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Infecções sexualmente transmissíveis

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1 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER 
JULIANA OLIVEIRA 
Hoje em dia o termo mais correto a se utilizar é 
“infecções sexualmente transmissíveis” ao invés de 
doenças sexualmente transmissíveis, pois, nem toda 
infecção sexualmente transmissível vai provocar uma 
doença. 
A etimologia da palavra quer dizer “amor imundo”, logo, 
desde muito tempo tem-se uma relação da sífilis ao sexo 
praticado com prostitutas ou de forma deliberada. 
➔ Agente etiológico: Treponema pallidum. 
➔ Transmissão: Sexual/outros contatos íntimos. 
 Vertical: Intraútero, neonatal. 
 Transfusão sanguínea. 
➔ Epidemiologia: 
No Brasil tem-se cerca de 900 mil casos novos por ano e 
no mundo são mais de 12 milhões por ano. 
1/3 dos indivíduos expostos a parceiro sexual infectado 
adquire a doença. 
 
➔ Classificação: 
▪ Sífilis adquirida: 
Primária: Até 1 ano após a infecção. É dividida em 
primária, secundária e latente recente. 
Tardia: Com mais de 1 ano de evolução. É dividida em 
latente tardia e terciária. 
 
▪ Sífilis congênita: Recente, quando se tem manifestações 
até dois anos e tardia quando se tem manifestações 
após os 2 anos. 
 
➔ Formas clínicas: Depende do tempo da doença. 
▪ Primária: 
- Surgimento do cancro duro (protossifiloma), assim 
chamado porquê possui as bordas endurecidas. É uma 
ferida limpa e indolor, devido a isso as vezes passa 
despercebido. 
- Período de incubação de 10 a 90 dias (média de 21 dias). 
- Cura em 3 a 6 semanas. 
- Adenopatia regional: Geralmente unilateral, não 
supurativa, móvel, indolor, sem sinais flogísticos. 
- Costuma surgir 7 a 10 dias após a lesão primária e 
desaparece espontaneamente. 
 
▪ Secundária: 
- Surge 4 a 8 semanas após o desaparecimento do cancro 
duro. 
- É conhecida como a fase dermatológica da doença, que 
dificulta o diagnóstico devido a sua semelhança com 
algumas doenças virais. 
Roséolas: Lesões papulares ou planas eritematosas que 
acometem principalmente o tronco, palma das mãos e 
planta dos pés. 
Sifílides: Lesões pápulo-erosivas, pustulosas e hipertróficas 
que acometem a cavidade oral, genital, palmas das mãos e 
plantas dos pés. São inicialmente lisas e depois escamosas. 
Condiloma plano: Áreas úmidas, como a região 
anogenital, parte interna das coxas e axilas, podem ter 
condiloma plano, que são placas elevadas com base ampla. 
- Essas lesões regridem em 2 a 6 semanas e raramente 
deixam cicatrizes. 
- Sintomas gerais como artralgia, febrícula, cefaleia e 
adinamia podem estar presentes, no entanto, são 
inespecíficos. 
- Alopecia irregular. 
- Linfadenopatia: 85% dos pacientes e demora meses para 
aparecer. 
- A infecção entre em uma fase de latência, só sendo 
detectada por método sorológico. 
 
 
 
▪ Latente: 
- Surge 1 a 2 anos após o contágio. 
- É chamada “fase de silêncio clínico”. 
- O diagnóstico se dá apenas através dos exames 
sorológicos. 
- Divide-se em latente precoce (até um ano) e latente 
tardia. 
 
▪ Terciária: 
- Pode-se ter o seu desenvolvimento cerca de 3 a 20 anos 
após a infecção. 
- 1/3 dos pacientes não tratados evoluem para esta fase. 
- Lesões cutaneomucosas: tubérculos ou gomas. 
(hipersensibilidade tardia). 
- Cardiovasculares: Aneurisma aórtico pela aortite sinfilítica, 
estenose coronariana e insuficiência aórtica. 
- Neurológicas: Tabes dorsalis, mielite transversa e 
demência. 
 
