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AULA REMOTA - DIREITO DO CONSUMIDOR

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UNINASSAU
CURSO: DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO DO CONSUMIDOR 
PROFESSORA: LÉA FEITOSA (Advogada e Professora Universitária) 
EMAIL: LEAFEITOSA4@GMAIL.COM / @leafeitosa 
- Sugestões de livros:
Curso de Direito do Consumidor – Bruno Miragem;
Curso de Direito do Consumidor – Rizzatto Nunes;
Direito do Consumidor – Fabricio Bolzan de Almeida (Coordenador Pedro Lezan), Saraiva;
Curso de Direito do Consumidor - Claudia Lima Marques;
Manual de Direito do Consumidor - À Luz da Jurisprudência do STJ (2020) - Felipe Braga Netto;
- Sugestões de Sites / Dicas de leituras:
https://idec.org.br/ - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
https://www.defesadoconsumidor.gov.br/portal/a-senacon - Defesa do Consumidor / Ministério da Justiça e Segurança Pública
https://independent.academia.edu/ClaudiaLimaMarques
http://genjuridico.com.br/2020/03/27/coronavirus-responsabilidade-civil/
https://www.consumidor.gov.br/
http://www.conar.org.br/ 
http://www.mpce.mp.br/decon/
· O que vamos estudar em Direito do Consumidor?
· Compras?
· Publicidade?
· Proteção ao sujeito mais fraco?
· Deveres?
· CDC?
· SAC?
· Princípios?
· Crimes?
	AULA 01
DIREITO DO CONSUMIDOR
EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
· Circulação de mercadorias x dificuldades em apontar os responsáveis por danos causados advindos dessas mercadorias.
· Riscos aos consumidores – quem lucra deve arcar com a responsabilidade!
· Não existia uma lei que protegesse os consumidores (produto/serviço);
· Constituição Federal de 1988 – CF/88 (CF/88, consagrou a proteção do consumidor como direito fundamental e princípio da ordem econômica (arts. 5º, XXXII, e 170, V), cabendo ao Estado a promoção da defesa do consumidor, na forma da lei);
· CDC – LEI 8078/90.
· O Direito do Consumidor é um ramo relativamente novo do direito brasileiro e é responsável por cuidar dos casos relacionados ao consumo e a defesa dos direitos que a pessoa, seja ela física ou jurídica, possui em relação a um determinado produto, bem ou serviço.
· Proteção a parte mais fraca da relação: Vulnerabilidade do consumidor;
CARACTERISTICAS DO CDC:
- LEI PRINCIPIOLÓGICA;
- NORMAS DE ORDEM PÚBLICA E INTERESSE SOCIAL;
- MICROSSISTEMA DISCIPLINAR.
		Direito constitucional: Princ. Da Dignidade da pessoa humana.
		Direito Civil: Responsabilidade do Fornecedor.
	 Processo Civil: Ônus da prova.
		Direito Penal: infrações e sanções penais pela violação do CDC.
· PRINCÍPIOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR:
1 – PRINCÍPIO DA VULNERABILIDADE: Art. 4º, I, CDC.
O primeiro dos princípios da Política Nacional das Relações de Consumo é a vulnerabilidade, que será abordada a seguir e tem estreita relação com a própria noção correta de consumidor. 
VULNERABILIDADE = HIPOSSUFICIENCIA ?
Todo consumidor é vulnerável e hipossuficiente?
HIPOSSUFICIENCIA: relaciona-se com a produção de provas, o CDC vai facilitar a defesa. (é um critério para a inversão do ônus da prova) – Art. 6º, VIII, CDC.
· ESPÉCIES DE VULNERABILIDADE:
· TÉCNICA: Fragilidade no tocante à ausência de conhecimento técnicos sobre o produto ou o serviço.
· JURÍDICA/CIENTIFICA: Envolve a debilidade (fraqueza) do consumidor em relação à falta de conhecimento sobre a matéria jurídica.
· FÁTICA/SOCIOECONÔMICA: consumidor é frágil no aspecto econômico e demais situações fáticas.
· INFORMACIONAL: consumidor é frágil em relação às informações veiculadas do produto/ serviço.
OBS: HIPERVULNERABILIDADE
É necessário um estudo do art. 4º, CDC:
- No art. 4º, II, a, CDC trata da intervenção estatal por iniciativa direta, é o que ocorre com a instituição dos PROCONs pelo Brasil. 
- No art. 4º, II, b, CDC trata da intervenção estatal indireta por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas - como exemplo:
IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
BRASILCON – Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor.
ADECON – Associação de Defesa do Consumidor /RS.
- No art. 4º, II, c, CDC trata da intervenção estatal direta pela presença do Estado no mercado de consumo – mediante a regulação, disciplina e fiscalização, sobre os chamados serviços públicos concedidos ou permitidos – art. 175/CF.
	Ou seja, as Agências Reguladoras, que fiscalizam a prestação de serviços públicos delegados à execução de particulares, como exemplo:
ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações.
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica.
ANS – Agência Nacional de Saúde. 
OBS: DECRETO 8573/2015 criou o Sistema Alternativo de Solução de Conflitos de Consumo, em que a SENAC (Secretária Nacional do Consumidor do MP) prestará apoio administrativo e os meios necessários para o funcionamento do CONSUMIDOR.GOV (sistema alternativo de solução de conflito de consumo, de natureza gratuita e alcance nacional).
- No art. 4º, II, d, CDC trata da intervenção estatal direta pela garantia de adequação dos produtos e serviços (art.24), ou seja, a adequação dos produtos e serviços fornecidos no mercado de consumo às finalidades esperadas pelos consumidores. 
SINMETRO - Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, com a finalidade de formular e executar a política nacional de metrologia, normatização industrial e certificação de qualidade de produtos industriais.
INMETRO – INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, Qualidade e Tecnologia – é autarquia federal vinculada o Ministério do Desenvolvimento, Industria e comércio exterior, com personalidade jurídica e patrimônio próprios.
OBS: ISO -  International Organization for Standardization, ou Organização Internacional para Padronização. A ISO é uma entidade de padronização e normatização, objetivo de aprovar normas internacionais em todos os campos técnicos, como normas técnicas, classificações de países, normas de procedimentos e processos, e etc. 
- No art. 4º, VIII, CDC trata da intervenção estatal no estudo constante das modificações do mercado de consumo - evidente modificação ocorrida no mercado de consumo nos últimos tempos refere-se ao crescimento das operações realizadas pelo meio eletrônico.
Exemplo: BANCO DE DADOS POSITIVO, regulado pela LEI 12.414/2011, que disciplinou a formação e a consulta a banco de dados com informações de adimplemento, de pessoas naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de crédito.
