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TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG) e ANSIEDADE SOCIAL

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–
 
 1 
 
• Transtornos de Ansiedade 
Os transtornos de ansiedade, frequentemente crônicos e resistentes ao tratamento, compreendem: 
transtorno de pânico, agorafobia, fobia específica, transtorno de ansiedade social e transtorno de 
ansiedade generalizada. Embora apresentem características únicas, esses transtornos apresentam 
uma extraordinária interação entre FATORES GENÉTICOS e AMBIENTAIS, que culminam no 
desenvolvimento de uma ansiedade patológica. Entre si, esses transtornos se diferenciam pelos tipos 
de situações que induzem o MEDO, ANSIEDADE e COMPORTAMENTO DE ESQUIVA! 
 
• Ansiedade Normal 
É um SINAL DE ALERTA que indica PERIGO IMINENTE, preparando o indivíduo para lidar com 
determinada situação, geralmente desconhecida, que se manifesta como uma SENSAÇÃO DIFUSA, 
DESAGRADÁVEL e de VAGA APREENSÃO que pode estar acompanhada de sintomas autonômicos 
(palpitações, diaforese, desconforto estomacal) que variam amplamente entre os indivíduos. 
Vale comparar a ANSIEDADE E O MEDO, uma vez que durante a tradução de 
postulados do Freud houve uma pequena confusão no momento da distinção 
entre medo e ansiedade, o que se perpetua até hoje. O MEDO também é 
caracterizado como um SINAL DE ALERTA, mas, ao contrário da ansiedade, se 
dá frente a uma AMEAÇA CONHECIDA, apresentando caráter SÚBITO, como 
o medo ao atravessar uma rua com um carro vindo em sua direção – na 
ansiedade, medo ao conhecer uma pessoa nova (caráter insidioso). 
 
“Medo é a resposta a um estímulo real e conhecido, ansiedade é a antecipação de uma 
ameaça futura.” 
 
Dessa forma, a ansiedade normal é importante pois PREPARA o indivíduo para uma ameaça externa 
ou interna (dano corporal, dor). Em véspera de prova, a ansiedade impele o indivíduo a estudar 
para obter um bom desempenho. Essa preparação permeia AUMENTO DA ATIVIDADE SOMÁTICA 
E AUTONÔMICA controlada pela interação do sistema nervoso simpático e parassimpático. 
Mas como um evento pode desencadear ansiedade em uma pessoa e não em outra? Isso depende 
dos recursos de DEFESA PSICOLÓGICA do indivíduo, isto é, do EGO! Ele nada mais é do que a 
ponderação entre o ID e o SUPEREGO, ou seja, é a vertente moral/social de ponderação dos nossos 
atos – o DESEQUILÍBRIO do ego com o mundo externo ou interno leva a ANSIEDADE CRÔNICA. 
➢ Desequilíbrio EGO e MEIO EXTERNO → moral e pressões sociais → causa problemas 
interpessoais. 
➢ Desequilíbrio EGO e MEIO INTERNO → moral e impulsos (sexuais, agressivos) → causa 
problemas intrapessoais. 
–
 
 2 
 
 
 
• Ansiedade Patológica 
A explicação psicanalítica para esse fenômeno reside justamente no papel do EGO. Essa ansiedade 
é caracterizada por SINAL DE PERIGO NO INCONSCIENTE, que é resultante do conflito entre ID 
(impulsos sexuais, agressivos inconscientes) e SUPEREGO (o certinho controlador) – em resposta a 
esse conflito, o ego tenta de todas as formas evitar que aqueles pensamentos esdrúxulos 
INCONSCIENTES do ID se tornem CONSCIENTES. O objetivo dos tratamentos de transtornos 
ansiosos não é eliminar a resposta ansiosa, mas sim AUMENTAR A TOLERÂNCIA A ELA, uma vez 
que vimos a importância da ansiedade! 
“A ansiedade que produz a repressão, não a repressão que produz a ansiedade” 
• Etiologias Biológicas dos Transtornos Ansiosos 
 
