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CLOSTRIDIOSES INTRODUÇÃO Doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium spp. Clostridium botulinum → Botulismo Clostridium perfringens → Enterite necrótica Clostridium colinum → Enterite ulcerativa Clostridium septicum → Dermatite gangrenosa BOTULISMO Intoxicação aguda pela neurotoxina do Clostridium botulinum Infecções acontecem principalmente pelo Clostridium botulinum tipo C Afeta aves domésticas e silvestres HISTÓRICO 1917 → primeiro caso de botulismo relatado nos EUA por Dickson 1922 → isolado o Clostridium botulinum tipo C por Bengston 1922 → isolado o Clostridium botulinum tipo C por Seddon em bovinos 1971 → primeiro caso de botulismo no Brasil DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA → cosmopolita ETIOLOGIA Clostridium botulinum Bastonete gram positivo Anaeróbico Podendo se tornar gram negativo quando inicia a esporulação CLOSTRÍDIOS NEUROTÓXICOS Clostridium tetani (doença produzida → tétano) Clostridium botulinum (doença produzida → botulismo) PATOGENIA Ingestão das toxinas de Clostridium botulinum Ocorre por falta de higiene do galpão Os sinais vão aparecer em no máximo 2 dias, variando de acordo com a quantidade de toxina ingerida SINAIS CLÍNICOS Paralisia flácida de asas, pernas, pescoço e terceira pálpebra Aves deitadas no chão sem se mexer Asas caídas e pescoço distendido para frente e apoiado no chão Dispneia Penas facilmente destacáveis DIAGNÓSTICO/ TRATAMENTO Não há lesões macroscópicas e microscópicas Diagnóstico pelos sinais clínicos e histórico Detecção da toxina no sangue e conteúdo de papo, moela, intestino das aves (prova in vivo) Isolamento do Clostridium botulinum PCR Não existe um tratamento PREVENÇÃO E CONTROLE Recolhimento e destinação de aves mortas Controle da cama Remoção da cama após a saída do lote Lavagem e desinfecção do galpão Hipoclorito de cálcio e/ou formalina ENTERITE NECRÓTICA Enterotoxemia aguda não contagiosa Afeta principalmente aves jovens Causada pelas toxinas do Clostridium perfringens A ou C Necrose da mucosa do intestino delgado, com rápida debilidade e morte Descrita pela primeira vez em aves por Parish em 1961 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Cosmopolita Principal tipo é o A Pode afetar aves silvestres em cativeiro O tipo A está presente no conteúdo intestinal de aves e humanos Isolado em diversos alimentos, incluindo matéria prima de rações ETIOLOGIA Clostridium perfringens → bastonete gram positivo anaeróbico, produtor de esporos Resistência: esporos resistem a 100°C por 1h e destruídos a 115°C por 4min Hemólise em placas de ágar sangue PATOGENIA Afeta frangos de corte entre 2 e 5 semanas Casos em poedeiras Em perus de 7 a 12 semanas Aves acometidas por ascarídeos ou coccidiose Encontrado em fezes, cama de frango, solo, alimentos, etc. O Clostridium perfringens é habitante normal do TGI das aves (enterotoxinas são lesivas para a mucosa) Mudanças na alimentação (alto teor de fibra) Alta densidade no galpão Coccidiose Besouro Alphitobius diaperinius “cascudinhos” Micotoxinas (presentes principalmente na ração) Salmonelose PI: trato gastrointestinal FATORES DETERMINANTES DA PROGRESSÃO DA DOENÇA SINAIS CLÍNICOS Apatia, com diminuição do apetite Penas arrepiadas Fezes diarreicas de coloração escura podendo apresentar manchas de sangue Mortalidade de 5% a 15% do lote Em casos crônicos, observa-se edema, hemorragias e necrose Intestino delgado distendido com presença de gás no jejuno e íleo com a mucosa necrótica Hiperemia difusa, áreas hemorrágicas na serosa, espessamento de mucosa Esplenomegalia, hepatomegalia com focos esbranquiçados (necrose de coagulação) LESÕES MICROSCÓPICAS Severa necrose da mucosa intestinal com abundância de fibrina e detritos celulares Degradação do epitélio e exposição da lâmina