2 – PRINCÍPIO DA HARMONIA NAS RELAÇÕES DE CONSUMO – Art. 4, III.
O dispositivo apresenta dois objetivos a serem alcançados:
- Compatibilização dos interesses dos participantes das relações de consumo;
- Compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico.
Exemplos:
SAC’S – SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR.
PRÁTICA DE RECALL.
3 – PRINCÍPIO DA BOA FÉ:
Princípio basilar das relações.
Ex: informações inteligíveis - as informações devem ser efetivamente compreendidas pelo consumidor.
5 - PRINCÍPIO DO EQUILIBRIO:
Está vinculado a boa fé, pois a relação está presa a ideia da balança que penderia para um dos lados em razão da superioridade do fornecedor, e a vulnerabilidade do consumidor.
6 – PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO E DA INFORMAÇÃO:
Sobre os direitos e deveres com o objetivo de melhoria do mercado de consumo.
Podemos falar em dois tipos de educação: 
EDUCAÇÃO FORMAL; 
EDUCAÇÃO INFORMAL.
Outro exemplo é a obrigatoriedade (oriunda da lei 12 291/2010) de um exemplar do CDC em cada estabelecimento comercial.
7 - PRINCÍPIO DA QUALIDADE E SEGURANÇA - A NOVIDADE INTRODUZIDA PELA LEI 13486/2017.
Incentivo a criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços.
Os produtos não podem acarretar riscos à saúde e ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência da sua natureza.
Lei 13486/2017 incluiu § 2º no art 8º do CDC: dever de higienizar os equipamentos e utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação.   
8 – PRINCÍPIO DA COIBIÇÃO E REPRESSÃO AO ABUSO:
Identifica-sea preocupação do legislador em tentar coibir o abuso e, ante a falha em tal intento, reprimi-lo de maneira eficaz.
Diante da comprovação da configuração da abusividade, não restará a alternativa senão reprimi-la. O CDC coíbe o abuso no mercado de consumo:
PRÁTICAS ABUSIVAS – ART. 39, CDC
CLÁUSULAS ABUSIVAS – ART. 51, CDC.
	Proteção contratual
Os contratos de consumo em sua maioria são de ADESÃO, em que uma das partes elabora as cláusulas contratuais, cabendo a outra parte – o consumidor, aderir ou não a um formulário (contrato) previamente estabelecido.
Essa orientação não se limita aos contratos de adesão, também se pode questionar as cláusulas convencionadas entre as partes.
Cláusulas abusivas são nulas de pleno direito = nulidade absoluta, ou seja, pode e deve ser reconhecida de ofício pelo juiz.
A anulação de cláusula não implica, necessariamente, a invalidação do contrato em sua integralidade - Art.51 §2º, CDC.
· Sujeitos da relação: 
CONSUMIDOR: ART. 2º, CDC - “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final” .
O que significa “destinatário final”? (Correntes /Teorias)
Teoria Finalista: “destinatário final” é mais que destinatário fático do produto ou serviço, ou seja, não basta simplesmente alguém adquirir ou utilizar um produto ou serviço, retirando-o do mercado (ser o destinatário fático). 
É necessário ser o destinatário econômico (desta forma, não é consumidor aquele que adquire bem para revenda ou para uso profissional).
Aspecto mais restrito: só é consumidor que “ficar” com o produto ou serviço retirado do mercado.
Ex: Compro chocolates para mim. (Eu não vou revender, não vou ter lucro, eu sou a destinatária)
Teoria maximalista: “destinatário final” seria simplesmente o destinatário fático do bem, ou seja, aquele em toda e qualquer relação na qual se verifica a aquisição ou utilização de produtos ou serviços.
Aquele que retirou o produto ou contratou o serviço – independe da destinação.
Aspecto mais amplo.
Ex: Você comprou chocolate para produzir bolo e vender.
OBS: Flexibilização entre PJs!
Existe ainda a figura do CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO – Art. 2º§único e Art.17 - (Consumidor em sentido coletivo)
FORNECEDOR: ART. 3º, CDC
O conceito formulado para fornecedor é amplo, estando nele abrigados não só a pessoa física ou jurídica (seja pública ou privada, nacional ou estrangeira).
Qualquer atividade que representar a colocação de produtos ou prestação de serviços no mercado de consumo é considerada para reconhecer a figura de fornecedor.
Observe que a “atividade” deve ser tipicamente profissional; portanto, ato isolado não configura relação de consumo, porque nele não há a figura do fornecedor!
· Aplicabilidade do CDC: Relação de Consumo.
· Produto
· Serviço
OBS: Remuneração indireta (ex: pontuação (milhas) de cartão de crédito)
OBS: Amostra grátis? Existe responsabilidade!
· Tarefinha: Leitura do artigo 6º, CDC.
· Direitos Básicos Do Consumidor: Art 6º, CDC.
I. A proteção da vida, saúde e segurança.
Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não podem expor o consumidor a quaisquer riscos e prejuízos à sua vida, segurança e saúde.
Obs: Risco inerente – ex: faca = finalidade é cortar.
II. A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
O direito à educação e informação do consumidor é princípio norteador da Política Nacional das Relações de Consumo.
III. A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
Rizzatto Nunes, “a informação é componente necessário do produto e do serviço, que não podem ser oferecidos no mercado sem ela”. 
Exemplo: a informação da quantidade de gordura trans nos alimentos, componentes, peso...
Obs: Lei que obriga a constar os valores – Lei 10962/2004. 
IV. A proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.
 Empresa Divulgar! Mostrar que existe e apresentar os produtos!
OBS: Visite o site do CONAR.
Nenhum fornecedor de produtos ou serviços é obrigado a fazer publicidade, mas é claro, ao realiza-la, está buscando atingir um maior número de consumidores; desta forma, deverá o fornecedor não infringir as normas de consumo.
V. A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
Ex: Ação Revisional.
OBS: Modificação do contrato é por meio de ação judicial.
VI. A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
VII. O acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
 Assegura ao consumidor a facilitação do acesso à justiça para efetivação dos direitos e garantias que lhe são conferidos pela lei consumerista e que, eventualmente, não estejam sendo respeitados.
OBS: PROCON E DECON: órgãos administrativos – não existe julgamento (não tem poder de decisão). Ocorrerá audiência de conciliação! Muito mais célere! 
OBS: Defensoria Pública.
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral
· Qualidade do produto/serviço – Risco (Art.8º,CDC)
RISCO INERENTE. Ex: faca, cigarro.
OBS: Risco de contaminação = Dever de higienização ( Art. 8º, § 2º, CDC – LEI 13486/2017)
OBS: Princípio da informação.
RECALL: Comunicar o fato para as autoridades competentes e aos consumidores - ART 10,§1º CDC.
