 
(também participa da produção lacrimal), é revestida externamente e internamente por conjuntiva, formada por cartilagem hialina que proporciona um 
formato côncavo. A glândula lacrimal da terceira pálpebra pode ser responsável por até metade da produção lacrimal (quantidade varia de individuo para 
individuo), por isso não podemos retirá-la podendo predispor o paciente a ceratoconjuntivite seca. A glândula pode prolapsar por um defeito nos ligamentos 
responsáveis pela sua fixação no fundo da 3° pálpebra, uma vez exposta a glândula inflama causando uma conjuntivite secundária. 
Predisposição: bastante frequente, algumas raças têm predisposição a ter os ligamentos mais frouxos como: Beagle, Lhasa, Shih Tzu, Cocker, Sharpei, Bulldogs 
(todos), braquicefálicos de modo geral, comum em animais jovens podendo ser uni ou bilateral. 
Tratamento: reposicionamento cirúrgico. 
• Técnica de bolso: usamos a conjuntiva para sustentar a glândula na sua posição anatômica. Expõe a face interna da terceira pálpebra com pinça, achamos 
a glândula e fazemos uma incisãonas duas partes (terceira pálpebra e glândula), sutura de modo que a glândula fique sepultada. 
• Muito difícil recidiva. 
• 7 dias de pós operatório: colar e colírio apenas → geralmente não precisa tirar os pontos). 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 17 
 
4. CERATOCONJUNTIVITE SECA: Uma das afecções mais frequentes na oftalmologia (assim como suas consequências como ceratites ulcerativas), causa 
uma redução na produção de lágrimas e, portanto, a superfície ocular inflama por falta de lágrimas. 
A lágrima possui 3 partes: líquida (glândula lacrimal na órbita e na 3° pálpebra), sebácea (glândulas tarsais – rima palpebral) e mucosa (células B – na cojuntiva). 
Essas três partes se misturam produzindo um filme que recobre a superfície ocular, espalhada pelas pálpebras e depois drenada pelos canalículos que possuem 
conexão com o nariz. 
A ceratoconjuntivite seca primária é, em sua maioria, imunomediada. Pode ser infecciosa, sendo associada ao vírus da cinomose. Pode ser congênita, o animal 
não apresenta formação adequada das glândulas lacrimais. Pode ser iatrogênica, sulfas, atropina por tempo prolongado, podem causar tanto 
ceratoconjuntivite seca como a não redução do prolapso de glândula de 3° pálpebra. Afecções que atingem a parte nervosa da glândula e endocrinopatias, 
como diabetes, hiperadreno e hipotireoidismo, podendo então influenciar na produção lacrimal, gerando uma ceratoconjuntivite. 
Sinais clínicos: O paciente pode ter diminuição da produção de lágrimas progressivamente ou de forma aguda a produção para, como é o caso da cinomose. 
• Quadro inicial: congestão e hiperemia da conjuntiva, blefaroespasmo, acumulo de muco e perda de brilho da superfície. 
• Acúmulo de secreção NUNCA é normal, independente da raça. 
- As raças braquiocefálicas tem os olhos mais expostos e por isso tem tendência a ter olhos secos, não há diminuição de produção de lágrimas mas 
esses animais não piscam muito- ceratoconjuntivite seca evaporativa). 
• Cronificação: Perda da transparência, espessamento, edema e eritema da conjuntiva, secreção muco-purulento grossa e abundante (proliferação 
bacteriana), animal amanhece com o olho colado. A córnea começa a ficar parcialmente pigmentada por mecanismo de defesa fazendo com que o 
animal vá perdendo a visão. Pode apresentar úlcera de córnea, tende a ser central. - Evoluindo para perda de transparência generalizada, inflamação 
intensa e pigmentação = perda da visão 
Diagnóstico: teste lacrimal de Schirmer - quanto mais baixo mais grave está a doença. 
- Ideal fazer fluoresceína para avaliar se já há úlceras associadas. 
Tratamento: 
• Imunomediarores - Ciclosporina A (0,2%-2%) ou tracolimus (0,03%), controlam o processo de inflamação imunomediado, diminuindo a evolução da 
doença, aumenta a produção de lágrimas (por mecanismos não conhecidos). Inicialmente 2x por dia, podendo aumentar dependendo da resposta do 
paciente. 
• Lagrimo miméticos - substitutos da lágrima, podendo ser mais aquosos ou mais viscosos. Os viscosos tendem a ser melhores porque demoram mais 
para evaporar lubrificando por mais tempo. Podem ser colírios ou pomadas, as pomadas duram mais tempo mas são difíceis de aplicar. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 18 
 
• Colírio antibiótico → em pacientes que possuem muita secreção purulenta, nos primeiros dias do tratamento (15 dias +-). 
- Repetir o teste de Schirmer após 30 dias para acompanhamento. 
- Se tiver úlcera tratar simultaneamente. Se a ulcera estiver muito grave é bom não entrar com imunomediadores logo no início. 
- Colar sempre. 
- Prognóstico: relacionado com o teste de Schirmer. 
 
AFECÇÕES DE CÓRNEA 
A córnea é composta por: 
▪ Filme lacrimal. 
▪ Epitélio – várias camadas celulares. 
▪ Membrana basal – prende o epitélio ao estroma. 
▪ Estroma – maior parte da córnea, composta por quase que totalmente de colágeno. É formado por lamelas de colágeno que garantem a transparência 
da córnea, quando há lesões há perda da estrutura do colágeno e por isso há formação de cicatrizes. 
▪ Endotélio – única camada celular. 
▪ Membrana de Desemer. 
- A córnea deve ser transparente para conseguir cumprir sua função por isso ela não possui vasos, a irrigação se dá pelo filme lacrimal e pelo humor aquoso. 
 
1. CERATITE ULCERATIVA: Conhecidas como úlceras de córnea, muito comum na prática clínica (geralmente emergências), com evolução rápida. 
- A córnea deve ser transparente para conseguir cumprir sua função por isso ela não possui vasos, a irrigação se dá pelo filme lacrimal e pelo humor aquoso. 
Sinais clínicos: desconforto manifestado com blefaroespasmo, anorexia e apatia (quando mais grave), secreção ocular variável (depende da contaminação, 
pode ser desde lacrimejamento até secreção mucopurulenta). 
Diagnóstico: teste de fluoresceína (identificar extensão e profundidade da lesão). A gravidade da lesão depende da camada da córnea que foi acometida, 
portanto há úlceras mais superficiais e úlceras mais profundas, além disso o grau de contaminação e associação com outras alterações oculares podem piorar 
o quadro. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 19 
 
