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Aula 4 - Uso racional de medicamentos (URM), interações medicamentosas e Polifarmácia

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URM – Uso Racional de 
Medicamentos
Uso Racional de Medicamentos
 De acordo com a Organização Mundial de Saúde,
entende-se que há uso racional de medicamento quando
pacientes recebem medicamentos para suas condições
clínicas em doses adequadas às suas necessidades
individuais, por um período adequado e ao menor custo
para si e para a comunidade.
MS, 2021
2
Uso Racional de Medicamentos
 O uso irracional ou inadequado de medicamentos é
um dos maiores problemas em nível mundial. A OMS
estima que mais da metade de todos os
medicamentos são prescritos, dispensados ou
vendidos de forma inadequada, e que metade de
todos os pacientes não os utiliza corretamente.
3
MS, 2021
Uso Racional de Medicamentos
 Exemplos de uso irracional de medicamentos incluem: uso
de muitos medicamentos por paciente ("polifarmácia"); uso
inadequado de antimicrobianos, muitas vezes em dosagem
inadequada, para infecções não bacterianas; excesso de
uso de injeções quando formulações orais seria mais
apropriado; falta de prescrição de acordo com as diretrizes
clínicas; automedicação inapropriada, muitas vezes
medicamentos prescritos; não aderência aos regimes de
dosagem.
4
MS, 2021
5
Como atingir o URM...
 diagnosticar corretamente;
 prescrever o tratamento correto, com as informações necessárias para o usuário,
baseado em evidências científicas;
 prescrever de modo legível, a fim de evitar inclusive problemas de dispensação e
administração;
 organizar o serviço, para que o usuário tenha acesso ao medicamento em
quantidade suficiente e em tempo oportuno;
 promover a adesão ao tratamento;
 avaliar e monitorar o usuário quanto à resposta terapêutica ou para qualquer
problema relacionado aos medicamentos
6
Boing, Zonta e Manzini, 2016
7
O medicamento é visto como uma mercadoria que faz com que o
processo saúde doença seja reduzido ao aspecto orgânico,
desconsiderando fatores causais de natureza social e
comportamental (Lefevre, 1983).
Esse aspecto é reforçado pelo marketing da indústria farmacêutica
junto aos prescritores e aos usuários. Aliado à falta de informação, o
marketing contribui para a automedicação inapropriada, o uso
incorreto, a polifarmácia, os gastos desnecessários e a prescrição
não orientada por diretrizes/protocolos, promovendo, dessa forma,
a medicalização.
Medicalização é um processo por meio do qual os indivíduos passam a 
entender questões não consideradas de ordem médica como se fossem 
problemas ou doenças que requerem intervenção médica.
Medicamentos essenciais
 Medicamentos essenciais: para obter maior eficiência do serviço com
resolutividade terapêutica, contribuindo para a prescrição e a
utilização mais racional de medicamentos (Marin et al, 2003).
 A seleção de medicamentos deve ser realizada com base em evidências
científicas, avaliando a eficácia, a segurança, a conveniência, a qualidade e
o custo.
 RENAME – Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
 RESME – Relação Estadual de Medicamentos Essenciais
 REMUME – Relação Municipal de Medicamentos Essenciais
8
Fonte de auxílio à tomada de decisão
9
Interação 
Medicamentosa
Uso de medicamentos
“Não existem medicamentos seguros, e sim, uso seguro de 
medicamentos.”
“Todo medicamento é potencialmente um veneno; o que 
distingue um medicamento de um veneno é tão somente a 
dose.”
(Paracelsus, 1493-1541, médico, alquimista, cirurgião)
11
Interação 
Medicamentosa
12
Interações de medicamentos (IMs) são 
eventos clínicos em que os efeitos de um 
fármaco são alterados pela presença de 
outro fármaco, alimento, bebida ou algum 
agente químico ambiental.
Provoca aumento ou diminuição de efeito 
terapêutico ou tóxico de um ou de outro
Hoefler, 2008
Interação medicamentosa
 Pacientes idosos: polifarmácia
 Pacientes hospitalizados: 13 ou mais fármacos diferentes por dia.
 Interações medicamentosas: responsáveis por 7% das reações
adversas e 15% do prolongamento do período de internação.
 Nem todas as interações são significativas ou indesejadas,
podendo ser úteis para aumentar a eficácia ou diminuir a
toxicidade das drogas.
13
Prejudiciais 
ou 
benéficas?
