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Morfologia Bacteriana

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Universidade Estadual do Ceará 
Faculdade de Veterinária 
Microbiologia Veterinária I 
 
Monitor acadêmico: João Pedro Mazo Soares Cabral (@jpmazzovet) 
 
Morfologia Bacteriana 
 As células bacterianas são classificadas como procarióticas, portanto, dentre várias 
particularidades e diferenças em comparação às células eucarióticas, não apresentam um 
envoltório nuclear, tendo seu material genético disperso no citoplasma. Quanto à sua 
morfologia, as bactérias apresentam componentes fundamentais para sua sobrevivência, 
como parede celular, membrana celular, citoplasma (contendo o material genético, 
ribossomos e proteínas), assim como estruturas adicionais, que aumentam sua 
patogenicidade, como flagelos, fímbrias, cápsula, grânulos de reserva, endósporos e 
plasmídeos. 
1. Cápsula: 
 A cápsula é uma estrutura encontrada em algumas bactérias, sendo composta 
por polissacarídeos, com exceção dos organismos do gênero Bacillus, como o 
Bacillus anthracis, que possuem esta cápsula com polipeptídeos. Esta estrutura 
apresenta-se bem aderida à parede celular, conferindo uma maior patogenicidade 
aos microrganismos que a possuem por funcionar como proteção contra 
condições ambientais adversas, como a dessecação, facilitam a evasão da 
resposta imune do hospedeiro (aumentando seu tempo de vida), além de auxiliar 
no processo de aderência desta célula. 
 
2. Parede celular: 
 A parede celular é uma estrutura rígida e consistente que confere o formato da 
célula bacteriana, além da proteção contra danos mecânicos e lise osmótica. Ao 
contrário da membrana celular, a parede não apresenta permeabilidade seletiva 
e, desta forma, permite a exclusão apenas de grandes moléculas. Esta rigidez 
apresentada pela parede celular se deve ao fato desta ser composta basicamente 
por peptideoglicano, molécula exclusiva de organismos procariontes, composta 
por n-acetil-glicosamina e ácido n-acetil-murâmico. 
 A estrutura da parede celular é altamente variável entre diferentes gêneros e 
espécies de bactérias, conferindo diferentes graus de patogenicidade, além da 
coloração característica no método de Gram, que diferencia bactérias Gram 
positivas e Gram negativas. 
2.1.Coloração de Gram: 
 A técnica de coloração pelo Método de Gram se baseia na estrutura da parede 
celular das células bacterianas, conferindo coloração azulada para bactérias 
Gram positivas e avermelhada para Gram negativas. 
 Após a fixação e identificação da amostra na lâmina, o cristal violeta é 
colocado sobre a mesma, sendo o corante responsável pela coloração das 
bactérias Gram positivas. Após 1 minuto, a amostra deve ser cuidadosamente 
enxaguada e o lugol é utilizado, funcionando como fixador mordente. Mais 1 
minuto se passa e a amostra é novamente enxaguada antes de entrar em contato 
com o álcool-acetona, que age como um agente contra corante. Após a amostra 
ser descolorida, esta é novamente enxaguada e corada com fucsina, o corante 
responsável pela coloração de organismos Gram negativos. Após 30 segundos, a 
amostra é novamente enxaguada, secada e leva-se a mesma ao microscópio 
óptico, para visualização das bactérias devidamente coradas. 
 
Esquema de coloração das bactérias durante as fases do Método de Gram. Fonte: Arquivo 
pessoal. 
 
 A diferença na coloração ocorre pela composição distinta da parede celular 
destes organismos. Enquanto bactérias Gram positivas possuem uma parede de 
peptideoglicano espessa e uniforme com a presença do ácido teicóico, as células 
Gram negativas apresentam a parede com menor quantidade de peptideoglicano, 
porém com estrutura mais complexa, composta por lipopolissacarídeo (LPS). 
 
 
Características da parede celular de bactérias Gram positivas e Gram negativas. Fonte: Arquivo 
pessoal. 
 
2.2. Patogenicidade: 
 Além de conferir alterações na coloração, a composição variável da parede 
celular também confere mudanças na patogenicidade das bactérias. Os 
microrganismos Gram negativos, apresentam o LPS, que funciona como 
endotoxina, sendo liberado no momento de lise bacteriana e funcionando como 
antígeno, e a membrana externa que exclui moléculas hidrofóbicas e, desta 
forma, protege a célula de detergentes que são fatais para bactérias Gram 
positivas. 
 