 
2 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER 
JULIANA OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
➔ Diagnóstico laboratorial: 
▪ Pesquisa do treponema por bacterioscopia em campo 
escuro: 
- Técnica Fontana-tribondeau (sais de prata). 
- Padrão ouro. 
Obs: Esse método fornece um diagnóstico de sífilis 
precoce. 
▪ Imunofluorescência direta: 
- Técnica de Fontana-Tribondeaux. 
▪ Testes sorológicos: 
Sorologia não – treponêmica: VDRL, RPR e Elisa. 
- É utilizado para rastreio da sífilis. 
- São testes que não são específicos para o treponema 
e basicamente detectam anticorpos não treponêmicos os 
anticardiolipínicos. 
- São muito sensíveis, mas não são específicos, isso 
significa que quando o paciente teve sífilis, a chance de dar 
positivo é alta por que ele é sensível, no entanto, ele 
também pode ser positivo em situações que não seja de 
sífilis, logo, não é específico. 
- Qualitativos: Testes de triagem (reagente 1:16 ou não). 
O que significa 1:16? 
Significa que aquele soro foi diluído 16x e ainda continuava 
positivo. 
- Quantitativos: Títulos dos anticorpos. 
 Monitoramento da resposta do tratamento. 
O monitoramento é feito a cada 6 meses e espera-se que 
aquela titulação caia. 
- Vão ser positivos 3 a 6 semanas após a infecção ou de 2 a 
3 semanas após o aparecimento da lesão primária. 
 
VDRL → Melhor teste de rastreamento para sífilis. 
 Muito sensível e pouco específico, assim, quando 
positivo pede-se o TPHA para confirmar o diagnóstico. 
 
Pode dar reações falso positivas no caso de outras 
doenças, pois, não é específico para sífilis ou falso 
negativo caso seja solicitado muito cedo ou em uma fase 
latente tardia. 
 
Quais são as vantagens do VDRL? 
Baixo custo, alta sensibilidade e a possibilidade de titulação 
dos anticorpos, monitorando os anticorpos. 
 
OBS: O efeito prozona é uma situação onde se faz o 
VDRL, mas a quantidade de antígeno é tão grande que a 
quantidade de anticorpos não consegue identificar, dando 
um falso negativo. Sendo importante repetir o VDRL 
algumas semanas depois ou pedir o TPHA. 
Sorologia treponêmica: 
- Tem um custo muito mais alto, logo é um bom exame 
de triagem, não sendo um bom exame de rastreamento. 
- Tem-se o FTA-abs e o TPHA que são os mais utilizados, 
TPI e o MHA-TP. 
- Detectam anticorpos específicos contra as espiroquetas. 
- É um exame qualitativo, portanto, fornece somente 
negativo ou positivo. É específico para o treponema. 
- Raramente tem-se resultados falso-positivos. 
- São os primeiros a positivar. 
- Tornam-se reativos a partir de 7 a 15 dias da infecção. 
- É reservado para a confirmação de um teste não 
treponêmico positivo. 
 
➔ Tratamento: 
▪ Penicilina G benzatina é o melhor tratamento para 
sífilis, pois, possui baixo custo e excelente eficácia. 
- Paciente de sífilis na fase primário-secundária ou 
latente, faz-se uma dose única de 2.400.00 UI IM. 
- Paciente de sífilis latente ou tardia o tratamento é 
sempre de 2.400.000 UI IM por semana, 1x por semana 
durante 3 semanas. 
 
Critérios de cura: 
- Monitoramento dos títulos de anticorpos através do 
VDRL que é feito a cada 3, 6 e 12 meses após tratamento. 
- Queda de 4 títulos da sorologia ou sua negativação em 6 
meses a 1 ano o paciente de fato está sendo curado. 
- Gestantes – mensalmente. 
- O esperado é a diminuição de um título por mês. 
- Deverá ser feito um novo tratamento se a sorologia 
aumentar 4 títulos. 
 
