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APRESENTAÇÃO LAGO – IST’S (exceto sífilis) 1. GONOCOCCIA · Transmissão pelo contato sexual, canal de parto ou fômites; · A infecção pelo gonococo facilita a transmissão do HIV; · AGENTE ETIOLÓGICO: N. gonorrhoae, que infecta o epitélio colunar ou de transição, podendo se propagar por via hematogênica, por contiguidade e ainda pelo espermatozoide; · Período do incubação: 4-7 dias; · QUADRO CLÍNICO: Assintomática na maioria dos casos, mas, nos casos sintomáticos ocorrem sinais e sintomas urogenitais (secreção endocervical mucopurulenta, dor pélvica, dispareunia, sangramento irregular, hiperemia vaginal, disúria, polaciúria...) · A cervicite causada pelo gonococo é caracterizada por secreção purulenta visível no canal cervical ou presente em swab endocervical, muitas vezes associada á secreção vaginal anormal e sangramento fácil na manipulação de colo uterino. · DIAGNÓSTICO: Através de cultura da secreção endocervical específica para o agente, opcionalmente usa-se gram da secreção cervical, revelando diplococos associados a leucócitos polimorfonucleares. · TRATAMENTO: Protocolo do MS: esquemas combinados sempre com a azitromicina: ciprofloxacino 500mg VO em dose única ou ceftriaxona250-500mg IM; monoterapia com 2g de azitromicina em dose única. · Sempre deve-se tratar o parceiro e oferecer tratamento para infecção por clamídia e orientar a suspensão das relações sexuais até a conclusão do tratamento. · Cura: cultura negativa 7-10 dias após tratamento. 2. CLAMÍDIA – 2 a 3 vezes mais frequente que a gonorreia, sendo prevalente entre jovens sexualmente ativos < 24 anos. · Mais de um terço das pacientes pode desenvolver DIP e até um quinto pode se tornar infértil, e em alguns casos pode levar a gestação ectópica; · AGENTE ETIOLÓGICO: C. trachomatis; · EPIDEMIOLOGIA: Mais comum em pacientes com infecção por N. gonorrhoeae e T. vaginalis, responsável por 30 a 50% das uretrites não-gonocócicas e por mais de 50% das uretrites pós-gonocócicas no homem. Maior causa de epididimite. · QUADRO CLÍNICO: Uretrite (síndrome uretral) e Endocervicite mucopurulenta (suspeitar quando ectopia hipertrófica folicular periorificial com secreção mucopurulenta endocervical); · DIAGNÓSTICO: PCR é o exame mais sensível para diagnóstico em amostra de urina; a cultura é o exame padrão através de amostra endocervical. A coloração de Papanicolau foi praticamente abandonada, pois não tem boa sensibilidade e há grandes quantidades de falso-positivos. · TRATAMENTO: Preferencialmente com doxiciclina 100mg VO 2x ao dia por 7 dias ou azitromicina 1g VO em dose única. · Recomenda-se testagem para HIV e Sífilis. · Não recomenda-se testagem para confirmar a cura, a não ser que haja persistência dos sintomas, reinfecção ou tratamento incompleto. 3. TRICOMONÍASE: · AGENTE ETIOLÓGICO: T. vaginalis, mediante ao seu diagnóstico deve-se rastrear outras ISTs, o período de incubação varia entre 4-28 dias; · QUADRO CLÍNICO: A doença pode variar de quadros assintomáticos até uma doença inflamatória grave e aguda, como cervicite, apresenta corrimento abundante, amarelo, bolhoso e fétido, prurido, disúria e dispareunia; · DIAGNÓSTICO: Exame ginecológico – colpite expressa pelo colo em framboesa. · TRATAMENTO: Derivados imidazólicos (Secnidazol 2g VO, dose única; Metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias.) 4. LINFOGRANULOMA VENÉREO · Também é denominado linfogranuloma inguinal e doença de Nicolas-Favre-Durand; · Doença infecciosa sistêmica crônica que