Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS Os distúrbios hemodinâmicos nada mais são que alterações no fluxo sanguíneo normal no organismo. Compreendem os edemas e efusões, hiperemias (ativas e passivas, as passivas chamadas de congestões), hemostasias, distúrbios hemorrágicos, trombose, embolia, infarto e choque. INTERNA MÉDIA EXTERNA CORAÇÃO Endocárdio; Mm. estriado cardíaco; Epicárdio (contato com a serosa); VEIAS/ARTÉRIAS Íntima; Mm. Lisos; Adventícia; CAPILARES Endotélio + membrana basal; Pericitos; Não distingue. FORÇAS DE STARLING: forças responsáveis por manter o fluxo contínuo e unidirecional. Pressão hidrostática: força que o próprio líquido impõe nesse processo, quanto maior, mais expulsa o líquido; Pressão oncótica (ou coleidosmóstica): força feita pelas proteínas para reabsorverem esse líquido, quanto maior, mais atrai líquido. Há pressão intersticial e pressão dentro do vaso (vascular), sendo esse balanço responsável por indicar o que irá acontecer. Assim, na microcirculação, por exemplo, a pressão hidrostática vascular das arteríolas é muito superior que a intersticial, fazendo com que líquido saia do vaso. Ele deve retornar posteriormente, então a pressão hidrostática intersticial nas vênulas é maior que a vascular. Vale lembrar, no entanto, que nem todo líquido que sai do vaso, volta, sendo recolhido pelos vasos linfáticos. O desequilíbrio entre essas forças pode causar acúmulo de líquidos, isso é, distúrbios hemodinâmicos (como edemas e efusões). É interessante lembrar que 70% do nosso corpo é formado por água e, dentre esses 70%, 2/3 se encontra dentro das células. Do 1/3 extracelular restante, 5% está dentro dos vasos. EDEMA E EFUSÃO Qual a diferença entre edema e efusão? Edema é o acúmulo de líquido em tecidos (intersticial), enquanto as efusões também são acúmulos de líquidos, mas em cavidades corporais – para cada cavidade recebe um nome específico, como a ascite, na peritoneal. Quando o edema é generalizado, é chamado de anasarca. Sinal de cacifo: avaliação, por meio de pressão digital, se há presença de edema – se fica marcado, é dito como positivo. Suas causas mais comuns, mas que não necessariamente se apresentam todas ao mesmo tempo, são: Aumento da pressão hidrostática sanguínea e diminuição da pressão hidrostática intersticial; Diminuição da pressão coleidosmótica sanguínea e aumento da pressão coleidosmótica intersticial; Obstrução da drenagem linfática; Aumento da permeabilidade capilar: muito observado em quadros inflamatórios, há extravasamento de líquidos e de proteínas – o tumor é o edema. ALTERAÇÃO OBSTRUÇÃO INTRAVASCULAR VOLUME SANGUÍNEO HÍDRICA INTERSTICIAL EMBOLIA, TROMBOSE, ISQUEMIA, INFARTO EDEMA HIPEREMIA, HEMORRAGIA E CHOQUE → FISIOPATOLOGIA Pode ter características tanto inflamatórias como não inflamatórias. Assim, pode haver tanto um exsudato, no qual há acúmulo de líquido extracelular e de proteínas devido ao aumento da permeabilidade capilar, quanto um transudato, no qual não há perda de proteínas. → CLASSIFICAÇÃO Edema de cavidades ou efusão apresentam nomes particulares, a exemplo de uma efusão no pulmão, que recebe o nome de hidrotórax (hidro + local). Edemas generalizados recebem o nome de anasarca, que são comuns em casos de desnutrição grave (diminuição muito grande da pressão oncótica). HIPEREMIA “Hiper” = muito; “Haimos” = sangue. É caracterizada pelo aumento da quantidade de sangue (do volume) em um tecido ou órgão. Lembrar: resistência periférica controlada principalmente pelas arteríolas: quando há vasoconstrição há aumento da resistência periférica e quando há vasodilatação, diminuição desta. A hiperemia pode ser ativa (arterial) ou passiva (venosa ou congestão). Resumidamente, quando há