· Práticas Abusiva: Art. 39, CDC.
Trata-se do abuso de direito.
Como lei central do Direito Privado, o CC/2002 traz no seu art. 187 o conceito de abuso de direito, que serve perfeitamente para o Direito do Consumidor, in verbis: 
“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico e social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.
Conceito de abuso de direito, é precisa a definição de Rubens Limongi França, no sentido de que o abuso de direito constitui uma categoria de conteúdo próprio, entre o ato lícito e o ilícito, ou seja, o abuso de direito é lícito pelo conteúdo e ilícito pelas consequências.
Em suma, a ilicitude do ato, no abuso de direito, está na forma de sua execução, ou seja, na sua prática. Como consequência imediata, o abuso de direito gera a responsabilidade civil objetiva do abusador independente do elemento culpa.
Dispositivo Legal: O art. 39 da Lei 8.078/1990 tipifica, trata-se de um rol exemplificativo, uma série de situações tidas como ensejadoras do abuso de direito consumerista.
Deve-se entender que constitui prática abusiva qualquer conduta ou ato em contradição com o próprio espírito da lei consumerista.
Inciso I - Ex: O CDC proíbe a venda casada, descrita e especificada pela norma. De início, veda-se que o fornecedor ou prestador submeta um produto ou serviço a outro produto ou serviço, visando um efeito caroneiro ou oportunista para venda de novos bens.
Caso prático: o lojista faz promoções do tipo ‘compre 3, pague 2’. São válidas desde que o consumidor possa também adquirir uma peça apenas, mesmo que tenha que pagar mais caro pelo produto único no cálculo da oferta composta (o que é natural, já que a promoção barateia o preço individual)”. 
Ainda a título de exemplo, o Superior Tribunal de Justiça concluiu que constitui venda casada o fato de um comerciante condicionar a concessãode um benefício para a aquisição de combustível à aquisição de um refrigerante no posto revendedor, localizado no mesmo ambiente: 
“Consumidor. Pagamento a prazo vinculado à aquisição de outro produto. ‘Venda casada’. Prática abusiva configurada. 1. O Tribunal a quo manteve a concessão de segurança para anular auto de infração consubstanciado no art. 39, I, do CDC, ao fundamento de que a impetrante apenas vinculou o pagamento a prazo da gasolina por ela comercializada à aquisição de refrigerantes, o que não ocorreria se tivesse sido paga à vista. 2. O art. 39, I, do CDC, inclui no rol das práticas abusivas a popularmente denominada ‘venda casada’, ao estabelecer que é vedado ao fornecedor ‘condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos’. 3. Na primeira situação descrita nesse dispositivo, a ilegalidade se configura pela vinculação de produtos e serviços de natureza distinta e usualmente comercializados em separado, tal como ocorrido na hipótese dos autos. 4. A dilação de prazo para pagamento, embora seja uma liberalidade do fornecedor – assim como o é a própria colocação no comércio de determinado produto ou serviço –, não o exime de observar normas legais que visam a coibir abusos que vieram a reboque da massificação dos contratos na sociedade de consumo e da vulnerabilidade do consumidor. 5. Tais normas de controle e saneamento do mercado, ao contrário de restringirem o princípio da liberdade contratual, o aperfeiçoam, tendo em vista que buscam assegurar a vontade real daquele que é estimulado a contratar. 6. Apenas na segunda hipótese do art. 39, I, do CDC, referente aos limites quantitativos, está ressalvada a possibilidade de exclusão da prática abusiva por justa causa, não se admitindo justificativa, portanto, para a imposição de produtos ou serviços que não os precisamente almejados pelo consumidor. 7. Recurso e especial provido” (STJ – REsp 384284/RS – Segunda Turma – Rel. Min. Herman Benjamin – j. 20.08.2009 – DJe 15.12.2009).
Corte Superior que os cinemas não podem impedir a entrada de clientes em suas dependências portando alimentos e bebidas de outros fornecedores, obrigando os consumidores a adquirirem suas pipocas e refrigerantes. Conforme consta da ementa do acórdão, “ao fornecedor de produtos ou serviços, consectariamente, não é lícito, dentre outras práticas abusivas, condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço (art. 39, I, do CDC). A prática abusiva revela-se patente se a empresa cinematográfica permite a entrada de produtos adquiridos nas suas dependências e interdita o adquirido alhures, engendrando por via oblíqua a cognominada ‘venda casada’, interdição inextensível ao estabelecimento cuja venda de produtos alimentícios constituiu a essência da sua atividade comercial como, verbi gratia, os bares e restaurantes. O juiz, na aplicação da lei, deve aferir as finalidades da norma, por isso que, in casu, revela-se manifesta a prática abusiva” (STJ – REsp 744.602/RJ – Rel. Min. Luiz Fux – Primeira Turma – j. 01.03.2007 – DJ 15.03.2007, p. 264 – REPDJ 22.03.2007, p. 286).
Inciso II:
Os parâmetros descritos na norma são levados em conta no problema relativo à limitação para aquisição de produtos, especialmente em supermercados em dias de promoção. 
A restrição para a aquisição é possível desde que haja comunicação prévia dos estoques, dentro de um limite razoável, o que atende ao dever de informar decorrente da boa-fé.
OBS: A jurisprudência superior posiciona-se no sentido de que o consumidor não tem o direito de exigir o produto que está em promoção em quantidade incompatível com o consumo pessoal ou familiar.
Inciso III:
O envio de produto sem solicitação é prática abusiva bem comum no mercado de consumo. Em complemento à proibição, estabelece o parágrafo único do art. 39 do CDC que os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor sem a devida solicitação equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
Ex: Receber revistas (não pode ser cobrado)
Inciso IV:
Afastar o aproveitamento da condição de hipervulneráveis de determinados consumidores, caso dos idosos (maiores de sessenta anos) e de pessoas com deficiências intelectuais ou culturais.
Grupo dos idosos possui uma vulnerabilidade especial, seja pela sua vulnerabilidade técnica exagerada em relação a novas tecnologias (home-banking, relações com máquina, uso necessário da internet etc.); sua vulnerabilidade fática quanto à rapidez das contratações; sua saúde debilitada; a solidão do seu dia a dia, que transforma um vendedor de porta em porta, um operador de telemarketing, talvez na única pessoa com a qual tenham contato e empatia naquele dia; sem falar em sua vulnerabilidade econômica e jurídica.
 Decisão do Tribunal Catarinense concluiu que “Faz jus à indenização por danos materiais e morais consumidor idoso com 81 anos que, sob promessa de dispensa de medicamentos, ludibriado, adquire almofada térmica vibratória. Em que pese a relatividade do efeito da revelia, tal só pode ser ilidido por fortes elementos de convicção em sentido contrário do constante dos autos” (TJSC – Apelação Cível 2010.041310-5, São Miguel do Oeste – Rel. Des. Gilberto Gomes de Oliveira – j. 25.11.2010 – DJSC 09.03.2011, p. 287).