afeta o sistema linfático; · AGENTE ETIOLÓGICO: C. trachomatis, com período de incubação de 7 a 21 dias; · QUADRO CLÍNICO: Apresenta 3 fases evolutivas: Primeira fase – Ponto de inoculação, quando identificado aparece como uma pequena úlcera ou pápula indolor, precoce e fugaz; Segunda fase – Aparece dentro de 4 dias, com invasão dos vasos linfáticos e comprometimento de linfonodos regionais (linfadenite inguinal crônica), que em 2 semanas, supuram, abscedam e podem fistulizar; Terceira fase – Instala-se gradualmente após alguns meses de processo supurativo linfonodal, associando áreas de fibrose cicatricial com focos de abscesso e fistulização, levando a elefantíase e a estenose, na mulher ocorre com maior frequência nos linfonodos perirretais e gera fístula e estenose retal. · DIAGNÓSTICO: Através da pesquisa da C. trachomatis e deve ser recomendado a todos os pacientes praticantes de sexo anal que apresentam fístulas anorretais; · TRATAMENTO: Deve ser realizado por um período de 14 dias com um dos esquemas a seguir: Doxiciclina 100mg VO de 12/12h por 3 semanas, Eritromicina 500mg VO de 6/6h por 3 semanas e Azitromicina 1g VO por semana durante 3 semanas. 5. CANCRO MOLE · Também denominado cancroide, deve ser investigada quando paciente apresenta lesão ulcerada, entrando no diagnóstico diferencial com sífilis e herpes genital; fator de risco importante para a transmissão do HIV. · AGENTE ETIOLÓGICO: H. ducreyi, com período de incubação de 2 a 5 dias; · QUADRO CLÍNICO: A mulher pode ser portadora assintomática, sendo reservatório deste microrganismo. Geralmente, a lesão clínica inicia-se como uma pápula ou vesícula que progride rapidamente para uma úlcera que pode ser única ou múltipla, dolorosa, com base amolecida e bordos escavados com fundo purulento e fétido por infecção secundária, na maioria dos casos as lesões se localizam na genitália externa, associada a uma adenopatia satélite, na maioria das vezes unilateral (bubão cancroide), que aparece após 7 a 14 dias por fusão de vários gânglios que fistulizam frequentemente. ÚLCERAS GENITAIS + LINFADENOPATIA DOLOROSA. · DIAGNÓSTICO: Nenhum método possui sensibilidade adequada, o diagnóstico definitivo requer identificação do patógeno em meio de cultura específico, biópsia pode ajudar na identificação do microrganismo. · TRATAMENTO: Dose única com Azitromicina 1g VO ou Ceftriaxona 250mg IM; Doses múltiplas com Ciprofloxacino 500mg VO de 12/12h por 3 dias ou estearato de eritromicina 500mg VO de 6/6h por 7 dias. 6. GRANULOMA VENÉREO: · Também denominado Donovanose ou granuloma inguinal, é uma infecção genital, extragenital e sistêmica de evolução crônica e progressiva, sendo mais frequente em negros, é pouco contagiosa, mas provavelmente é transmitida pela relação sexual; · AGENTE ETIOLÓGICO: C. granulomatis, seu período de incubação pode variar entre 3-6 meses (média de 45 dias); · QUADRO CLÍNICO: Inicia com lesão nodular, única ou múltipla, de localização subcutânea, que pode erosar, produzindo uma úlcera bem definida, de crescimento lento e sangrante, as lesões são indolores, autoinoculáveis, e raramente associadas a linfadenopatia satélite, podendo se apresentar frequentemente de forma ulcerovegetante com abundante granulação e sangramento fácil; · DIAGNÓSTICO: Esfregaço, cultura e histopatológico; Recomenda-se investigar o parceiro; · TRATAMENTO: Durante 3 semanas ou até cicatrização completa das lesões, com Azitromicina 1g VO por semana ou 500mg VO por dia por 3 semanas, Doxiciclina 100mg VO de 12/12h por 21 dias ou Ciprofloxacino 750mg VO 2x ao dia por 21 dias. Cirurgia para lesões extensas, cicatriciais e estenose. 