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Acordão Penal CURSO DE DIREITO ESTÁGIO SUPERVISIONADO UNIP

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5. DIREITO PENAL 
5.1. EXCESSO DE EXECUÇÃO 
 
EMENTA 
EMENTA: HABEAS CORPUS - UNIFICAÇÃO OU SOMA DE PENAS DEFINITIVAS OU 
PROVISÓRIAS - ALTERAÇÃO DO MARCO TEMPORAL PARA BENEFÍCIOS 
FUTUROS - NOVO ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - 
REPOSICIONAMENTO RECOMENDÁVEL - HABEAS CORPUS CONCEDIDO. 1. Em 
recente alteração de posicionamento, a Terceira Seção do STJ se manifestou no sentido 
de que a superveniência de nova condenação - provisória ou definitiva - no curso da 
execução penal enseja tão somente a unificação ou soma das reprimendas impostas 
(e, dependendo do quantum alcançado, eventualmente, a fixação de novo regime mais 
gravoso), consoante inteligência dos arts. 111, parágrafo único, e 118, II, da LEP (REsp 
n.º 1.557.461/SC e HC n.º 381.248/MG). 2. Assim, considerando ter restado 
consolidado, naquela oportunidade, que a alteração da data-base para a concessão de 
benefícios executórios - nesta situação de soma ou unificação de penas provisórias ou 
definitivas - não encontra respaldo legal, configurando evidente bis in idem e, por 
conseguinte, patente excesso de execução, recomendável a adoção do novo 
entendimento externado pelo STJ, órgão do Poder Judiciário constitucionalmente 
competente para a unificação da jurisprudência nacional em matéria infraconstitucional 
(ex vi do art. 105, III, "a", da CR/88). 3. Habeas corpus concedido. (TJMG - Habeas 
Corpus Criminal 1.0000.19.004162-4/000, Relator(a): Des.(a) Eduardo Brum , 4ª 
CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 13/02/0019, publicação da súmula em 14/02/2019) 
 
ACÓRDÃO 
Vistos etc., acorda, em Turma, a 4ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do 
Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em CONCEDER A 
ORDEM DE HABEAS CORPUS. DES. EDUARDO BRUM RELATOR. 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
Câmaras Criminais / 4ª CÂMARA CRIMINAL – Tribunal de Justiça do Estado de Minas 
Gerais. 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
Trata-se de habeas corpus, com pedido liminar. 
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3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Concederam a ordem de Habeas Corpus, prevaleceu o entendimento sobre o período 
de prisão cumprido pelo réu antes do trânsito em julgado de sua segunda condenação, 
o que não pode ser admitido, por configurar excesso na execução. 
 
5.2. EXCESSO DE EXECUÇÃO 
 
EMENTA 
EMENTA: AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL - UNIFICAÇÃO DAS PENAS 
PROVISÓRIAS E DEFINITIVAS - POSSIBILIDADE - ARTIGO 111 DA LEI DE 
EXECUÇÃO PENAL - CONDENAÇÃO NÃO TRANSITADA EM JULGADO - TERMO 
INICIAL PARA A CONTAGEM DO PRAZO PARA AQUISIÇAO DE BENEFÍCIOS 
PRISIONAIS APÓS A UNIFICAÇÃO DAS PENAS - DATA DA PUBLICAÇÃO DA 
ÚLTIMA DE SENTENÇA CONDENATÓRIA - IMPOSSIBILIDADE - TERMO A QUO 
PARA CONCESSÃO DE NOVOS BENEFÍCIOS - AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL 
PARA ALTERAÇÃO DA DATA-BASE - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 
- Considerando a superveniência de nova condenação do reeducando durante o curso 
da execução, deve-se proceder a unificação das reprimendas a ele impostas, 
possibilitando a determinação do regime prisional, conforme prevê o artigo 111, da LEP. 
- A alteração da data-base para concessão de novos benefícios prisionais, em razão da 
unificação das penas, não encontra respaldo legal. Portanto, a desconsideração do 
período de cumprimento de pena desde a última prisão ou desde a última infração 
disciplinar, seja por delito ocorrido antes do início da execução da pena, seja por crime 
praticado depois e já apontado como falta disciplinar grave, configura excesso de 
execução (REsp 1557461/SC, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 15/03/2018). (TJMG - Agravo em Execução 
Penal 1.0713.16.008649-0/001, Relator(a): Des.(a) Beatriz Pinheiro Caires , 2ª 
CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 08/11/0018, publicação da súmula em 21/11/2018) 
 
ACÓRDÃO 
Vistos etc., acorda, em Turma, a 2ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do 
Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em DAR PARCIAL 
PROVIMENTO AO RECURSO. 
DESA. BEATRIZ PINHEIRO CAIRES 
RELATORA. 
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Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
Câmaras Criminais / 2ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas 
Gerais 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
Agravo em Execução interposto pelo ilustre Representante do Ministério Público, contra 
decisão reconhecendo não ser possível a soma das penas provisórias e definitivas, 
tendo em vista que a segunda condenação do agravado ainda não transitou em julgado. 
 