Inciso V:
A clássica vedação do enriquecimento sem causa.
A relação deve ser equilibrada!
Inciso VI: 
Boa fé na pré contratual.
Prévia elaboração do orçamento e autorização do consumidor. 
O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. (Art.40, CDC – informação) 
Exemplo: A concessionária que efetua reparos no veículo.
“Serviços de mecânica. Código de Defesa do Consumidor. Arts. 6°, VI, e 39, VI. Precedentes. 1. A inversão do ônus da prova, como já decidiu a Terceira Turma, está no contexto da facilitação da defesa dos direitos do consumidor, ficando subordinada ao ‘critério do juiz, quando for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências’ (art. 6°, VIII). Isso quer dizer que não é automática a inversão do ônus da prova. Ela depende de circunstâncias concretas que serão apuradas pelo juiz no contexto da ‘facilitação da defesa’ dos direitos do consumidor” (REsp 122.505-SP, da minha relatoria, DJ 24.08.1998). 2. O art. 39, VI, do Código de Defesa do Consumidor determina que o serviço somente pode ser realizado com a expressa autorização do consumidor. Em consequência, não demonstrada a existência de tal autorização, é imprestável a cobrança, devido, apenas, o valor autorizado expressamente pelo consumidor. 3. Recurso especial conhecido e provido, em parte” (STJ – REsp 332869/RJ – Terceira Turma – Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito – j. 24.06.2002 – DJ 02.09.2002, p. 184)
Inciso VI:
Veda as chamadas listas internas de maus consumidores – NÃO confundir com a inclusão no SPC / SERASA.
Inciso VIII:
As empresas devem respeitar os padrões cobrados, exemplo: IMETRO.
Inciso IX:
Inciso X:
Elevar sem justa causa.
Exemplo: Álcool em gel durante a pandemia.
Vinculação da oferta: orçamento - Art. 40,CDC.
	Prazo de validade: 10 dias.
Ex: Levei meu carro para oficina, tenho o direito de receber um orçamento, neste será detalhado os valores corresponde a mão de obra, bem como a despesa material (troca de peças), sendo necessário a autorização do consumidor para que venha ser executado. Depois de aprovado / autorizado a realização do serviço, não pode o fornecedor cobrar valores adicionais.
· Responsabilidade na Relação de Consumo: 
Responsabilidade Objetiva x Responsabilidade Subjetiva:
Responsabilidade subjetiva se dará quando o causador de determinado ato ilícito (prejuízo/dano) atingir este resultado em razão do dolo ou da culpa em sua conduta, sendo obrigadoa indenizar do dano causado apenas caso se consume sua responsabilidade – Art. 14 § 4º, CDC.
Ex: Prédio que desaba – você precisa analisar a conduta do agente (responsável).
Ex: Responsabilidade do médico - erro médico.
Ex: Responsabilidade do advogado – verificar a conduta. 
Regra geral para CDC: Responsabilidade Objetiva, ou seja, independe de culpa, não precisa analisar a conduta do agente, basta confirmar o dano - artigos 12, 13, 14, 18, 19 e 20, CDC.  
Expõe a responsabilidade objetiva, inclusive solidária, entre os fornecedores de produto e os prestadores de serviço.
O CDC adotou expressamente a ideia da teoria do risco-proveito, aquele que gera a responsabilidade sem culpa justamente por trazer benefícios ou vantagens – ou seja, aquele que expõe aos riscos outras pessoas, determinadas ou não, por dele tirar um benefício, direto ou não, deve arcar com as consequências da situação de agravamento. Uma dessas decorrências é justamente a responsabilidade objetiva e solidária dos agentes envolvidos com a prestação ou fornecimento.
A base da responsabilidade objetiva no Código de Defesa do Consumidor: o risco da atividade. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabeleceu a responsabilidade objetiva dos fornecedores (especificando cada qual em seus artigos 12, 13 e 14) pelos danos advindos dos defeitos de seus produtos e serviços. 
A regra da responsabilidade objetiva do Código Consumerista é quebrada em relação aos profissionais liberais que prestam serviço, uma vez que somente respondem mediante a prova de culpa (responsabilidade subjetiva). 
Exceção no CDC é a relacionada aos profissionais liberais que prestam serviço, já que somente respondem mediante prova de culpa (responsabilidade subjetiva) - ART 14. parágrafo 4º:
Art. 14 – (...)
(...)
§ 4º - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa
Para a caracterização desse profissional liberal, preciosas são as lições de Rizzatto Nunes, no sentido de que devem estar presentes as seguintes características: a) autonomia profissional, sem subordinação; 
b) prestação pessoal dos serviços; 
c) elaboração de regras pessoais de atendimento; 
d) atuação lícita e eticamente admitida.
ATENÇÃO:
Regra: Responsabilidade civil objetiva dos fornecedores de produtos e prestadores de serviços (arts. 12, 14, 18, 19 e 20 do CDC).
Exceção: Responsabilidade civil subjetiva dos profissionais liberais (art. 14, § 4º, do CDC).
 
Dessa maneira, nada mais adequado do que controlar, como fez o CDC, o resultado da produção viciada/defeituosa, cuidando de garantir ao consumidor o ressarcimento pelos prejuízos sofridos.
	
Situações de responsabilidade civil adotadas pela codificação consumerista:
· Responsabilidade pelo vício do produto (arts. 18 e 19) – vícios de qualidade.
OBS: Prazo de 30 dias será somado, por exemplo o produto foi levado para assistência e ficou 15 dias. O produto apresentou vicio novamente e foi para assistência – mais uma vez e ficou mais 15 dias para que concretizassem o reparo – esse prazo será somado, ou seja, 15 dias + 15 dias, vai te dar o direito de escolher as opções postas no art.18, § 1º, CDC.
· Responsabilidade pelo fato do produto (arts. 12 e 13).
Produto defeituoso: quando não oferece a segurança que dele se espera.
Quando uma empresa oferta uma nova coleção, não significa que a coleção anterior é defeituosa.
· Responsabilidade pelo vício do serviço (art. 20).
· Responsabilidade pelo fato do serviço (art. 14).
595, STJ (Responsabilidade das IES quando não são reconhecidas pelo MEC = Danos)
Diferença entre FATO E VÍCIO do produto ou serviço.
· VÍCIO é quando o problema fica limitado ao produto ou serviço, ou seja, não ocasiona prejuízos colaterais. Como exemplo, temos um televisor que ao ser ligado na tomada. Celular que não liga ou o fone não funciona ou não acessa a internet. Computador que o teclado não responde.