Drogas alternativas: 
- Azitromicina: 1g VO por semana, durante 2 ou 3 semanas 
para sífilis até 1 ano. 
- Doxiciclina 100 mg VO 12/12h ou eritromicina ou 
tetraciclina 500 mg VO 6/6h, durante 14 dias para sífilis até 
um ano e durante 28 dias para sífilis com mais de um ano. 
 
OBS: A penicilina G benzatina continua sendo o melhor 
tratamento, sendo a 1ª escolha. 
 
Gestantes: 
- Também utilizam penicilina G benzatina. 
- São contraindicadas tetraciclinas, doxiciclina e estolatode 
eritromicina. 
- Dessensibilização nas pacientes alérgicas para que possa 
ser feita a administração. 
 
OBS: Durante a gestação os testes não treponêmicos 
devem ser realizados no 1º e 3º trimestre e na admissão 
para o parto. 
 
Falha no tratamento: 
Tem-se uma falha se houver um aumento dos títulos, 
tratamento interrompido ou não tratamento do parceiro. 
 
3 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER 
JULIANA OLIVEIRA 
Nas gestantes deve-se atentar ao tratamento que foi 
concluído a menos de 1 mês do parto, pois, não teve 
tempo para confirmar se a paciente foi tratada de forma 
efetiva e ao tratamento que não foi feito com penicilina. 
➔ Definição: 
Doença inflamatória pélvica aguda. São infecções agudas 
altas nas quais o patógeno consegue ascender o trato 
genital da mulher e chegar até sua parte superior, 
provocando inflamação do endométrio (endometrite), 
inflamação de trompas (salpingite aguda), inflamação de 
trompas e ovários (salpingooforite) ou a inflamação de 
toda a pelve (pelviperitonite). 
➔ Agentes etiológicos: 
▪ Primários: 
- Chlamydia trachomatis. 
- Neisseria gonorrhoea. 
- Micoplasmas. 
 
OBS: Chlamydia e neisseria possuem o mesmo tratamento. 
 
▪ Secundários: 
- Anaeróbios. 
- Aeróbios. 
- Bacilos gram negativos 
 
Normalmente na DIPA tem-se uma infecção 
polimorfomicrobiana. É mais comum que essa 
modificação dessa flora surja no período perimenstrual ou 
no pós menstrual imediato, logo, é importante saber que 
apesar dos agentes primários, tem-se uma infecção mista. 
 
➔ Fatores de risco: 
▪ Faixa etária: 15 e 25 anos. 
▪ Comportamento sexual de risco. 
▪ Parceiro sexual portador de uretrite. 
▪ História prévia de DST ou DIP. 
▪ Tabagismo/alcoolismo/ uso de drogas ilícitas. 
▪ DIU (3 primeiras semanas após sua inserção): 
▪ Vaginose bacteriana. 
 