vasodilatação, diminui-se a resistência periférica pré-capilar, fazendo com que muito mais sangue chegue ao local (aumenta a pressão arterial) e causando um acúmulo de sangue nesse local, na chamada hiperemia ativa. No entanto, quando houver uma diminuição na drenagem venosa (a velocidade de drenagem está baixa – pode ter sido ocasionada por uma obstrução na parte venosa) chamamos de hiperemia passiva. Pode ocorrer uma hiperemia do tipo mista numa inflamação, por exemplo. Nesse caso, há vasodilatação e, portanto, aumento do fluxo, mas também há aumento da permeabilidade vascular devido aos mediadores inflamatórios. Logo em seguida, com esse aumento de permeabilidade, acontece a perda de proteínas, o que deixa a pressão coleidosmótica do lado vascular comprometida, comprometendo, também, a drenagem venosa. Obs.: Quando apenas o termo hiperemia é utilizado na clínica, referem-se à arterial. A hiperemia ativa costuma ter uma coloração mais avermelhada e a passiva, mais arroxeada. → HIPEREMIA ATIVA Fisiológica: tubo gastrointestinal durante a digestão, musculatura esquelética durante exercícios físicos, cérebro durante estudo, glândula mamária durante a amamentação, rubor fácil após hiperestimulação psíquica; Patológica: injúria térmica (queimaduras ou congelamento), irradiações intensas/traumatismos, infecções/inflamações agudas. → HIPEREMIA PASSIVA Local: obstrução ou compressão vascular, torção de vísceras (passiva aguda), trombos venosos, compressão vascular por neoplasias, abscessos; Sistêmica: insuficiência cardíaca congestiva, trombose e embolia pulmonar, lesões pulmonares extensas. A hiperemia passiva traz como consequências o edema, trombose, a hemorragia e quadros de degeneração que incluem necrose e fibrose. HEMORRAGIAS As hemorragias são caracterizadas pela saída do sangue do compartimento vascular ou das câmaras cardíacas para o meio externo, para o interstício ou para cavidades pré- formadas – isso significa que uma hemorragia não precisa ser obrigatoriamente externa. → CLASSIFICAÇÃO Quanto ao local: pode ser uma hemorragia interna ou externa. Quanto ao meio: pode ser arterial, venosa ou capilar, sendo possível diferenciá-las pela cor e quantidade de sangue perdido. ARTERIAL VENOSA CAPILAR SAÍDA Intermitente devido ao pulso; Contínua, sem pressão; Pequena quantidade; SANGUE Vermelho bem brilhante; Vermelho escuro; Tipo o de raladinhos. → CLASSIFICAÇÃO QUANTO A EXTENSÃO DO SANGRAMENTO: Hemorragias puntiformes ou petéquias – até 3 mm de diâmetro; Púrpuras – até 1 cm de diâmetro; Equimose, uma mancha azul ou arroxeada; Hematoma – caracterizado por uma tumoração; Hemorragias em cavidades: hemartro ou hemartrose (cavidade articular); hemopericárdio, hemotórax e hemoperitônio para as respectivas cavidades serosas; hemossalpinge (luz da tuba uterina), hematométrio (cavidade uterina) e hematocolpo (cavidade vaginal); hemobilia (interior da vesícula biliar ou dos ductos biliares); A exteriorização de hemorragias por orifícios corpóreos também recebe denominações específicas, como epistaxe, a eliminação de sangue pelas narinas. → ETIOPATOGÊNESE – as hemorragias podem ser causadas por: 1. Alteração na integridade da parede vascular: qualquer injúria no endotélio pode deixar o vaso mais susceptível a perder o sangue; 2. Alteração dos mecanismos de coagulação sanguínea, incluindo fatores plasmáticos e teciduais: deficiência em fatores de coagulação ou excesso de anticoagulante – pode causar uma fibrinólise exagerada; 3. Alterações qualitativas ou quantitativas das plaquetas: não se sabe ainda o que causam essas alterações, mas uma quantidade diminuída caracteriza uma trombocitopenia – tampão hemostático comprometido; 4. Mecanismos complexos e ainda mal definidos.
Compartilhar