· FATO é quando o problema transpõe os limites do produto ou serviço, ou seja, ocasionando prejuízos colaterais, como danos materiais, morais. Como exemplo, temos o mesmo televisor que ao ser ligado na tomada pega fogo, causando um incêndio na residência do consumidor e queimaduras em sua pele. Ou celular que explode. (acidente)
OBS: Existe ainda a possibilidade de EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE, estabelecido pela lei.
Ex: Produtos “genéricos”; Desgaste natural da coisa pelo uso.
Como é notório, a Lei 8.078/1990 consagra excludentes próprias de responsabilidade civil nos seus arts. 12, § 3º, e 14, § 3º que, para afastar o dever de indenizar, devem ser provadas pelos fornecedores e prestadores, ônus que sempre lhes cabe.
OBS: Consumidor precisa receber a OS – ordem de serviço.
Tarefinha: Sugestão de leitura - Artigo “ A base da responsabilidade objetiva no Código de Defesa do Consumidor: o risco da atividade“ do Professor Rizato Nunes. https://www.migalhas.com.br/coluna/abc-do-cdc/138170/a-base-da-responsabilidade-objetiva-no-codigo-de-defesa-do-consumidor-o-risco-da-atividade#:~:text=A%20base%20da%20responsabilidade%20objetiva%20no%20C%C3%B3digo%20de,advindos%20dos%20defeitos%20de%20seus%20produtos%20e%20servi%C3%A7os.)
- Garantia: Contratual e Legal: Art. 24 (13/10/2020)
Para efetivar a proteção do consumidor, o CDC adotou a teoria do risco da atividade, pela qual o fornecedor responde independentemente de culpa (responsabilidade objetiva) pelas perdas e danos decorrentes de vícios e fatos do produto ou serviço.
    Além da responsabilidade objetiva, da teoria do risco decorre a garantia legal a produtos e serviços em relação à vício do produto e do serviço de relações jurídicas de consumo.
Garantia Legal: Independe de termo escrito, pois é oriunda da previsão legal, sendo imperativa e incondicional.
Garantia Contratual: É dada por escrito pelo fornecedor, deve o consumidor ficar com o documento do termo de garantia. Não é obrigatória, pode o fornecedor oferecer ou não.
Art.24 - A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.
 Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
        I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
        II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
        § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
 Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
OBS: Importante ressaltar que esses prazos são em relação ao vício, pois a indenização dos danos sofridos está sujeito ao prazo prescricional de 05 (cinco) anos.
 OBS: VÍCIO OCULTO: Quando for evidenciado o defeito.
- Garantia Estendida: Quando se paga determinado valor e a empresa estende a garantia da fábrica – contratação depende da vontade do consumidor.
· Oferta – Art. 30, CDC.
- Veiculada por qualquer de comunicação; 
- Vincula o fornecedor;
- Informação correta, clara e precisa;
- Em língua portuguesa;
- Manutenção das peças;
- Exigir o cumprimento forçada ou aceitar produto ou prestação equivalente ou rescindir o contrato – Art. 35, CDC.
· Publicidade:
- Publicidade x Propaganda:
Os termos publicidade e propaganda, embora tenham significados diferentes, têm sido utilizados indistintamente pelos cidadãos e pela mídia de uma maneira geral.
Publicidade: o ato comercial de índole coletiva, patrocinado, no âmago de uma atividade econômica, com a finalidade de promover o consumo de produtos e serviços.
 Ocorre pelos meios de divulgação em massa, como o rádio, a televisão, o jornal, a revista e os portais de internet. 
Propaganda: toda forma de comunicação, voltada ao público determinado ou indeterminado, que, empreendida por PF/PJ, pública ou privada, tenha por finalidade a propagação de ideias relacionadasà filosofia, à política, à economia, à ciência, à religião, à arte ou à sociedade.
Ex: Propaganda eleitoral. Campanhas do Estado para vacinação.
OBS: CDC não faz referência à propaganda, mas tão somente à publicidade. 
Publicidade Enganosa x Abusiva, art.37, CDC
 Publicidade enganosa: qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, que seja inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, capaz de induzir em erro o consumidor sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, propriedade, origem, preço ou quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
A publicidade abusiva: quando gera discriminação, provoca violência, explora o medo e a superstição do consumidor, aproveita da inocência da criança, desrespeita valores ambientais e induz há comportamentos prejudiciais à saúde e a segurança.
OBS: Visitar o site do CONAR, olhar os processos (administrativos).
INFRAÇÕES: ARTS. 66 E 67, CDC.
OBS: Polêmicas do marketing brasileiro a publicidade infantil.
De um lado, estão as entidades civis que defendem a proibição de qualquer forma de publicidade para crianças, por conta da vulnerabilidade do público.
Do outro, estão as associações do mercado que buscam uma regulamentação mais efetiva para impedir práticas abusivas nesse tipo de comunicação.
- Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) publicou uma resolução que caracteriza a publicidade infantil como abusiva.
- Segundo levantamento do DataFolha, em 2016, a população brasileira se mostrou majoritariamente contra as investidas da publicidade infantil, registrando:
· 45,4% totalmente contra a qualquer tipo de propaganda para crianças até 12 anos;
· 50% não concorda com personagens em embalagens;
· 59% desfavorável a comerciais de refrigerante;
· 56,2% não apoia veiculação comercial de salgadinhos;
· 51% não concorda com os apelos mercadológicos dos sucos industrializados.
Preocupações: obesidade infantil (composições altamente calóricas e com baixo teor nutricional), erotização precoce, consumo exacerbado, endividamento por parte dos pais.
“Quando a gente fala de YouTube e das redes sociais de maneira geral, além de ter publicidade que fala com a criança, ela é uma publicidade velada. Então viola dois dispositivos do Código de Defesa do Consumidor: o 36 que traz o princípio da identificação da mensagem publicitária); e o 37, que prevê que é abusiva a publicidade que se aproveita da falta de experiência e julgamento da criança” - Livia Cattaruzzi é advogada do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana
CASO CONCRETO:
O Ministério Público de São Paulo ajuizou ação contra o Google do Brasil pelo uso de estratégias abusivas de publicidade dirigida ao público infantil, realizada por meio da campanha “Você Youtuber Escola Monster High”. Na petição inicial, o promotor de Justiça pede que o Judiciário conceda liminar determinando que conteúdos de sete canais no YouTube sejam indisponibilizados por estarem em desacordo com a legislação infanto-juvenil. Enquanto isso, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo considerou que a indução de crianças a um comportamento erotizado ou “adultizado” por propagandas infringe o Código de Defesa do Consumidor. Dessa forma, foi mantida a condenação da Grendene ao pagamento de multa pela campanha “Hello Kitty Fashion Time”. Quem comenta os assuntos é Livia Cattaruzzi, advogada do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana. 
