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RESUMO PROVA DOR - Fibromialgia

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REVISÃO PROVA DOR Hyana Morato 
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UNIME 2021 
A fibromialgia ou síndrome fibromialgica é uma 
condição dolorosa crônica difusa, ou seja, a dor é difusa 
sem um território específico. 
 
Algum tecido é lesado especificamente? 
Não há uma patologia de tecido específico, e as queixas 
incluem dor articular, lesão muscular, inflamação e dor 
visceral. 
 
E o aspecto psicológico? 
É possível que o estresse desempenhe um papel 
relevante na mediação e perpetuação dos sintomas de 
fibromialgia. 
Muitos doentes referem que os primeiros sintomas da 
síndrome surgiram após um período de estresse crônico 
ou após traumatismos. 
 
Ocorre principalmente em mulher de meia idade, de 
25 – 65 anos de idade 
 
FISIOPATOLOGIA: 
A fibromialgia apresenta uma fisiopatologia complexa. 
 O componente principal da dor na fibromialgia esta 
relacionado com a sensibilização central. 
 O pacientes com fibromialgia estão em um estado 
de centralização da dor, ou seja, eles sentem mais 
dor do que o “esperado” para certo estimulo 
nociceptivo. 
 As fibras do tipo C da dor, são estimuladas 
repetidamente, de forma rápida e prolongada, isso 
acaba amplificando os potenciais de ação nos 
neurônios do corno posterior da medula. 
 Essa hiperestimulação acaba despolarizando os 
receptores N-metil-D-aspartato (NMDA), gerando 
alterações que afetam o processamento da dor. 
 Além disso, vai haver também uma inibição das vias 
descendentes inibitórias da dor, essas vias 
modulam a resposta medular aos estímulos 
dolorosos, e nos pacientes com fibromialgia elas 
vão estar prejudicadas , o que consequentemente 
potencializa a sensibilização central. 
 
Resumo: 
 
Paciente com fibromialgia apresenta um desequilíbrio 
entre a via ascendente e a via descendente. 
- a via ascendente nesses pacientes com fibromialgia 
esta exacerbada, por causa do aumento da liberação da 
substancia P e do Glutamato na fenda sináptica. 
(lembrar da fisiologia da dor, onde o glutamato e a 
substancia P agem aumentando a sensação de dor). 
 
- a via descendente dos pacientes com fibromialgia esta 
deficitária por causa da redução dos NTS como: 
adrenalina e serotonima. (lembrar que essa via é 
responsável por fazer a inibição do estimulo doloroso). 
E é por isso que no tratamento para fibromialgia, os 
pacientes fazem uso de antidepressivos (ex: os 
inibidores da receptação da serotonina - Fluoxetina, 
sertralina), e eles vão agir no cérebro impedindo que 
haja receptação desses NTs na fenda sináptica, com isso 
há mais neurotransmissores disponíveis para execer a 
atividade serotonérgica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUADRO CLINÍCO: 
Os principais sintomas da fibromialgia podem ser vistos 
como uma tríade 
❶ Dor difusa – bilateral, acima e abaixo do tronco e no 
esqueleto axial (cabeça, caixa toraxica e coluna 
vertebral) e duração maior de 3 meses. 
❷ Fadiga 
❸ Distúrbios do sono, também chamado de sono não 
reparador. 
 
Também pode apresentar: 
 Transtorno de humor - irritabilidade ou depressão 
 Sedentarismo; 
 Parestesias e adormecimento; 
 Síndrome do colon irritável – pode chegar 
apresentar diarreia e constipação); 
 Cefaleias crônicas; 
 Rigidez articular – costuma ser mais intensa pela 
amanha e ao anoitecer, e pode ficar mais graves; 
 Edema de mãos – geralmente relata a dor na mão 
inteira. 
 
DIAGNOSTICO: 
EXAME FÍSICO: geralmente apresenta normal, exceto 
pela presença da dor difusa. 
Essa dor difusa pode ser identificada pela contagem de 
pontos dolorosos, ai o médico pode fazer a palpação 
digital de varias regiões do corpo. 
 
