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UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - AULA ONLINE 7 7 AUXILIARES DE JUSTIÇA. 6 - Conciliadores e Mediadores Judiciais O art. 1º do CPC estabelece que todos os princípios processuais constitucionais devem ser utilizados pelo operador do Direito na função interpretativa do direito processual: Art. 1º: a interpretação do processo civil deverá ser feita conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil. Direção a ser tomada pelo operador do Direito para interpretar e operar a lei processual: princípios constitucionais do processo. Junto aos princípios constitucionais do processo, estão os institutos da conciliação e o da mediação. Estes passam a ocupar posição privilegiada e adquirem status de princípio uma vez que constituem modalidades para o princípio de acesso à justiça do artigo 3º, onde lemos: Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. (INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO/ ACESSO À JUSTIÇA) § 1o [...]. § 2o [...]. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. inclusive no curso do processo judicial. No âmbito constitucional, a conciliação e a mediação apresentam-se de maneira implícita uma vez que o monopólio da jurisdição cabe ao Estado. O CPC incluiu a mediação e conciliação no Capítulo das Normas Fundamentais. Isso significa: >> proporcionar a rápida solução do conflito entre as partes, >> colaborar com a razoável duração do processo e (CELERIDADE) >> permitir a pacificação social. O objetivo da conciliação e da mediação é o de dar concretude ao postulado do acesso à Justiça. Mediador e Conciliador (A PARTIR DO CPC 2015) >> São aqueles auxiliares DA JUSTIÇA que ficam responsáveis pela realização das sessões de conciliação e de mediação, nas quais se buscará resolver o conflito de interesses pela autocomposição, isto é, sem a intervenção do juiz, a não ser para homologar o acordo celebrado. (MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO JUDICIAL) >> Os conciliadores e os mediadores são auxiliares fundamentais, pois é através deles que o legislador buscou disseminar a cultura do diálogo e da pacificação social em detrimento da cultura da sentença. >> figuras que ganharam proeminência na legislação processual atual, >> receberam atenção especial do artigo 165 ao 175 (onze artigos dedicados à função dos mediadores e conciliadores contidos na Seção V do novo Código). >> art. 165, CPC, aponta a diferença de atuação entre conciliador e mediador. Esclarece que o conciliador atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, podendo sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem (parágrafo segundo). E que o mediador deverá atuar preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliando os interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos (parágrafo terceiro). Conciliador deve atuar preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, podendo sugerir soluções para o litígio, mas sem utilizar qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para forçar o acordo entre as partes. Conciliador orienta e aponta soluções na tentativa de agilizar a prestação jurisdicional, mas sem adentrar nas questões intersubjetivas que desencadearam o conflito. Mediador atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliando os interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que sejam mutuamente benéficas. Atua como um facilitador do diálogo entre as partes, a fim de que elas mesmas possam encontrar a melhor solução para o problema. UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. >> Artigo 694 do CPC dispõe que: UMA COISA É EXTINGUIR O PROCESSO OUTRA COISA É EXTINGUIR O CONFLITO. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar. 1. A função do mediador é independente. >> a arte da mediação está em despolarizar a comunicação da linguagem binária existente entre os litigantes, instalando uma linguagem ternária. >> a linguagem tradicionalmente utilizada pelo Poder Judiciário é a binária (improcedência ou procedência, culpado ou inocente, ganhador ou perdedor). >> a mediação introduz a linguagem ternária. Admite a criatividade humana e, em razão dela, inúmeras outras possibilidades de solução. >> o papel do mediador é acalmar os ânimos e, por consequência, desobstruir o canal de comunicação. Ao final, os próprios mediados deverão encontrar solução para o conflito havido entre eles. >> A mediação por isso constitui forma de resolução criativa, eficaz e pedagógica. >> mediador é o terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia (Lei de Mediação, art. 1º, parágrafo único). >> mediador –> espirito colaborador e cooperativo (o entendimento entre os mediados é buscado durante todo o procedimento). >> Importante: o mediador não substitui o advogado. Durante todo procedimento da mediação as partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos. UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. >> Cadastro nacional e cadastros de cada Tribunal com nomes de mediadores Os TJs e TRFs terão nomes de conciliadores e mediadores em uma espécie de cadastro. >> Dados de cada conciliador ficarão disponíveis para a população No cadastro do Tribunal constarão todos os dados relevantes para a atuação dos conciliadores e mediadores, tais como o número de processos de que participaram, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes. Requisitos para ser mediador judicial a) Ser civilmente capaz; b) Possuir graduação há pelo menos 2 