STJ:  a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento histórico, criou o primeiro precedente que considerou abusiva a publicidade de alimentos dirigida direta ou indiretamente ao público infantil. Em seu voto, o ministro relator do caso, Humberto Martins, destacou a existência de ilegalidade em campanhas publicitárias de fundo comercial que “utilizem ou manipulem o universo lúdico infantil”.
Dicas de leitura: 
https://www.direitosdacrianca.gov.br/conanda
https://publicidadeinfantilnao.org.br/destaque/protejaascriancas/
https://alana.org.br/project/crianca-e-consumo/
https://criancaeconsumo.org.br/wp-content/uploads/2014/02/Publicidade-Infantil-%c3%a9-ilegal.pdf
http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2019/2019-03-17_06-50_Decisao-historica-condenou-propaganda-de-alimentos-dirigida-ao-publico-infantil.aspx
http://www.conar.org.br/
OBS: CONAR - O Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária nasceu de uma ameaça ao setor: no final dos anos 70, o governo federal pensava em sancionar uma lei criando uma espécie de censura prévia à propaganda.
Se a lei fosse implantada, nenhum anúncio poderia ser veiculado sem que antes recebesse um carimbo “De Acordo” ou algo parecido;
Busca-se impedir que a publicidade enganosa ou abusiva cause constrangimento ao consumidor ou a empresas e defender a liberdade de expressão comercial.
Constituído por publicitários e profissionais de outras áreas, o CONAR é uma organização não-governamental que visa promover a liberdade de expressão publicitária e defender as prerrogativas constitucionais da propaganda comercial.
· Das Práticas Abusivas: Art. 39 e ss, CDC.
OBS: Inciso X: Aumentar os valores de preços e serviços, como exemplo o valor do álcool em gel e as máscaras – pode denunciar ao PROCON.
· Cobrança de Dívidas: 
Receber uma ligação ou uma carta de cobrança de uma dívida não paga é algo comum quando a gente está devendo.
Isso porque, mesmo sendo uma situação bastante chata, o credor tem o direito de fazer a cobrança.
O credor pode:
Notificar você para pagamento da dívida, por meio de envio de uma carta;
Inscrever seu nome nos cadastros de inadimplentes;
Entrar com uma ação judicial;
Ligar para você, mas apenas nos dias e horários permitidos por lei, sem atrapalhar seu descanso e lazer;
Repassar a dívida (venda de dívidas ou cessão de crédito) para uma outra empresa - escritórios de cobrança.
O credor NÃO pode:
Causar constrangimento - fazer cobrança vexatória com constrangimento físico ou moral (Art. 71, CDC:    Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer: Pena Detenção de três meses a um ano e multa.)
 Falar com seus parentes e vizinhos sobre a dívida;
Segurar um documento pessoal ou um bem seu para forçá-lo a pagar a dívida
OBS: prazo para o nome ficar negativado! Art.43, CDC.
· Proteção Contratual:  diz respeito à questão contratual, quanto à forma de distribuição das cláusulas no contrato, observando se elas seguem o princípio da legalidade e da transparência, de forma que o consumidor tenha convicção de que prevaleceu o princípio da boa-fé ao se estabelecer a relação de consumo, pois, se configurado que tal contrato tenha “cláusulas abusivas”, o contrato é considerado eivado de vício, sendo passível de ser considerado nulo em todas as cláusulas que contrarie o princípio do equilíbrio entre as partes.
OBS: Sugestão de leitura – Rizzato Nunes ( https://www.migalhas.com.br/coluna/abc-do-cdc/278682/a-protecao-contratual-no-cdc)
- Direito de arrependimento: Art. 49, CDC.
Com o avanço da tecnologia e a disseminação da internet, muita gente passou a fazer compras sem sair de casa. Além da comodidade, os preços do comércio online (e-commerce) também se mostram mais vantajosos do que nos estabelecimentos físicos. Os produtos desejados passaram a ficar a apenas um clique de distância. E foi assim que tal realidade legitimou um novo comportamento do consumidor: as compras por impulso. Nasceu, então, um dos institutos mais apreciados e utilizados do Direito hoje.
O consumidor tem o direito de desistir da compra apenas quando ela foi feita de forma não presencial. Ou seja, fora do estabelecimento físico.
Prazo de reflexão: 07 dias.
A 2ª Turma do STJ entendeu, por exemplo, que quem arca com as despesas devolução do produto é o comerciante. Diz a ementa do REsp 1.340.604:
Eventuais prejuízosenfrentados pelo fornecedor nesse tipo de contratação são inerentes à modalidade de venda agressiva fora do estabelecimento comercial.
Ainda nesse sentido, saliente-se que o relator do caso, o ministro Mauro Campbell Marques, afirmou no voto que:
Aceitar o contrário é criar limitação ao direito de arrependimento, legalmente não previsto, além de desestimular tal tipo de comércio, tão comum nos dias atuais.
Obs: teoria do risco – é risco do fabricante/vendedor.
Obs: Exige a presença da boa fé! (Não é coerente comprar diversos produtos apenas para fazer a escolha de um desses!)
· Das Cláusulas Abusivas: Art. 51, CDC
Trata de proteção contratual.
Os contratos de consumo em sua maioria são de ADESÃO, em que uma das partes elabora as cláusulas contratuais, cabendo a outra parte – o consumidor, aderir ou não a um formulário (contrato) previamente estabelecido.
Essa orientação não se limita aos contratos de adesão, também se pode questionar as cláusulas convencionadas entre as partes.
Cláusulas Abusivas (Nelson Nery Jr.) = como consequência de cláusula opressivas, cláusulas vexatórias, cláusulas onerosas, ou ainda, excessivas.
	Ou seja, quando o fornecedor tenta prevalecer-se da fragilidade do consumidor. E na maioria das vezes, o consumidor não se atenta para existência de uma clausula abusiva, pois não basta dar ciência do conteúdo do contrato, se for redigido de modo a dificultar a compreensão.
	O MP atua forte buscando a proteção do consumidor, como está previsto no Art.51 § 4, CDC, que pode ocorrer na via administrativa ou na via judicial. Lembrando que o MP é parte legitimo - art.82, CDC.
São aquelas que apesar de previstas no contrato, podem ser nulas porque colocam o consumidor numa situação de desvantagem. Como a lei parte do pressuposto que o consumidor é vulnerável, mesmo se ele leu o contrato, se a cláusula for abusiva, ela não pode ser exigida.
Cláusulas abusivas são nulas de pleno direito = nulidade absoluta, ou seja, pode e deve ser reconhecida de ofício pelo juiz.