Superficiais = perda do epitélio e exposição do estroma superficial. Não apresenta depressão, úlceras mais planas. 
Vírus da cinomose = pode se replicar n glândula lacrimal atingindo a função da glândula reduzindo a produção lacrimal que leva a uma perda súbita na 
lubrificação da superfície da córnea que pode resultar em formações de úlceras. A córnea normalmente não é vascularizada, porém quando há um processo 
inflamatório e liberação de citocinas, há o estimulo de neongiogenese, para melhorar o aporte celular para a área lesionada (cicatrização vascular), após o 
processo esses vasos evoluem. 
Estromais = quando há perda significativa de estroma, ou seja, há depressão na córnea. A profundidade da lesão depende da causa e presença de complicações 
como contaminação bacteriana podendo gerar uma úlcera progressiva ou em melting. 
Úlcera progressiva/melting = as bactérias lisam o colágeno produzindo colagenases (a principal bactéria e pseudomônas), a úlcera vai piorando rapidamente 
causando perda da consciência da córnea. 
Descemetocele = exposição da membrana descemet (não cora com fluoresceína), estágio máximo da ulceração da córnea. Há apenas mais uma fina camada 
celular que é o endotélio, por isso a chance de perfuração/rompimento da córnea é grande. (extravasamento do humor aquoso). 
Tratamento: ulceras progressivas e descemetocele precisam de tratamento imediato = são emergenciais. 
• Clínico 
- Antibiótico tópico e/ou sistêmico. 
- Podemos usar colírios antibióticos de forma preventiva → 1 gota no mínimo 4x ao dia. 
- Colírio a base de tobramicina / Quinolonas: ciprofloxacina, ofloxacino, amoxifloxacino e gatifloxacino. 
- Lubrificantes 
- Colar protetor. 
Contraindicados: corticóides e anti-inflamatórios (esteróidal ou não esteróidal) quando tópicos 
• Cirúrgico: Sempre que houver risco de ruptura da córnea. 
 
RECOBRIMENTO CORNEANO: há diferentes técnicas de recobrimento, as mais simples e portanto mais utilizadas são: 
A) FLAP DE 3° PÁLPEBRA - Lesões muito graves e contaminadas usamos a terceira pálpebra como apoio para a córnea não continuar amolecer. As cirurgias 
não são corretivas, o tratamento depende da cicatrização do paciente e controle da infecção com os antibióticos. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 20 
 
- O animal permanece com o flap por aproximadamente 20 dias, fazendo uso das medicações normalmente. 
- Contraindicações: pode diminuir a penetração dos medicamentos, além de não conseguirmos visualizar a lesão. 
B) FLAP CONJUNTIVAL PEDICULADO - Usado principalmente em casos de perfuração, é uma microcirurgia, ou seja, mais especializada que se faz necessário 
o uso de microscópio cirúrgico. Sutura-se um pedaço da conjuntiva de modo a recobrir a lesão, trazendo um vaso para irrigar melhor a área lesionada, 
nesse caso a córnea não pode apresentar malassea. 
 
2. CATARATA:É a opacidade do cristalino, lente biconvexa e transparente localizada no eixo axial, em contato com a íris e preso pelas zônulas na posição correta. A opacidade 
atrapalha a passagem de luz e portanto a visão. 
Causas: 
• A catarata pode ser congênita, podendo ser hereditária ou não, é rara. 
• Catarata juvenil, acomete animais entre 1-7 anos de idade, é muito frequente no cão, sendo que a maioria tem caráter hereditária. 
• Catarata senil, precedida pela esclerose nuclear, também frequente em cães. 
Classificação por estágios: 
a) Incipiente = áreas limitadas de opacidade no cristalino, acometendo de 20 a 25%. O animal enxerga normalmente e geralmente é achado clínico. 
b) Imatura = processo de opacidade é mais difuso do que o estágio anterior, porem o grau de opacidade não é total, é parcial. Conseguimos identificar 
que a opacidade é parcial porque ainda conseguimos ver o reflexo de fundo, ou seja, a luz passa e atinge o tapetum. 
*A partir desse estágio já se indica a cirurgia, sendo que o tempo de evolução depende de cada paciente, por isso a cirurgia só é indicada quando há evolução 
da catarata. 
c) Madura = Opacidade total do cristalino, a luz não consegue mais atravessar a lente, esse animal tem perda total da visão. Há ainda integridade das 
fibras do cristalino, apesar da degeneração. 
d) Hipermadura = As fibras do cristalino começam a se romper e o conteúdo do cristalino começa a se liquefazer. Quando isso acontece as proteínas de 
alto peso molecular vão se quebrar em proteínas menores (pontos cintilantes) e a catarata vai sendo reabsorvida, deixando o cristalino irregular e 
causando inflamação (uveíte facogênica), porque a capsula do cristalino envolve essas proteínas desde a vida fetal, portanto quando elas são 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 21 
 
reabsorvidas e entram em contato com humor aquoso e circulação desencadeia uma inflamação autoimune (devemos tratar porque a inflamação 
crônica pode levar a descolamento de retina e glaucoma, por esse motivo a cirurgia é indicada já no estágio imaturo). 
Catarata diabética: é causada porque o aumento da osmolaridade causado pelo excesso de glicose circulante, isso vai proporcionar um ambiente hiperosmótico 
no cristalino levando mais água para o seu interior, levando ao edema celular e rompimento das fibras. Pacientes diabéticos estáveis e em tratamento também 
pode desenvolver catarata por um pico súbito de glicemia (esclarecer para o tutor que o tratamento evita porém não exclui a possibilidade de desenvolver 
catarata). 
- Tende a ser bilateral e de evolução rápida = histórico de perda de visão súbita, por isso tende a entrar na fase hipermadura rapidamente. 
- Pacientes diabéticos podem ser submetidos a tratamento cirúrgico se a glicemia estiver bem controlada a pelo menos 3 meses. 
- Esses animais ainda possuem maior chance de desenvolver uveíte como complicação, que podem excluir a possibilidade de tratamento cirúrgico, por isso é 
importante o acompanhamento oftálmico dos pacientes diabéticos sempre, independente da fase. 
Tratamento: Não há tratamento médico eficaz, porque o desenvolvimento da catarata é muito individual. 
• Técnicas cirúrgicas para extração do cristalino: 
i) Extração extracapsular do cristalino (Fec): essa técnica consiste em retirar todo o cristalino, deixando uma bolsa capsular vazia. Essa técnica 
caiu em desuso porque há extravasamento do humor aquoso causando muita inflamação. Sutura 8/0 -9/0. 
ii) Facuemulsificação: técnica que utiliza ondas de ultrassom, que quebra o cristalino para que ele possa ser aspirado pelo aparelho de facu (mesmo 
aparelho). Essa técnica é usada em humanos também. 
- Vantagens: incisão pequena (3mm), não há extravasamento do humor aquoso (injeta meio viscoelático), a cicatrização é melhor e a inflamação 
também. A remoção do cristalino pelo aparelho de facu é mais eficiente, a chance de deixar resíduo de cristalino podendo levar a inflamação 
autoimune é menor. 
- Desvantagem: alto custo. 
 
