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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE DIREITO O USO DOS MÉTODOS ADEQUADOS DE RESOLUÇÕES DE CONFLITOS NO CONTINENTE EUROPEU. YASMIM MARTINS DE MAGALHÃES CABO FRIO/RJ 2021 2 RESUMO Nos últimos anos, com a procura do judiciário aumentando diariamente por pessoas a fim de resolverem seus litígios, é notório que os tribunais, por sua vez, encontram-se sobrecarregados de demandas, acarretando problemas que poderiam ser evitados, dentre eles a não eficácia do princípio da celeridade e problemas como morosidade da prestação jurisdicional. Os Métodos Adequados de Solução de Conflitos (MASC) foram elaborados justamente para impor um fim nessa visão de que apenas o judiciário está apto à resolução dos conflitos, sendo uma visão arcaica, onde apenas um juiz pode pôr fim a lide impondo uma decisão, favorável ou não. No entanto, ao considerar a necessidade de desmistificar que apenas um juiz pode pôr fim a um litigio, e que buscar o judiciário para tentativa de solucionar já traz, por vezes, transtornos, conforme supracitado, que os “MASC” atualmente são postos em prática, com a finalidade de: solucionar problemas, economizar tempo, economizar despesas processuais, e evitar colapso do sistema judicial com questões que podem ser resolvidas sem intervenção deste. Palavras-Chave: mediação; conflito; judiciário; solução; 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4 1. A UTILIZAÇÃO DOS MÉTODOS ADEQUADOS PARA SOLUÇÃO DE CONFLITOS NA EUROPA ....................................................................................... 5 1.1 Mediação nos Estados-Membros - Inglaterra e País de Gales ............................... 7 2. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 8 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 9 4 INTRODUÇÃO Considerando o aumento exorbitante da demanda junto aos Tribunais de Justiça a fim de solucionar conflitos, muitos desses que, extrajudicialmente poderiam ser solucionados devidamente - acarretando paralisações processuais e desastres econômicos, foram criados os métodos para solucionar conflitos. Estes métodos facilitaram, de forma prática e eficaz, a resolução das lides, e serão abordados no presente trabalho no âmbito internacional, mais especificamente as suas práticas no continente Europeu, abrangendo o país da Inglaterra e País de Gales, situados no Reino Unido. 5 1. A UTILIZAÇÃO DOS MÉTODOS ADEQUADOS PARA SOLUÇÃO DE CONFLITOS NA EUROPA O movimento pela mediação na Europa iniciou-se ao final da década de noventa, juntamente aos EUA e o Brasil, época em que o apelo para a mediação era forte, já que se tratava de um método que trazia vantagens, como economia processual - ante tratar-se de meio mais econômico do que abertura de ação judicial, informalidade, flexibilidade e autonomia para que as partes pudessem decidir, em comum o acordo, o melhor para elas. A Diretiva 52 pelo Parlamento Europeu, decorrente da recomendação fundamental 98/257/CE e 2001/310/CE, determinou que cada Estado-membro inserisse ou criasse legislação para adotar os métodos de soluções de conflitos, como a mediação, o que fez com que muitas legislações de vários países passem por uma grande alteração. A mediação é descrita nessa diretiva como um ato voluntário no qual um terceiro auxilia duas ou mais partes em conflito a chegarem em uma resolução do seu litígio. A diretiva teve como objetivo mor de fazer com que os países sem costume de usar as alternativas de resolução de conflitos, passassem a utilizar, acarretando acesso à justiça, e demais vantagens já citadas. Por esta razão que muitos países da Europa não atuam constantemente com a realização das mediações, assim como outros sequer a utilizam, ante autonomia dada para que cada país criasse sua legislação sobre o tema, a fim de gerar menos conflitos por controvérsias. A Lei de Mediação nº 27/2017 contém disposições para uma estrutura legal para promover a resolução de litígios através da mediação como uma alternativa aos processos judiciais. 