➔ Sinais e sintomas: 
▪ Dor à mobilização do colo do útero. 
▪ Dor anexial (palpação dos anexos). 
▪ Dispaurenia (superficial ou profunda). 
▪ Corrimento vaginal mucopurulento. 
▪ Febre > 38, 8ºC 
▪ Sangramento intermenstrual. 
▪ Queixas urinárias. 
É importante ressaltar que a dor relatada nesses casos são 
muito fortes, o incômodo no toque vaginal é normal, no 
entanto, a dor intensa não é normal. 
É importante que seja feita uma avaliação momentânea 
(toque vaginal + exame especular) para avaliar os sinais e 
sintomas presentes. 
➔ Estadiamento: 
▪ Estágio I (leve): 
- Quando se tem um quadro de endometrite e salpingite 
aguda sem peritonite. 
- Tratamento ambulatorial. 
Nesse caso não se tem nenhum sinal de que a dor possa 
estar ligado a um quadro de peritonite visto que não há 
presença de abscesso. A paciente conclui o tratamento em 
casa. 
▪ Estágio II (moderada sem abscesso): 
- Salpingite aguda com peritonite (pelviperitorite). 
- Tratamento hospitalar, principalmente para aquelas 
pacientes que não tiverem condições de manter o 
tratamento em casa 
Atb de administração venosa ou intramuscular. 
▪ Estágio III (moderada com abscesso): 
- Salpingite aguda com obstrução tubária ou abscesso tubo-
ovariano ou abscesso pélvico. 
- Tratamento hospitalar, internação devido aos sinais 
peritoneais ou presença de abscesso. 
Essa paciente provavelmente vai precisar de uma 
laparoscopia para drenar o abscesso, caso não regrida com 
o uso dos atb. 
▪ Estágio IV (grave): 
- Presença de abscesso tubo-ovariano roto ou sinais de 
choque séptico devido a ruptura desse abscesso. 
- Tratamento hospitalar com auxílio de intervenção 
cirúrgica (laparotomia). 
Logo, é uma doença que pode começar de modo suave, 
mas pode ter uma evolução desfavorável, por isso, atenção 
à queixa de dor pélvica aguda. A dor pélvica crônica 
pode ser consequência de uma DIPA, mas é um quadro em 
que se tem tempo para investigar com calma, no entanto, a 
dor pélvica aguda não é possível analisar com calma. 
 
➔ Critérios de diagnóstico: 
▪ Maiores: São critérios específicos de DIP. 
- Dor abdominal infra umbilical. 
- Dor à palpação dos anexos. 
- Dor à mobilização do colo uterino. 
 
▪ Menores: São critérios inespecíficos 
- Temperatura axilar maior que 38,3 ºC 
- Secreção vacinal ou cervical anormal. 
- Massa pélvica. 
- Leucocitose. 
- Proteína C reativa ou VHS elevadas. 
- Mais de 5 leucócitos por campo e imersão em secreção 
de endocérvice. 
- Comprovação laboratorial de infecção pelo gonococo, 
clamídia ou micoplasma. Nesse caso, pode se fazer a cultura 
para confirmar, no entanto, deve-se iniciar o tratamento 
com ATB imediatamente. 
 
▪ Elaborados: Depende de um instrumento diagnóstico. 
- Evidencia histopatológica de endometrite. 
- Diagnóstico laparoscópico de DIPA. 
 
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4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER 
JULIANA OLIVEIRA 
- Ultrassonografia transvaginal pélvica sugestiva de abscesso 
tubo-ovariano ou em fundo de saco. 
 
Basta 1 critério elaborado para fechar o diagnóstico, 
quando ausente, 3 critérios maiores + a 1 critério 
menor devem-se pensar em DIPA. 
 
➔ Repercussões: 
Uma paciente que tem sequela de DIPA, pode ter um 
comprometimento tubário que leve a infertilidade ou um 
maior risco de uma gravidez ectópica. 
▪ Risco de gravidez ectópica. 
▪ Infertilidade. 
▪ Dor pélvica crônica. (casos de muitas aderências) 
▪ Dispareunia. (pelve modificada, cheias de aderências). 
▪ Conjuntivite neonatal. 
▪ Síndrome de Fitz – Hugh Curtis: Dor aguda no 
hipocôndrio direito e à descompressão, isso porquê o 
processo inflamatório pélvico pode ascender para o 
abdome superior comprometendo essa região. 
 
➔ Exames complementares: 
▪ Hemograma completo: VHS/Leucocitose com desvio 
para esquerda (infecção). 
▪ Proteína C reativa: Evidencia inflamação. 
▪ Beta HCG: Afasta gravidez ectópica. 
▪ USG transvaginal: Avaliar abscesso tubo-ovariano. 
▪ USG abdominal: Afastar apendicite e outros abscessos. 
▪ Cultura da região endocervical: Clamídia e gonococo. 
▪ Urina: Afastar infecção do trato urinário. 
▪ Videolaparoscopia: Diagnóstico em caso de dúvida 
(DIP, apendicite, gravidez ectópica). 
▪ Laparotomia: Emergência (abscesso roto). 
 