3. UVEÍTE: Tecido ricamente vascularizado, e rico em linfócitos, portanto é imunocompetente, por esse motivo ela reagem imunologicamente aos 
antígenos circulantes assim como os linfonodos. 
Causas: FIV, PIF, FelV, Toxoplasma gondii, Histoplasma capsulatum, Coccioides immitis, Candida albicans, Neoplasias, Catarata. 
Predisposição: felinos. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 22 
 
Sinais clínicos: 
• Miose. 
• Fotofobia e blefaroespasmo 
• Dor (anorexia, apatia). 
• Epífora. 
• Hipotonia. 
• Congestão conjuntival e episcleral (conjuntiva e esclera). 
• Edema e alterações na pigmentação da íris. 
Diagnóstico: Exame clínico do olho (tonometria, oftalmoscopia, fluoresceína- se tiver úlcera não pode usar anti-inflamatório tópico). 
Tratamento: tem como objetivo controlar a inflamação e seus efeitos, aliviar a dor, identificar e tratar a causa primária. 
• Corticosteroides 
- Sistêmicos: prednisona - 1 a 2 mg/kg/dia para cães / 3 mg/kg/ dia para gato 
- Tópicos: colírios, pomadas acetato de prednisolona 1 % ou dexametasona 0,1% - 
• Anti-inflamatórios não esterioidais 
- Tópico: Flurbiprofeno ( Ocufen®), Diclofenaco (Still®), Ketolorolac - 1 gota 2 a 4 vezes /dia, 
- Sistêmicos: Carboprofeno (2 mg/kg BID), Meloxican(0,05 a 0,1 mg/kg SID) 
• Antibióticos (tópicos e/ou sistêmicos) - Cicloplégicos e midriácos : Atropina 1% 
 
Uveíte facolítica: processo inflamatório podendo influenciar no metabolismo do cristalino. 
▪ Sinais: mióse, hipotonia (baixa pressão ocular), fotofobia, injeção vascular (eritema, hiperemia). 
▪ Colírio de AINE’s, porque o esteroidal é hiperglicemiante (neprapofeno, trometamina). 
Luxação de cristalino: o cristalino sai da sua posição anatômica por rompimento das zõnulas, também gerando um processo inflamatório e podendo levar a 
catarata em pouco tempo. 
Catarata Traumática: quando há perfurações ou lesões no cristalino. 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 23 
 
MASTOCITOMA, CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS, SARCOMA DE APLICAÇÃO FELINA 
Punção: colheita de material para ser examinado com relação aos aspectos físicos, químicos, citológicos e bacteriológico. 
• Vantagens – pouco invasiva, rápida e simples, feito em ambiente ambulatorial e baixo custo. 
• Desvantagens – material pode não ser representativo (pouco material, muito diluído), não fornece arquitetura do tecido. 
 
Biópsia: colheita de pequenos fragmentos teciduais de órgãos para a realização de histopatológico. 
• Vantagens – fornecer a arquitetura do tecido e a morfologia celular (diagnóstico conclusivo). 
• Desvantagens – mais invasiva, necessário experiencia profissional e ambiente cirúrgico, custo elevado. 
A abordagem mais indicada de exames para fechar o diagnostico é, primeiramente, o exame citológico, por meio da punção, para avaliar a natureza da lesão. 
Caso os achados sejam incertos, inoclusivos ou indiquem um quadro mais grava, fazer uma biópsia. 
Biópsia excisional: 
• Remoção completa da massa, com margens de segurança (variadas de acordo com a neoplasia). 
• Evitar obtenção de fragmentos teciduais necróticos e ulcerados. 
• Mínima manipulação da formação e ter uma exposição cirúrgica adequada. 
 
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS/ CARCINOMA EPIDERMÓIDE/ CARCINOMA ESPINOCELULAR: é uma neoplasia maligna, originada das células epiteliais. 
Se tem uma transformação das células epiteliais, que se proliferam descontroladamente e invadem os tecidos vizinhos, causando metástase. 
A maior parte dos animais acometidos são mais claros (pele branca), pois nas áreas brancas possuem pouca melanina para a proteção solar. 
Principais causas: radiação solar, mas pode ser também por queimaduras – fatores externos que injuriem a epiderme. 
Ocorrência: 
• Gatos – pálpebra, orelha, focinho, lábios. 
• Cães – abdômen, face interna dos membros, focinho. 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 24 
 
Sinais e sintomas: lesão ulcerativa em placa, de coloração vermelha (eritematosa), secretiva, com crostas e sem delimitação. Pode serproliferativa (tecido 
exuberante), brilhante, exsudativa, suja, alopécica, papiliforme (verrugas). Pode ser única ou múltipla. 
Diagnóstico: 
• Citologia por imprint – cora e avalia. 
• Biópsia. 
• Histopatológico da pele: mostra alteração da camada espinhosa da pele. 
• RX e US para avaliar metástases. 
Tratamento: 
• Cirurgia com margem cirúrgica – 1cm + linfonodo regional. 
• Criocirurgia – nitrogênio líquido de 1-2cm de margem. É uma técnica de congelamento rápido e descongelamento lento → demora de 10-15 dias para 
resolver o problema. É indicada para cirurgias muito extensas ou cirurgias de pálpebra. 
• Eletroquimioterapia. 
• Gel imunomodulador. 
• Radioterapia. 
• Terapia fotodinâmica. 
Estadiamento: o estadiamento TNM é sempre o mesmo, o que muda é o T de tumor para tumor. 
Tumor primário Linfonodos Metástases 
T0 = sem evidência de tumor. 
T1 = < 2cm. 
T2 = 2-5cm. 
T3 = > 5cm. 
T4 = tumor com invasão de fáscia, músculos, ossos 
ou cartilagem. 
N0 = sem evidência de envolvimento de linfonodo. 
N1 = mobilidade ipisilateral (mesmo lado). 
N2 = mobilidade contralateral (lado oposto) 
/bilateral. 
N3 = linfonodos fixos. 
M0 = sem evidência de metástase. 
M1 = metástase a distância detectado. 
 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 25 
 
MASTOCITOMA: neoplasia maligna originada de mastócitos que ficam localizados na derme e mucosas – o mais comum é o cutâneo. 
- Possui maior frequência em cães do que gatos. 
Localização: tronco (+ comum e – agressivo), membros e cabeça (- comum e + agressivos). 
Sinais e sintomas: 
• Locais – nódulo com crescimento rápido, prurido, róseo, podendo ser único ou múltiplo – se tem aumento da permeabilidade vascular. 
• Sistêmicos – causa náuseas e vômitos (devido a presença de histamina no corpo). 
Diagnóstico: citologia, biópsia excisional + histopatológico. 
Tratamento: 
• Excisão cirúrgica com margem ampla – mínimo de 2cm para todos os lados e fáscia muscular na profundidade. 
• Quimioterapia neoadjuvante – para diminuir o tumor antes da cirurgia. 
• Quimioterapia adjuvante – depois da cirurgia. 
- Vimbastina + Predinisona → a predinisona começa com com uma dose alta, mas depois vai desmamando. 
 