➔ Sistema Nervoso Autônomo – ambos sistemas nervosos autônomos de um indivíduo 
ansioso apresentam TÔNUS SIMPÁTICO AUMENTADO que respondem de maneira 
excessiva a estímulos moderados. 
➔ Neurotransmissores – os três principais neurotransmissores associados a ansiedade são 
NOREPINEFRINA (NE), SEROTONINA (SE) E GABA. O excesso de NE e SE tende a 
perturbar as respostas ansiosas, enquanto o excesso de GABA facilita a ADAPTAÇÃO ao 
estímulo estressor, o que justifica o uso de benzodiazepínicos para tratamento de 
ansiedade. 
➔ Norepinefrina – pacientes com sintomas crônicos ansiosos, como hiperexcitação 
autonômica e insônia, refletem uma HIPERATIVIDADE NORADRENÉRGICA resultante de 
problemas regulatórios que culminam em surtos de 
atividade. Experimentos de estimulação do Tronco 
Encefálico (TE) rostral, local dos corpos dos neurônios 
noradrenérgicos, produziram RESPOSTA DE MEDO. 
➔ Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal – muitas formas de 
ESTRESSE PSICOLÓGICO (além do ambiental) 
aumentam a síntese e liberação de CORTISOL, que é 
responsável por aumentar o ALERTA, A VIGILÂNCIA. 
 
–
 
 3 
 
 
1) Transtorno de Ansiedade Social 
Consiste no MEDO DO EMBARAÇO que pode ocorrer em SITUAÇÕES SOCIAIS, incluindo o contato 
com estranhos. Importante o uso do termo ANSIEDADE SOCIAL para diferenciar da FOBIA 
ESPECÍFICA, em que o medo é da SITUAÇÃO SOCIAL e não do possível embaraço! A ansiedade 
social pode ser a ATIVIDADES SOCIAIS ESPECÍFICAS, como comer em público, falar em público... 
Etiologia – O traço PADRÃO CONSISTENTE DE INIBIÇÃO COMPORTAMENTAL, que é mais comum 
em filhos de pais com TP, pode evoluir para TIMIDEZ GRAVE a medida que se desenvolve – a 
associação do TRAÇO + BASES NEUROBIOLÓGICAS + PAIS SUPERPROTETORES. 
➔ Fatores Neuroquímicos – o sucesso do tratamento farmacológico 
na ansiedade social gerou duas hipóteses neuroquímicas 
específicas, principalmente pelo uso do PROPRANOLOL, 
antagonista beta-adrenérgico, para fobia de desempenho (falar 
em público), o que levou ao desenvolvimento da TEORIA 
ADRENÉRGICA: ou há uma maior liberação de 
neurotransmissores catecolaminérgicos ou uma maior 
sensibilidade a eles. Já o uso de IMAO corrobora para a 
existência de alguma disfunção DOPAMINÉRGICA por inibição 
da recaptação ESTRIATAL. 
 
• Diagnóstico 
O médico deve reconhecer que pelo menos algum grau de ansiedade social ou de constrangimento 
é comum na população em geral. Essa ansiedade apenas se torna transtorno de ansiedade social 
quando ela impede um indivíduo de participar de atividades desejadas ou causa sofrimento 
acentuado durante elas. 
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 4 
 
 
• Tratamento 
Utiliza-se tanto a psicoterapia como a farmacoterapia: Os medicamentos eficazes no tratamento do 
transtorno de ansiedade social incluem 1) ISRSs, 2) os benzodiazepínicos, 3) venlafaxina e 4) 
buspirona. O tratamento do transtorno de ansiedade social associado com situações de desempenho 
muitas vezes envolve a utilização de ß antagonistas-adrenérgicos um pouco antes da exposição a 
um estímulo fóbico. Os dois compostos mais amplamente utilizados são atenolol, 50 a 100 mg 
administrados cerca de 1 hora antes do desempenho, ou propranolol, 20 a 40 mg. 
 
2) Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) 
Como discutido, a ansiedade é uma resposta normal e adaptativa 
a uma ameaça, preparando o organismo para luta ou fuga! 
Indivíduos que apresentam ANSIEDADE E PREOCUPAÇÃO 
excessivas com vários eventos NA MAIOR PARTE DOS DIAS durante 
um período de pelo menos 6 MESES são diagnosticados com TAG. 
Esta preocupação frequentemente está acompanhada de sintomas 
somáticos, como TENSÃO MUSCULAR, IRRITABILIDADE, 
DIFICULDADE PARA DORMIR e INQUIETAÇÃO. 
Comorbidade – é provável que o TAG seja o transtorno que coexiste 
com mais frequência com outro transtorno mental, i.e., cerca de 50-
90% dos pacientes com TAG apresentam outro transtorno mental! 
Etiologia – a causa exata do TAG não é conhecida, porém alguns padrões de alteração patológicas 
são observados, como: 
➔ Fatores Biológicos – a partir da farmacoterapia, percebeu-se que os BENZODIAZEPÍNICOS 
e as UZASPIRONAS (buspirona) interferem, de alguma forma, no TAG, portanto os 
sistemas GABAÉRGICO e SEROTONINÉRGICO encontram-se AFETADOS! Além disso, 
alguns estudos mostram certo grau de 
ANORMALIDADE NOS RECEPTORES do lobo 
occipital (local com maior [receptores benzo] 
no cérebro), núcleos da base, sistema límbico 
e córtex frontal. Exames de imagem cerebrais 
de pacientes com TAG revelaram TAXA 
METABÓLICA MAIS BAIXA NOS NÚCLEOS 
DA BASE E NA SUBSTÂNCIA BRANCA. 
 