- Deve avaliar a hipersensibilidade, para ver se tem 
presença de alodinia ( dor a um estimulo não doloroso) 
Quando a serotonina é produzida no cérebro o 
indivíduo torna-se menos sensível à dor. 
Redução das concentrações de serotonina têm 
sido relatada em pessoas com fibromialgia. ISRSs 
são antidepressivos que aumentam a 
concentração de serotonina no cérebro. 
-- isso pode ser importante para saber o papel 
do antidepressivo na dor. 
 
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ou hiperalgesia (dor extrema e desproporcional ao 
estimulo doloroso). 
 
Em 1990, a American College of Rheumatology, criou 
critérios para classificação de fibromialgia, que 
acabaram sendo adotados por muitos profissionais para 
o diagnostico de fribomialgia, que são eles: 
1. Dor difusa (bilateral, acima e abaixo do tronco, 
acometendo esqueleto axial, por no mínimo 3 
meses); 
2. Detecção de onze pontos dolorosos à palpação 
(dentre 18), os chamados tender points. 
 
Mas essa classificação limitava a investigação da 
doença, pois ela não levava em consideração alterações 
do sono, fadiga e distúrbios cognitivos e também 
porque homens com fibromialgia tendem a não ter 
Tender Points. 
 
 
ATUALIZAÇÃO DO DIAGNOSTICO: 
Então em 2010 foi elaborado os critérios de 2010, no 
qual os Tender Points não são obrigatórios e 
apresentaram dois indicies, o IDG (índice de dor 
generalizada) e a EGS (escala de gravidade dos 
sintomas. 
 
IDG (ÍNDICE DE DOR GENERALIZADA) 
Marcar as áreas em que o paciente sentiu dor nos 
últimos 7 dias: 
E também identificar direita ou esquerda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EGS (ESCALA DE GRAVIDADE DOS 
SINTOMAS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICA COMO FRIBOMIALGIA se as 3 
condições estiverem presentes: 
1. IDG ≥ 7 e ESG ≥ 5 OU IDG entre 3 e 6 e EGS ≥ 9; 
2. Sintomas estáveis e presentes por pelo menos 3 
meses; 
3. Não haver outra causa explicável dos sintomas, não 
ter outra doença que explique. 
 
 
IMPORTANTE: O diagnóstico da SFM não é de exclusão, 
é fundamentalmente clínico com as suas características. 
Não há evidências de anormalidades laboratoriais ou 
nos exames de imagem. 
 
TRATAMENTO: 
- O Primeiro passo é educar sobre a doença, para ele 
saber o que é fibromialgia, como cursa, seus sintomas e 
as possíveis terapêuticas. – tratamento multidisciplinar. 
 
Para ter um sucesso terapêutico tem que te a 
associação entre o tratamento medicamentoso e não 
medicamentoso 
Tratamento não medicamentoso: 
 Exercício físico – exercícios musculoesqueléticos 
 Terapia psicológica 
 Educação do paciente 
 
Tratamento medicamentoso: 
É um tratamento individualizado de acordo com a 
sintomatologia 
Pode usar: 
1. Antidepressivos tricíclicos, 
2. Relaxantes musculares, 
3. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina 
(ISRS’s), 
4. Inibidores da recaptação de serotonina e 
noradrenalina (ISRSN’s), 
5. Inibidor da monoamina oxidade (MAO), 
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6. Antagonista de serotonina, antiparkinsoniano 
7. Analgésicos simples 
8. Opiáceos leves 
 
 Antidepressivos: 
 Tricíclicos – amitriptilina e nortriptilina 
 ISNS – fluoxetina (doses acima de 40mg/dia) e ela é 
recomendada em combinação com os tricíclicos 
O uso isolado dos demais ISRSs não é recomendado. 
 Duais – Venlafaxina e duloxetina 
 
 Relaxantes musculares: 
Dentre os relaxantes musculares, a ciclobenzaprina 
pode ser utilizada, por reduzirem a dor e melhorarem a 
funcionalidade. 
 
 Opioide leve: 
 Tramadol 
 
 Anticonvulsivantes/neuromoduladore: 
 Gabapentina 
 Pregabalina 
Eles inibem a susbtancia P e glutamato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corticoesteróides e anti-inflamatórios não esteroidais 
(AINE’s) não são recomendados para o tratamento da 
fibromialgia. 
 