A anulação de cláusula não implica, necessariamente, a invalidação do contrato em sua integralidade - Art.51 §2, CDC.
OBS: O STJ não admite o reconhecimento de ofício pelo juiz, tratando-se de contratos bancários – Enunciado 381 da Segunda seção do STJ: “ Nos contratos bancários é vedado do julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas. Posicionamento criticado por alguns autores.
Configura a cláusula abusiva, entre outras: (Leia o ART.51,CDC)
– impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilização do fornecedor por vícios dos produtos e serviços;
 – impliquem renúncia de direito do consumidor (reforçar direitos já tutelados em outros dispositivos do CDC, como exemplo:
– subtraiam ao consumidor o direito de reembolso da quantia paga, nas hipóteses revistas no CDC;
– transfiram responsabilidades do fornecedor para terceiros;
– estabeleçam a inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor e contra o disposto no art. 6º, VIII;
_ infrinjam ou possibilitem a violação das normas ambientais, inciso XIV – a violação das normas ambientais é abusiva. (Não há necessidade de ofensa real ao meio ambiente, bastando para caracterizar a abusividade que a cláusula possibilite a ofensa ambiental. Ex: poluição visual e sonora / salubridade e segurança no ambiente de trabalho)
_ normas em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor, inciso XV ( O sistema de proteção ao consumidor não se resume à tutela prevista no CDC, envolvem outras leis, como: Leis dos planos e seguros de assistência à saúde – Lei 9656/98, Lei dos consórcios – Lei 11795/2008, Lei das mensalidades escolares – Lei 13003/2014, entre outras.
_ possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias, inciso XVI. (Vide art. 96, CC: necessárias, úteis e voluptuárias)
OBS: Dicas de leitura - https://www.conjur.com.br/2020-abr-21/sarah-mesquita-mensalidades-escolares-covid-19
http://www.defensoria.ce.def.br/noticia/defensoria-obtem-decisao-para-que-escolas-particulares-concedam-30-de-desconto-nas-mensalidades-durante-a-pandemia/
- Contratos de compra e venda mediante pagamento em prestações: Art. 53
· Contrato de Adesão: Art. 54
Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
- Cláusulas elaboradas unilateralmente pelo fornecedor;
- Consumidor NÃO altera o contrato substancialmente;
- Inserção de cláusula não desfigura o contrato de adesão;
- Cláusula com termos claros, caracteres legíveis, fonte não inferior ao corpo 12 de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor; ( para evitar letras miúdas capazes de dificultar a leitura)
 Princípio da legibilidade das cláusulas contratuais: consumidor possa tomar conhecimento do conteúdo do contrato pela simples leitura - Art.46, CDC.
- Cláusula que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, Art 54, §4, CDC. (Para conceder ao consumidor o acesso material e efetivo do conteúdo do contrato em maior grau de evidência) 
 Ex: No contrato de seguro, cláusula que exclui a responsabilidade da empresa, se o dano foi causado pelo condutor embriagado.
Ex: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de segura de vida. O manual do segurado não pode ser enviado após a contratação.
STJ concluiu que não basta estar em negrito a cláusula restritiva de um direito do consumidor: “ O fato de a cláusula restritiva estar no meio de outras, em negrito, NÃO é suficiente para se atender a exigência do art 54§ 4º do CDC. A lei não prevê o modo como tais cláusulas deverão ser redigidas. Espírito protecionista, buscando a máxima efetividade.
	
OBS: A resolução alternativa de escolha exclusiva do consumidor como característica do contrato de adesão – Art. 54 § 2, CDC.
Cláusula Resolutória: é aquela que admite a resolução, o fim do contrato. Assim, a cláusula dessa natureza poderá ser inserida no contrato de consumo pelo fornecedor, mas a escolha pela sua incidência ou não ao caso concreto caberá exclusivamente ao consumidor. 
Ademais, existe no contrato a cláusula resolutória e optando pela incidência, o consumidor terá direito à restituição das parcelas quitadas monetariamente atualizadas.
OBS: O contrato de consórcio é aplicado o CDC?
Contrato de consórcio: modelo de contratação de outorga de crédito, razão pela qual têm por objeto o fornecimento de serviços financeiros, a fim de promover a aquisição de produtos ou serviços por consumidores, no qual a administradora do consorcio é fornecedora de crédito.
 Lei especifica sobre o sistema de consórcio: LEI 11795/2008. Aplica-se o CDC por se tratar de relação de consumo. Ressalta-se a existência de duas relações autônomas oriundas dos contratos de consórcio.
STJ, destaca a existência de uma relação entre consorciados e administradora – relação típica de consumo – e outra entre os consorciados. “ Tendo em vista as características do contrato associativo de consórcio, há dois feixes de relações jurídicas que podem ser autonomamente considerados. A relação entre os consorciados e a administradora, regulada pelo CDC, e a relação dos consorciados entre si, não regulada por esse dispositivo legal. (REsp 1269.632, Rel Ministra Nancy Andrighi) 
Taxa de administração dos contratos de consórcio: A administradora do consorcio é remunerada pela taxa de administração e muitos e discutiu na jurisprudência, se o percentual poseria ser fixado acima de 10%, conforme decreto 70951/72.
STJ: Permitiu que a taxa de administração acima de 10%
“ A matéria ora analisada encontra-se pacificada neste Superior Tribunal de Justiça, tendo em vista a Corte Especial (REsp 927.379/RS) consigna o entendimento de que as administradoras de consorcio possuem total liberdade para fixar a respectiva taxa de administração, não sendo ilegal ou abusiva.”
Súmula 538, STJ: Súmula 538-STJ: As administradorasde consórcio têm liberdade para estabelecer a respectiva taxa de administração, ainda que fixada em percentual superior a dez por cento.
OBS: Ônus da comprovação do prejuízo em razão da desistência: entendemos que o ônus é da administradora do consórcio provar a vantagem aferida pelo consumidor ou os prejuízos que o grupo teria com a devolução das parcelas. Rizzatto Nunes.
		STJ entende que a possibilidade de se descontar dos valores devidos percentual a título de reparação pelos prejuízos causados ao grupo (art. 53 § 2, CDC) depende da efetiva prova do prejuízo sofrido, ônus que incumbe à administradora do consórcio.
 Prazo para restituição: O reembolso é devido em até 30 dias após o encerramento do grupo.
· Caso concreto para estudo: https://idec.org.br/noticia/idec-critica-planos-de-saude-por-se-negarem-atender-inadimplentes-na-pandemia
· SANÇÕES ADMINISTRATIVAS - Art. 55 e ss CDC.
Sanção
CDC tratou especificamente das sanções administrativas: artigos 55 a 60, CDC.