SARCOMA DE APLICAÇÃO FELINA: neoplasia maligna originada por células mesenquimais que estão presentes no subcutâneo dos animais. 
Principais causas: vacinas – aplicação de antibióticos, microchip. 
O gato tem um processo inflamatório no local da aplicação, que transforma as células em uma neoplasia maligna, o nódulo pode aparecer de 2 meses a 10 
anos após a aplicação, podendo ser interescapular, lateral no tórax e lateral abdominal. 
Sinais e sintomas: aumento de volume firme, incolor, aderidos na musculatura ou subcutâneo – na maioria das vezes indolor, de crescimento rápido. 
Diagnóstico: citologia/biópsia excisional + histopatológico, RX (metástase pulmonar). Geralmente a anamnese e o exame físico são suficientes para levantar a 
suspeita. 
Tratamento: (quimioterapia não adianta). 
• Cirurgia ampla – ressecção ampla de 5cm para cada lado e profundidade de 5cm. 
• Solução para vacinação/injeção – utilizar membros e causa – para ter uma margem de retirada caso ocorra essa reação. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 26 
 
OSTEOSSARCOMA E HEMANGIOSSARCOMA 
HEMANGIOSSARCOMA: tumor maligno de células do endotélio vascular, esse tumor tem sangramento e a coloração é diferente porque tem produção de 
sangue/acúmulo de sangue. 
Origem: endotélio vascular. 
Predisposição racial: Golden, pastor alemão – cães de pelagem branca. 
Localização: órgãos abdominais (fígado e baço), cutâneo, base do coração. 
Diagnóstico: citologia (não fecha diagnóstico), biópsia + histopatológico. 
Diagnóstico diferencial: US para diagnóstico diferencial → hiperplasia nodular senil, mielolipoma, fibrohistiocitoma, hematoma. 
Metástases: ocorre por via hematógena/linfática. O hemangiossarcoma no baço se rompeu, cai na circulação e as células neoplásicas vão para cavidade, onde 
se espalham e causam metástase → quando ocorre essa ruptura é indicado a lavagem da cavidade para retirada da maior quantidade possível de células 
neoplásicas e entrar com quimioterapia. 
- Pulmão, cérebro e linfonodos. 
Sinais e sintomas: 
• Hemangiossarcoma abdominal – é diagnosticado em um exame de rotina ou em caso de hemoperitônio. 
• Hemangiossarcoma cutâneo – é possível a visualização dos nódulos (pequenos como bolhas de sangue ou grandes como um nódulo pendulado). 
- Quando se tem muitos nódulos não da para ser feita a retirada, logo o tratamento é feito com criocirurgia, crioterapia (o cão deve ser anestesiado), 
eletroquimioterapia. → utiliza-se sempre BLEOMICINA como quimioterápico. 
• Hemangiossarcoma na base do coração – apresenta sinais de tamponamento cardíaco (sangra para dentro do saco peritônio, acumulando líquido e 
não deixando o coração distender direto e encher). 
Tratamento: 
• Cirúrgico. 
• Quimioterapia adjuvante = DOXORRUBICINA. 
Prognóstico: ruim. Só com a cirurgia em média 4 meses. Cirurgia + quimioterapia de 6-8 meses. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 27 
 
OSTEOSSARCOMA (OSA): caracterizado pela proliferação de células mesenquimais primitivas malignas. 
Etiologia: 
• Fatores físicos: 
- Microtraumas em região metafisária. 
- Infartos ósseos. 
- Implantes metálicos. 
- Osteomielite crônica. 
- Fechamento tardio das fises. 
Excesso de flúor ingerido em água e alimentos. 
• Fatores genéticos e moleculares: 
- Predisposição racial. 
- Mutações no gene p53. 
• Fatores virais. 
Incidência: 
- Animais de meia idade á idosos (7-10 anos). 
- Animais jovens – aproximadamente 2 anos. 
- Acomete mais machos do que fêmeas → raças de grande porte (Golden, são bernardo, pastor alemão). 
• Cães – tumores ósseos são mais comuns em cães (85-98%), quando se pensa em neoplasia de 5-6% são osteossarcoma. 
• Gatos – tumor ósseo raro. 
Tipos de Osteossarcoma: 
1. Osteossarcoma Apendicular (membros) – 
❖ Cães e gatos: longe do cotovelo e próximo ao joelho (distal a rádio ulna e proximal á úmero; distal a fêmur e proximal a tíbia) → Em cães é mais 
comum em região distal a radio ulna, ou seja, membro posterior. Em gatos é mais comum em membro anterior, distal ao fêmur. 
2. Osteossarcoma Axial – mandíbula -> maxila -> coluna -> crânio -> costela -> nasal -> pelve. 
3. Osteossarcoma Extra-esqueleto – fora do tecido ósseo, é um tipo extremamente raro e agressivo. 
4. Osteossarcoma multicêntrico – vários nódulos distais de rádio e ao mesmo tempo em extra esqueleto e axial → extremamente raro (< 10% dos casos). 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 28 
 
O comportamento do osteossarcoma é muito agressivo, no local é possível visualizar uma lise ou proliferação óssea. 
Altamente metastático: mais ou menos 90% dos cães quando diagnosticados com osteossarcoma, já apresentam micrometástases → o órgão alvo para a 
metástase é o pulmão por via hematógena. O osteossarcoma crânio/mandibular possui um potencial metastático diminuído – os linfonodos quase nunca são 
acometidos por metástase. 
- Animal com presença de metástase apresenta: dispneia, mucosa cianótica. 
Sinais e sintomas: 
• OSA apendicular – aumento de volume, firme, dolorido e normalmente em temperatura corporal. A claudicação depende da evolução – se o animal 
tem dor e claudica ele vai se apresentar apático, com diminuição do apetite. 
• OSA axial – aumento de volume, firme e o animal sente dor, apatia. Na região de face o nódulo cresce e empurra o olho, causando exoftalmia, dificuldade 
para abrir a boca por causa da ATM, não faz a preensão do alimento e sente dificuldade para mastigar. 
Diagnóstico: 
• Anamnese + exame físico geral. 
• RX – mostra a lesão proliferativa ou reabsorção do osso. 
• US – indicado para ver metástase de órgãos abdominais. 
• Tomografia – indicado para avaliar possível metástase pulmonar. 
• Citologia + histopatológico: é o que fecha o diagnóstico. Utiliza agulha ósseas para punção,deve tomar 
cuidado para não colher demais, pois o osso já está frágil e pode predispor a uma fratura. 
• Triangulo de codman. 
Tratamento: 
1. Intenção de cura – combinações de várias modalidades terapêuticas para maior tempo de sobrevida. 
❖ Limb sparing. 
❖ Aloenxerto. 
❖ Prótese metálica. 
❖ Transporte longitudinal do osso por osteogênese. 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 29 
 
2. Intenção paliativa – aliviar os sinais clínicos e aceitação da progressão da doença. 
❖ AINE + analgésico. 
❖ Medicações que diminuem a reabsorção óssea = BIFOSFONADO. 
❖ Se apresentar metástase no pulmão – recomendada a administração de fármacos que aumentem o apetite, controlem a tosse e a síndrome 
paraneoplásica. 
 