Amitriptilina: O perfil de efeitos adversos, incluindo ganho 
de peso, sonolência exagerada e possíveis alterações de 
conteúdo de consciência, sobretudo em idosos, tendem a ser 
os maiores obstáculos ao uso regular da amitriptilina, uma 
vez que possui baixo custo e posologia cômoda. 
 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: 
 
Os principais são aqueles quecausam dor crônica, 
como: 
 osteoartrite, 
 artrite reumatoide, 
 espondiloartrites, 
 hipotireoidismo, 
 deficiência de vitamina D/osteomalácia, 
 polimialgia reumática, 
 miopatias inflamatórias, 
 distrofias musculares, 
 parkinsonismo, hipopotassemia, 
 uso de certos medicamentos (estatinas, 
bloqueadores de H2) ou drogas ilícitas (cocaína, 
cannabis). 
 
Você pode pedir alguns exames complementares para 
auxiliar no diagnósitco diferencial, como: 
1. Reagentes de fase aguda (VHS e PCR), 
2. Função tireoideana – ajuda a excluir tireoideopatia 
3. Avaliação do metabolismo ósseo (cálcio, 
paratormônio e vit. D), 
4. Potássio sérico (uso de diuréticos), 
5. Dosagem sérica de enzimas musculares (CPK e 
aldolase), 
6. Eletroforese de proteínas séricas e sorologias (HCV, 
HBV, HIV, citomegalovírus, toxoplasmose 
parvovirose) 
 
Os reagentes de fase aguda estão geralmente ausentes 
na fibromialgia. E ai você observa que eles estão 
auemntados em condiçoes inflamatoias, como ex: 
polimialgia reumática, miopatias inflamatórias e 
doenças articulares inflamatórias (artrite reumatoide e 
espondiloartrites). 
 
ATENÇÃO: a fibromialgia não é uma condição 
inflamatória, logo, provas inflamatória não estão 
tipicamente alteradas. 
 
Exames de autoanticorpos, como fator anti-nuclear 
(FAN) e fator reumatoide (FR), podem ajudar a excluir 
lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide – pois 
o FAN e o FR estão presentes na maioria dos casos 
dessas doenças 
 
RESUMO DE TRATAMENTO: 
- O tratamento da fibromialgia tem objetivo de 
reduzir os sintomas, como: dor crônica 
generalizada, fadiga, insônia e disfunção 
cognitiva. 
- o tratamento deve priorizar medidas não 
farmacológicas, mas a maioria necessita de 
medicamentos. 
- pode indicar terapia medicamentosa com dose 
baixa de tricíclico á noite, sendo a 
AMITRIPTILIINA a mais usada no Brasil. 
Amitriptilina: 5 a 10 mg a 3 horas antes de 
deitar. 
- a dose pode aumentar em intervalos de 2 
semanas ate a dose máxima necessária. 
- a dose de amitriptilina pode ser limitada por 
conta dos efeitos adversos, principalmente nos 
idosos. 
- outras dorgas podem ser tentadas, como 
duloxetina, o milnaciprano ou pregabalina. 
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Lembrar que a fibromialgia pode ocorrer junto com 
outras doenças reumáticas. 
 
Dor difusa crônica, fadiga e distúrbios do sono falam a 
favor da fibromialgia; lesões cutâneas, nódulos 
subcutâneos, acometimento pulmonar e renal – 
comuns no lúpus ou na artrite reumatoide – não 
compõem o quadro da fibromialgia. 
 
- sobre a polimialgia reumática, ela acomete mais 
pessoas na idade jovem. 
 
 
 
 
Relacionando com o caso de ANGELICA: 
A dor de Angélica de início era localizada em região 
cervical e ombro, podendo ser causada por DORT (ela 
trabalha como telemarketing), e depois irradiaram para 
região lombar, coxas e calcanhares, bilateral. 
Se tornou difusa e bilateral, tem dor acima e dor abaixo 
da cintura, além do eixo axial é superior a 3 meses. 
 
Mulher de 37 anos 
Ela teve privação do sono (coincide com Fibromialgia), 
também teve estresse e é sedentária. 
Chama atenção o fato de o exame neurológico ter dado 
negativo: atentar-se a parestesias e adormecimentos. 
Perceber se ela começar a cursar com déficits 
cognitivos e problemas laborais.

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