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34 5. DIREITO PENAL 5.1. EXCESSO DE EXECUÇÃO EMENTA EMENTA: HABEAS CORPUS - UNIFICAÇÃO OU SOMA DE PENAS DEFINITIVAS OU PROVISÓRIAS - ALTERAÇÃO DO MARCO TEMPORAL PARA BENEFÍCIOS FUTUROS - NOVO ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - REPOSICIONAMENTO RECOMENDÁVEL - HABEAS CORPUS CONCEDIDO. 1. Em recente alteração de posicionamento, a Terceira Seção do STJ se manifestou no sentido de que a superveniência de nova condenação - provisória ou definitiva - no curso da execução penal enseja tão somente a unificação ou soma das reprimendas impostas (e, dependendo do quantum alcançado, eventualmente, a fixação de novo regime mais gravoso), consoante inteligência dos arts. 111, parágrafo único, e 118, II, da LEP (REsp n.º 1.557.461/SC e HC n.º 381.248/MG). 2. Assim, considerando ter restado consolidado, naquela oportunidade, que a alteração da data-base para a concessão de benefícios executórios - nesta situação de soma ou unificação de penas provisórias ou definitivas - não encontra respaldo legal, configurando evidente bis in idem e, por conseguinte, patente excesso de execução, recomendável a adoção do novo entendimento externado pelo STJ, órgão do Poder Judiciário constitucionalmente competente para a unificação da jurisprudência nacional em matéria infraconstitucional (ex vi do art. 105, III, "a", da CR/88). 3. Habeas corpus concedido. (TJMG - Habeas Corpus Criminal 1.0000.19.004162-4/000, Relator(a): Des.(a) Eduardo Brum , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 13/02/0019, publicação da súmula em 14/02/2019) ACÓRDÃO Vistos etc., acorda, em Turma, a 4ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em CONCEDER A ORDEM DE HABEAS CORPUS. DES. EDUARDO BRUM RELATOR. Análise 1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? Câmaras Criminais / 4ª CÂMARA CRIMINAL – Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. 2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? Trata-se de habeas corpus, com pedido liminar. 35 3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? Concederam a ordem de Habeas Corpus, prevaleceu o entendimento sobre o período de prisão cumprido pelo réu antes do trânsito em julgado de sua segunda condenação, o que não pode ser admitido, por configurar excesso na execução. 5.2. EXCESSO DE EXECUÇÃO EMENTA EMENTA: AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL - UNIFICAÇÃO DAS PENAS PROVISÓRIAS E DEFINITIVAS - POSSIBILIDADE - ARTIGO 111 DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL - CONDENAÇÃO NÃO TRANSITADA EM JULGADO - TERMO INICIAL PARA A CONTAGEM DO PRAZO PARA AQUISIÇAO DE BENEFÍCIOS PRISIONAIS APÓS A UNIFICAÇÃO DAS PENAS - DATA DA PUBLICAÇÃO DA ÚLTIMA DE SENTENÇA CONDENATÓRIA - IMPOSSIBILIDADE - TERMO A QUO PARA CONCESSÃO DE NOVOS BENEFÍCIOS - AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL PARA ALTERAÇÃO DA DATA-BASE - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. - Considerando a superveniência de nova condenação do reeducando durante o curso da execução, deve-se proceder a unificação das reprimendas a ele impostas, possibilitando a determinação do regime prisional, conforme prevê o artigo 111, da LEP. - A alteração da data-base para concessão de novos benefícios prisionais, em razão da unificação das penas, não encontra respaldo legal. Portanto, a desconsideração do período de cumprimento de pena desde a última prisão ou desde a última infração disciplinar, seja por delito ocorrido antes do início da execução da pena, seja por crime praticado depois e já apontado como falta disciplinar grave, configura excesso de execução (REsp 1557461/SC, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 15/03/2018). (TJMG - Agravo em Execução Penal 1.0713.16.008649-0/001, Relator(a): Des.(a) Beatriz Pinheiro Caires , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 08/11/0018, publicação da súmula em 21/11/2018) ACÓRDÃO Vistos etc., acorda, em Turma, a 2ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. DESA. BEATRIZ PINHEIRO CAIRES RELATORA. 36 Análise 1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? Câmaras Criminais / 2ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais 2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? Agravo em Execução interposto pelo ilustre Representante do Ministério Público, contra decisão reconhecendo não ser possível a soma das penas provisórias e definitivas, tendo em vista que a segunda condenação do agravado ainda não transitou em julgado. 3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? Deram parcial provimento ao recurso em execução, para que seja determinada a unificação das penas provisórias e definitivas, mantendo como marco inicial para futuras concessões de benefícios prisionais a data da última prisão do ora recorrido 5.3. PATROCÍNIO INFIEL, PATROCÍNIO SIMULTÂNEO OU TERGIVERSAÇÃO EMENTA PROCESSO PENAL – REJEIÇÃO DE DENÚNCIA – PATROCÍNIO INFIEL – CRIME MATERIAL – POSSIBILIDADE DE TENTATIVA SOB A PERSPECTIVA DO PARTICULAR – CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA E MATERIALIDADE DELITIVA – RECURSO PROVIDO – DENÚNCIA RECEBIDA. 