3. Tratamento local – amputação de membro. 
• Amputação baixa. 
• Amputação alta (é o indicado) – tirar úmero e rádio ulna ou fêmur e tíbia. 
 
4. Tratamento sistêmico – quimioterapia = CARBOPLATINA. 
Prognóstico: 
• Cães 
- OSA de cabeça: 190 dias. 
- OSA de mandíbula: 1 ano se fizer mandibulectomia. 
- OSA de maxilar: 5 meses se fizer maxilectomia. 
- OSA de costela: 3 meses se fizer cirurgia + quimioterapia = 8 meses. 
- OSA escapular: 7 meses se fizer cirurgia + quimioterapia = 9 meses. 
- OSA vertebral: 4 meses se fizer cirurgia + quimioterapia + radioterapia. 
- OSA extra esquelética: 1 mês se fizer cirurgia + quimioterapia = 5 meses. 
 
• Gatos – o prognostico do gato é melhor que do cão. 
- Cirurgia + quimioterapia = 1 ano. 
- Cirurgia = 3-4 meses. 
A radioterapia tem efeito analgésico por 3 meses. 
Tratamento = amputação + quimioterapia. 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 30 
 
HÉRNIAS UMBILICAIS, INGUINAIS, DIAFRAGMÁTICA, PERINEAL 
 
Conceito: é o deslocamento de um órgão ou tecido de sua cavidade de origem para outra, seja antômica ou neoformada. 
Classificações: 
• Congênita ou adquirida. 
• Verdadeira ou falsa. 
- Verdadeira: possui um conteúdo recoberto por um saco herniário, que geralmente é o prolongamento do peritônio. 
- Falsa: quando não possui saco herniário, geralmente associada a rupturas. 
• Redutível ou encarcerada: 
- Redutível: quando por palpação consegue colocar ela no lugar de origem. 
- Encarcerada: quando não é possível colocar a hérnia de volta no lugar, ela esta com alguma aderência. 
• Estrangulada: a hérnia encarcerada pode se tornar estrangulada, levando a uma compressão vascular que ocasiona isquemia e necrose de algum órgão 
ou região, nesse caso o animal apresenta dor e desconforto. 
 
HÉRNIA UMBILICAL: são hérnias verdadeiras, congênitas ou hereditárias. 
Pode ser congênita, devido a separação da musculatura, ou pode ser adquirida, acontecendo após o parto, pois a mão na hora de avulsionar o cordão umbilical, 
lesiona-o e nesse ponto de lesão gera uma inflamação do coto umbilical, predispondo a hérnias. 
- Geralmente as hérnias umbilicais são pequenas. Se o anel umbilical tiver tamanho suficiente para passar a alça intestinal, ela pode ficar encarcerada e 
estrangular o intestino, sendo assim gerando um quadro de peritonite, risco de rompimento e dor, levando a obstrução intestinal. 
Localização: localiza-se na linha média do abdômen, na cicatriz do umbigo (linha alba). 
Ocorrência: animais jovens. 
Sinais e sintomas: aumento de volume, indolor, pode ou não ser redutível, macio → obstrução intestinal: dor, distensão por gases e vômitos. 
Diagnóstico: clínico (palpação) – conteúdo macio. 
Tratamento: Herniorrafia → animais que possuem hérnias pequenas que não passam na alça intestinal não é necessário fazer a intervenção cirúrgica. 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 31 
 
HÉRNIA INGUINAL: hérnia verdadeira = é um defeito no anel inguinal que faz com que os órgãos saiam por ele. 
- É uma hérnia adquirida, por frouxidão do anel inguinal. 
Localização: região caudal do abdômen. 
Ocorrência: mais comum em fêmeas, idosas e não castradas → predisposição: Golden, Cocker, SRD. 
Sinais e sintomas: formação indolor, de tamanho variável e macia. 
Diagnóstico: clínico + palpação + US (avalia o tamanho do defeito, se está obstruído). 
- Diagnóstico diferencial: neoplasia mamária. 
Tratamento: Herniorrafia – acesso pela linha alba em fêmeas (OSH + herniorrafia), em machos é indicado a incisão em cima do aumento de volume. 
Pós-operatório: ATB + analgésico e compressão do local para evitar formação de ceroma – uso de AINE pode diminuir a formação de ceroma. 
 
HÉRNIA PERINEAL: cauda/reto/ânus/períneo do animal. É o defeito no diafragma pélvico que faz com que haja orifício, como consequência o aumento de 
volume na região perineal (abaixo do ânus), podendo ser uni ou bilateral. 
- É adquirida, por degeneração muscular. 
- Todo animal com hérnia perineal possui hiperplasia prostática, porque a próstata aumenta de volume e tamanho e a pressão da próstata aumenta 
sobrecarregando a musculatura, separando o diafragma pélvico. 
Localização: diafragma pélvico – ocorre a projeção dos órgãos abdominais por meio dele. 
Ocorrência: cães, idosos (+7 anos), machos. 
Sinais e sintomas: 
• Aumento de volume na região, uni ou bilateral → Grande maioria do deslocamento do reto- prolapso 
• Constipação, tenesmo, disquesia, estrangúria, incontinência urinária ou iscúria (dor e compressão), azotemia, uremia. 
Diagnóstico: Clínico (palpação), US (identificar conteúdo), RX. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 32 
 
Tratamento: Herniorrafia + Orquiectomia. 
Pós-operatório: ATB (cefalexina com metronizadol) + analgésico + dietas e laxantes (lactulona). 
- Limpeza do local: sabonete antisséptico 2 a 3x ao dia, passar spray e colar protetor. 
Complicações: 
• Infecção da ferida - 6% a 26%. 
• Incontinência - fecal < 10%. 
• Tenesmo - 10% a 25%. 
• Prolapso de reto, disfunção urinária. 
 
