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Exame Físico do Recém-Nascido Objetivos da assistência de enfermagem • Facilitar a adaptação do RN a vida extrauterina. • Efetuar procedimentos e fazer observações sobre o Recém-Nascido (RN). • Proteger o RN contra riscos do meio ambiente. • Prevenir e identificar precocemente anormalidades. • Elaborar um plano de cuidados ao RN. Índice de APGAR • Objetivo: avaliação da vitalidade do RN • Avaliação no 1°, 5° e 10° minutos de vida Apgar igual ou acima de 8 – ausência de anoxia • Cuidados de enfermagem: secar, aquecer, aspirar vias aéreas superiores e proporcionar o contato com os pais. Apgar entre 5 -7 – Anoxia moderada • Cuidados de enfermagem: posicionar a cabeça com coxim para abrir vias aéreas, aquecer, aspirar, fornecer oxigênio inalatório. Apgar igual ou abaixo de 3 – asfixia grave • Cuidados de enfermagem: auxiliar o pediatra na intubação e suporte de oxigênio e RCP. Considerações gerais • Exame físico = nas primeiras 24 horas de vida. Ambiente • Adequado • Tranquilo • Aquecido • Explicar o objetivo do exame para os pais. Principais passos para o exame físico • Despir apenas a área a ser examinada • Cefalopodálico • Iniciar pelos procedimentos que requerem tranquilidade – Ausculta dos pulmões, coração e abdome • Por último realizar os procedimentos que são mais estressantes – reflexos • Realizar medidas antropométricas ao mesmo tempo Mensurações gerais • Temperatura axilar – 36,5°C a 37,5°C. • Frequência cardíaca – em geral em torno de 120 a 140 bpm. • Pressão arterial – média de 65/45 mmHg nos 3 primeiros dias Postura • Flexão completa – cabeça flexionada e o queixo repousando sobre a porção superior do tórax, braços fletidos e as mãos fechadas, pernas flexionadas nos joelhos e nos quadris e os pés em dorsiflexão. Pele Lanugem • Pelo macio e sedoso • Aparece aproximadamente na 20ª semana de gestação • Da 21ª a 33ª semana, ele recobre todo o corpo • Após a 34ª semana, começa a desaparecer da face • Ao final da 38ª semana pode aparecer apenas nos ombros Textura da pele • Úmida e morna: normal • Gelatinosa com veias visíveis: prematuridade • Seca, descamativa e com rachaduras: pós maturidade • Edema, brilhante e tensa: disfunção renal ou cardíaca Cor • Varia conforme os antecedentes raciais • Asiático: rosa ou vermelho rosado a tons amarelados • Negro: rosa-pálido com tons amarelos ou vermelhos • Brancos: rosa pálido a avermelhado • Hispânico ou latinos: rosa com tons amarelos Alterações na cor Pletora (rubor) • Policitemia (↑ células sanguíneas) • Hiperoxigenação • Superaquecimento Palidez • Relacionada com comprometimento ou falência cardiopulmonar (asfixia, choque) • Anemia Cianose • Central: pele, língua e lábios azulados • Cardiopatias congênitas • Problemas pulmonares Icterícia • Coloração amarelada • Patológica: surge horas após o nascimento (doença hemolítica ABO ou RH, policitemia, deficiência enzimática, sangramentos excessivos, atresia de vias biliares, etc). • Fisiológica: é o aumento da bilirrubina indireta do RN nas primeiras 24- 72 h após o nascimento e desaparece em torno do 7º dia - 50 a 70% dos RNs. • Devido a: imaturidade do fígado (enzima glicoroniltransferase • Aumento da circulação entero-hepático devido retardo na eliminação do mecônio – fica no intestino reabsorvendo bilirrubina e enviando para circulação. • Pouca albumina, dificultando a ligação com a bilirrubina indireta e a metabolização hepática. Avaliação da icterícia 1 – Cabeça e troncos 2 – Tronco até a cicatriz umbilical 3 – Hipogástrico até coxas 4 – Joelhos e cotovelos até punho e tornozelo 5 – Mão, pés incluindo palmas e plantas • Entre 3 e 4, associado a exames laboratoriais, indicado o início de fototerapia. Fototerapia • Fototerapia é o tratamento a base de luz visando a retirada da bilirrubina impregnada na pele do RN. • O principal objetivo do tratamento é evitar o acúmulo de bilirrubina no cérebro, o que pode causar uma doença chamada kernicterus, a qual traz grandes problemas ao desenvolvimento da criança. • É ideal naqueles casos em que a elevação da bilirrubina é mais lenta e no tratamento da icterícia do prematuro. • Consiste na exposição da criança a uma fonte de luz. A luz converte a bilirrubina, impregnada na pele e nas mucosas, em outra substância menos tóxica (fotoisômeros) que não acumula no