1. Denúncia com a imputação da suposta prática do crime de patrocínio infiel rejeitada sob o fundamento de que a conduta seria atípica porque a suposta vítima não teria experimentado prejuízo. 2. O tipo penal previsto no artigo 355, caput, do Código Penal é crime próprio, material, doloso, de forma livre, comissivo ou omissivo, instantâneo e plurissubsistente. Tem como objetividade jurídica a Administração da Justiça e por sujeito passivo primário o Estado e secundário o particular prejudicado. 3. No caso concreto, os recorridos, na qualidade de advogados e em conluio, como constituintes do reclamante e do reclamado, ajuizaram ação trabalhista para que em Juízo fosse homologado acordo que já havia sido firmado em data pretérita e em valor inferior ao descrito na petição inicial a fim de que incidisse a coisa julgada sobre outras verbas a que faria jus o reclamante, pessoa humilde que não pretendia exercer seu direito de ação. 4. O efetivo prejuízo ao reclamante somente não 37 ocorreu porque o Juízo trabalhista percebeu o ardil e julgou o processo extinto sem julgamento de mérito e porque aquele recebera a quantia pretendida a título de verbas trabalhistas diretamente de seu empregador. Todavia, isto não enseja a atipicidade da conduta porque o patrocínio infiel é crime material e, portanto, admite tentativa, perfeitamente descrita na denúncia. 5. Não se pode olvidar que o crime do artigo 355, caput, do Código Penal atenta também contra a Administração da Justiça, ou seja, contra direitos indisponíveis, e sob esta perspectiva o crime está consumado, na medida que há documentos nos autos do recurso que demonstram que a ação trabalhista foi efetivamente proposta, a despeito da preexistência de acordo entre reclamante e reclamado – com manifesta ausência de interesse de agir, ao menos lícito. Portanto, a atuação jurisdicional foi provocada desnecessariamente, inclusive com a prolação de sentença, em razão do conluio de agentes investidos, constitucionalmente, no dever de colaborar para a sua correta prestação. 6. Existência de indícios suficientes de materialidade e autoria delitiva de que os recorridos praticaram, ao menos na forma tentada, o crime descrito na denúncia, ou seja, que, em concurso de agentes, traíram, na qualidade de advogados, o dever profissional, sem causar prejuízo a interesse, cujo patrocínio em juízo fora confiado à primeira, por circunstâncias alheias às suas vontades. 7. Recurso provido para o fim de receber a denúncia. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Desembargadores Federais da Primeira Turmado Tribunal Regional Federal da Terceira Região, à unanimidade, em dar provimento ao recurso para o fim de receber a denúncia, nos termos do relatório e voto do Sr. Desembargador Federal Relator que fazem parte integrante do presente julgado. São Paulo, 30 de agosto de 2005 (data do julgamento). Desembargador Federal JOHONSOM DI SALVO - Relator Análise 1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? Desembargadores Federais da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da Terceira Região. 2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? 38 Trata-se de Recurso em Sentido Estrito contra a decisão que rejeitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra os réus pela suposta prática do crime de patrocínio infiel (artigo 355, caput, do Código Penal). 3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? Deu-se o provimento ao recurso para o fim de receber a denúncia. 5.4. PATROCÍNIO INFIEL, PATROCÍNIO SIMULTÂNEO OU TERGIVERSAÇÃO EMENTA HABEAS CORPUS – JULGAMENTO POR TRIBUNAL SUPERIOR – IMPUGNAÇÃO. A teor do disposto no artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, contra decisão, proferida em processo revelador de habeas corpus, a implicar a não concessão da ordem, cabível é o recurso ordinário. Evolução quanto à admissibilidade do substitutivo do habeas corpus. PATROCÍNIO INFIEL SIMULTÂNEO OU TERGIVERSAÇÃO. Os tipos do artigo 355 do Código Penal pressupõem o instrumento de mandato – a procuração – outorgado ao profissional da advocacia ou, no processo-crime, o fato de o acusado o haver indicado por ocasião do interrogatório, constando essa circunstância da ata respectiva – artigo 266 do Código de Processo Penal. Ordem implementada de ofício para trancar a ação penal ante informações do Juízo da causa sobre a inexistência do credenciamento nas duas formas referidas. ACÓRDÃO A Turma julgou extinta a ordem de habeas corpus por inadequação da via processual, mas a concedeu, de ofício, nos termos do voto do Relator. Unânime. Falou o Dr. Alberto Zacharias Toron, pelo Paciente. Presidência do Senhor Ministro Luiz Fux. 1ª Turma, 14.5.2013. Análise 1- Qual foi o Tribunal ou juízo responsável pela decisão analisada? Primeira Turma do STF. 2- Qual a principal tese da jurisprudência analisada? IMPUGNAÇÃO contra decisão, proferida em processo revelador de habeas corpus, a implicar a não concessão da ordem, cabível é o recurso ordinário. 39 3- Em caso de recurso, este foi provido ou não? Julgou extinta a ordem de habeas corpus por inadequação da via processual.
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