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA: uma ruptura diafragmática pode fazer com que os órgãos abdominais vão para a cavidade torácica, local em que há pulmão e 
coração. Externamente ao abdômen não é possível nenhuma visualização, uma vez que essa é uma hérnia interna. Os órgãos abdominais apresentam-se em 
contato/comprimindo o pulmão. 
Ocorrência: geralmente são adquiridas ou causadas por traumas (ruptura diafragmática). Mais comuns em animais jovens errantes. 
Sinais e sintomas: problemas de ventilação, taquipneia, distração respiratória, cianose. 
Diagnóstico: RX – não é possível observar a silhueta cardíaca e se vê poucos campos pulmonares. 
Tratamento: Herniorrafia – laparotomia pela linha média ventral, após reposicionar os órgãos deve-se suturar o diafragma na parede do abdômen esticado. 
Para reestabelecer a pressão negativa, que foi perdida devido a ruptura diafragmática, pede-se que o anestesista infle os pulmões, de modo que o ar saia por 
esse último ponto, podendo finalizar a sutura. 
- A ruptura diafragmática é um procedimento cirúrgico emergencial, mas deve ser evitada a intervenção cirúrgica nas primeiras 24h devido o alto índice de 
mortalidade, logo o animal deve ser mantido em oxigênio e repouso. 
TODAS as hérnias possuem um prognóstico ÓTIMO, exceto quando são hérnias estranguladas. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 33 
 
AFECÇÕES DO SISTEMA URINÁRIO: UROLITÍASES, CISTOTOMIA, URETROSTOMIA 
UROLITÍASE: trata-se da presença de cálculo no trato urinário. 
 
Predisposição: acomete mais cães machos (teckel, Yorkshire, dálmata) 
- Machos: possuem a uretra mais longa e apresentam osso peniano. 
- Fêmea: uretra mais curta e diâmetro grande. 
 
Fatores que proporcionam a formação: 
• Elevados níveis de cálcio, oxalato e ácido úrico no organismo. 
• Metabolismo anormal. Ex.: dálmata. 
• Baixa ingestão de líquidos. 
• Presença de infecção – cistite 
• Corpo estranho – sonda, fio de sutura não absorvível - deposição dos cristais. 
 
Localização: 
• Nefrólito – cálculo no rim. 
• Ureterólito – cálculo no ureter. 
• Urocistólito – cálculo na bexiga. 
• Uretrólito – cálculo na uretra. 
 
Formato: liso, hexagonal, piramidal, laminado, ramificado, podendo ter colocaçõesdiferentes (verde, amarela, branco, marrom). 
 
Classificação: 
1. Cálculo simples - tem mais de 70% da sua estrutura composta por apenas 1 mineral. 
2. Cálculo misto – tem mais de um componente na mesma camada, mas nenhum ultrapassa mais de 70%. 
3. Cálculo composto – na pedra possui mais de 70% de um componente em uma camada, e na outra camada possuí outro componente. 
 
Composição mineral: estruvita, oxalato de cálcio, ácido úrico e urato de amônio, cistina, fosfato de cálcio, sílica, mistos. 
 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 34 
 
Sinais Clínicos: 
• Hematúria. 
• Polaquiúria, incontinência urinária ocasional. 
• Disúria/ estrangúria. 
• Tenesmo – o tutor relata devido a posição, mas não sente dor. 
• Lambedura frequente da genitália. 
 
Diagnóstico: 
• Sinais clínicos. 
• Exame de urina – cistocentese, cateterismo ou micção espontânea. 
• RX e US. 
 
- Mandar cálculo para análise. 
 
Tratamento: clínico. 
• Alterar dieta e por consequência o pH urinário. 
- Oxalato = alcalinizar. 
- Estruvita = acidificar. 
 
RINS 
 
Técnicas aplicadas: tomias (incisão), ectomia (excisão), rrafia (sutura), stomia (nova abertura para o meio externo). 
 
Problemas frequentes: 
• Cálculos renais – depende do tamanho e localização. 
• Obstrução de ureter – hidronefrose. 
• Neoplasias – segundo lugar dentro do sistema urinário. 
• Parasitas – Dioctophima renale. 
 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 35 
 
Nefrotomia: 
 
É a incisão cirúrgica no rim. A nefrotomia é realizada para a remoção de cálculos da pelve renal que não causaram aumento da pelve renal e ureter proximal 
além da superfície côncava do rim. 
 
- Fio absorvível e padrão simples contínuo, sutura basicamente de cápsula e um pouco de parênquima. Se continuar sangrando com simples contínuo, pode 
fazer um Wolf para comprimir um pouco, precisa ser na vertical e paralela aos vasos, porque se fizer na horizontal garroteia as artérias interlobares. 
 
Desvantagem: 
• Ocorre a perda temporária da função renal → 15 dias, de forma reversível. 
• Hemorragia intensa → para isso é realizada a hemostasia temporária a partir de uma pinça vascular, garrote e rotação de 180° do rim – ocorre 
reposicionamento ao final da cirurgia. 
• O tempo de cirurgia não pode ultrapassar 15 minutos, para não lesar o rim, causando isquemia. 
 
- Obrigatório internar por 24-48h para fluidoterapia IV contínua. 
 
 
 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 36 
 
Nefrectomia: 
 
É a remoção total de um rim. 
 
- Mais fácil que a nefrotomia. 
- Libera o rim do espaço retroperineal. 
 
Ligadura definitiva em artéria e veia renal → artéria renal deve ficar com duas ligaduras – pulso e pressão. 
 
Ligadura do ureter: pode ser próximo da inserção da bexiga (neoplasia maligna) ou próximo ao rim (obstrução). 
 
Animal acometido pelo Dioctophyma renale → realizar nefrectomia. 
- Comum em cães de interior (peixes e gringos). 
- Verme grande +- 40cm. 
 
 
Pielolitotomia: 
 
É a incisão na pelve para a retirada de cálculos → não lesa os néfrons (não altera o perfil renal). 
 
- Não sangra → a pelve é avascular. 
 
Indicação: precisa ter dilatação da pelve e ureter proximal para ser realizada. 
 
Pós-operatório: Não precisa de fluidoterapia intensa. 
 
URETERES 
 
Problemas mais frequentes: 
• Cálculos ureterais – muito comum em gatos (podendo obstruir ou não). 
• Traumas – difícil (fica muito protegido). 
• Neoplasias – raro. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 37 
 
• Ectopia – quando o ureter não insere na região trígono vesical. 
 
Técnicas cirúrgicas: 
• Ureterotomia. 
• Ureteorrafia. 
• Ureterectomia – associadas ao rim. 
• Reimplantação de ureter – ureter ectópico. 
 
