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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Curso: Biomedicina Disciplina: Biologia Molecular REAÇÃO DA POLIMERASE EM CADEIA Goiânia, 2019. 1. Introdução O DNA é um hélice de dupla fita, composta por nucleotídeos complementares. Sua replicação é semiconservativa, semidescontínua e segue a direção 5’ – 3’. Ambas as fitas são lidas, e o objetivo é gerar duas novas moléculas filhas a partir de uma mãe. A sigla PCR significa Polymerase Chain Reaction (em tradução: reação em cadeia da polimerase), cujo princípio é a amplificação de um molde de DNA por meio de componentes sintéticos do replissomo de um segmento específico de um genoma. Kary B. Mullis foi o responsável pela criação da técnica PCR, onde por meio de alterações na temperatura o DNA altera também a sua estrutura e guia a ação dos componentes da PCR. O método demanda alguns elementos na reação, um deles é o próprio genoma a ser analisado que servirá de molde para a replicação, além disso serão usados iniciadores e polimerases específicos e nucleotídeos livres. Esse molde de DNA pode ser extraído de qualquer célula de um organismo. Para que ocorra a replicação o ambiente natural em que ela ocorreria é simulado, ou seja, deve-se ser feito em meio aquoso. Assim, um aumento na temperatura (92ºC) condiciona desnaturação da molécula, o que é necessário visto que não haverá helicases. A 60ºC terá uma temperatura ótima para o oligonucleotídeo sintético iniciador se ligar no local de interesse, delimitando o local a ser replicado, essa etapa consiste no anelamento do iniciador. Posteriormente, a 72ºC inicia-se a adição das fosfodiésteres pela DNA polimerase (Taq polimerase), o que consiste na etapa de extensão da fita. Assim, descobriu-se que repetindo esse ciclo de alterações na temperatura seria possível gerar cópias do fragmento alvo em escala exponencial, gerando milhões delas. Dessa forma, o termociclador realiza essa mudança diversas vezes, entregando como resultado essas cópias após algum intervalo de tempo e diversos ciclos. A quantificação do número de fitas obtidas ao final do processo é feita por eletroforese, cujo princípio é a dosagem final do fluoróforo intercalante, no caso desse experimento o Gel Red. Ele se liga na fita dupla por ter afinidade com as pontes de hidrogênio e só passa a refletir luz quando intercalado com sucesso nas novas fitas produzidas, caso o resultado seja positivo e haja a replicação do fragmento alvo. 2. Objetivos Realizar a PCR de uma amostra de DNA relatando e identificando suas etapas, elementos, resultados e princípios. 3. Metodologia 3.1. Confecção e montagem no suporte do gel de agarose 0,8% Foram pesados 0,4 gramas de agarose em um vidro erlenmeyer e em seguida adicionados 50 ml de tampão contendo Tris, EDTA e ácido bórico (tampão TEB). Levou-se a solução de agarose e tampão ao micro-ondas por intervalos de 10 em 10 segundos até que todo o precipitado de agarose desaparecesse completamente do frasco. Resfriou-se a solução até aproximadamente 60ºC, cujo parâmetro era uma temperatura suportável ao antebraço. Posteriormente, foram pipetados 6 µL de corante Gel Red em um copo descartável de plástico para que então fosse vertido o conteúdo de agarose e tampão de uma só vez no copo descartável contendo o corante. Homogeneizados os dois componentes, verteu-se também de uma só vez todo o conteúdo do copo descartável no suporte para gel. Assim, foi fixado um pente na parte superior do mesmo a fim de gerar as poças que serão preenchidas com a PCR depois de solidificado o gel. 3.2. Pipetagem da reação de PCR Com o uso de uma pipeta automática foram pipetados os seguintes reagentes com as referidas quantidades no teste: REAGENTE QUANTIDADE Green Taq 5 µL Primer sense 10 µMol 1 µL Primer atsense 10 µMol 1 µL DNA 1 µL Água ultrapura 2 µL Já no controle negativos foram pipetados os seguintes reagentes com suas respectivas quantidades: REAGENTE QUANTIDADE Green Taq 5 µL