 Atenção! 
Toda mulher em idade reprodutiva que chega ao 
ambulatório com dor pélvica ou sangramento precisa 
fazer o beta. 
 
➔ Tratamento: 
▪ Estágio I – Ambulatorial: 
- Ceftriaxona + doxiciclina + metrodidazol. 
- Cefoxitina + probenecida + doxiciclina + metrodidazol. 
- Ofloxaxina + doxiciclina + metrodidazol. 
- Ampiciclina + probenicida + doxiciclina + metrodidazol. 
 
▪ Estágio II – Hospitalar: 
- Gentamicina + penicilina G cristalina + clindamicin. 
- Gentamicina + penicilina G cristalina + metrodidaz. 
- Gentamicina + penicilina G cristalina + tiafenicol. 
 Fase II ambulatorial → Doxicilina. 
 Fase III ambulatorial → Ofloxacina. 
 
▪ Estágio IV – Hospitalar: 
- Abordagem cirúrgica. 
- Mesma complementação terapêutica do estágio III. 
A etimologia da palavra herpes remete a evolução 
arrastada do quadro crônico dessa doença que perdura 
durante toda a vida do paciente, intercalando por períodos 
de latência ou recorrência. 
Há duas espécies desse vírus, podendo ser tipo 1 ou tipo 
2. O tipo 1 é mais comum da região oral, no entanto, 
também pode ocasionar lesões genitais, já o tipo 2 é mais 
comum na genital. É um DNA vírus e é o principal 
responsável pelo quadro de herpes genital. 
 
➔ Epidemiologia:▪ Tem-se mais de um milhão de casos novos por ano. É a 
IST ulcerativa mais frequente. 
▪ Risco de transmissão do HSV-2 anual entre os casais é 
de 16% do homem para a mulher e de 6% da mulher 
para o homem. 
 
➔ Transmissão: 
▪ Predominantemente pelo contato sexual: HSV-2. 
▪ Contato orogenital. 
▪ Vertical: Canal de parto. 
 
➔ Patogenia: 
O herpes inicia a infecção através de membranas mucosas 
ou ruptura na pele. O vírus se replica nas células da lesão e 
infecta o neurônio que inerva a região, trafegando para os 
gânglios sacrais. 
 
Seu período de incubação varia de 2 a 26 dias com uma 
média de 7 dias. 
A primeira infecção que o paciente tem na vida, na 
maioria das vezes, é assintomática em 75% dos casos. No 
entanto, nos outros 25% os sintomas são exuberantes, pois, 
ainda não se tem anticorpos contra o vírus. 
 
➔ Quadro clínico: 
Normalmente tem-se uma hiperemia que evolui para 
vesículas, as quais se agrupam e se rompem formando 
uma úlcera dolorosa seguida de cicatrização. 
O vírus migra pela raiz nervosa até alojar-se num gânglio 
neural profundo, onde permanece quiescente até a recidiva 
seguinte. 
 
 
Sempre que a paciente refere um quadro de herpes genital, 
é importante perguntar quantos episódios se tem por ano. 
 
Os pródomos ou sinais e sintomas que predizem uma 
doença, nesse caso, se caracterizam por ardor, prurido, 
formigamento e adenomegalia que podem anteceder a 
erupção cutânea. 
 
5 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER 
JULIANA OLIVEIRA 
▪ Em 50% dos casos há a presença de adenopatia 
inguinal dolorosa bilateral. (na sífilis é unilateral e 
não dolorosa) 
▪ Cervicite herpética pode estar associada a 
corrimento vaginal aquoso. 
 
▪ Podem ocorrer: 
- Gengivoestomatite herpética. 
- Ceratoconjutivite herpética. 
- Meningoencefalite herpética. 
 