Cálculos ureterais: 
 
Tratamento clínico – quando não se tem sinal de obstrução. 
• Prazosina (minipress) – relaxar a musculatura lisa, aumento de diâmetro. 
• Manitol – diurético. 
• Rowatinex – fitoterápico, lubrifica o trato urinário. 
 
- Começar o tratamento e manter o animal internado para observação ou USG a cada 48h. 
 
Tratamento cirúrgico – quando há obstrução (USG). 
• Ureterotomia → muitas complicações, lupa ou microscópio, estenose. 
• Consenso americano: 
❖ Gato – indicação de Bypass ou Sub. 
❖ Cão – duplo J (cistotomia), depois retira. 
 
Ureter ectópico: 
 
É uma anormalidade congênita na qual um ou ambos os ureteres não desembocam no trígono vesical, e o local da inserção pode ser em qualquer local ao 
longo do trato reprodutivo ou urinário inferior. Sua ocorrência é mais comum em cães do que em gatos, e é mais frequente nas fêmeas. 
- Pode ser unilateral (é incontinente, porém tem momentos que urina normal), ou bilateral (é incontinente o tempo todo). 
 
- Desembocam no canal vaginal, uretra, pênis. 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 38 
 
Existem 2 formas: 
• Extramural – não passa pela bexiga. 
• Intramural – passa por dentro da parede da bexiga e sai em outro lugar. 
 
Procedimento cirúrgico: ao final da cirurgia o animal precisa ter reduzido em no mínimo 90% ou cessar totalmente sua incontinência urinária. 
• Extramural → reimplantação. 
• Intramural → derivação intravesicular. 
 
BEXIGA 
Técnicas cirúrgicas: Cistotomia, Cistorrafia, Cistectomia (retirada de um pedaço da bexiga, em casos de neoplasia), Cistostomia. 
 
Patologias mais frequentes: 
• Anomalias de úraco – persistência de úraco, tendo onfaloflebite, pois a região fica inflamando devido a umidade constante. 
• Rupturas → traumas, palpação de animais obstruídos (= peritonite) – lavagem com soro fisiológico. 
• Cálculos vesicais. 
• Pólipos – formação benigna, que ocorre a formação espontânea ou por consequência de um cálculo que raspa na parede da bexiga. 
• Neoplasias → órgão do sistema urinário mais cometido por neoplasias (carcinoma de células de transição). 
 
Diagnóstico: RX (aumento de radiopacidade) e US (parede espessada, sombreamento acústico). 
 
Onfaloflebite: persistência do úraco – extravasa urina pela cicatriz umbilical → se não extravasar, a causa da onfaloflebite não é a persistência do úraco. 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 39 
 
Cistotomia: abertura da bexiga e retirada dos cálculos. 
É feito o acesso pela laparotomia em linha média ventral em região retroumbilical. É feita a laparotomia, exposição da bexiga, progete o abdômen com 
compressa e é feito o isolamento da bexiga de todo o resto do abdômen → pois quando é feita a incisão não se tem riscos de extravasar urina para dentro da 
cavidade. Após expor a bexiga deve ser feita uma incisão em polo cranial ventral, retira-se o cálculo, lava a bexiga para retirar todo o sedimento que tiver 
dentro dela. Em seguida, a sutura deve ser feita obrigatoriamente com fio absorvível e em sutura de dupla camada (1°camada = simples contínuo e a 2° 
camada = Cushing, sendo que a 2 sutura não deve penetrar a camada mucosa). É feito o teste com soro fisiológico para ver se há extravasamento pela sutura. 
Pós-operatório: apresenta hematúria que dura geralmente em torno de 48h-72h, podendo sangrar por até 15 dias, devido a presença de coágulos que 
demoram para se desfazer e sair na urina. 
• ATB + analgésicos. 
Ruptura de bexiga: laparotomia + cistorrafia. 
• Trauma → laparotomia exploratória (avaliar todos os órgãos). 
• Punção → dosagem de uréia/creatinina – identificar se é urina. 
• 
Neoplasia de bexiga: cistectomia parcial ou total + quimioterapia. 
• Cistectomia parcial – o animal vai ficar 3 meses com polaquiúria, após 3 meses a bexiga vai conseguir voltar a 90% de sua capacidade. 
• Cistectomia total – derivações urinárias. 
❖ Reimplantação de ureter – Bricker: é a reimplantação dos ureteres em parte do intestino. 
→ Retira um pedaço do íleo, faz uma enterectomia de mais ou menos 10cm, faz anastomose, pega os 10cm de íleo vivo (irrigado pelo 
peritônio), em uma borda abre para o meio externo e a outra une os ureteres, sendo assim, a urina passa pelo íleo e vai para o meio externo. 
Diminuindo a chance de contaminação, alémdisso, fica uma abertura unilateral. O líleo é escolhido porque é uma região que menos absorve 
água, sendo assim, reabsorve menos urina, não levando a azotemia. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 40 
 
- Intestino (técnica antiga) → infecção ascendente por fezes. 
- Ureterostomia → parede abdominal, infecção por fezes, dermatite. 
 
❖ Neobexiga ileal – Studer: é a construção de uma nova vesícula com parte do íleo. 
→ Faz uma enterectomia e anastomose, faz a incisão na borda anti-mesentérica e vai dobrando e fazendo incisões, reimplanta a uretra e 
ureteres. Agora o animal armazena urina, só que ele não tem estímulo para urinar, então ele retém urina, sendo assim, para ele urinar faz a 
compressão ou cateterismo vesical várias vezes ao dia. Tem um pós-operatório complicado e a longo prazo. 
 
 
URETRA 
Problemas mais frequentes: cálculos, estenoses e prolapso. 
 
Uretrostomia: 
- É a técnica cirúrgica utilizada em casos de obstrução parcial ou total da uretra de cães machos de qualquer idade. 
- A uretrostomia pode ser realizada em 3 regiões: perineal (pode ter contaminação por fezes), pré-escrotal e escrotal. 
- Feita sempre na região escrotal, devido a 4 fatores: 
1. Uretra mais superficial – mais próxima da pele, gerando menos trauma. 
2. Diâmetro maior da uretra nessa região. 
3. Menos corpo cavernoso = menos sangramento. 
4. Difícil ter recidiva. 
Por ser escrotal, deve ter feita a retirada do escroto e testículos (castração). 
Fazer a técnica de uretrostomia pré-escrotal quando o tutor não quer castrar o animal. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 41 
 
Cálculo uretral em cães machos: 
Empurrar o cálculo pra bexiga e retirar por cistotomia, método mais preservativo. O animal está com a bexiga cheia e com muita dor, logo tem que anestesiar 
o animal para tirar a dor deixando o animal mais relaxado -> Esvaziar a bexiga do animal por cistocentese tirando toda a pressão que a urina faz para 
empurrar o cálculo -> Pressionar a uretra com o dedo (está no assoalho do anus) -> Passar a sonda pelo canal peniano e injetar soro -> continua a pressão 
injetando o soro e solta o dedo causando um turbilhonamento e ajuda a passar o cálculo -> fazer a cistotomia; SEMPRE escolher a maior sonda possível para 
o paciente. 
- Se o cálculo não sair, fazer uretrostomia 
 