anos em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo MEC; c) Ter feito curso de capacitaçãoem escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos Tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo CNJ em conjunto com o Ministério da Justiça. Cumpridos esses requisitos, o conciliador ou o mediador poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro do TJ ou TRF. Auxiliar da justiça Se a mediação ocorre judicialmente, o mediador é considerado um auxiliar da justiça. Em vez de cadastrar conciliadores e mediadores externos, o Tribunal poderá ter um corpo próprio desses profissionais. O Tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos (§ 6º do art. 167 do CPC 2015). O trabalho do mediador judicial é remunerado. Em regra, SIM. • Se o conciliador ou mediador for servidor concursado do Tribunal (§ 6º do art. 167 do CPC 2015), ele receberá remuneração mensal pelo exercício do cargo. • Se o conciliador ou mediador for profissional externo, cadastrado no banco de dados do Tribunal: deverá receber por cada trabalho que realizar, com remuneração UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. prevista em tabela fixada pelo Tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo CNJ (art. 169 do CPC 2015). A remuneração devida aos mediadores judiciais será custeada pelas partes. Obs: deverá ser assegurada a gratuidade da mediação para os litigantes que forem economicamente necessitados (§ 2º do art. 4º da Lei). EXCEÇÃO: a mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do Tribunal (§ 1º do art. 169 do CPC 2015). IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES Mesmos impedimentos e suspeições aplicáveis ao magistrado Os conciliadores e mediadores deverão atuar com imparcialidade. Assim, aplicam-se a eles as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz. A pessoa designada para atuar como conciliador ou mediador tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas. Comunicação do impedimento No caso de impedimento, o conciliador ou mediador comunicará este fato imediatamente ao magistrado, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar nova distribuição (art. 170 do CPC 2015). Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conciliador ou mediador (art. 170, parágrafo único, do CPC 2015). UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. Impedimento geral para a advocacia no juízo onde desempenha suas funções É comum que os conciliadores ou mediadores sejam advogados, apesar de não haver uma exigência nesse sentido. Se forem advogados, os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados no Tribunal estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções (§ 5º do art. 167 do CPC 2015). Ex: a pessoa é cadastrada como mediadora no TJMG para exercer mediações em Juiz de Fora. Isso significa que ela não poderá advogar em nenhum processo da Justiça Estadual nesta comarca. Poderá, no entanto, advogar na Justiça Federal (se lá não for cadastrada como mediadora). Impedimento em relação aos litigantes O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 ano, contado do término da última audiência em que atuarem, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes (art. 6º da Lei / art. 172 do CPC 2015). Impedimento para ser árbitro ou testemunha em processos nos quais atuou O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador (art. 7º da Lei). Mediador é equiparado a servidor público para fins penais CONCILIADOR >> a conciliação no ordenamento jurídico brasileiro tem raízes na Constituição de 1824, nos artigos 161 e 162, que, repetindo o art. 48 e seguintes do Código de Processo Civil Francês, instituiu a conciliação prévia como condição essencial de procedibilidade para todos os processos cíveis. >> uma das características da conciliação é promover encontros entre os interessados, nos quais um conciliador busca obter o entendimento e a solução das divergências por meio da composição não adversarial (em ambiente extrajudicial, é comum, os litigantes sentirem-se à vontade na presença de pessoa sem poder de decisão, no caso, o conciliador. >> a conciliação judicial ou endoprocessual acontece dentro do processo judicial, é procedimento próprio da jurisdição, isto é, a conciliação é uma atividade jurisdicional UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. e legalmente instituída. >> promover a conciliação é um dever legal do juiz. >> dever de sigilo. O conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. >> A lei regula também a organização profissional dos mediadores e conciliadores: Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. § 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. § 2o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. § 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes. § 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores. § 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOSSANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. § 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo. » o conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. » a mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. » a mediação mostra-se mais adequada para questões que envolvam conflitos familiares. E a conciliação, para questões nas áreas empresarial e consumo. » vantagens alcançadas em sede de mediação ou conciliação: redução do desgaste emocional, menor custo financeiro, construção de soluções adequadas às necessidades dos interessados, maior satisfação dos envolvidos