3. Membrana celular: 
 A membrana celular das bactérias apresenta uma estrutura mais flexível, 
formada por uma bicamada fosfolipídica onde pode-se encontrar também 
proteínas, sendo estruturalmente semelhante à membrana celular dos 
eucariontes, apesar de não apresentar moléculas de colesterol, ao contrário 
destas. Apesar das faces interna e externa serem hidrofílicas, seu interior é 
hidrofóbico, o que forma uma barreira contra moléculas hidrofílicas. 
 Diferentemente da parede celular, a membrana apresenta permeabilidade 
seletiva, o que é importante para a respiração celular, o transporte de nutrientes e 
a excreção de catabólitos, sendo todos estes processos dependentes de energia 
proveniente da adenosina trifosfato (ATP). Esta estrutura também apresenta 
enzimas e moléculas carreadoras com funções na síntese de DNA, de polímeros 
da parede celular e de lipídeos da própria membrana. 
 
4. Citoplasma: 
 O citoplasma consiste em um fluido aquoso envolvido pela membrana celular, 
no qual estão presentes o material nuclear, os ribossomos, além de enzimas e 
nutrientes. 
4.1.Grânulos de reserva: 
 Em determinadas condições ambientais desfavoráveis, podem haver grânulos 
de reserva, sendo compostos por amigo, glicogênio, compostos fosfatados, etc. 
Nem todas as bactérias são capazes de produzir tal estrutura. 
4.2. Material genético: 
 O genoma bacteriano se apresenta na forma de um único cromossomo circular 
haploide, composto por DNA de fita dupla, havendo proteínas e RNA 
associados. Além disso, esta estrutura encontra-se enrolada devido ao seu 
tamanho. Sendo organismos procarióticos, não há uma membrana nuclear que 
envolva este material genético. 
 No cromossomo bacteriano estão presentes os genes que codificam todas as 
funções vitais da célula bacteriana. 
4.3. Plasmídeos: 
 Os plasmídeos são fragmentos de DNA circular separados do genoma 
bacteriano capazes de realizar replicação autônoma. Estas estruturas podem ser 
transferidas entre células durante o processo de fissão binária ou na conjugação. 
 Os genes presentes nos plasmídeos codificam características, como a 
resistência a antibióticos. 
4.4. Ribossomos: 
 Os ribossomos são as estruturas responsáveis por realizar o processo da 
síntese proteica, estando presentes no citoplasma da célula bacteriana ou 
associados a região interna da membrana celular. São compostos por duas 
subunidades: 50S e 30S. 
 Quando ocorre o crescimento bacteriano ativo ou a rápida síntese proteica, são 
formados os polissomos, que consistem em uma união entre os ribossomos e o 
RNAm. 
 
5. Flagelos: 
 Os flagelos compõem um fator de virulência para as células bacterianas ao 
conferir motilidade a estas, o que favorece a exploração, colonização e invasão, 
além da evasão da resposta imune por parte destes organismos. 
 Estas estruturas são compostas por uma proteína chamada flagelina e 
funcionam como um motor rotativo movido pelo influxo de prótons. 
 As bactérias podem ser classificadas quanto à presença de flagelos em: 
 - Atríquia: bactérias sem flagelos. 
 - Monotríquia: bactérias que possuem apenas um flagelo. 
 - Anfitríquia: bactérias com um flagelo em cada extremidade. 
 - Lofotríquia: bactérias com um agregado de flagelos em uma das 
extremidades. 
 - Peritríquia: bactérias com flagelos ao redor de toda a célula. 
 
6. Fímbrias: 
 As fímbrias, ou pili, são estruturas finas, compostas por pilina, que também 
conferem patogenicidade à célula bacteriana por funcionarem como adesinas 
para os receptores celulares de mamíferos. 
 O pilus F, presente em células-doadoras, age como umavia de transporte para 
o DNA chegar às células-receptoras. 
 
7. Endósporos: 
 Os endósporos são estruturas dormentes resistentes que garantem a 
sobrevivência bacteriana quando as condições ambientais são adversas, estando 
presentes em organismos dos gêneros Bacillus e Clostridium. 
 Esta resistência dos endósporos se deve ao fato de serem estruturas 
estratificadas e desidratadas, além de possuir um metabolismo muito baixo e 
altas quantidades de ácido dipicolínico, que se combina ao cálcio. Também são 
termoestáveis, sendo destruídos apenas com calor úmido a 121°C por cerca de 
15 minutos. 
 Os endósporos podem ser reativados em resposta a estímulos ambientais, 
como traumas mecânicos, ocorrendo a germinação. Esta ocorre através de 3 
fases: ativação, iniciação e crescimento. 
 
Referências: 
 
QUIIN, P. J. et al. Microbiologia veterinária e doenças infecciosas. Porto 
Alegre: Artmed, 2005. 
MICROBIOLOGIA GERAL – Estrutura dos flagelos bacterianos. 2019. 1 vídeo 
(6min). Publicado pelo canal Univerflix. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=foMKRyU5ZPA>. 
Coloração de Gram. 2016. 1 vídeo (5min). Publicado pelo canal Microbiology 
Adventure. Disponível em: < 
https://www.youtube.com/watch?v=mF3jAU6Dy4I&t=1s>. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=foMKRyU5ZPA

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