3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Deram parcial provimento ao recurso em execução, para que seja determinada a 
unificação das penas provisórias e definitivas, mantendo como marco inicial para futuras 
concessões de benefícios prisionais a data da última prisão do ora recorrido 
 
5.3. PATROCÍNIO INFIEL, PATROCÍNIO SIMULTÂNEO OU TERGIVERSAÇÃO 
 
EMENTA 
PROCESSO PENAL – REJEIÇÃO DE DENÚNCIA – PATROCÍNIO INFIEL – CRIME 
MATERIAL – POSSIBILIDADE DE TENTATIVA SOB A PERSPECTIVA DO 
PARTICULAR – CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – INDÍCIOS 
SUFICIENTES DE AUTORIA E MATERIALIDADE DELITIVA – RECURSO PROVIDO – 
DENÚNCIA RECEBIDA. 1. Denúncia com a imputação da suposta prática do crime de 
patrocínio infiel rejeitada sob o fundamento de que a conduta seria atípica porque a 
suposta vítima não teria experimentado prejuízo. 2. O tipo penal previsto no artigo 355, 
caput, do Código Penal é crime próprio, material, doloso, de forma livre, comissivo ou 
omissivo, instantâneo e plurissubsistente. Tem como objetividade jurídica a 
Administração da Justiça e por sujeito passivo primário o Estado e secundário o 
particular prejudicado. 3. No caso concreto, os recorridos, na qualidade de advogados 
e em conluio, como constituintes do reclamante e do reclamado, ajuizaram ação 
trabalhista para que em Juízo fosse homologado acordo que já havia sido firmado em 
data pretérita e em valor inferior ao descrito na petição inicial a fim de que incidisse a 
coisa julgada sobre outras verbas a que faria jus o reclamante, pessoa humilde que não 
pretendia exercer seu direito de ação. 4. O efetivo prejuízo ao reclamante somente não 
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ocorreu porque o Juízo trabalhista percebeu o ardil e julgou o processo extinto sem 
julgamento de mérito e porque aquele recebera a quantia pretendida a título de verbas 
trabalhistas diretamente de seu empregador. Todavia, isto não enseja a atipicidade da 
conduta porque o patrocínio infiel é crime material e, portanto, admite tentativa, 
perfeitamente descrita na denúncia. 5. Não se pode olvidar que o crime do artigo 355, 
caput, do Código Penal atenta também contra a Administração da Justiça, ou seja, 
contra direitos indisponíveis, e sob esta perspectiva o crime está consumado, na medida 
que há documentos nos autos do recurso que demonstram que a ação trabalhista foi 
efetivamente proposta, a despeito da preexistência de acordo entre reclamante e 
reclamado – com manifesta ausência de interesse de agir, ao menos lícito. Portanto, a 
atuação jurisdicional foi provocada desnecessariamente, inclusive com a prolação de 
sentença, em razão do conluio de agentes investidos, constitucionalmente, no dever de 
colaborar para a sua correta prestação. 6. Existência de indícios suficientes de 
materialidade e autoria delitiva de que os recorridos praticaram, ao menos na forma 
tentada, o crime descrito na denúncia, ou seja, que, em concurso de agentes, traíram, 
na qualidade de advogados, o dever profissional, sem causar prejuízo a interesse, cujo 
patrocínio em juízo fora confiado à primeira, por circunstâncias alheias às suas 
vontades. 7. Recurso provido para o fim de receber a denúncia. 
 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Desembargadores Federais da Primeira Turmado Tribunal Regional 
Federal da Terceira Região, à unanimidade, em dar provimento ao recurso para o fim 
de receber a denúncia, nos termos do relatório e voto do Sr. Desembargador Federal 
Relator que fazem parte integrante do presente julgado. São Paulo, 30 de agosto de 
2005 (data do julgamento). Desembargador Federal JOHONSOM DI SALVO - Relator 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
Desembargadores Federais da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 
Terceira Região. 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
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Trata-se de Recurso em Sentido Estrito contra a decisão que rejeitou denúncia oferecida 
pelo Ministério Público Federal contra os réus pela suposta prática do crime de 
patrocínio infiel (artigo 355, caput, do Código Penal). 
 
3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Deu-se o provimento ao recurso para o fim de receber a denúncia. 
 
5.4. PATROCÍNIO INFIEL, PATROCÍNIO SIMULTÂNEO OU TERGIVERSAÇÃO 
EMENTA 
HABEAS CORPUS – JULGAMENTO POR TRIBUNAL SUPERIOR – IMPUGNAÇÃO. A 
teor do disposto no artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, contra 
decisão, proferida em processo revelador de habeas corpus, a implicar a não concessão 
da ordem, cabível é o recurso ordinário. Evolução quanto à admissibilidade do 
substitutivo do habeas 
corpus. PATROCÍNIO INFIEL SIMULTÂNEO OU TERGIVERSAÇÃO. Os tipos do 
artigo 355 do Código Penal pressupõem o instrumento de mandato – a procuração – 
outorgado ao profissional da advocacia ou, no processo-crime, o fato de o acusado o 
haver indicado por ocasião do interrogatório, constando essa circunstância da ata 
respectiva – artigo 266 do Código de Processo Penal. Ordem implementada de ofício 
para trancar a ação penal ante informações do Juízo da causa sobre a inexistência do 
credenciamento nas duas formas referidas. 
 
ACÓRDÃO 
A Turma julgou extinta a ordem de habeas corpus por inadequação da via processual, 
mas a concedeu, de ofício, nos termos do voto do Relator. Unânime. Falou o Dr. Alberto 
Zacharias Toron, pelo Paciente. Presidência do Senhor Ministro Luiz Fux. 1ª Turma, 
14.5.2013. 
 
Análise 
1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? 
Primeira Turma do STF. 
 
2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 
IMPUGNAÇÃO contra decisão, proferida em processo revelador de habeas corpus, a 
implicar a não concessão da ordem, cabível é o recurso ordinário. 
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3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? 
Julgou extinta a ordem de habeas corpus por inadequação da via processual.

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