e cumprimento voluntário das decisões. Mediador Judicial (CNJ) Para atuar como mediador judicial é preciso ser graduado há pelo menos dois anos, em qualquer área de formação, conforme dispõe o art. 11 da Lei n. 13.140, de 26 de junho de 2015 (Lei de Mediação). Essa exigência não se aplica ao conciliador, que pode atuar antes de concluir o curso superior, desde que tenha recebido a adequada capacitação. Os interessados em participar de curso de formação de mediadores judiciais e/ou de conciliadores devem entrar em contato com o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC) ou com os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs) dos tribunais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm https://www.cnj.jus.br/nucleos-de-conciliacao/ https://www.cnj.jus.br/nucleos-de-conciliacao/ UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. A Resolução n. 125/2010 do CNJ, a Lei n. 13.140/2015 (Lei de Mediação) e a Lei n. 13.105/2015 (Código de Processo Civil) determinam a obrigatoriedade da capacitação do mediador judicial e do conciliador, por meio de curso realizado pelos tribunais ou por entidades formadoras reconhecidas pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM). Os cursos de formação de mediadores judiciais e/ou conciliadores devem ser ministrados conforme parâmetro curricular estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça (Anexo I da Resolução n. 125/2010). Quem não possui capacitação pode procurar o tribunal ou acessar o site da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM) para obter a relação de entidades formadoras reconhecidas na respectiva jurisdição e o calendário de cursos. O CNJ mantém em seu portal o Cadastro Nacional de Mediadores Judiciais e Conciliadores (CCMJ) para inscrição de mediadores judiciais, conciliadores e câmaras privadas. Os tribunais podem utilizar-se deste cadastro ou criar cadastros próprios para apresentar os mediadores judiciais, os conciliadores e/ou as câmaras privadas credenciadas que atuarão em sua jurisdição. A atuação do mediador judicial é vinculada ao tribunal ou instituição formadora que ofertou o curso de capacitação, nos termos da Resolução ENFAM n. 2/2016, atualizada pela Resolução ENFAM n. 3/2017. Como regra, a remuneração devida aos mediadores judiciais e aos conciliadores será custeada pelas partes, assegurada a gratuidade aos necessitados, na forma da lei. Além de fixar as regras para o desenvolvimento dos cursos de formação de mediadores judiciais e conciliadores, a Resolução CNJ n. 125/2010 dispõe ainda sobre o Código de Ética e sobre as regras que regem o procedimento da mediação judicial e da conciliação. https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/atos-normativos?documento=2579 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm https://www.enfam.jus.br/ https://www.enfam.jus.br/ https://www.cnj.jus.br/ccmj/ https://www.cnj.jus.br/ccmj/ https://bdjur.stj.jus.br/jspui/handle/2011/102269 https://bdjur.stj.jus.br/jspui/handle/2011/110745 UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. Interpretando o CPC Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais Art. 165. criação de centros judiciários de solução consensual de conflitos pelo Tribunais de Justiça (orientar e estimular a autocomposição), devem observar as normas do CNJ O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes. Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais. Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. >> Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. >> Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. >> Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. >>O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores (concurso público de provas e títulos) Questões (PROMOTOR DE JUSTIÇA – PIAUI – 2019) Com relação a procedimentos, posturas, condutas e mecanismos apropriados para a obtenção da solução conciliada de conflitos, assinale a opção correta, à luz da legislação pertinente. a) Os advogados podem estimular a conciliação e outros métodos de solução consensual de conflitos nos processos que atuem, desde que autorizados pelo juiz competente. b) A audiência de conciliação ou de mediação deverá ser necessariamente realizada de forma presencial. c) Incumbe ao juiz promover, a qualquer tempo, a autocomposição, UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais. c) Para que a realização da audiência de conciliação ou de mediação seja dispensada, basta que uma das partes manifeste, expressamente, o desinteresse na composição consensual. d) É vedado às partes do processo judicial escolher livremente o conciliador ou o mediador: elas devem selecionar profissional inscrito no cadastro do tribunal pertinente. a) Os advogados não dependem de autorização do juiz para estimular a composição do conflito, dispondo o art. 3º, § 3º, do CPC/15, que "a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial". b) Ao contrário do que se afirma, sobre a audiência de conciliação e de mediação, dispõe o art. 334, § 7º, do CPC/15: "A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei". c) É o que dispõe o art. 139, V, do CPC/15, senão vejamos: "Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...) V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais". d) Não basta que uma das partes manifeste expressamente desinteresse na realização da audiência de conciliação, somente sendo ela dispensada se houver requerimento de ambas nesse sentido, senão vejamos: "Art. 334, § 4º, CPC/15. A audiência (DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO) não será realizada: I - se ambas as UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição". e) Ao contrário do que se afirma, a lei processual admite a livre escolha do conciliador ou do mediador pelas partes, senão vejamos: "Art. 168, CPC/15. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação. § 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no tribunal". =-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-= Conciliação Mediação Arbitragem Forma de autocomposição do conflito. Forma de autocomposição do conflito. Forma de heterocomposição do conflito. O terceiro não decide o conflito. Ele facilita que as partes cheguem ao acordo. O terceiro não decide o conflito. Ele facilita que as partes cheguem ao acordo. O terceiro é quem decide o conflito. Atua preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes. Atua preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes Atua tanto em um caso como no outro. Propõe soluções para os litigantes. Não propõe soluções para os litigantes. Decide o conflito. Princípios da Conciliação e Mediação Princípios: (166 CPC) a) independência, b) imparcialidade, c) autonomia da vontade, d) confidencialidade, e) oralidade, f) informalidade e UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. g) decisão informada. Independência Os conciliadores e os mediadores devem atuar com liberdade, sem qualquer tipo de pressão. Se não existirem condições para o bom desenvolvimento da sessão, esses auxiliares não estarão obrigados a fomentar a autocomposição mesmo contra a vontade das partes. Imparcialidade A imparcialidade é o “dever de agir com ausência de favoritismo, preferência ou preconceito, assegurando que valores e conceitos pessoais não interfiram no resultado do trabalho, compreendendo a realidade dos envolvidos no conflito e jamais aceitando qualquer espécie de favor ou presente” (art. 1º do Código de Ética de Conciliadores e Mediadores Judiciais, anexo à Resolução nº. 125 do CNJ). Lei da Mediação - Lei nº. 13.140/2015 (art. 2º, I). Autonomia da Vontade O conciliador e o mediador também devem respeitar as convicções dos interessados (autonomia da vontade). http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/203030325/lei-13140-15 UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. Não há como impor qualquer medida coercitiva para viabilizar um acordo que deverá ser plenamente aceito pelos mediandosualquer das partes. Não há qualquer relação de subordinação entre o conciliador ou mediador e o juiz, os interessados estão livres para celebrarem os pactos que melhor lhes aprouver. Na Lei nº. 13.140/2015 (Lei da Mediacao) há regramento expresso sobre a questão da autonomia. Nos termos do art. 2º, § 2º, “ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação.” Para que o procedimento funcione, as partes devem querer se submeter à mediação. No entanto, se o contrato firmado entre as partes contemplar a cláusula de mediação, as partes deverão comparecer pelo menos à primeira reunião (art. 2º, § 1º). Confidencialidade A confidencialidade expressa o dever de sigilo quanto às informações obtidas durante a conciliação ou a mediação. As partes só se sentirão à vontade para debater o conflito se o que for dito não lhes trouxer nenhum tipo de prejuízo caso a demanda precise posteriormente ser submetida a julgamento. Por tal razão o § 1º do art. 166 determina que o teor das informações não pode ser utilizado para fim diverso daquele que tenha sido deliberado expressamente pelas partes. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/203030325/lei-13140-15 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/203030325/lei-13140-15 UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. O mediador, por exemplo, deve “deixar claro que, caso a mediação não se concretize, nada do que foi conversado ou tratado durante o processo mediacional poderá fundamentar eventual futura decisão”. A oralidade e a informalidade demonstram que um dos propósitos da conciliação e da mediação é flexibilizar os procedimentos, de modo a conferir maior rapidez à superação da controvérsia. Para que o resultado da sessão seja satisfatório, as partes precisam ser informadas previamente sobre os seus direitos, bem como sobre procedimento ao qual estão sendo submetias e as consequências advindas da solução escolhida para resolver o conflito (princípio da decisão informada).Por fim, cabe comentar que o conciliador e o mediador podem ser escolhidos pelas próprias partes e, neste caso, o auxiliar prescindirá de registro junto ao cadastro de conciliadores do respectivo tribunal. Um dos princípios relacionados à mediação é o da autonomia da vontade das partes. É ele que garante que os envolvidos cheguem a uma decisão de forma voluntariava (não coercitiva) e que estabelece que somente deve haver a mediação se as partes consentirem espontaneamente com esse procedimento. Dessa forma, permitir que o mediador seja escolhido sem prévia aceitação das UNIP - DIREITO DISCIPLINA - PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - agosto de 2020 ROSELAINE DOS SANTOS SARMENTO @roselainesarmento Atenção: este roteiro não substitui os livros de doutrina da respectiva disciplina. partes não significa dizer que ele será imposto contra a vontade delas. Se houver qualquer fato ou circunstância que possa suscitar a imparcialidade do mediador, as partes poderão recusá-lo.
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