Sanções administrativas: Diz respeito a atuação dos órgãos administrativos de proteção e defesa do consumidor, que são de suma importância para o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.
	Ex: PROCON (Não está vinculado ao poder judiciário)
OBS: Um consumidor pode apresentar sua demanda perante o Procon e, ao mesmo tempo, ter contra o fornecedor uma ação judicial?
No âmbito das relações consumeristas, as sanções representam as repreensões impostas pela Administração Pública àquele fornecedor que se comportou de forma contrária ao que está disciplinado no Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
 Visa compensar as consequências danosas do ato ilícito e também para desestimular a repetição de tal comportamento por parte de todos os fornecedores.
Infrações: A depender do caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas – Art. 56, CDC.
Critérios de mensuração de pena de multa e para imposição das penalidades - arts. 57, 58 e 59, CDC.
	Multa – deve ponderar o valor, a depender da condição econômica do fornecedor.
	Assegurada ampla defesa (procedimento).
OBS: No art. 58 temos as sanções mais brandas e no art. 59 as mais graves, que só devem ser aplicadas em casos extremos.
OBS: Para onde vai o dinheiro da multa? Aplicada por órgão federal, a multa será revertida para fundo de que trata a Lei de Ação Civil Pública (n. 7.347/85), visando à reconstituição de bens lesados. Quando arrecadada pelos Estados, DF e Municípios será recolhida aos fundos de proteção ao consumidor.
OBS: Além da responsabilidade administrativa, o fornecedor poderá ainda responder CIVIL e PENALMENTE por seus atos.
OBS: Para efetivar esta proteção, o CDC dispõe no art. 105 que “integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor” e no art. 106 - as atividades que devem ser desenvolvidas.
OBS: Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC)
OBS: O § 1º do art. 60 impõe que a contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva. Por se tratar de direitos difusos, caberá AÇÃO COLETIVA postulada pelos legitimados do art. 82 do CDC para obtenção de sentença condenatória obrigando o fornecedor a efetuar a contrapropaganda.
· Das Infrações Penais: Art. 61 e ss, CDC.
Infrações penais as quais o fornecedor está sujeito quando praticar (crimes comissivos) ou deixar de praticar (crimes omissivos) certas condutas nas relações de consumo.
O CDC criminaliza 12 condutas tutelando os direitos básicos do consumidor. São delitos de perigo, já que para a sua materialização não se exige a concretização do dano. Basta a conduta para caracterizar a ilicitude.
São CRIMES PRÓPRIOS em que os sujeitos ativo e passivo devem ser especificados (fornecedores e consumidores), além de se tratar de uma relação de consumo (fornecimento de produto ou serviço).
Dica de leitura:
 https://www.defesadoconsumidor.gov.br/images/manuais/manual-do-direito-do-consumidor.pdf
· ATIVIDADE:
Solicitei um empréstimo junto ao Banco onde mantenho a minha conta corrente. O gerente informou que só concederia se eu assinasse um seguro e um contrato de previdência privada. O banco pode me obrigar a isso? Justifique.
· Da Defesa do Consumidor em Juízo: Art. 81 e ss, CDC.
Em juízo individualmente, ou a título coletivo. ( A demanda individual, com base no CPC. E quando falo de ação coletiva, vamos falar sobre a Lei de Ação Civil Pública e CPC.)
Interesse / Direitos Difusos Coletivos: direito transindividual, metaindividual – ou seja, o direito que extrapola o interesse / a esfera do indivíduo, é caracterizado pela indivisibilidade e também por pessoas indeterminadas, e são ligadas entre sim por uma relação fática; Art. 81 , I – CDC.
OBS: Transindividuais - Direitos que abarcam um grupo, categoria ou classe de pessoas, cuja relação jurídica ultrapassa o âmbito individual, sendo de interesse coletivo. 
Ex: Direito ao meio ambiente – é um bem que pertence a toda coletividade e não precisa identificar quem foram as pessoas atingidas. (Caso Mariana)
Ex: Publicidade enganosa e abusiva – atinge a todos. (Um outdoor que colocou um paciente em fase terminal de AIDS para divulgar uma marca de camiseta).
Interesse / Direito Coletivo – em sentido estrito, também é transindividual, mas pertence a um grupo, uma classe ou categoria (são em princípios indeterminados, mas depois podem ser determinados) e estão ligados entre si, por uma relação jurídica base – o elo existente decorre da lei ou de um contrato. Art. 81, II, CDC.
Ex: Contratados de plano de saúde ou Poupadores de uma poupança ou empregados de determinados setor ou pensionistas.
Direitos Individuais Homogêneos: Não são verdadeiramente direitos transindividuais ou metaindividuais , são individuais - na verdade pertence a cada um dos consumidores de forma isolada, MAS como diz a lei, por apresentarem uma origem em comum, vão receber um tratamento coletivo. São direitos individuais que recebem em juízo um tratamento coletivo. 
OBS: A ideia do legislador é que diante de um grande número de consumidores que sofreram uma lesão, que possa chegar em juízo em vez de chegar separadamente, possa chegar uma ação coletiva, apresentando significativas vantagens não apenas para os consumidores, mas também para o poder judiciário.
Tutela coletiva: Atua no “atacado” para evitar um trabalho repetitivo. Ao invés de deflagrar inúmeras ações com o mesmo objeto, através de uma única ação consegue resolver um problema que vem causando um dano.
São legitimados concorrentemente – quem pode propor ação de tutela coletiva (Deve estar instituída em lei: MP,DP, Fazenda Pública, Associação Civil, Sindicatos) - Art. 82, CDC. 
OBS: A instituição que tem legitimidade significa poder! Assuntos com relevância social.
 Das Ações Coletivas para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos – Art. 91 e ss.
Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços – Art. 101 e 102
Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor - SNDC, Art. 105 e ss.
(Conheça mais: https://www.justica.gov.br/seus-direitos/consumidor/a-defesa-do-consumidor-no-brasil/anexos/sistema-nacional-de-defesa-do-consumidor-sndc)
O Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) está regulamentado pelo Decreto Presidencial nº 2.181, de 20 de março de 1997, e congrega Procons, Ministério Público, Defensoria Pública, Delegacias de Defesa do Consumidor, Juizados Especiais Cíveis e Organizações Civis de defesa do consumidor, que atuam de forma articulada e integrada com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e se reúnem trimestralmente
Sindec é o resultado de um esforço conjunto de todo os Procons estaduais, visa a proporcionar aos Procons um instrumento de gestão adequado ao dinamismo que é pico dos seus setoresde atendimento.
Atribuições: Art. 106, CDC.
ATENÇÃO: AV2 – DIA 22/06
MATÉRIA CUMULATIVA.

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