Cálculo uretral em gatos machos: 
Desobstruir e mandar o cálculo pra dentro da bexiga e fazer Cistotomia. 
- Sondas uretrais especificas pra gato: Tom cat (tomar cuidado para não perfurar) e Slippery sam 
Anestesia → Cistocentese → Tentar passar a sonda → desobstruindo com a sonda → Quando inserir a sonda expor o pênis e tracionar ele pra caudal ficando 
muito mais fácil a sonda deslizar reto → tenta injetar soro (pode colocar lubrificante para ajudar a passar na uretra, como óleo vegetal, gel de US) → 
cistotomia. 
- Uretrostomia: Não desobstruiu, fazer uretrostomia, no gato a única opção é perineal e é obrigado fazer penectomia (tirar o pênis cirurgicamente) = 
uretrostomia + penectomia. 
 
Prolapso de uretra: 
- O prolapso uretral é caracterizado pela protusão da mucosa da uretra distal, que se estende além da extremidade do pênis, apresentando – se como uma 
massa avermelhada e pequena na ponta do órgão. É uma afeccao que acomete caes machos jovens, com rara ocorrencia, sendo mais frequente em racas 
braquicefalicas. Raças predispostas são Bulldog, boston terrier, yorkshire e teckel. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 42 
 
Fisiopatologia: relação primaria ou secundaria com fatores tais como predisposição genética, infecção geniturinária, masturbação e excitação sexual 
excessivas, traumatismo ou presença de cálculos na uretra. 
 
Diagnóstico: 
• US, RX. 
• Hemograma (cistite bacteriana). 
• Urinálise, Cultura e antibiograma. 
 
Tratamento: exclusivamente cirúrgico. 
• Castração + retirada de todos os objetos que instigam libido. 
• Secção do prolapso e sutura com 8 pontos (fio absorvível ou não absorvível). 
• Normal sangrar entre 4/5 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 43 
 
AFECÇÕES CIRÚRGICAS DE CABEÇA E PESCOÇO: SIALOADENECTOMIA, ESOFAGOSTOMIA, TRAQUEOSTOMIA, ABLAÇÃO E ZEPP 
 
Pavilhão Auricular: 
- De 18 a 20% de todos os cães possuem afecções na orelha, as raças mais acometidas são: labrador, shitzu. 
 
A orelha é dividida em 3 partes: 
1. Orelha externa: pavilhão auricular, conduto e membrana timpânica → o nervo facial passa ventral ao conduto. 
2. Orelha média: membrana timpânica, cavidade timpânica, ossículos e tuba auditiva. 
3. Orelha interna: vestíbulo, cóclea e canais semicirculares. 
 
Othohematoma: 
É o resultado do ato de coçar e balançar a cabeça, formando uma secreção sanguinolenta = hematoma com acúmulo de sangue no pavilhão auricular. 
 
Causas: inflamação, parasitas, alergias e corpos estranhos → a causa mais comum é por otite. 
 
Tratamento conservativo: 
• Punção e drenagem do sangue – usar bandagem compressiva e passar pomada. 
 
Quando optamos pelo tratamento cirúrgico? 
➔ Quando o tratamento conservador não surte efeito. 
➔ Quando há obstrução do conduto auditivo (neoplasias/pólipos). 
➔ Otites terminais estenosantes. 
➔ Não espere cronificar para indicar a cirurgia. 
 
Exames complementares: 
• Otoscopia/ fribrooscopia. 
• Radiografias obliquas de crânio. 
• Tomografia. 
 
Tratamento cirúrgico: 
• Deve ser realizado apenas em hematomas graves, grandes e/ou crônicos. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 44 
 
• Existem inúmeras técnicas, mas é fundamental sempre incisionar grande parte do tecido para retardar a cicatrização – Incisão no centro, em forma de 
“S” , remove o conteúdo e faz-se uma sutura para aproximação de bordos. 
 
Pós-operatório: 
• Uso de bandagem compressiva + corticoides ou AINES + antibióticos. 
 
Otite: 
 
Predisposição: A otite externa acomete de 5 a 20% dos cães e 2% dos gatos. 
• Cães de orelhas pendulosas e pilosas, principalmente em meses quentes do ano. 
 
- O tratamento da otite é clínico, mas possui indicação cirúrgica quando o animal não responde mais ao tratamento clínico (muita recidiva ou alterações 
morfofisiológicas irreversíveis). 
 
- É necessário a intervenção cirúrgica quando se tem: ossificação da cartilagem auricular e anular, pólipos no ouvido médio de felinos, alterações hiperplásicas 
progressivas, ulcerações com fístulas, neoplasias e até lacerações. 
 
Técnicas cirúrgicas: 
 
1. Ressecção da parede lateral do conduto auditivo, Aeração ou ZEPP: o conduto auditivo é um tubo vertical e depois horizontal, essa técnica ,mexe 
apenas com o canal vertical retirando metade da face externa da parede – com a finalidade de melhorar a ventilação e diminuir a umidade e 
temperatura, melhorando o ambiente para evitar novas infecções. Ocorre a abertura da pele que recobre o conduto vertical, ao cortar a cartilagem e 
fazer o flap na incisão da pele. 
 
 
- Indicações → estenose do canal por hiperplasia do epitélio, lesões neoplásicas benignas da parede lateral e otite externa crônica. 
- Manter o tratamento clínico. 
CAROLINE ROMUALDO - 2019 45 
 
2. Ablação do conduto auditivo: 
• Otite hiperplásica irreversível. 
• Trauma ou neoplasia de canal vertical – quando não ocorre acometimento do canal horizontal. 
 
3. Ablação total do conduto auditivo: quando há comprometimento de todo o conduto auditivo pela cronificação de otite (grande maioria dos pacientes 
chegam nesse estágio), portanto, é indicado a retirada tanto do conduto vertical como do horizontal. 
 
Indicações: 
➔ Otite crônica que após aeração não resolveu. 
➔ Calcificação da cartilagem auricular intense. 
➔ Hiperplasia epitelial severa levando à estenose do conduto (otite terminal estenosante). 
➔ Neoplasia de conduto horizontal. 
➔ Calcificação de bulha timpânica, 
 
Técnica: é feita uma incisão emT, faz círculo e começa a divulsionar até o final. Retira a bulha timpânica com uma lâmina e faz a curetagem da a bulha → 
cuidado para não deixar epitélio lá dentro. 
 
Complicações: 
➔ Paralisia

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