7. MICOPLASMA: · Infecção genital que é causa de abortamento habitual e esterilidade por alterações nos espermatozoides; · AGENTE ETIOLÓGICO: M. hominis e U. urealyticum, parasitas de superfície que se aderem firmemente as mucosas do epitélio urogenital; · QUADRO CLÍNICO: As manifestações são variadas, contudo as principais são uretrite, vaginite e cervicite, e DIP, outras incluem sepse, febre puerperal, pielonefrite, abortamento e corioamnionite; · DIAGNÓSTICO: Cultura, porém deve-se ter em mente que, como não há um teste padrão-ouro, a infecção deve ser suspeitada em casos persistentes de cervicite e DIP; · TRATAMENTO: Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 7 dias ou Azitromicina 1G VO em dose única. 8. HERPES VÍRUS (HSV-1 E HSV-2): · IST ulcerativa mais frequente, a maioria é causada pelo HSV-2; · QUADRO CLÍNICO: Os episódios iniciais tendem a ser mais intensos do que as recorrências, em geral a mulher apresenta quadro de disúriaintensa, dor importante e desconforto, podendo evoluir com infecção secundária, retenção urinária e outras complicações; no episódio inicial estão presentes lesões bilaterais e múltiplas, dor local moderada a intensa e linfadenopatia inguinal dolorosa, as lesões evoluem de vesículas a pústula, úlcera e crosta. Complicações meningite asséptica, a disseminação cutânea e visceral é mais comum nos casos de eczema atópico, em imunocomprometidos e na gestação; As recidivas são precedidos por pródromo como Parestesias, prurido ou dor; A duração média da disseminação é de 4 dias e a da cicatrização 10 dias; os fatores desencadeantes são trauma mecânico, tensão emocional, doença sistêmica, alteração imune, menstruação, febre, exposição ao sol ou frio intenso, fadiga e estresse. · DIAGNÓSTICO: clínico, colposcopia (visualização das lesões), sorologia e cultura; · TRATAMENTO: O tratamento tópico é menos efetivo Episódio inicial: Aciclovir 400mg VO 3x ao dia por 7 a 10 dias ou 200mg VO 5x ao dia por 7 a 10 dias, Fanciclovir 250mg VO 3x ao dia por 7 a 10 dias; Tratamento supressivo: Indicado para pacientes com recidivas frequentes (6 episódios/ano). É seguro e altamente eficaz, não foram detectados efeitos da medula óssea, função renal e hepática; as opções são Aciclovir 400mg 2x ao dia por 6 a 12 meses; 9. MOLUSCO CONTAGIOSO: · AGENTE ETIOLÓGICO: Doença viral causada pelo poxvírus, a transmissão ocorre pelo contato direto com as pessoas contaminadas; atingindo principalmente crianças e portadores de algum tipo de imunossupressão, acometendo principalmente períneos e a raiz da coxa; · QUADRO CLÍNICO: O início acontece com o aparecimento de pápulas minúsculas que atingem 3 a 6mm de diâmetro, semiesféricas, isoladas e bem-delimitadas, geralmente agrupadas, de cor perolada, rósea ou igual à da pele circundante, o centro é umbilicado e a base levemente eritematosa, e localizam-se em qualquer área da pele e, algumas vezes, em mucosas; · DIAGNÓSTICO: Predominantemente clínico com a visualização das lesões características; · TRATAMENTO: Deve ser iniciado quando surgirem as primeiras lesões, e consiste na destruição das lesões, que pode ser feita por eletrocoagulação, crioterapia, curetagem, cauterização química ou espremedura manual. ABORDAGEM SINDRÔMICA: Apresentação dos fluxogramas indicados pelo MS para abordagem sindrômica de úlceras genitais, corrimento vaginal e cervicite.
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