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Panorama da Saúde da Criança e do Adolescente no Brasil O que é uma criança? Criança • Ser único • De potencialidades • De relações interpessoais • Em processo de crescimento e desenvolvimento Definição de criança • “A criança é o produto de eventos e relacionamentos passados, onde todos os eventos e relacionamentos presentes irão afetar seu bem-estar e desenvolvimento futuros.” (Wong) • “Criança é a criatura em crescimento e desenvolvimento em busca de adaptação ao ambiente físico, psíquico e social, a fim de atingir os melhores padrões da espécie”. (Marcondes) Estágios do desenvolvimento – Wong Período pré-natal: da concepção ao nascimento • Germinal: concepção até 2 semanas • Embrionário: 2 a 8 semanas • Fetal: 8 a 40 semanas Período de lactante • Neonato: 0 a 28 dias • Lactante: até 12 meses Primeira infância • Infante ou todler: 1 a 3 anos • Pré-escolar: 3 a 6 anos Meio da infância • Escolar: 6 a 11 anos Fim da infância • Pré-puberal: 10-11 a 13 anos • Adolescência: 13 a 19 Pediatria • É o campo de assistência de saúde que atende os problemas da criança, isto é, do ser humano em crescimento e desenvolvimento (da fecundação a adolescência). Preventiva ou puericultura • Cuida da manutenção das condições de normalidade. Pediatria curativa • Cuida da restauração das condições de normalidade. Objetivos da pediatria • O objetivo principal da Pediatria é proteger e favorecer o crescimento e desenvolvimento integral da criança e não apenas restaurar a sua saúde física. História da saúde da criança • As crianças por muitos anos foram tratadas da mesma forma que adultos, sem nenhuma consideração pelos aspectos relacionados ao crescimento e desenvolvimento infantil. • A infância não era percebida pela família e nem pelo Estado como uma etapa do ciclo vital, com necessidades singulares. • Entretanto, no decorrer dos séculos a criança passou a ser vista socialmente, com particularidades significativas que exigiram transformações sociais, econômicas e políticas. • A partir do século XVIII com a Revolução Industrial e a necessidade cada vez maior de mão-de- obra, viu-se a necessidade da criação de delineamento da saúde dos cidadãos, incluindo as crianças. • Desde então, estamos em constante melhoria e atenção à saúde da criança no Brasil. • Século XI – a criança era vista como adulto em miniatura, a linguagem não desenvolvida dificultava a percepção de necessidades. • Século XV – eram retratadas em quadros por sua beleza, porém sem a percepção de suas singularidades. • Brasil entre os séculos XVI e XIX (período colonial) – possuía Índice de Mortalidade Infantil de até 70%. • As crianças eram vistas como um instrumento para as famílias, agentes passivos, amedrontadas pelos cruéis castigos físicos, permanecendo constantemente submetidas ao serviço e ao poder paternos, quando não abandonadas em casas de caridade ou hospitais • O Século XVIII – além de tudo, o abandono – entre os motivos de abandono pode-se evidenciar a extrema pobreza, o nascimento de um filho sem um casamento, o abandono de filhos de escravas para que estas pudessem ser mães de leite para os filhos das famílias da elite, adoecimento ou morte dos pais. Políticas públicas voltadas para a criança • Na década de 1970, foi implantado o Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil, apresentando como objeto a redução da morbimortalidade entre crianças e mães. • Iniciaram as ações com caráter preventivo, porém, pautadas em métodos centralizadores que desconsideravam a diversidade regional existente no país. • 1980 e 1990, houve muitas conquistas sociais no âmbito da saúde, por meio da Constituição Federal de 1988, e, posteriormente, das Leis 8.080 e 8.142 de 1990, as quais contribuíram profundamente para delinear as transformações no modelo de saúde brasileiro – SUS. • A partir de 1984, o Brasil implantou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC) como estratégia de enfrentamento às adversidades nas condições de saúde da população infantil, especificamente no que se refere à sua sobrevivência. • A seguir, em 13 de julho de 1990, foi aprovada a Lei n° 8.069, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a partir do qual, os mesmos passaram a adquirir de amplos direitos de proteção de integridade física e psicológica, lazer e bem-estar, devendo ser amparados pela família, comunidade e Estado. • Com a implantação em 1991, do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e, em 1994 do Programa Saúde da Família (PSF) pelo MS, é que a saúde da criança foi efetivamente potencializada. • 1995, o MS lançou a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). • Uma das estratégias deste programa foi assegurar o pagamento de 10% a mais sobre a assistência ao parto aos Hospitais Amigos da Criança vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). • Iniciativa ao aleitamento materno. • Existem outras dezenas de Políticas Públicas criadas no Brasil, as quais iremos estudar durante essa disciplina. • Ao analisar os índices de MI no Brasil desde a década de 1990, verifica se que em 2011 apresentou um índice de MI de 16/1000 NV e reduziu dois terços à mortalidade para crianças menores de cinco anos até 2015. • Essa queda foi possível pelas importantes mudanças ocorridas ao longo do século XX, no que tange à melhoria nas condições de vida da população (pobreza, a educação das mulheres, a urbanização e a fertilidade), intervenções de outros setores, ou seja, transferências de renda e saneamento básico, as políticas públicas implementadas, incluindo a qualificação do acesso da população aos serviços de saúde, em todas as regiões geográficas) e os avanços do conhecimento em saúde e seus determinantes. População infanto-juvenil brasileira • LEI N.º 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. • Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. • Art. 2.º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. • OMS – 0 a 19 anos de idade – crianças e adolescentes. Crianças e adolescentes de 0 a 19 anos de idade segundo situação de domicílio e grandes regiões • Metade da população de crianças e adolescentes que vivem em zonas rurais está na região Nordeste, e a maioria (duas em cada cinco) que vive em centros urbanos concentra-se na região Sudeste. Saneamento básico • De acordo com dados do IBGE , 9,8 milhões de domicílios no Brasil ainda não possuem acesso à rede de distribuição de água e rede de esgoto. • A Região Norte, que possui a maior proporção de crianças e adolescentes em sua população, apresenta o pior percentual de acesso a água do país. Pobreza • Aproximadamente 55 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza no Brasil, sendo que 18 milhões deste total se encontram em situação de extrema pobreza. • No Brasil há mais de 3,22 milhões de domicílios localizados em favelas, com aproximadamente 11,4 milhões de pessoas vivendo nestas condições. Violência • No ano de 2018, mais de 57,9 mil mortes por homicídios foram notificadas no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Brasil. Cultura e lazer • A maioria dos municípios de todas as regiões do país não possui centros culturais, sendo que, na Região Nordeste, pouco mais de um quarto dos municípios possui o serviço, resultando no pior índice do país. Trabalho infantil • A edição de 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) constatou uma redução de 659 mil crianças e adolescentes ocupados em relação ao ano de 2014. • Verificou-se tal redução no grupo etário de 10 a 17 anos, enquanto houve aumento de 8,5 mil crianças de 5 a 9 anos ocupadas. • Mais de 60% das 2,6 milhões de crianças e adolescentes ocupados se encontram nas regiões Nordeste e Sudeste, sendo que, proporcionalmente,a Região Sul lidera a concentração de crianças e adolescentes nessa condição. Violação dos direitos da criança • Em 2015, o Disque 100 recebeu mais de 153 mil denúncias de violações de direitos contra crianças e adolescentes em todo o país. • Negligência: 72,8% • Violência psicológica: 45,7% • Violência física: 42,4% • Violência sexual: 21,3% • Outros: 8,6% Estado nutricional • O estado nutricional de crianças consiste em importante instrumento na aferição das condições de saúde e qualidade de vida de uma população. • Nos primeiros meses de vida, o aleitamento materno é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. • Se a manutenção do aleitamento materno é vital, a introdução de alimentos seguros, acessíveis e culturalmente aceitos na dieta da criança, em época oportuna e de forma adequada, é de notória importância para o desenvolvimento sustentável e equitativo de uma nação. Mortalidade infantil • A mortalidade infantil é um grave problema de saúde pública mundial, pois apesar da diminuição global de seus índices. • A maior parte dos óbitos na infância concentra-se no primeiro ano de vida, sobretudo no primeiro mês. • Existe uma elevada relação das causas perinatais como a prematuridade, o que evidencia a importância dos cuidados durante a gestação, o parto e o pós-parto, em geral preveníveis por meio de assistência à saúde de qualidade. • As taxas de mortalidade infantil e na infância, ainda representam um dos maiores desafios das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). • Até 2030, objetiva-se reduzir as taxas de mortalidades infantil e na infância para menos de cinco e oito mortes para cada mil nascidos vivos, respectivamente. • A prevenção das mortes por causas evitáveis entre menores de um ano de idade, especificamente as relacionadas a atenção à mulher na gestação, no parto e ao recém-nascido, sendo prioridade na agenda política.
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