▪ Após a infecção genital primária por HSV-2, 90% 
desenvolvem novos episódios nos primeiros 12 meses 
por reativação do vírus 
 
Fatores de recorrência: 
- Febre. 
- Exposição à radiação ultravioleta. 
- Traumatismos. 
- Menstruação. 
- Estresse físico ou emocional. 
- Antibioticoterapia prolongada. 
- Imunodeficiência. 
 
➔ Complicações: 
▪ Meningite asséptica. 
▪ Retenção urinária por mielite transversa (raro) ou 
disfunção do SNA (menos de 1%). 
▪ Disseminação cutânea e visceral (fígado, pulmão e 
meninges). 
▪ Gestantes: Complicações obstétricas. 
 Ceratoconjuntivite neonatal. 
 
➔ Diagnóstico: 
▪ Essencialmente clínico: anamnese + exame físico. 
▪ Pode-se ter a detecção direta do HSV em culturas de 
tecido e biópsia, no entanto, são pouco usadas pois sua 
sensibilidade diminui com a duração da lesão. 
▪ Alguns pacientes podem apresentar modificações 
citológicas no Papanicolau. 
▪ Sorologia anti-HSV: Grande parte da população entrou 
em contato com o vírus, mas não desenvolveu a 
doença. Tem uma utilidade limitada, pois, não se faz 
rastreio de herpes. 
 
➔ Tratamento: 
▪ Alívio da dor com analgésicos e anti-inflamatórios. 
▪ Tratamento local: 
- Solução fisiológica ou água boricada a 3% para limpeza 
das lesões. 
- Creme local com cicatrizantes. 
▪ Antivirais: 
- Aciclovir 400 mg, VO, 8 em 8hrs por 7 a 10 dias. 
- Fanciclovir 250 mg, VO, 8 em 8hrs por 7 a 10 dias. 
- Valaciclovir 1g, VO,12 em 12 hrs por 7 a 10 dias. 
 
O agente etiológico é o haemophilus ducreyi, é um 
cocobacilo gram negativo. Possui um período de 
incubação de 2 a 5 dias. 
 
É uma doença infecciosa aguda e a sua transmissão se dá 
exclusivamente por via sexual e tem a capacidade de 
autoinoculação de forma que ao tocar na lesão pode-se 
passar para outras regiões. 
▪ A faixa etária mais acometida fica entre os 20 aos 30 
anos. 
▪ O sexo masculino é mais acometido (40 casos masc 
para cada 1 fem). 
▪ Tem-se um risco de infecção de 80%. 
 
➔ Epidemiologia: 
Tem uma íntima associação entre o cancro mole e a 
soropositividade para o HIV. 
 
Estima-se que mais de 10% dos pacientes com cancro mole 
apresentam-se co-infectados com o treponema pallidum 
(sífilis) e o HSV (herpes simples). 
 
SE LIGA! 
Pacientes portadores de IST precisam que seu parceiro 
também seja tratado e é necessário que haja uma 
investigação acerca de outras ISTs visto que toda IST por si 
só é um facilitador para outras, inclusive HIV. 
 
➔ Manifestações clínicas: 
Lesões tipo pápulas que evoluem para pústulas, formando 
úlceras rasas, dolorosas, purulentas, com base 
granulomatosa facilmente sangrante, de borda irregular 
cobertas por exsudato necrótico amarelado e de odor 
fétido. 
 
 
Após cerca de uma semana do aparecimento do cancro, 30 
a 50% dos pacientes desenvolvem uma adenite inguinal 
satélite → bubão na virilha. 
- Unilateral; 
- Dolorosa; 
- Pode evoluir com supuração por único orifício. 
 
➔ Diagnóstico: 
▪ Clínico. 
▪ Métodos laboratoriais: 
- Exame direto das lesões: Coloração pelo gram. 
Objetivo: Identificar H. ducreyi na secreção da úlcera ou do 
aspirado do bubão. 
- Cultura. 
- PCR multiplex. 
 
OBS: Não se deve esquecer que o teste para HIV deverá 
ser feito rotineiramente em pacientes com úlcera genital. 
 