cérebro. • Os fotoisômeros são produtos hidrossolúveis que podem ser eliminados. • A fototerapia age na bilirrubina extracelular penetrando 2mm nos tecidos do RN. Tipos: • Fototerapia convencional – 6 a 7 lâmpadas - Posicionar a 30cm do RN. • Bilispot – luz única em forma de spot - Posicionar a 50cm do RN - Não incide sobre todo o corpo do bebê • Biliberço – 7 lâmpadas - Muito próximo ao RN - Mais eficaz Cuidados da enfermagem com RN em fototerapia • RN totalmente despido apenas com fralda • Controle do peso do RN • Verificar temperatura axilar 3/3horas • Estimular o aumento da frequência das mamadas • Quando realizar a coleta de bilirrubina proteger os tubos da luz • Realizar mudança de decúbito 3/ 3 horas para que a incidência de luz atinja todo o corpo • Proteção ocular • Retirar a proteção para amamentar – estimular a interação • Não utilizar óleos ou pomadas • Checar o estado das lâmpadas • Para avaliar o RN desligar o aparelho de fototerapia • Providenciar limpeza terminal e concorrente do equipamento • Verificar a distância adequada do equipamento • Verificar a radiância após acomodamento do RN – radiômetro (quantidade de energia luminosa liberada pelas lâmpadas azuis: ideal acima de 5uw/cm²/nm) Efeitos adversos da fototerapia • Hipotermia • Queimadura • Desidratação – aumento da perda de água • Exantemas • Perda de peso • Lesão ocular • Diminuição do aleitamento materno Candida albicans • Pequenas pápulas, puntiformes, eritematosas em placas • Em região de fraldas Cuidados de enfermagem • Orientar cuidados com a pele do RN • Troca regular das fraldas • Aplicação de pomadas protetoras • Limpeza com água morna e sabão neutro • Evitar o uso de lenços umedecidos Mancha mongólica • Manchas escuras ou azuladas • Região superior do sacro • Comuns em RNs negros e asiáticos • Em 5% dos brancos • Desaparece até os 4 anos de idade Cabeça – Ossos do crânio • 2 frontais • 2 parietais • 2 temporais • 1 occipital Forma • Simétrica • Modelação dos ossos do crânio - Deformidade resultante de trabalho de parto prolongado ou parto vaginal - Regride em 5 dias Suturas • Formações fibro-membranosas que unem os ossos do crânio • Sagital ou interparietal: entre os parietais • Metópica ou interfrontal: entre os frontais • Coronal ou frontoparietal: entre os frontais e os parietais • Lambdóide ou occípito-parietal: entre os parietais e o occipital • Temporal: entre os parietais e os temporais Fontanelas Bregma, fontanela anterior ou maior • Aberta até os 12 a 18 meses de vida • Forma de diamante • Mede 2 X 3 cm • Está na junção das suturas sagital, coronária e metópica Lambda, fontanela posterior ou menor • Aberta até 2 a 3 meses de vida • Forma triangular • Mede 1 x 1 cm • Está na junção das suturas sagital e lambdóide Amplas • Retardo de ossificação e podem estar associadas a síndromes e doenças congênitas Pequena (fontanela anterior) • Hipotireoidismo, microcefalia, craniosinostose Deprimida • Desidratação Abaulada • Aumento da pressão intracraniana, meningite e hidrocefalia Tamanho • Perímetro cefálico (RN termo) • 32 a 38 cm • 2 cm maior que o perímetro torácico Anormalidades • Pequena: microcefalia (síndromes congênitas ou desenvolvimento cerebral diminuído) • Extremamente pequena: anencefalia • Grande: macrocefalia (geralmente causada por hidrocefalia) Bossa • Edema difuso dos tecidos moles • Ultrapassaas linhas de sutura • Resultante da pressão causada pelo trabalho de parto prolongado • Desaparece em poucos dias Céfalo-hematoma • Coleção de sangue entre o crânio e o periósteo • Não ultrapassa as linhas de sutura • Causada por parto traumático • Pode durar até 8 semanas Craniosinostose • Fechamento prematuro das suturas • Pode estar associado a alterações genéticas Face • Observar presença de características anormais • Formato do nariz, boca, queixo • Distância dos olhos • Implantação das orelhas • Observar simetria Pescoço • Mobilidade • Simetria • Tireóide (difícil palpação) Anormalidades • Assimetria: torcicolo congênito (posição anormal intra-útero ou estiramento do esternocleidomastóideo no parto). • Curto e com excesso de pele: Síndrome de Down. Olhos Observar • Simetria • Alinhamento • Espaçamento (2,5 cm) • Pálpebras edemaciadas (2 primeiros dias) • Ausência de lágrimas (glândulas lacrimais não funcionam) • Estrabismo – fisiológico até o 6º mês • Esclerótica branca e clara • Íris azul escuro, cinza claro, marrom • Córnea clara Retina transparente Alterações • Esclerótica amarelada: icterícia • Hemorragia na esclerótica: trauma do parto • Conjuntiva rósea e/ou secreções oculares: conjuntivite (possivelmente pelo nitrato de prata) • Córnea turva: prematuridade, catarata congênita Reflexo de piscar • O RN pisca em resposta a luzes fortes Reflexo fotomotor pupilar • Constrição das pupilas em resposta à luz • Ausência após 3 semanas: cegueira Reflexo vermelho • Realizar o exame na penumbra com oftalmoscópio • A retina fica vermelha em exposição à luz • Demonstra que as principais camadas internas do olho estão normais permitindo que a retina seja atingida pela luz • Reflexo branco-amarelado: catarata congênita, tumor de retina, prematuridade Nariz • Localização: linha média • Tamanho adequado para a face • Geralmente achatado • Canal não pérvio: atresia de coanas ou obstrução nasal Secreção • Fina e esbranquiçada: normal • Espessa e sanguinolenta: sífilis congênita Orelha • Simetria • Capacidade auditiva • Implantação da orelha • Paralela aos cantos dos olhos: normal • Implantação baixa: síndromes - Pavilhão - Bem curvado e rígido: RN termo - Achatado e amolecido: RN pré-termo Boca • Simétrica • Localizada na linha mediana • Tamanho adequado para a face • Lábios rosados, úmidos e bem formados Anomalias • Fendal labial Palato • Intacto e sem fissuras • Pérolas de Epstein: pequenas manchas de acúmulo branco amarelado de células epiteliais nas gengivas e palato duro do recém-nascido, normais no período neonatal • Fissura palatina Língua Tamanho adequado • Macroglossia (grande): hipotireoidismo • Microglossia (pequena): síndromes congênitas Quando tocada • Se projeta para fora: frênulo normal • Não se projeta: frênulo curto Tórax • Observar simetria e forma • Verificar integridade das clavículas • Observar sinais de desconforto respiratório – tiragem • Mamilos - 1 cm de diâmetro: RN termo - Ingurgitamento mamário (leite de bruxa) - Mamilos extranuméricos (tórax e axila) Abdome • Forma: cilíndrico • Observar distensão e simetria - Distendido: infecção, obstrução • Observar presença de hérnia umbilical • Observar eliminações intestinais • Realizar palpação para verificar tensão e presença de massas • Realizar ausculta: ruídos hidroaéreos Fígado • Palpação - normal: 1 a 2 cm abaixo da rebordo costal direito • Aumentado: infecções congênitas ou adquiridas Baço • Palpação - normal: Sob o rebordo costal esquerdo, não palpável • Aumentado: infecções Coto umbilical • Presença de 2 artérias e 1 veia - Artéria umbilical única: podem indicar problemas genéticos, anomalias congênitas • Gelatinoso e transparente: geléia de Wharton - Esverdeado: na presença de mecônio • Saída de secreção purulenta, fétida ou vermelhidão ao redor: infecção no coto Cuidados da enfermagem com o coto umbilical • Observar a presença de 2 artérias e 1 veia • Observar saída de secreção • Limpeza com álcool a 70% em todas as trocas de fralda com uso de cotonete • Permanecer sempre seco e limpo • Se presença de granuloma – nitrato de prata Genitália • 1ª micção: nas primeiras 24 horas de vida • Atentar para sinais de genitália ambígua Feminina • Hipertrofia dos lábios maiores • Saída de secreção esbranquiçada ou sanguinolenta (pseudomenstruação): por ação estrogênica da mãe • Vérnix caseoso entre os lábios Masculina • Comprimento do pênis: 2 a 3 cm • Fimose é fisiológica - Não retrair o prepúcio – não causar trauma! Bolsa escrotal grande • Coloração: róseo ou marrom-escuro • Hidrocele é comum • Palpar a bolsa escrotal na procura dos testículos - Ausência: criptorquia • Meato urinário - Centro: normospádia - Face dorsal: epispádia - Face ventral: hipospádia Ânus e reto • Verificar se é perfurado - Ânus impérvio: anomalia anorretal • Tamanho (10mm) • Posição Membros • Examinar membros superiores e inferiores • Sindactilia: fusão de dedos • Polidactilia: dedos extranuméricos • Afalangia: ausência dos dedos • Prega palmar transversal única: pode ser Síndrome de Down Manobra de Ortolani • Verificar displasia congênita de quadril • 1/800 RNs • Mais comum em RN sexo feminino Dorso • Virar o RN de costas sobre a mão do examinador • Observar defeitos grosseiros - Meningocele - Outras anomalias
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