14
Varfarina + AINE 
(sem reduzir a dose do anticoagulante)
Tetraciclina + Antiácidos
(quelação)
Diurético + IECA
Tipos de 
interações
15FARMACÊUTICAS
Interações 
Farmacêuticas/Farmacocinéticas
INCOMPATIBILIDADES, de caráter físico-químico, que originam a inativação ou a
precipitação de fármacos antes de serem administrados ao paciente
Reações de óxido-redução - Ex.: Vitamina C + Ferro
Reações de Precipitação - Ex.: Tetraciclinas + Cálcio (leite)
Fenômenos de adsorção - Ex.: Carvão Ativo
Neutralização - Ex.:. Heparina + fármaco básico
Turvação e Precipitação - Visíveis antes da administração
16
Interações Farmacocinéticas
17
ANTIÁCIDO 
X 
ABSORÇÃO
18
Motilidade 
Gastrointestinal
19
Fármacos anticolinérgicos (atropina,
escopolamina) retardam o esvaziamento gástrico
e a motilidade intestinal e reduzem as secreções
digestivas – prejudicam a absorção de fármacos
Fármacos que aceleram o esvaziamento gástrico
– favorecem a absorção de muitos fármacos (ex.:
metoclopramida, bromoprida, domperidona)
Absorção afetada
20
Distribuição
 Fármaco livre no plasma, por ter se deslocado do órgão alvo;
 Fármacos que se ligam fortemente (> 90 %) às proteínas plasmáticas:
Ex.: anticoagulantes orais, fenitoína, estrógenos, glicocorticóides,
diazepam, AINEs;
 A competição entre dois fármacos pela ligação às proteínas
plasmáticas resulta em aumento da fração livre de um ou ambos os
fármacos - intensificação da resposta farmacológica e/ou tóxica.
21
Distribuição afetada
22
Metabolização
 O metabolismo de um fármaco pode ser estimulado ou inibido através
da terapia concomitante:
- Indução enzimática: estimulação de certas isoenzimas do citocromo P-
450
Exemplos: barbitúricos, carbamazepina, fenitoína, rifampicina
A indução enzimática não ocorre imediatamente após a tomada do 
fármaco – são necessários alguns dias para apresentar efeito indutor 
máximo
23
Metabolização
 Inibição enzimática: inibição de isoenzimas do citocromo P-450
no fígado
Exemplos: cimetidina, antifúngicos imidazólicos, antibióticos
macrolídeos (eritromicina, claritromicina), metronidazol
A ação inibitória das enzimas hepáticas ocorre logo após a 
exposição ao fármaco
24
25
Excreção
 Aumento do fluxo sanguíneo renal
 Inibição da secreção tubular ativa
 Alterações na reabsorção tubular
 Alterações no pH urinário (alcalinização) podem interferir na
elimação de fármacos (EX.: AAS e bicarbonato de sódio);
 Inibição da glicoproteína-P responsável pela excreção ativa de
um fármaco nos túbulos renais;
26
Excreção afetada
27
Manejo
Prevenção ou resolução pode ser realizado a partir de parâmetros sugeridos pelas bases
de dados consultadas, em que se preconiza:
 ajuste de dose, quando se recomenda a diminuição ou o aumento da dose dos
fármacos envolvidos em interações medicamentosas;
 monitoramento, quando se determinam as concentrações séricas destes fármacos;
 precaução, onde o uso concomitante de fármacos envolvidos em interações
medicamentosas potenciais é feito com cautela;
 substituição, quando há uma alternativa terapêutica mais segura e eficaz;
 resposta terapêutica, quando o monitoramento é realizado a partir da resposta
farmacológica de um ou mais fármacos;
 evitar, quando não é recomendado o uso concomitante dos fármacos;
 horário, quando se recomenda alterar o horário de administração dos
medicamentos.
28
Polifarmácia
Polifarmácia
 Definição 1: é o uso de cinco ou mais medicamentos simultaneamente
(MASNOON et al., 2017).
 Definição 2: uso de múltiplos medicamentos ou a administração de mais
medicamentos do que foi clinicamente indicado, representando uso
desnecessário.
Por ex.: paciente que muitos medicamentos, todos com prescrição validada e
realmente necessária para as condições, não haveria a ocorrênciade
polifarmácia;
Por outro lado, o uso de apenas dois medicamentos poderia caracterizar
polifarmácia, (uso concomitante de um hipnótico-sedativo com um
medicamento para controle de ansiedade) (SIMONSON, 2015).
30
Polifarmácia
 A polifarmácia é o principal fator relacionado a eventos adversos
associados aos medicamentos nos idosos.
