Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ENVELHECIMENTO ENCEFÁLICO CONCEITOS: O envelhecimento do encéfalo pode ser normal ou patológico. O patológico é o desenvolvimento de doenças degenerativas com manifestações combinadas que determinam síndromes ou doenças específicas. O normal não tem manifestações clínicas expressivas e pode ser subdividido em envelhecimento encefálico bem-sucedido ou típico/usual. O bem-sucedido é com mínimas alterações morfológicas em relação a indivíduos jovens; o típico é com aparecimento de alterações estruturais previsíveis ACHADOS CLÍNICOS: • Indivíduos com envelhecimento normal não costumam apresentar sinais ou sintomas atribuíveis a manifestações neurológicas específicas. • O prejuízo no desempenho cognitivo é mínimo em testes neurológicos. ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS: • Redução do volume de tecido é secundário ao afilamento cortical, perda de substância branca e presença de microinfartos corticais. • O alargamento dos EPV (espaços perivasculares) é pelo aumento do espaço subaracnóideo. • O acúmulo de ferro acomete principalmente as áreas relacionadas a atividade motora. Como os núcleos da base (particularmente o globo pálido), substância negra, e núcleo denteado do cerebelo. ENVELHECIMENTO ENCEFÁLICO TÍPICO: ➔ Alargamento dos espaços perivasculares (Virchow-Robin) pela presença de focos de alteração de sinal da substância branca. ➔ Depósito de ferro (particularmente nos núcleos da base). ➔ RM. ➔ Focos esparsos de hemorragias. ACHADOS DE IMAGEM: I – TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: • Perda volumétrica encefálica: ocorre de maneira global, mas pode ser mais evidente nas regiões anteriores. • Alargamento dos sulcos corticais e fissuras cerebrais, bem como do sistema ventricular. • Tênue hipoatenuação da substância branca periventricular (provavelmente relacionado a microangiopatia e / gliose). • Alargamento dos EPV: nos núcleos da base, mesencéfalo e centro semi-oval. • Alterações vasculares: espessamento e calcificações parietais nas artérias carótidas e sistema vertebrobasilar, focos lacunares e micro-hemorragias. ➔ Alargamento dos sulcos corticais e do sistema ventricular. ➔ Hipoatenuação da substância branca periventricular. II – RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: ➔ Perda volumétrica de tecido encefálico com preservação da porção mesial dos lobos temporais. ➔ Alargamento dos EPV: intensidade de sinal semelhante ao liquor. ➔ Focos de hipersinal da substância branca periventricular e centros semiovais observados em T2/FLAIR. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: I - INFARTOS LACUNARES: • faz diagnóstico diferencial com alargamento focal dos EPV, o infarto costuma apresentar halo de hipersinal na sequência FLAIR. II - DEMÊNCIA VASCULAR: • focos mais numerosos e confluentes na substância branca estão relacionados a dano microvascular geralmente por HAS. III - ENCEFALOPATIA ATEROSCLERÓTICA SUBCORTICAL (DOENÇA DE BINSWANGER): • é uma forma de demência vascular por múltiplos infartos. Envolve as artérias medulares perfurantes longas, havendo hipoperfusão e dano isquêmico secundário da substância branca periventricular. IV – HIDROCEFALIA: • Diagnóstico diferencial para aumento do diâmetro do ventrículo. • Inicialmente está associada a aumento da pressão intracraniana e posteriormente pode alcançar um equilíbrio (hidrocefalia de pressão normal ou suspensa). • A hidrocefalia pode ser obstrutiva ou comunicante. A obstrutiva (não comunicante), há obstrução ao nível do sistema ventricular obstrutiva. • A hidrocefalia comunicante há um bloqueio do LCR distal ao sistema ventricular (base do crânio ou ao nível das granulações de Pacchioni). V – HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL: • Sintomas específicos: perda de memória, distúrbio da marcha e incontinência urinária. • Dilatação do sistema ventricular desproporcional aos sulcos e cisternas