própria As lesões podem se estender até a submucosa e a camada muscular DIAGNÓSTICO/ TRATAMENTO Sinais clínicos e histórico (aves que tiveram alteração na alimentação, infestação por parasitas...) Isolamento do agente ELISA e PCR podem ser usados Tratamento com antibióticos: lincomicina, bacitracina de zinco, oxitetraciclina, etc. PREVENÇÃO Controle de fatores imunossupressores Controle da coccidiose Manejo adequado Matéria prima de qualidade Uso de promotores de crescimento (prebióticos) Uso de enzimas, probióticos, prebióticos e ácidos orgânicos Tamanho do inoculo (quantidade de vírus que o indivíduo inala), fatores de virulência, fatores predisponentes Resistência do hospedeiro Patogênese Saúde/ cura ENTERITE ULCERATIVA Infecção bacteriana aguda Afeta CODORNAS, frangos jovens, perus e aves de caça Rápido aumento de mortalidade Descrita pela primeira vez em codornas em 1907 por Morse, nos EUA Presente em todos os países criadores de aves ETIOLOGIA Clostridium colinum → bastonete gram positivo, anaeróbicos, móveis e formadores de esporos O isolamento do Clostridium colinum é difícil 1907 → codornas 1934 → perus 1944 → frangos TRANSMISSÃO Contato com alimento e água com fezes contaminadas Ingestão de água, alimentos e carcaças contaminadas Frangos de corte e perus necessitam de fatores predisponentes para que ocorra a infecção SINAIS CLÍNICOS Diarreia aquosa e branca Sonolência, anorexia, encurvamento do corpo (sinal de peritonite), penas arrepiadas e emagrecimento Morte súbita sem causa aparente Pode atingir 100% de mortalidade em codornas LESÕES MACROSCÓPICAS Lesões ulcerativas no terço final do intestino delgado e no ceco, hemorragia, espessamento de mucosa As úlceras podem se unir formando grandes áreas de necrose Pode ocorrer perfuração das úlceras, levando a quadros de peritonite LESÕES MICROSCÓPICAS Quadro agudo → descamação do epitélio intestinal e congestão de vasos na lâmina própria Ulceras recentes → áreas necróticas com infiltração de linfócitos e granulócitos em vilos e submucosa Úlceras velhas → massa granular densa Fígado → pequenos focos de necrose coagulativa com reação inflamatória, bactérias gram + no parênquima DIAGNÓSTICO Sinais clínicos Observação das lesões Microscopia de tecido necrótico do fígado Isolamento do agente Imunofluorescência PREVENÇÃO E CONTROLE Evitar fatores imunossupressores Controle da coccidiose Limpeza e desinfecção das instalações e equipamentos Troca da cama entre lotes TRATAMENTO → estreptomicina 60g/ton; bacitracina de zinco 50 a 100g/ton DERMATITE GANGRENOSA (gangrena seca) Afeta principalmente aves jovens Associada a Clostridium septicum, Clostridium perfringens e Staphylococcus aureus Primeiramente descrita por Niemann em 1930 ETIOLOGIA Clostridium septicum → bastonete gram positivo, anaeróbico, produtor de esporos Clostridium perfringens → bastonete gram positivo, anaeróbico, produtor de esporos Staphylococcus aureus → cocos gram positivos, anaeróbico facultativo TRANSMISSÃO Está presente no ambiente Não há transmissão de ave para ave Necessita de agentes que favoreçam o seu desenvolvimento Eliminação pelas fezes e porta de entrada por ingestão de alimentos e água contaminadas com fezes SINAIS CLÍNICOS Incoordenação motora Fraqueza das pernas Ataxia Mortalidade aguda, podendo chegar a 60% LESÕES MACROSCÓPICAS Áreas de pele escura e desprovidas de penas Áreas hemorrágicas, inflamadas e com odor fétido Fígado e rins podem estar edemaciados e escuros LESÕES MICROSCÓPICAS Edema da pele e enfisema Congestão e hemorragia do tecido muscular e de vasos sanguíneos DIAGNÓSTICO Histórico Lesões macroscópicas e microscópicas Isolamento do agente TRATAMENTO Clortetraciclinas Oxitetraciclina Eritromicina Penicilina Separação dos animais doentes dos animais sadios
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