6 No continente Europeu são utilizados diversos instrumentos internacionais aplicados a mediar as resoluções de conflitos, alguns destes estão elencados abaixo: I. Regulamento Bruxelas II-A: artigo 46º (mecanismo que garante a executoriedade dos acordos resultantes da mediação) II. Convenção da Haia de 1980: artigos 7º, alínea c) (medidas adequadas da autoridade central para garantir o regresso voluntário do menor ou fomentar uma resolução amigável), 10º (medidas adequadas para obter o regresso voluntário do menor) e 16º (não há decisão sobre o mérito dos direitos de guarda no Estado requerido). III. Convenção da Haia de 1996: artigos 31º (medidas adequadas da autoridade central para facilitar uma solução amigável através da mediação), 23º e 26º (reconhecimento e execução), 16º (lei aplicável = lei do Estado da residência habitual do menor), 7º (o Estado da residência habitual do menor imediatamente antes do rapto mantém a competência para decretar medidas de proteção do menor) e 24º IV. Convenção da Haia de 2007: artigos 19º a 31º (a decisão também inclui uma transação ou um acordo). Na Europa a mediação é utilizada para fins de resoluções de conflitos na esfera cível e comercial. Os mediadores, possuem, inclusive código de conduta redigido com auxilio da Comissão Europeia. 7 1.1 MEDIAÇÃO NOS ESTADOS-MEMBROS - INGLATERRA E PAÍS DE GALES O Ministério da Justiça e o Serviço dos Tribunais de Sua Majestade (HMCTS), estabeleceram, nas questões cíveis, quesitos para resolução dos conflitos levando em consideração o valor da lide. O serviço de mediação para ações de pequeno valor é fornecido e executadas pelo Serviço dos Tribunais de Sua Majestade, os de maior valor (acima de 10.000 GBP, equivalente a 76.910,77 no Real brasileiro) são fornecidos e executados pelo Conselho de Mediação Civil (CMC), sendo uma organização prestadora de serviços de mediação para as áreas cíveis e comerciais. Para os casos de mediação na área familiar, existe uma organização não governamental, sem fins lucrativos, denominada Family Mediation Council – FMC, formada por membros mediadores familiares, pertencentes as instituições jurídicas e familiares como: The Law Society, College of Family Mediators, dentre outros. Constata-se assim, que os mediares possuem formação junto ao setor privado para atuarem, o Governo não possui planejamento de criar um órgão atribuído às mediações, não existindo regulamentação legal para a mediação civil e sequer é pré-requisito nas ações. Para contratar serviço, existe um valor “X” a ser cobrado sobre o litígio, e aos que não possuem condições financeiras de custear, ofertam serviços para que, àqueles que de fato estiverem dentro dos requisitos de hipossuficiência, não tenham a despesa econômica da mediação. 8 CONCLUSÃO Resta evidente a necessidade da adoção dos métodos adequados para solução de conflitos, pelas suas inúmeras vantagens, de acesso à justiça até a economia processual, ainda, valorizando e respeitando os princípios constitucionais. Uma forma democrática de solucionar conflitos, visando sempre a resolução que deixe as partes satisfeitas, de forma célere, considerando o melhor método escolhido para cada caso. No entanto, em âmbito internacional, vemos que muitos países ainda faltam priorizar a utilização do método, sendo necessários que passem a conhecer mais os métodos apresentados e constatarem, na prática, oefeito positivo da mediação em todas as matérias. 9 REFERÊNCIAS CALMON, Petrônio. Fundamentos da Mediação e da Conciliação. Rio de Janeiro: Forense, 2007, página 107. https://e-justice.europa.eu/content_mediation-62-pt.do https://e-justice.europa.eu/content_particularities_of_crossborder_mediation-384-pt.do https://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2003:338:0001:0029:PT:PDF https://www.hcch.net/pt/instruments/conventions/full-text/?cid=24 https://www.hcch.net/en/instruments/conventions/full-text/?cid=70 https://www.hcch.net/en/instruments/conventions/full-text/?cid=131 https://e-justice.europa.eu/fileDownload.do?id=00a7cc83-3dd7-4b3d-aa43-381960cc53c3 https://civilmediation.org/ https://www.familymediationcouncil.org.uk/ https://e-justice.europa.eu/content_mediation-62-pt.do https://e-justice.europa.eu/content_particularities_of_crossborder_mediation-384-pt.do https://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2003:338:0001:0029:PT:PDF https://www.hcch.net/pt/instruments/conventions/full-text/?cid=24 https://www.hcch.net/en/instruments/conventions/full-text/?cid=70 https://www.hcch.net/en/instruments/conventions/full-text/?cid=131 https://e-justice.europa.eu/fileDownload.do?id=00a7cc83-3dd7-4b3d-aa43-381960cc53c3 https://civilmediation.org/ https://www.familymediationcouncil.org.uk/
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