encefálicas. • O fluxo do LCR é hiperdinâmico pelo aqueduto cerebral produzindo artefato em flow void nos estudos de RM. ➔ O índice de Evans é a largura máxima dos cornos anteriores (seta menor) dividida pela largura máxima da calvária (seta maior). Hidrocefalia é definida por um índice maior ou igual a 0,3. VI – DOENÇA DE ALZHEIMER: • É outro diagnóstico diferencial dos alargamentos de sulcos e cisternas encefálicas. • Inicia-se geralmente após os 65 anos com prejuízo da memória recente e dificuldade de absorver novas informações. • A memória para fatos remotos é poupada. • A evolução da doença pode se associar a deterioração motora, comprometimento visual, alterações psiquiátricas e distúrbios comportamentais. • A atrofia encefálica predomina nas regiões temporal e parietal e, caracteristicamente, há acometimento com atrofia da região mesial do lobo temporal. • Clínica + aumento da amplitude dos sulcos e cisternas, redução do volume encefálico (inclusive da porção mesial do lobo temporal). VII – DEGENERAÇÕES CORTICAIS ASSIMÉTRICAS: • Ocorrem em indivíduos sintomáticos e só devem ser valorizadas nessas condições. • Algumas delas → degeneração lobar frontotemporal (complexo de Pick), degeneração corticobasal e degeneração cortical posterior. • A sua valorização depende de condições clínicas específicas, sendo apenas achados fortuitos (sem significado) em indivíduos assintomáticos. paciente na sexta década de vida com história de parkinsonismo assimétrico, mais importante à esquerda, associada a movimentos involuntários da mão esquerda (mão alienígena). ➔ Degeneração assimétrica do lobo parietal. ➔ Hipersinal em flair comprometendo o córtex posterior do giro pós-central. Paciente do sexo masculino com alteração do comportamento, no início sem perda de memória, que agora já impossibilita de exercer suas atividades. ➔ Redução do tecido encefálico. ➔ Aumento dos ventrículos. ➔ Alargamento das fissuras e sulcos encefálicos. ➔ Atrofia importante da região frontal → atrofia frontotemporal → complexo de Pick. VIII – DOENÇA DE PARKINSON: • Resulta da degeneração de neurônios dopaminérgicos da substância negra, determinando redução da produção de dopamina que inibiriam os neurônios colinérgicos. Há aumento da acetilcolina que inibe o córtex pré-motor e reduz a atividade motora. • Clínica: bradicinesia, rigidez, tremor, instabilidade postural. ➔ Atrofia da substância negra com perda neuronal e deposição de ferro e/ou substâncias ferromagnéticas. AVC: • Perda súbita da função encefálica secundária a distúrbio no fluxo sanguíneo. • Pode ser isquêmico ou hemorrágico. I – ACHADOS DE IMAGEM NO AVC HEMORRÁGICO: • A TC é um excelente exame para excluir hemorragia parenquimatosa. • A forma de apresentação típica é uma coleção hiperdensa em local de vasos perfurantes como núcleos da base e ponte. • A aparência da hemorragia na RM depende do tempo de evolução do coágulo e a sequência utilizada. ➔ Imagem hiperdensa, volumosa, associada a certa hipodensidade adjacente (edema vasogênico). ➔ Efeito compressivo. ➔ “sangue na cabeça”. II – ACHADOS DE IMAGEM NO AVC ISQUÊMICO: • Um dos sinais mais precoces é a hipodensidade do parênquima secundária a edema citotóxico. • Essa redução de densidade não é imediata. Inicialmente a redução é mínima. • Após 12 horas a hipodensidade fica evidente em exames de controle. 3 horas 15 horas. ➔ Edema, deslocamento da linha média. • Entre o 3° e 10° dias, a hipodensidade é facilmente detectada e pode ter efeito de massa ou transformação hemorrágica. • Na fase crônica, após a reabsorção do tecido necrótico, uma área hipodensa final secundária a fibrose é identificada.• Pode haver presença de trombo no vaso afetado (vaso denso) e apagamento dos sulcos corticais no território afetado. • Na RM o AVCI é identificado como área de hipersinal na sequência de DRM em relação ao tecido sadio e de baixo sinal no mapa de ADC. DRM ADC OBS: Focar nas alterações normais e AVC
Compartilhar