➔ Fatores Psicossociais – a vertente cognitivo-
comportamental postula que os indivíduos 
com TAG respondem de maneira incerta aos 
perigos percebidos pois apresentamATENÇÃO SELETIVA a detalhes NEGATIVOS 
no ambiente, associada a DISTORÇÕES NO 
PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES e por 
uma visão negativa na capacidade de 
enfrentamento de problemas. A vertente 
PSICANALISTA, como já falado, postula que a 
ansiedade é um SINTOMA de conflitos 
INCOSCIENTES. 
–
 
 5 
 
 
Diagnóstico – o TAG é caracterizado por um padrão de preocupação e ansiedade frequentes, 
persistentes, desproporcional ao impacto do acontecimento ou da circunstância que é o foco da 
preocupação. Geralmente, os sintomas somáticos ou levam o indivíduo a procurar um clínico geral 
ou um especialista para um sintoma. 
 
• Tratamento 
O tratamento mais eficaz para TAG provavelmente seja uma combinação de PSICOTERAPIA, 
FARMACOTERAPIA e ABORDAGENS DE APOIO. 
 Psicoterapia – as principais abordagens terapêuticas são a COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL, DE APOIO e a ORIENTADA AO INSIGHT, sendo a primeira responsável por 
resultados a curto e longo prazo. Grande parte dos pacientes apresenta uma REDUÇÃO 
ACENTUADA da ansiedade quando conseguem discutir as suas dificuldades com um médico 
empático. Se o médico descobre a situação externa que provoca ansiedade, há uma possibilidade 
de modificar o ambiente e reduzir as pressões estressantes. 
A abordagem dinâmica do paciente tem como objetivo aumentar a tolerância à ansiedade e grande 
parte dos pacientes com tratamento psicoterapêutico podem continuar a experimentar ANSIEDADE, 
porém o aumento do domínio do ego possibilita a utilização dos sintomas de ansiedade sem 
expansão. 
 Farmacoterapia - As três principais opções de medicamentos a serem consideradas para o 
tratamento desse transtorno são os BENZODIAZEPÍNICOS, OS ISRS, A BUSPIRONA E A 
VENLAFAXINA. 
➔ Benzodiazepínicos – são os medicamentos de escolha para TAG - Podem ser PRESCRITOS 
CONFORME NECESSÁRIO, de modo que os pacientes tomem um benzodiazepínico de 
ação rápida quando se sintam particularmente ansiosos. Problemas com relação ao uso: 
tolerância, dependência, comprometimento da vigília. O tratamento para a maioria das 
condições de ansiedade dura de 2 a 6 semanas, seguidas por 1 a 2 semanas de redução 
gradativa da utilização do medicamento antes de sua interrupção. 
 
–
 
 6 
 
➔ Buspirona – agonista parcial dos receptores 5HT1A, sendo mais eficaz na redução dos 
SINTOMAS COGNITIVOS do que os SOMÁTICOS. A maior desvantagem da buspirona é 
que seus efeitos levam de 2 a 3 semanas para se tornarem evidentes, em contraste com 
os efeitos ansiolíticos quase imediatos dos benzodiazepínicos. Uma abordagem é iniciar o 
uso de ambos os grupos ao mesmo tempo e, então, reduzir de forma gradual a utilização 
dos benzodiazepínicos até a retirada, após 2 a 3 semanas, momento em que a buspirona 
deve ter atingido seus efeitos máximos. 
 
➔ ISRS - A desvantagem maior dos ISRSs, sobretudo da FLUOXETINA, é que eles podem 
aumentar a ansiedade de forma transitória e causar estados agitados! Por isso também é 
comum a associação de benzodiazepínicos no início do uso de ISRSs. 
 
 
 
 
 
 
Referências 
• SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A.; RUIZ, P. Kaplan and Sadock’s Comprehensive Textbook of 
Psychiatry. 10a edição ed. [s.l.] Wolters Kluwer Health, 2017. 
• ASSOCIATION, A. P. et al. DSM-5 - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais. 5a edição ed. [s.l.] Artmed, 2014. 
• https://www.studocu.com/pt-br/document/centro-universitario-cesmac/saude-mental-
ii/resumos/1-transtorno-de-ansiedade/9196568/view 
 
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