Primer sense 10 µMol 1 µL Primer atsense 10 µMol 1 µL Água ultrapura 3 µL Nota-se que no controle negativo não haverá DNA, mas sim 1 µL a mais de água ultrapura, a fim de completar os 10 µL necessários para padronização da quantidade de ambas as soluções. Além disso, é importante salientar que a ponteira deve ser trocada a cada pipetagem. Posteriormente, insere-se a solução em um spin para decantação rápida das gotículas remanescentes nas laterais do recipiente contendo a PCR. 3.3. Ajuste do termociclador O ajuste é feito diretamente na interface do aparelho, onde um dos modelos de teste foi selecionado e modificado com as seguintes orientações de temperatura e tempo: TEMPERATURA TEMPO AÇÃO 94ºC 2 minutos Desnaturação do DNA 94ºC* 20 segundos Desnaturação na ciclagem 60ºC* 20 segundos Anelamento dos primers 72ºC* 1,5 minuto Extensão da cadeia 72ºC 4 minutos Extensão final 4ºC Manter até a hora de aplicação no gel Conservação O primeiro intervalo de 2 minutos a 94ºC é feito uma única vez, enquanto os próximos ciclos (*) até o penúltimo de 72ºC por 1,5 devem ser repetidos por 35 vezes (orientação inserida no aparelho). O intervalo de 4 minutos a 72ºC é feito após as 35 repetições e após esse período o termociclador manterá a solução a 4ºC até que esta seja retirada dele. O processo duraria aproximadamente 1 hora e 30 minutos, dessa forma, foram usadas outras amostras já prontas para inserção no gel e visualização em luz UV. 3.4. Aplicação das amostras em gel de agarose Após cerca de 10 minutos com o gel já solidificado com uma pipeta automática foram pipetados 2 µL de marcador de peso molecular em um dos poços de gel (gerados anteriormente pela inserção do pente). Mais 3 µL de diferentes amostras foram inseridos em cada um dos demais poços de gel. 3.5. Visualização em luz ultravioleta Posicionada a placa de gel com as soluções nos poços na máquina de eletroforese com 80 V por alguns minutos foi possível visualizar a amplificação de cada uma das amostras e do marcador. 4. Resultados e discussão Na visualização por eletroforese foi obtido o seguinte resultado: Figura 1: Visualização por eletroforese do gel de agarose, demonstrando duas amostras positivas, duas negativas e a presença do marcador molecular. Entende-se pelas imagens obtidas no aparelho que a marcação molecular foi eficiente e consegue-se visualizá-la. Além disso, nas colunas 2 e 3 de amostra evidencia-se presença de maior quantidade de agente intercalante entre as fitas de DNA (Gel Red), responsável por gerar a fluorescência, uma maior amplificação do DNA inserido na reação, dessa forma, os primers e DNAs polimerases inseridos na PCR promoveram a replicação do fragmento alvo presente na amostra de DNA utilizada. Assim, entende-se que as fitas mais amplificadas possuíam o DNA alvo, portanto possuem resultado positivo na detecção destes e consequentemente a sua replicação em milhões de cópias pelo sistema replissomo sintético da PCR. Outras duas fitas (1 e 4) não possuíam o fragmento alvo e estes não foram amplificados, logo, não há fluorescência sobressalente, como pode ser observado nas fotos acima. 5. Considerações finais 1 2 3 4 1 2 3 4 Figura 2: Impressão do resultado obtido na eletroforese. Fica evidente que a PCR é uma prática rentável e que entrega resultados satisfatórios. Os processos simples da técnica desenvolvida por Kary B. Mullis desempenham uma função importante em diversos ramos da ciência, seja na área forense ou de diagnóstico laboratorial, por exemplo. Assim, tendo em vista o seu grau de especificidade é possível dizer que a PCR é uma técnica eficiente no que visa e se feita com as devidas cautelas apresentará resultados conclusivos. 6. Referências bibliográficas HENRY A. , Erlich. Basic Methodology.In: HENRY A. , Erlich (ed.). PCR Technology: Principles and Applications for DNA Amplification. Londres: Macmillan Publishers, 1989. cap. 1, p. 1-5. ISBN Online 978-1-349-20235-5. Site.
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