 As RAM e interações medicamentosas (IM) são as consequências mais
diretamente relacionadas a este problema (SECOLI, 2010).
 As interações medicamentosas, a polifarmácia e a automedicação
caracterizam o uso irracional de medicamentos, o qual se associa à
elevada incidência de RAM, hospitalizações e até óbitos, principalmente
entre os idosos (MANSO; BIFFI; GERARDI, 2015).
31
Farmacocinética por faixa etária
32
Criança Adulto Idoso
Água total do 
organismo em 
relação ao peso
Capacidade de 
metabolismo hepático 
da droga
Critérios de Beers
Listas de medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) para idosos
elaborados por especialistas da American Geriatrics Society que revisam estudos
clínicos e pesquisas sobre medicamentos e sua relação com idosos.
 1) medicamentos que são potencialmente inapropriados na maioria dos idosos;
 2) aqueles que normalmente devem ser evitados em idosos com certas
condições;
 3) medicamentos para serem usados com cautela;
 4) interações medicamentosas; e
 5) ajuste da dose de droga com base na função renal.
33
34
Diretrizes de classificação de qualidade da evidência e de força de recomendação da 
American College of Physicians para os Critérios de Beers
35
https://sbgg.org.br/informativos/23-12-16/4_CONSENSO_BRASILEIRO_DE_MEDICAMENTOS_POTENCIALMENTE_INAPROPRIADO_PARA_IDOSOS.pdf
CRITÉRIO RACIONAL EXCEÇÃO
Critérios para 
medicamentos que 
devem ser evitados 
em idosos, 
independentes de 
condição clínica
Gestação
36
Desde 1979 a agência americana FDA adotou
classificação de risco na gravidez que é o
enquadramento em que os fármacos são categorizados
de acordo com o risco de causar dano ao feto durante
a gravidez, baseando-se em estudos em animais ou
humanos.
https://www.whocc.no/filearchive/publications/2021_guidelines_web.pdf
37
Categoria Risco Exemplo
A Estudos controlados em mulheres grávidas não demostraram
risco para o feto no primeiro trimestre da gravidez.
Ácido fólico
Levotiroxina
B Estudos de reprodução animal não demonstraram risco para o
feto e não há estudos adequados e controlados em mulheres
grávidas; ou estudos de reprodução animal apresentaram
efeitos adversos, mas estudos controlados em mulheres
grávidas não apresentaram efeitos adversos ao feto.
Amoxicilina
Loratadina
C Estudos de reprodução animal mostraram um efeito adverso no
feto; ou não há estudos de reprodução animal e nem estudos
controlados em humanos.
Fluconazol
Metoprolol
Sertralina
D Evidência positiva de risco fetal, mas os benefícios podem
superar os riscos.
Lisinopril
Lítio
Fenitoína
X Evidência positiva de risco fetal, e os riscos superam claramente
qualquer benefício.
Sinvastatina
Varfarina
Isotretinoína
Categoria de fatores de risco para gravidez
Lactantes
38
Em situações em que a nutriz está em processo 
de terapia farmacológica deve-se equilibrar os 
benefícios para criança e a mãe contra o risco 
potencial de exposição ao fármaco para a 
criança.
“Medications and Mother’s Milk” de Hale e Rowe (2014)
39Classificação Categoria de Risco
Nível L1 Fármacos seguros ao mais alto nível. Foram administrados em um número
grande de nutrizes sem qualquer aumento de efeitos adversos observados no
lactente.
Nível L2 Fármacos considerados seguros. Foram estudados em número limitado de
nutrizes sem aumento de efeitos adversos no lactente.
Nível L3 Fármacos moderadamente seguros. Não há estudos controlados em nutrizes e
o risco de efeitos adversos no lactente é possível. Estes fármacos devem ser
administrados somente se o benefício justificar o risco potencial para o lactente.
Nível L4 Fármacos possivelmente perigosos. Há evidência positiva de risco para o
lactente ou na produção de leite materno. No entanto, os benefícios do uso
destes fármacos podem ser admissíveis apesar do risco para o lactente, em
situações em que o fármaco é necessário como em casos de risco de vida ou
doença grave.
Nível L5 Fármacos que possuem um elevado risco de causar danos significativos no
lactente. Uso contraindicado em nutrizes.
Classificação: Medications and Mother’s Milk de Hale e Rowe (2014)
Cuidado para lactantes
40
https://www.scielosp.org/pdf/csc/2019.v24n2/573-587/pt
Obrigado!

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