➔ Tratamento: 
▪ Azitromicina, 1g, VO, dose única. 
▪ “, 500 mg, VO, por dia, durante 3 dias. 
▪ Ciprofloxacina, 500 mg, VO, 12 em 12hrs, durante 3d. 
 
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4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER 
JULIANA OLIVEIRA 
▪ Doxiciclina, 100 mg, VO, 12/12h ou 200 mg uma vez ao 
dia durante 7d. 
▪ Eritromicina, 500 mg, VO, 8/8h, durante 5 a 7d. 
▪ Tianfenicol, 500 mg, VO, 8/8h, durante 5 a 7d. 
É também conhecida por “linfogranuloma inguinal”, 
caracteriza-se pelo aparecimento de lesão genital (lesão 
primária) de curta duração e que se apresenta como ferida. 
Seu agente etiológico é a Chlamydia tchomatis e os 
sorotipos L1, L2 e L3 são responsáveis pelo 
desenvolvimento desse quadro. 
Período de incubação varia de 3 a 32 dias. É uma doença na 
qual a sua disseminação se dá principalmente pela via 
linfática. Alguns pacientes podem evoluir com elefantíase 
vulvar. 
➔ Epidemiologia: 
▪ Transmissão sexual. 
▪ Doença de notificação compulsória. 
▪ Baixa incidência. 
▪ Mais frequente nos países tropicais e subtropicais da 
áfrica e ásia e sudeste dos EUA, onde o patógeno é 
encontrado. 
 
➔ Quadro clínico: 
▪ A adenite pode evoluir em nódulos inguinais 
superficiais dolorosos ou bubões que frequentemente 
rompem a pele com exsudação de descarga purulenta. 
▪ A fistulização crônica pode permanecer períodos 
prolongados, fecha-se um trajeto e abrem-se outros, o 
aspecto assemelha-se ao de um bico de regador. 
▪ Pápula → pústula → exulceração superficial ou erosão. 
▪ Pode ocorrer na parede vaginal posterior, colo uterino, 
fúrcula vaginal. 
▪ Disseminação linfática regional. 
▪ Formação de abscessos com fístulas. (múltiplos 
abscessos com fístula). 
▪ Surge entre 1 a 6 semanas após a lesão de inoculação. 
▪ É unilateral na maioria dos casos. 
▪ A adenite pode evoluir em nódulos inguinais 
superficiais dolorosos ou bubões que frequentemente 
rompem a pele com exsudação de descarga purulenta. 
▪ A fistulização crônica pode permanecer por períodos 
prolongados. 
 
➔ Complicações: 
▪ Fistulização crônica retal, vaginal, vesical. 
▪ O acometimento do reto pode levar a proctite. O 
contato orogenital pode causar glossite. 
▪ Estenose e fibrose da vagina e do reto. 
▪ Podem ocorrer febre, mal-estar,anorexia, 
emagrecimento, artralgia, sudorese noturna e 
meningismo. 
▪ A obstrução linfática crônica na mulher acarreta a 
elefantíase genital. 
➔ Diagnóstico: 
▪ Clínico!!! 
A comprovação laboratorial não é rotineira, pois, o 
paciente está sofrendo, logo, deve-se iniciar o tratamento. 
 
▪ Testes diagnósticos: 
- Testes de fixação de complemento. 
- PCR. 
- Imunofluorescência. (citopatológico e ELISA) 
- Exame histopatológico. 
- Cultura. 
- Métodos radiológicos (linfografia e enema opaco). 
 
➔ Tratamento: 
▪ Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h por 14 a 21d. 
▪ Parceiros que tiveram contato sexual com a paciente 
nos 2 meses anteriores devem ser examinados e 
tratados com esquemas clássicos para infecção por 
clamídia (azitromicina 1g, dose única ou doxiciclina 100 
mg 12/12h por 7d). 
▪ Na gestação: Eritromicina, 500 mg, VO, 4x ao dia, 14 a 
21 dias.

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